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Cil��� Ro��� OFICINA 6 Objetivos de Aprendizagem VIOLÊNCIA CONTRA A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Intencionalidade: Discutir a violência contra crianças e adolescentes, acidentes na infância e adolescentes, trabalho Infantil e ECA. OBJETIVOS: 1. Conhecer o histórico de proteção à criança e adolescente e legislação brasileira e seus avanços (CF e ECA); 2. Compreender a conformação da rede de proteção e como as pessoas devem atuar frente a situação de violência da criança e adolescente; 3. Conhecer o papel da Equipe de Saúde (médico, enfermeira, entre outros.) na rede de proteção à criança e ao adolescente; 4. Conhecer quais os tipos de violência e medidas preventivas de combate a violência as crianças e adolescentes; 5. Compreender a importância da notificação de violência (conhecer o sinan com relação a notificação de violência de causas externas.) 6. Compreender sobre as vulnerabilidades à violência contra criança e adolescente (Definições); 7. Conhecer o perfil epidemiologico contra criança e adolescente e o trabalho infantil 8. Conhecer sobre os fatores que estão relacionados com o aumento da violência contra crianças e adolescentes; 9. Descrever as principais causas de acidentes de crianças e adolescentes Cil��� Ro��� 1. Conhecer o histórico de proteção à criança e adolescente e legislação brasileira e seus avanços (CF e ECA): Dispõe o artigo 227, da Constituição Federal que: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Nota-se que o legislador passou a considerar dever de todos a garantia de direitos sociais mínimos à criança e ao adolescente, aliás não poderia ser diferente. O detalhe é que a partir de 1988, com a promulgação do Estado Democrático de Direito, o legislador originário constituinte avocou para o Estado a obrigação, também conferidas à família e à sociedade. No ano de 1990 o legislador infraconstitucional seguindo orientação da Convenção Internacional dos Direitos da Criança – aprovada pela Assembléia Geral da ONU em 20 de novembro de 1989 – em complementação ao artigo 227, da Constituição Federal, criou através da Lei 8.069/90 o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA, na sua primeira parte, versa sobre os direitos fundamentais da criança e do adolescente, prescrevendo no artigo 3º que a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo obrigação do Estado assegurar facilidades e oportunidades para que toda criança e adolescente tenham desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. É interessante destacar que a legislação especial – o ECA -, preocupou-se em reforçar a necessidade de ser obrigação a tutela dos direitos fundamentais básicos para à criança e para o adolescente. Assim, o artigo 7º dispõe que “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência”. A história do Estatuto da Criança e do Adolescente está intrinsecamente ligada ao contexto de fim da Ditadura Militar e ao processo de redemocratização do Brasil. Diversas organizações, fundações empresariais e movimentos sociais, entre eles os de educação de origem católica, o de meninos e meninas de rua e os sindicais, se mobilizaram durante o processo da Constituinte para garantir que os direitos das crianças e dos adolescentes estivessem presentes na Carta Magna. Eles se articularam no Fórum Nacional de Entidades Não Governamentais de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente (FNDCA), criado em 1988 – e foram determinantes para a inclusão do art. 227 e 228 da Constituição, aprovada em 5 de outubro de 1988. Referência: Âmbito Jurídico. A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente como leis que garantem a segurança e a dignidade da criança e do adolescente. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/a -constituicao-federal-e-o-estatuto-da-crianca-e-do-ad olescente-como-leis-que-garantem-a-seguranca-e-a-d ignidade-da-crianca-e-do-adolescente/. Acesso em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/a-constituicao-federal-e-o-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-como-leis-que-garantem-a-seguranca-e-a-dignidade-da-crianca-e-do-adolescente/ https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/a-constituicao-federal-e-o-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-como-leis-que-garantem-a-seguranca-e-a-dignidade-da-crianca-e-do-adolescente/ https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/a-constituicao-federal-e-o-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-como-leis-que-garantem-a-seguranca-e-a-dignidade-da-crianca-e-do-adolescente/ https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/a-constituicao-federal-e-o-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-como-leis-que-garantem-a-seguranca-e-a-dignidade-da-crianca-e-do-adolescente/ Cil��� Ro��� 22 de nov de 2020. CENPEC Educação. Conheça a história e a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: https://www.cenpec.org.br/tematicas/conheca-a-hist oria-e-a-importancia-do-estatuto-da-crianca-e-do-ad olescente-eca. Acesso em: 22 de nov de 2020. 2. Compreender a conformação da rede de proteção e como as pessoas devem atuar frente a situação de violência da criança e adolescente: Previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente e na publicação intitulada “Linha de Cuidado e Atenção Integral a Crianças, Adolescentes e Famílias em Situação de Violências”, a Rede de Proteção e Garantia de Direitos das Crianças, Adolescentes e Jovens é composta por órgãos com diferentes e complementares responsabilidades. Cada município e território, no entanto, tem profissionais e sociedade construindo respostas mais ou menos resolutivas. 1) Educação: a escola precisa se perceber enquanto parte da rede de proteção social. Para tanto, é importante que estabeleça parcerias com os demais equipamentos públicos que compõem os territórios. Esses vínculos podem fortalecer ações preventivas e de conscientização, bem como no atendimento, acompanhamento e encaminhamentos dos casos. Além disso, é importante que a escola seja reconhecida como um espaço de atração dos alunos, com o desenvolvimento de atividades conectadas com o protagonismo dos jovens e também com profissionais capacitados para mediarem conflitos. O gestor escolar pode desenvolver parcerias com outros órgãos desta rede para oferecer capacitação aos educadores na mediação de conflitos, na detecção de comportamentos de riscos, de sinais de violências e na ativação de fatores e rede de proteção. Ademais, o planejamento pedagógico é ferramenta fundamental, e deve oferecer espaços de diálogos com estudantes e familiares, através de palestras, educação entre pares jovens ou atendimentos especializados a famílias. 2) Saúde: os profissionais de saúde da Atenção Primária, que atuam no mesmo território em que está inserida a escola, podem criar capacitações conjuntas com os profissionais da educação, também através do PSE, para o conhecimento e fortalecimento da linha de cuidado e acionamento da rede de proteção às crianças e adolescentes. Ademais, devem auxiliar na detecção dos casos de violência, realizar o acolhimento, atendimento (diagnóstico, tratamento e cuidados), oferecer atendimento psicológico quando necessário, notificar os casos e encaminhar para rede de cuidados e de proteção social. Atividades de promoção da saúde que geram consciência e autocuidado, promoção de saúde mental, habilidades socioemocionais, prevenção de violências e fortalecimento da cultura de paz encontram um campo fértil na parceriados profissionais de saúde, destacando-se o PSE, com outros setores e escolas. 3) Assistência Social: O Sistema Único da Assistência Social (SUAS) oferece ações e serviços voltados para o fortalecimento da família. Entre eles, dois são fundamentais para o cuidado e a proteção social de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências: i) Centros de Referência de Assistência Social (CRAS): localizado em áreas mais pobres, com maiores índices de vulnerabilidade e risco social. Destina-se à prestação de serviços e programas socioassistenciais como Programa de Atenção Integral as Famílias (Paif), ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC) na Escola, para o acesso de crianças e adolescentes deficientes à escola, entre outras ações. ii) Centro de Referência Especializado de Assistência Social https://www.cenpec.org.br/tematicas/conheca-a-historia-e-a-importancia-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-eca https://www.cenpec.org.br/tematicas/conheca-a-historia-e-a-importancia-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-eca https://www.cenpec.org.br/tematicas/conheca-a-historia-e-a-importancia-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-eca Cil��� Ro��� (CREAS): onde se oferecem serviços especializados a famílias, crianças e adolescentes nas diversas situações de violação de direitos. Como unidade de referência, deve promover a integração de esforços, recursos e meios para enfrentar a dispersão dos serviços e potencializar ações para os(as) usuários(as). É destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, violência doméstica, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. 4) Conselho Tutelar: “é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente” (art. 131 do ECA) 22 e tem como atribuições, entre outras, demandar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança. 5) Direitos Humanos: A Política Nacional de promoção, proteção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes está vinculada às secretarias municipais, estaduais e nacional de direitos humanos, responsáveis: pelo fortalecimento do sistema e conselhos de garantia de direitos de crianças e adolescentes; pela política nacional de convivência familiar e comunitária; pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – Sinase, que interna adolescentes infratores; pelo Programa de Proteção de Adolescentes Ameaçados de Morte; por ações de prevenção e de enfrentamento do abuso e da exploração sexual; o enfrentamento da violência letal contra adolescentes; a Educação sem violência, para o cumprimento da Lei 13.010, de 26 de junho de 2014, que reconhece o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante; e o Disque 100 (veja abaixo). 6) Ministério Público: As Atribuições do Ministério Público relacionadas à garantia de direitos das crianças e adolescentes são: i) Proteção dos direitos das crianças e adolescentes; ii) Exigência dos poderes e serviços públicos do bom cumprimento dos serviços de relevância pública para a garantia dos direitos elencados na Constituição e no ECA, promovendo as medidas necessárias à sua garantia; iii) Proteção do Patrimônio Público e direitos coletivos que ofereçam garantias dos direitos; iv) E controle externo da atividade policial. A Ouvidoria do Ministério Público deve ser acionada toda vez que algum dos órgãos ou responsáveis pela rede de garantia de direitos prestar serviços inadequados ou insuficientes para a proteção de crianças e adolescentes. As Coordenações relacionadas à Criança e Adolescentes, à Escola, à Saúde e à Assistência Social podem ser contactadas pelos gestores públicos para a indução de boas políticas, práticas e atuação colaborativa, aperfeiçoando ações através da grande potência de uma parceria com o Ministério Público. 7) Defensoria Pública: tem a função de oferecer, de forma gratuita e integral, a assistência e orientação jurídica aos cidadãos que não possuem condições de pagar as despesas de um advogado ou de documentos pessoais. Algumas Coordenadorias de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente desenvolvem formação em mediação de conflitos que podem ser realizadas em parceria com gestores da educação, saúde, entre outros. 8) Judiciário: O Art. 148 do ECA define as competências da Justiça da Infância e da Juventude, que são conhecer e apurar: ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis; adoções; pedidos de guarda e tutela; casos encaminhados pelo Conselho Tutelar; e aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente; entre outras ações. Cil��� Ro��� 9) Segurança Pública: Deve oferecer Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente; à Mulher; assim como profissionais capacitados na garantia dos direitos das crianças e adolescentes, e com capacidade técnica especializada prevenção e resolução de crimes contra crianças e adolescentes, como a exploração sexual infantil, o tráfico humano, a tortura, a pedofilia e os crimes pela internet. * Podem ser incluídos na rede: 10) Protagonismo Juvenil: Associações, grupos ou redes de crianças adolescentes e jovens que atuem na defesa e garantia de seus direitos e de políticas sociais, agremiações estudantis, entre outras. 11) Cultura e Lazer: políticas de acesso à cultura, produção cultural, bibliotecas, espaços públicos de lazer são fundamentais para a criação e valorização de identidades, além de oferecerem diversão, reflexão e atuação social. 12) Desenvolvimento Econômico: o acesso ao trabalho e geração de renda precisam caminhar aos lado das políticas de proteção às famílias e de desenvolvimento das capacidades produtivas dos adolescentes e jovens. 13) Universidades: são um dos mais vigorosos parceiros dos gestores públicos, pois podem oferecer: núcleos de pesquisa especializados que dialoguem na construção de diagnósticos de políticas, populações específicas e questões sociais relevantes; cursos de extensão, especialização e pós-graduação em temáticas de enfrentamento a violências e promoção de cultura de paz. 14) Organizações Não-Governamentais que atuem na Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes. 15) Redes e Organismos internacionais como UNICEF e UNESCO Referência: ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). Sobre a violência contra crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posiciona mentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-cri ancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/. Acesso em: 20 de nov de 2020. 3. Conhecer o papel da Equipe de Saúde (médico, enfermeira, entre outros.) na rede de proteção à criança e ao adolescente: De modo geral, os profissionais de saúde da Atenção Primária, que atuam no mesmo território em que está inserida a escola, podem criar capacitações conjuntas com os profissionais da educação, também através do PSE, para o conhecimento e fortalecimento da linha de cuidado e acionamento da rede de proteção às crianças e adolescentes. Ademais, devem auxiliar na detecção dos casos de violência, realizar o acolhimento, atendimento (diagnóstico, tratamento e cuidados), oferecer atendimento psicológico quando necessário, notificar os casos e encaminhar para rede de cuidados e de proteção social. Atividades de promoção da saúde que geram consciência e autocuidado, promoção de saúde mental, habilidades socioemocionais, prevenção de violências e fortalecimento da cultura de paz encontram um campo fértil na parceria dos profissionais de saúde, destacando-se o PSE, com outros setores e escolas. Referência: ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). Sobre a violência contra crianças,adolescentes e jovens brasileiros. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ Cil��� Ro��� https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posiciona mentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-cri ancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/. Acesso em: 20 de nov de 2020. 4. Conhecer quais os tipos de violência e medidas preventivas de combate a violência as crianças e adolescentes; Violência Física - é o uso da força física como meio de educar. Muitos pais ou responsáveis surram seus filhos porque entendem ser um bom “corretivo”. Acreditam que o fato de terem sido educados de maneira agressiva os tornaram o que são, e assim educam, esquecendo-se das dores que tais atitudes lhes trouxeram e ainda carregam consigo. Negligência - caracteriza-se pelo descaso dos pais ou responsáveis para com as coisas que são essenciais ao desenvolvimento sadio dos filhos. É o descuido com a alimentação, saúde, higiene, vida escolar, vestuário e outros. Estes atos são praticados por pessoas de todas as classes sociais. Violência Sexual – é o ato através do qual um ou mais adultos (do mesmo sexo ou não) usam a criança ou adolescente com a finalidade de obter prazer sexual. Não é só o uso da criança ou adolescente como parceiro sexual, mas também quando os adultos estimulam e manipulam os órgãos sexuais da criança ou forçam-nas a estimular ou manipular seus órgãos sexuais. Violência Psicológica – é a violência que humilha, rejeita, fere moralmente a criança ou adolescente. Envolve a indiferença a rejeição afetiva. Pode haver o uso de frases como: “Você é burro!”, “Você é um inferno na minha vida!”, “Eu ainda vou te matar!”, assim como colocar a criança de castigo em um quarto escuro ou amedrontá-la de outras formas. Estas frases e atitudes causam danos que prejudicam o desenvolvimento psicológico e social da criança. A violência econômica e patrimonial - são todos os atos destrutivos ou omissões do(a) agressor(a) que afetam a saúde emocional e a sobrevivência dos membros da família. Inclui: roubo; destruição ou retenção de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de estimação e outros) ou de bens da sociedade conjugal (residência, móveis e utensílios domésticos, terras e outros); recusa de pagar a pensão alimentícia ou de participar nos gastos básicos para a sobrevivência do núcleo familiar; uso dos recursos econômicos da pessoa idosa, tutelada ou incapaz, destituindo-a de gerir seus próprios recursos e deixando-a sem provimentos e cuidados. Considerando que a violência doméstica é um problema de todos nós, e não é só a identificação e a notificação desta forma de violência que auxiliam na redução desta problemática, outras contribuições podem ser desenvolvidas, principalmente no tocante à prevenção. Cada profissional que atua na área da família ou da infância e adolescência poderá contribuir, de acordo com suas possibilidades. Prevenção Primária: é aquela que tenta evitar que a violência venha a acontecer. Deve ser dirigida a toda população, através dos programas de atendimento pré-natal, grupos de mães, pais, adolescentes, debates nos meios de comunicação, escolas e igrejas de todos os credos. É preciso levar a informação, orientar como uma criança deve ser cuidada e protegida. Prevenção Secundária: está voltada para grupos da população que apresentam situações de risco. Nas escolas, por exemplo, os educadores percebem nas crianças indícios de que elas podem estar sendo vítima de algum tipo de violência, tais como: comportamento agitado, agressividade ou apatia. Nas unidades de saúde, pode-se observar doenças típicas daquelas que sofrem negligência, tais como sarna, diarréia e outras. Este tipo de prevenção https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ Cil��� Ro��� age de modo a reverter e mudar a atitude agressiva através de informação e orientação. É mais eficaz em pequenos grupos para que o assunto seja bem discutido, debatido e venha provocar mudanças de atitude. Prevenção Terciária: é aquela voltada para o vitimizado e suas vítimas. Diante da violência consumada, trabalha-se para que não se repita. São casos cuja gravidade exige um tratamento contínuo e prolongado. Trata-se a criança e/ou adolescente vitimizado na tentativa de atenuar-se os danos e sequelas que a violência provoca e para que, no futuro, ela não venha vitimizar seus filhos. Referência: CRAMI (Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância). Classificação dos tipos de violência contra crianças e adolescentes e os tipos de intervenções. Disponível em: http://www.famerp.br/index.php/tipos-de-violencia. Acesso em: 20 de nov de 2020. Ministério dos Direitos Humanos. Violência contra Crianças e Adolescentes: Análise de Cenários e Propostas de Políticas Públicas. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteud o/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e- adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-poli ticas-publicas-2.pdf. Acesso em: 20 de nov de 2020. 5. Compreender a importância da notificação de violência (conhecer o sinan com relação a notificação de violência de causas externas): Segundo BRASIL (2017), “O trabalho de cada profissional que atende pessoas em situação de violência é estratégico para o fortalecimento da vigilância e da rede de atenção e proteção”. A notificação de violência é uma forma de cuidado com a vítima pois essa se encontra desamparada, com baixa autoestima, necessitando de ajuda. A notificação de violência pode ser feita por qualquer profissional de saúde, independentemente de ser confirmada ou não, uma simples suspeita já é motivo suficiente para notificar o caso. É importante o envolvimento de toda equipe e dos familiares, após o atendimento e a realização da notificação e dos encaminhamentos, o caso deve ser acompanhado pela equipe de saúde com investigação sobre o possível agressor. Pois segundo o manual citado, “O acompanhamento da vítima por profissional de saúde favorece a interlocução interinstitucional com consolidação da Rede, minimiza a vitimização, favorece o vínculo, contribui para a adesão ao tratamento, entre outros benefícios”. (GDF, 2009). Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) O Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) foi implantado pelo Ministério da Saúde em 2006, através da Portaria MS/GM nº 1.356, de 23 de junho de 2006, sendo composto por dois componentes: Vigilância de violência interpessoal e autoprovocada do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Viva/Sinan) e Vigilância de violências e acidentes em unidades sentinela de urgência e emergência (Viva Inquérito). http://www.famerp.br/index.php/tipos-de-violencia https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdfCil��� Ro��� No período de 2006 a 2008, a vigilância de violências e acidentes foi implantada em serviços de referência para violências (centros de referência para violências, centros de referência para IST/Aids, ambulatórios especializados, maternidades, entre outros). A partir de 2009, o Viva passou a compor o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, integrando a Lista de Notificação Compulsória em Unidades Sentinela. O objetivo do Viva é conhecer a magnitude e a gravidade das violências e acidentes e fornecer subsídios para definição de políticas públicas, estratégias e ações de intervenção, prevenção, atenção e proteção às pessoas em situação de violência. Vigilância Contínua (Viva/Sinan) Desde 2011, com a publicação da Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011, as notificações de violência doméstica, sexual e outras violências tornaram-se compulsórias para todos os serviços de saúde, públicos ou privados, do Brasil. Em 2014, a Portaria MS/GM nº 1.271, de 06 de junho de 2014, atualizou a lista de doenças e agravos de notificação compulsória atribuindo caráter imediato (em até 24 horas pelo meio de comunicação mais rápido) à notificação de casos de violência sexual e tentativa de suicídio para as Secretarias Municipais de Saúde. De acordo com a Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017, são objetos de notificação compulsória casos suspeitos ou confirmados de ‘Violência doméstica e/ou outras violências’, e de notificação imediata casos de ‘Violência sexual e tentativa de suicídio’. O instrutivo de notificação de violência interpessoal e autoprovocada, publicado em 2016, define como objetos de notificação. “Caso suspeito ou confirmado de violência doméstica/intrafamiliar, sexual, autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho infantil, tortura, intervenção legal e violências homofóbicas contra mulheres e homens em todas as idades. No caso de violência extrafamiliar/comunitária, somente serão objetos de notificação as violências contra crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, pessoa com deficiência, indígenas e população LGBT.” Adicionalmente à notificação à autoridade sanitária, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) determina a comunicação obrigatória de casos suspeitos e confirmados de violências contra crianças e adolescentes ao conselho tutelar. O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003) determina a comunicação obrigatória de casos suspeitos e confirmados de violência contra idosos à autoridade policial, Ministério Público ou Conselho Municipal, Estadual ou Nacional do Idoso. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 6 de julho de 2016) determina a comunicação Cil��� Ro��� obrigatória de suspeita ou confirmação de violência contra pessoa com deficiência à autoridade policial e ao Ministério Público. A Lei nº 13.931, de 10 de dezembro de 2019, determina a comunicação obrigatória de suspeita ou confirmação de violência contra mulheres à autoridade policial. Por fim, reitera-se a importância da notificação como instrumento de cuidado e garantia de direitos. A notificação se constitui como uma primeira etapa para a inclusão de pessoas em situação de violência em linhas de cuidado, a fim de prover atenção integral a essas pessoas e garantir seus direitos. Vigilância sentinela (Viva Inquérito) O Viva Inquérito tem os objetivos de descrever o perfil das vítimas de violências (interpessoais ou autoprovocadas) e dos acidentes (trânsito, quedas, queimaduras, dentre outros) atendidas em unidades de urgência e emergência selecionadas, identificar fatores de risco e de proteção associados à ocorrência de violências e acidentes e propor medidas específicas de vigilância e prevenção de violências e acidentes e de promoção da saúde e cultura da paz. Atualmente a pesquisa está em sua sexta edição, tendo sido realizada nos anos de 2006, 2007, 2009, 2011, 2014 e 2017. No ano de 2006, a pesquisa foi realizada em 65 serviços selecionados de 34 municípios e no Distrito Federal, abrangendo 23 unidades da Federação, totalizando 46.795 atendimentos registrados. Em 2017, a pesquisa foi realizada em 23 capitais, no Distrito Federal e 13 municípios selecionados, totalizando 121 serviços sentinelas de urgência e emergência. Trata-se de uma pesquisa transversal por amostragem, realizada em serviços sentinela de urgência e emergência selecionados intencionalmente. São coletados dados de todos os atendimentos por violências e acidentes realizados nos serviços participantes em turnos diurnos e noturnos de 12 horas de duração distribuídos aleatoriamente ao longo de um período de 30 dias. Os atendimentos são classificados em dois grupos: violências e acidentes. Define-se como violência “o uso da força contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. Acidentes são definidos como “eventos não intencionais e evitáveis, causadores de lesões físicas e emocionais, no âmbito doméstico ou social como trabalho, escola, esporte e lazer”. Foram consideradas as definições constantes da décima revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde (CID –10), referentes ao capítulo XX – Causas externas de morbidade e mortalidade. Entre os eventos de causas acidentais, foram incluídos: acidentes de transporte, quedas, queimaduras e demais eventos acidentais, como cortes com objetos perfuro cortantes, queda de objetos sobre pessoa, envenenamento acidental, sufocação, afogamento entre outros. Os eventos violentos foram classificados em lesões autoprovocadas voluntariamente/tentativa de suicídio, agressões, maus-tratos e intervenção legal. Referência: SILVA, M. C. M.; A importância da notificação de violência no sistema de notificação de agravos de notificação. Floriano, PI. 2018. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/1466 2/1/11-MARIJANY%20TCC.pdf. Acesso em: 20 de nov de 2020. SINAN (Sistema de Informação de Agravo de Notificação). Violência Interpessoal/Autoprovocada. Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/violencia-interpesso al-autoprovocada. Acesso em: 20 de nov de 2020. 6. Compreender sobre as vulnerabilidades à violência https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/14662/1/11-MARIJANY%20TCC.pdf https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/14662/1/11-MARIJANY%20TCC.pdf http://portalsinan.saude.gov.br/violencia-interpessoal-autoprovocada http://portalsinan.saude.gov.br/violencia-interpessoal-autoprovocada Cil��� Ro��� contra criança e adolescente (Definições): A vulnerabilidade social é uma condição de fragilidade material ou moral de indivíduos ou grupos diante de riscos produzidos pelo contexto econômico-social. Está relacionada a processos de exclusão social, discriminação e violação de direitos desses grupos ou indivíduos, em decorrência do seu nível de renda, educação, saúde, localização geográfica, dentre outros (MONTEIRO 2011, XIMENES, 2010). Em linhas gerais, uma pessoa está em vulnerabilidade social quando ela apresenta sinais de desnutrição, condições precárias de moradia e saneamento, não possui família, não possui emprego, dentre outros, e esses fatores compõem um quadro de risco social, ou seja, é um cidadão, mas ele não tem os mesmos direitos e deveres dos demais. A pessoa que está nesse contexto torna-se um “excluído”, que ocorre quando indivíduos são impossibilitados de partilhar dos bens e recursos oferecidos pela sociedade, fazendo com que essa pessoa seja abandonada e expulsa dos espaços da sociedade.. Crianças e adolescentes são as principais vítimas da violência e, por conseguinte, estão em constante risco social. Portanto, importante contextualizar de forma resumida o processo de desenvolvimento da criança e do adolescente. De acordo com o artigo 2° do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criança é a pessoa com até 12 anos incompletos. A legislação brasileira e a Organizaçãodas Nações Unidas (ONU) reconhecem a criança como pessoa em condição peculiar de desenvolvimento, que deve ser tratada como sujeito de direitos legítimos e indivisíveis e que demanda atenção prioritária por parte da sociedade, da família e do Estado. O desenvolvimento da criança implica uma série de aprendizagens que serão essenciais para a sua formação, mais tarde, como adulto. Durante os primeiros anos de vida, a criança deve, para além de despertar os sentidos, desenvolver a sua linguagem para depois aprender a ler e escrever. Com o tempo, a criança passa a ser educada na escola onde adquire os conhecimentos que a sociedade considera imprescindíveis para a formação das pessoas. Neste processo educativo, a criança assimila os valores da sua cultura e a concepção vigente da moral e a ética. Referência: Ministério dos Direitos Humanos. Violência contra Crianças e Adolescentes: Análise de Cenários e Propostas de Políticas Públicas. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteud o/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e- adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-poli ticas-publicas-2.pdf. Acesso em: 20 de nov de 2020. 7. Conhecer o perfil epidemiologico contra criança e adolescente e o trabalho infantil: As violências e os acidentes são as maiores causas das mortes de crianças, adolescentes e jovens de 1 a 19 anos, no Brasil. Entre essas chamadas causas externas, as agressões são as que mais matam crianças e adolescentes, a partir dos 10 anos. O suicídio (a violência contra si mesmo) tornou-se a terceira maior causa das mortes de nossos adolescentes e jovens, entre 15 e 25 anos. A violência é ainda mais letal contra o sexo masculino, os homicídios são a causa da metade dos óbitos de rapazes de 15 a 19 anos. E ao se fazer o recorte de raça da taxa de homicídios, verificamos o extermínio da juventude negra. Não à toa aparecemos como a quinta nação mais violenta do mundo, com taxa de homicídio maior do que a de países em guerra. A violência mais atendida nas unidades de saúde, contra crianças e adolescentes de 0 a 13 https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf Cil��� Ro��� anos, é o estupro, que ocorre na própria casa da vítima em 58% dos casos. Entre aqueles com 10 a 19 anos, a violência sexual é igualmente a mais sofrida, na maioria contra as meninas. Os agressores são na maior parte os próprios pais, padrastos, familiares, namorados ou pessoas conhecidas das vítimas. Dados mundiais assemelham-se, 90% das adolescentes de diversas nacionalidades, vítimas de violência sexual, denunciam que o autor da primeira violação era alguém próximo ou conhecido. Infelizmente, apenas 1% delas procura ajuda profissional após o estupro pelo medo da rejeição social e familiar, e pelas ameaças sofridas pelo agressor. O terror aprofunda-se com a repetição do estupro em 38% dos casos, podendo-se prorrogar por torturantes longos períodos, quando praticada por familiares ou outros conhecidos. As consequências vão desde distúrbios emocionais, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez não desejada, até a morte da adolescente, que tira sua própria vida ou falece na tentativa de um aborto clandestino. Além do abuso sexual, a violência contra crianças e adolescentes abrange os maus-tratos físicos e emocionais e a negligência. No mundo, e possivelmente no Brasil, há uma média de uma em cada quatro crianças vítima de maus tratos físicos, segundo a Organização Mundial da Saúde. À medida que as crianças crescem, também se tornam comuns a violência entre colegas e a violência nas relações íntimas — bullying, brigas, violência sexual e agressão, muitas vezes com armas de fogo e armas brancas. TRABALHO INFANTIL: Após uma trajetória consistente de redução do trabalho infantil, em 2014, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad/IBGE) apontaram o contingente de 3,31 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 17 anos trabalhando no país, indicando um preocupante aumento no número de crianças e adolescentes submetidos ao trabalho (143.540 a mais que os dados de 2013). A edição de 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) constatou uma redução de 659 mil crianças e adolescentes ocupados em relação ao ano de 2014. Verificou-se tal redução no grupo etário de 10 a 17 anos, enquanto houve aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos ocupadas. Mais de 60% das 2,6 milhões de crianças e adolescentes ocupados se encontram nas regiões Nordeste e Sudeste, as mais populosas do país, sendo que, proporcionalmente, a Região Sul lidera a concentração de crianças e adolescentes nessa condição. A análise mais atenta dos dados aponta para uma especificidade que requer um olhar prioritário e estratégico, que é o trabalho infantil na agricultura. É possível perceber que o trabalho especificamente agrícola se concentra entre as crianças mais novas (entre 5 e 9 anos), enquanto o contrário sucede no grupo de 15 a 17 anos. A erradicação do trabalho infantil foi incluída como uma das metas do ODS 8 – Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos. O texto da meta 8.7 diz que os países devem “tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna e o tráfico de pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores formas de trabalho infantil, incluindo recrutamento e utilização de crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em todas as suas formas” O cenário atual nos mostra que ainda temos um longo caminho pela frente. Entretanto, é fundamental revisarmos as nossas estratégias para diagnosticar e propor soluções e políticas públicas voltadas para o novo perfil do trabalho infantil que emerge após anos consecutivos de redução do indicador. Este breve estudo busca trazer luz para o fenômeno do trabalho infantil na agricultura e com ele esperamos contribuir para que o Brasil seja, até 2025, um país livre do trabalho infantil. Cil��� Ro��� Referência: ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). Sobre a violência contra crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posiciona mentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-cri ancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/. Acesso em: 20 de nov de 2020. FUNDAÇÃO ABRINQ. O trabalho infantil no Brasil. Disponível em: https://www.fadc.org.br/sites/default/files/2019-08 /trabalho-infantil-no-brasil.pdf. Acesso em: 20 de nov de 2020. 8. Conhecer sobre os fatores que estão relacionados com o aumento da violência contra crianças e adolescentes: A suspensão das aulas presenciais durante a pandemia intensificou as situações de violência contra crianças e adolescentes, que agora precisam conviver mais tempo com seu agressor. Esses episódios são acentuados pelo fato de as famílias estarem sofrendo com a queda na renda, desemprego, sobrecarga com tarefas de casa e filhos. Resultando, também, em um maior consumo de álcool. Vale lembrar que grande parte dos domicílios brasileiros são pequenos e acomodam várias pessoas. O que gera maior tensão entre os membros da família, se transformando, muitas vezes, em abusos físicos e psicológicos. A violência sexual contra crianças e adolescentes apresenta causas múltiplas e complexas. Ela está relacionada com questões sociais,econômicas e culturais e deve ser analisada com cuidado e critério levando em conta as diferentes variáveis para o abuso e a exploração sexual. Além das causas diversas, existem também contextos em que o problema se insere que podem agravá-lo ou dificultar o seu enfrentamento. Os fatores indutores da violência sexual precisam ser combinados com grupos sociais e culturais, momentos históricos e características econômicas. Isolado, um fator como a pobreza não deve ser considerado indutor da violência. Os fatores culturais também têm um peso importante quando falamos de violência sexual contra crianças e adolescentes. E neste universo entra a questão de gênero, os rituais sobre iniciação sexual, tradições de grupos específicos, um forte apelo ao consumo, erotização infantil, entre outras coisas. Referência: PORTABILIS. O aumento da violência contra crianças e adolescentes durante a pandemia e o que fazer para combatê-la?. Disponível em: https://blog.portabilis.com.br/o-aumento-da-violenc ia-contra-criancas-e-adolescentes-durante-a-pandem ia-e-o-que-fazer-para-combate-la/. Acesso em: 20 de nov de 2020. CHILDHOOD. Causas da violência sexual contra crianças e adolescentes. Disponível em: https://www.childhood.org.br/causas-da-violencia-s exual-contra-criancas-e-adolescentes. Acesso em: 20 de nov de 2020. 9. Descrever as principais causas de acidentes de crianças e adolescentes: No estudo houve a predominância do sexo masculino com 1.512 casos (62,5%), seguidos de 909 (37,5%) do feminino. O tipo de acidente mais frequente foi queda, (48,7%), seguidos de acidentes por contato com objetos (16,5%) e acidente não identificado com lesão indefinida (10,6%). Nota-se, a prevalência do sexo masculino em mordeduras (77,7%), atropelamento (75,0%), intoxicação exógena (72,7%), choques físicos (72,2%), picadas de https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/sobre-a-violencia-contra-criancas-adolescentes-e-jovens-brasileiros/40061/ https://www.fadc.org.br/sites/default/files/2019-08/trabalho-infantil-no-brasil.pdf https://www.fadc.org.br/sites/default/files/2019-08/trabalho-infantil-no-brasil.pdf https://blog.portabilis.com.br/o-aumento-da-violencia-contra-criancas-e-adolescentes-durante-a-pandemia-e-o-que-fazer-para-combate-la/ https://blog.portabilis.com.br/o-aumento-da-violencia-contra-criancas-e-adolescentes-durante-a-pandemia-e-o-que-fazer-para-combate-la/ https://blog.portabilis.com.br/o-aumento-da-violencia-contra-criancas-e-adolescentes-durante-a-pandemia-e-o-que-fazer-para-combate-la/ https://www.childhood.org.br/causas-da-violencia-sexual-contra-criancas-e-adolescentes https://www.childhood.org.br/causas-da-violencia-sexual-contra-criancas-e-adolescentes Cil��� Ro��� animais (66,7%), acidente não identificado com lesão indefinida (65,4%), contato com objetos (65,0%), quedas (60,9%), corpo estranho (56,1%), colisão (54,3%) e acidente não identificado com lesão entorse (53,3%). Observa-se que os casos de queimaduras (50,0%), intoxicação (66,7%), ingestão ou introdução de corpo estranho (55,3%) e em outros acidentes (62,9%) ocorreram predominantemente na faixa etária de 1 a 4 anos. Enquanto a queda (27,4%), choque físico (44,4%), mordedura (38,4%) e picada de animais (50,0%) foram em crianças de 5 a 9 anos. Em crianças menores de um ano, e nas de um a quatro anos, a maioria tiveram o segmento cefálico atingido, correspondendo a 75,0% e 34,0% respectivamente. Enquanto que nas crianças de cinco a nove anos (28,2% e 23,6%) e nos adolescentes de 10 a 13 anos (35,7% e 30,8%) os membros superiores e inferiores foram respectivamente os mais acometidos. Referência: FILÓCOMO, F. R. F. et al.; Perfil dos acidentes na infância e adolescência atendidos em um hospital público. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ape/v30n3/1982-0194-ap e-30-03-0287.pdf. Acesso em: 22 de nov de 2020. https://www.scielo.br/pdf/ape/v30n3/1982-0194-ape-30-03-0287.pdf https://www.scielo.br/pdf/ape/v30n3/1982-0194-ape-30-03-0287.pdf
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