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Bases Fisiológicas das Necessidades Gestacionais

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02 - Bases Fisiológicas das Necessidades Nutricionais na gestação 1
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02 - Bases Fisiológicas das 
Necessidades Nutricionais na 
gestação
No planejamento dietético da gestante, é necessário levar em consideração as alterações 
fisiológicas deste período, que implicarão nos requerimentos nutricionais e na adequação 
alimentar
Ovo ou Zigoto: 4º - 15º dia 
Embrionário: 3ª a 8ª semana 
Fetal: a partir da 9ª semana
Placenta: Fusão ou aposição de estruturas ovulares à mucosa uterina de forma a permitir trocas 
nutritivas.
Funções da Placenta:
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A - Transporte de Nutrientes 
B - Transporte de O2 e Co2 
C - Transporte de metabólitos fetais 
D - Armazaenamento de nutrientes 
E - Produção de hormônios 
F - Proteção ao feto
A. Transporte de Nutrientes pela Placenta
→ Fatores que interferem na transferência
Diferenças de concentração
Solubilidade
Tamanho e complexidade da partícula
Necessidades do feto
A eficiência da transferência de nutrientes pela placenta depende de:
Superfície placentária de trocas
Vascularização da placenta
Posição da Placenta
Difusão simples: Ácidos graxos, esteroides, nucleosídeos, água, eletrólitos, vitaminas 
lipossolúveis 
Difusão facilitada: Glicose ( duas fontes: Transferência da mãe ou oriunda do glicogênio 
armazenado na placenta) 
Transporte ativo: Aminoácidos, cálcio, ferro, fosfato, iodo, vitaminas hidrossolúveis
Pinocitose: Proteínas (imunoglobulinas, albumina, transferrina)
Ultrafiltração: Água e partículas dissolvidos
O mesmo nutriente pode ser transferido simultaneamente por mais de um mecanismo
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B. Transporte de gases respiratórios:
1. O aumento da ventilação pulmonar facilita a troca de gases respiratórios entre a mãe e o feto
2. Aumento do fluxo sanguíneo
3. Hemoglobina fetal tem maior afinidade pelo oxigênio, levando a uma maior concentração de 
hemoglobina no lado fetal
→ Fatores que interferem no transporte de O2 e Co2
Desnutrição materna: Leva a formação de uma placenta menor
Anemia materna: Leva a uma menor concentração de hemoglobina
Patologias maternas ou placentarias
Hábitos maternos (fumo, álcool)
Altitude
C. Transporte de metabólitos fetais: 
1. Elimina os resíduos do metabolismo fetal (ureia, creatinina, ácido úrico (difusão simples e 
transporte ativo)
D. Armazenamento de nutrientes: 
1. Glicogênio, lipídios e proteínas
E. Proteção ao feto
1. Evita a rejeição do feto pela produção de HCG, estrogênio e progesterona
2. Passagem de anticorpos
3. Barreira protetora: A membrana da placenta é permeável a algumas substâncias
F. Produção de hormônios:
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1. Gonadotrofina coriônica Humana (HCG), Estrogênio, progesterona e lactogenio placentário 
humano
HCG:
 Impede a rejeição imunológica do embrião - imunossupressão (inibe a produção de anticorpos 
pelos linfócitos - consequentemente leva a uma diminuição da imunidade).
Responsável pela manutenção inicial da gestação
Estimula a produção de progesterona e estrogênio pelo ovário
Estrogênio
Promove o crescimento do útero
Aumenta o fluxo sanguíneo uteroplacentário
Aumento da elasticidade da parede uterina e do canal cervical
Participa do inicio da contratilidade do útero (no parto)
Progesterona:
Estimula o armazenamento de nutrientes do endométrio (glicogênio)
Inibe contrações da musculatura uterina (inibe a produção de prostaglandinas envolvidas no 
parto)
Diminui a sensibilidade do miométrio à ocitocina
Lactogênio placentário humano
Estimula o crescimento fetal: Promove disponibilidade de glicose e de nutrientes para o feto
Estimula o desenvolvimento da mama e a lactação
→ Modificações corporais nas gestantes
Diminui a motilidade gastrointestinal → Diminui o trânsito intestinal → Aumenta a 
absorção de nutrientes, porém, favorece a constipação nutricional (aumentar fibras?)
Estimula o apetite materno na 1 metade da gestação → Hiperfagia
Favorece a deposição materna de gordura
Aumenta a excreção renal de Na.
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Estimula o centro respiratório no cérebro, aumenta a ventilação pulmonar, aumenta a PO2 e 
diminui a PCO2 maternas (ajuda a dissipar maior quantidade de CO2 produzido pela 
gestante e feto)
Modula secreção de HCG e do lactogênio placentário humano
Promove o desenvolvimento da glândula mamária (epitélio secretor) promove a deposição 
de nutrientes nas células glandulares para a produção de leite
Interfere no metabolismo do Ácido fólico
Estrogênio
 Interfere no metabolismo do Ácido fólico 
Estimula as propriedades higroscópicas dos tecidos
Reduz proteínas séricas (albumina)
Afeta a função da tireoide - ↑concentrações séricas da proteína transportadora de T4
Promove a Hipopigmentação cutânea (melasma ou cloasma - manchas acastanhadas - “linha 
Negra” 
Promove modificações no metabolismo dos glicídios 
↓ o apetite materno na segunda metade da gestação Promove o desenvolvimento do sistema 
Ductal mamário 
Lactogênio Placentário humano (HPL) ou Somatomamotrofina Coriônica Humana (HCS)
Promove a glicogenólise → Aumento da glicemia
Ação antagônica à insulina 
Inibe a gliconeogênese → ↑ aa circulantes
Promove a lipólise → ↑ ácidos graxos circulante 
Tirotrofina Coriônica Humana (HTC)
→ Ação similar ao TSH
Estimula a produção de hormônios da tireoide
Corticotropina Coriônica Humana (HCC)
→ Estimula a suprarrenal para a produção de cortisol 
(necessário para o amadurecimento dos pulmões fetais 
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e para a produção de surfactante)
Mudanças da gestação: Estado anabólico
Hiperfagia → Aumento da concentração de insulina → Aumento dos depósitos de gordura 
maternos
Final da gestação: Estado catabólico
Crescimento fetal → Demanda contínua de nutrientes (Glicose e aminoácidos)
Ação de hormônios antagônicos à insulina 
( a concentração de insulina está elevada, porém menos eficiente)
Resultado: Aumento da glicemia materna e de aminoácidos
Ação dos hormônios antagonistas da insulina
Lactogênio Placentário: promove glicogenólise; resistência à insulina; destruição da insulina na 
placenta 
Cortisol: promove gliconeogênese; destruição da insulina no fígado 
Glucagon: promove glicogenólise e gliconeogênese
Preocupação:
Mulheres diabéticas
Mulheres com predisposição ao diabetes 
(risco de desenvolver o Diabetes Gestacional)

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