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Fígado e Vesícula biliar APG 06 S15P1

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Fígado e Vesícula biliar
· 
· ANATOMIA, HISTOLOGIA E FISIOLOGIA DO FÍGADO E DA VESÍCULA BILIAR 
O fígado é a glândula mais pesada do corpo humano. Ele encontra-se inferior ao diafragma; ocupa maior parte do hipocôndrio direito e parte das regiões epigástricas da cavidade abdominopélvica. A vesícula biliar é um saco em forma de pera que está localizado em uma depressão da face posterior do fígado. Mede de 7 a 10 cm de comprimento e normalmente pende da margem inferior anterior do fígado.
-Anatomia:
O fígado é quase todo recoberto pelo peritônio visceral e é completamente coberto por uma camada de tecido conjuntivo denso irregular que se encontra profundamente ao peritônio. O fígado é dividido em dois lobos principais pelo ligamento falciforme (prega de mesentério), um lobo hepático direito e um lobo hepático esquerdo menor. 
O lobo direito, segundo alguns anatomistas, inclui o lobo quadrado inferior e o lobo caudado posterior, de acordo com a morfologia interna (principalmente a distribuição dos vasos sanguíneos). Outras anatomistas consideram que esses dois lobos pertencem de forma mais apropriada ao esquerdo. O ligamento falciforme se estende da face inferior do diafragma entre os dois lobos principais do fígado até o seu aspecto superior, ajudando a suspendê-lo na cavidade abdominal. 
As partes da vesícula biliar incluem o amplo fundo da vesícula biliar, que se projeta inferiormente além da margem inferior do fígado; o corpo da vesícula biliar, parte central; e o colo da vesícula biliar, a parte afunilada. O corpo e o colo se projetam superiormente. 
-Histologia 
Histologicamente o fígado é composto por vários componentes. Os hepatócitos são as principais células funcionais do fígado e realizam uma grande variedade de funções metabólicas, secretoras e endócrinas. São células especializadas que compõem aproximadamente 80% do volume do fígado. Os hepatócitos formam arranjos tridimensionais complexos denominados lâminas hepáticas. As lâminas hepáticas são placas de hepatócitos de uma célula de espessura limitada em ambos os lados por espaços vasculares revestidos por células endoteliais chamados sinusoides hepáticos. 
Os sulcos nas membranas celulares entre hepatócitos vizinhos fornecem espaços para os canalículos. Os canalículos de bile são pequenos ductos entre os hepatócitos que coletam a bile produzida pelos hepatócitos. Dos canalículos de bile, a bile passa para os dúctulos biliares, e em seguida, para os ductos biliares. Os ductos biliares se unem e por fim formam os ductos hepáticos esquerdo e direito, que são maiores, se unem e saem do fígado como ducto hepático comum. O ducto hepático comum junta-se ao ducto cístico da vesícula biliar para formar o ducto colédoco, por onde a bile entra no duodeno para participar da digestão. 
Os sinusoides hepáticos são capilares sanguíneos altamente permeáveis entre fileiras de hepatócitos que recebem sangue oxigenado de ramos da artéria hepática e sangue venoso rico em nutrientes de ramos da veia porta do fígado (traz sangue venoso dos órgãos grastrointestinais e baço para o fígado). Os sinusoides hepáticos convergem e entregam sangue a uma veia central. 
A partir das veias centrais, o sangue flui para as veias hepáticas que drenam para a veia cava inferior. A bile flui na direção oposta à do sangue. Nos sinusoides também estão presentes fagócitos fixos chamados células estreladas do fígado, que destroem eritrócitos e leucócitos envelhecidos, bactérias e outros materiais estranhos do sangue venoso que drena do canal alimentar. 
 
Juntos, o ducto biliar, um ramo da artéria hepática e um ramo da veia hepática são chamados tríade portal. 
 
 
Os hepatócitos, os sistemas de ductos biliares e os sinusoides hepáticos podem ser organizados em unidades anatômicas e funcionais de três maneiras diferentes: Lóbulo hepático, lóbulo portal e ácino hepático. 
O lóbulo hepático tem estrutura de um hexágono e no seu centro está a veia central, e irradiando para fora dele estão fileiras de hepatócitos e sinusoides hepáticos, localizado nos três cantos do hexágono está a tríade portal. 
O lóbulo portal enfatiza a função exócrina do fígado, isto é a secreção biliar. No seu centro localiza-se o ducto biliar de uma tríade portal. Ele tem uma forma triangular e é definido por três linhas retas imaginárias que ligam três veias centrais que estão mais próximas à tríade portal. 
Ácino hepático é a estrutura com maior aceitação. Cada ácino é uma massa ligeiramente oval que inclui partes dos dois lobos hepáticos vizinhos. O eixo curto do ácino hepático é definido por ramos da tríade portal, que correm ao longo da margem dos lóbulos hepáticos. O eixo longo é definido por duas linhas curvas imaginárias, que ligam duas veias centrais mais próximas ao eixo curto. 
Os hepatócitos do ácino hepático estão dispostos em três zonas ao redor do eixo curto, sem
fronteiras nítidas entre eles. O ácino hepático é menor unidade estrutural e funcional do fígado. Proporciona uma descrição e interpretação de padrões lógicos de armazenamento e liberação de glicogênio e efeitos tóxicos, degeneração e regeneração em relação à proximidade das zonas acinares com os ramos da tríade portal.
A túnica mucosa da vesícula biliar é composta por epitélio colunar simples disposto em pregas semelhantes às do estômago. A parede da vesícula biliar necessita de uma túnica submucosa. A túnica muscular média da parede é constituída por fibras de músculo liso, e sua contração ejeta o conteúdo da vesícula biliar para dentro do ducto cístico. O revestimento exterior da vesícula é o peritônio visceral. 
As funções da vesícula são armazenar e concentrar a bile produzida pelo fígado até que ela seja necessária no intestino delgado durante a digestão dos lipídeos. No processo de concentração, a túnica mucosa da vesícula biliar absorve água e íons. 
O fígado é revestido por uma capsula delgada de tecido denso não modelado, a capsula de Glisson. O tecido da capsula se estende para o parênquima hepático onde se observa os lóbulos hepáticos. Na periferia dos lóbulos existe uma massa de tecido conjuntivo denominada espaço de porta, que apresenta a tríade portal e vasos linfáticos. 
-Suprimento sanguíneo para o fígado: 
O fígado recebe vasos sanguíneos proveniente de duas fontes. Pela artéria hepática obtém sangue oxigenado e pela veia porta do fígado recebe sangue venoso contendo nutrientes recém-absorvidos, fármacos e possivelmente microrganismos e toxinas do canal alimentar. Ramos tanto da artéria hepática como da veia porta levam sangue para os vasos sinusoides hepáticos, onde o oxigênio, a maior parte dos nutrientes e substâncias tóxicas são absorvidas pelos hepatócitos. 
Os produtos dos hepatócitos e os nutrientes necessários por outras células são secretados de volta para o sangue, que então drena para veia central e por fim para uma veia hepática. Como o sangue do canal alimentar passa pelo o fígado como parte da circulação porta hepática, ele é frequentemente o local em que se desenvolve metástases de câncer originas no canal alimentar. 
-Fisiologia do fígado e da vesícula biliar: 
Metabolismo de proteínas: Os hepatócitos desaminam os aminoácidos, de modo que eles possam ser usados para produção de proteínas ou convertidos em carboidratos e gorduras. A amônia resultante é convertida em ureia, que é menos tóxica e armazenada na urina. 
Metabolismo dos carboidratos: O fígado é especialmente importante na manutenção de um nível normal de glicose no sangue. Quando a glicose está baixa o fígado cliva o glicogênio em glicose que será liberada para a corrente sanguínea. O fígado também pode converter alguns aminoácidos, outros açucares e ácido lático em glicose. Logo após as refeições quando a glicose tá alta, ele pode fazer a engenharia reversa e converter glicose em glicogênio que será armazenado junto com os triglicerídeos. 
Metabolismo de lipídios: Os hepatócitos armazenam alguns triglicerídeos; clivam ácidos graxos para gerarATP; sintetizam lipoproteínas, que transportam ácidos graxos, triglicerídeos e colesterol de uma célula para outra. Eles sintetizam colesterol e utilizam-no para produzir sais biliares. 
Processamento de fármacos e hormônios: O fígado desintoxica substâncias, como álcool etílico, e excreta medicamentos como a penicilina, a eritromicina e as sulfonamidas na bile. Ele também pode alterar quimicamente ou excretar hormônios tireóideos e esteroides, como estrogênio e aldosterona. 
Síntese de sais biliares: Os sais biliares são utilizados no intestino delgado durante a emulsão e absorção de lipídeos. 
Armazenamento: Além do glicogênio, o fígado é o principal local de armazenamento de determinadas vitaminas (A, B12, D, E e K), minerais (Ferro e cobre), que são liberadas do fígado quando necessárias em outras regiões. 
Excreção de bilirrubina: A bilirrubina derivada do grupo heme de eritrócitos envelhecidos é absorvido pelo fígado a partir do sangue e secretada na bile. A maior parte da bilirrubina da bile é metabolizada no intestino delgado por bactérias e eliminadas nas fezes. 
Ativação de vitamina D e produção da bile. 
· Relação entre fígado e vesícula biliar, bile.
Os hepatócitos secretam diariamente de 800 a 1000 ml de bile, um líquido amarelo, marrom ou verde oliva. Ele possui PH entre 7,6 e 8,6 e é constituído principalmente por água, sais biliares, colesterol, um fosfolipídio chamado lecitina, pigmentos biliares, principalmente a bilirrubina e vários íons.
 A fagocitose dos eritrócitos envelhecidos libera ferro, globina e bilirrubina (derivada do grupo heme). O ferro e a globina são reciclados; a bilirrubina é secretada na bile e por fim decomposta no intestino. Um dos produtos da sua degradação, a estercobilina, dá a suas fezes coloração marrom escura. 
A bile é parcialmente um produto de excreção e parcialmente uma secreção digestória. Os sais biliares, que são sais se sódio e sais de potássio dos ácidos biliares. Eles desempenham papel importante na emulsificação, em que há a fragmentação de grandes glóbulos lipídicos em uma suspensão de pequenos glóbulos lipídicos. Os pequenos glóbulos lipídicos apresentam uma área de superfície muito grande, o que possibilita com que a lipase pancreática realize mais rapidamente a digestão de triglicerídeos. Os sais biliares também ajudam na absorção de lipídeos após a sua digestão.
Os hepatócitos aumentam sua produção e secreção durante a digestão e absorção de nutrientes no intestino delgado. Entre as refeições depois que ocorre a maior parte da absorção no intestino delgado, a bile flui para dentro da vesícula biliar onde será armazenada, porque o músculo do esfíncter da ampola hepatopancreática fecha a entrada para o duodeno. 
· Lipídios 
Os lipídios ou gorduras são moléculas orgânicas, as quais constituem cerca de 18 a 25% da composição corporal de um adulto magro normal. Eles são formados carbono, hidrogênio e oxigênio. Em sua maioria são insolúveis em solventes polares como a água.; eles são hidrofóbicos. 
Como são hidrofóbicos, apenas os menores lipídios conseguem se dissolver no plasma sanguíneo aquoso. Alguns outros lipídios para se tornarem mais solúveis se unem a proteínas hidrofílicas. Os complexos resultantes são denominados lipoproteínas. 
As várias famílias de lipídios incluem os ácidos graxos, os triglicerídeos, os fosfolipídios, os esteroides, os eicosanoides e uma variedade de outras substâncias como as vitaminas lipossolúveis (Vitaminas A, D, K e E) e as lipoproteínas. 
· Ácidos graxos: 
Moléculas mais simples utilizadas na produção de triglicerídeos e fosfolipídios. Eles podem ser catabolizados para a formação de ATP. Um ácido graxo consiste em um grupo carboxila e em uma cadeia de hidrocarboneto. Os ácidos graxos podem ser saturados ou insaturados. Os ácidos graxos podem ainda ser classificados em monoinsaturados ou poli-insaturados, dependendo do número de dupla ligações na estrutura. 
Há um grupo de ácidos graxos essenciais para a saúde humana. Entretanto, eles não são produzidos pelo corpo humano e devem ser obtidos a partir de alimentos ou suplementos. Entre os mais importantes estão os ácidos graxos ômega-3, ômega 6 e CIS.
O ômega-3 e o ômega-6 são ácidos graxos poli-insaturados. Eles protegem contra cardiopatias e AVC. Isso ocorre porque diminuem o colesterol total; além disso diminuem a perda óssea por aumentarem a utilização do cálcio pelo corpo; reduzem sintomas de artrite; promovem a cicatrização, diminuem certos distúrbios da pele e melhoram as funções mentais. 
· Triglicerídeos: 
São os lipídeos mais abundantes no corpo e na dieta, também conhecidos como triacilgliceróis. Um triglicerídeo consiste em dois tipos de unidades constituintes: Uma única molécula de glicerol e três de ácido graxo. Uma molécula de glicerol de três carbonos forma o arcabouço do triglicerídeo e três ácidos graxos estão ligados a ela. 
Eles podem ser obtidos sólidos ou líquidos a temperatura ambiente. Uma gordura é um triglicerídeo que é solido à temperatura ambiente, com ácidos graxos principalmente saturadas. Já o óleo é um triglicerídeo que é líquido a temperatura ambiente, com ácidos graxos principalmente insaturados. 
Os triglicerídeos são o modo mais concentrado de energia química do corpo. Nossa capacidade de armazenamento desses lipídeos no tecido adiposo é praticamente ilimitada.
· Fosfolipídios 
Os fosfolipídios têm um arcabouço de glicerol e duas cadeias de ácido graxo ligadas aos dois primeiros carbonos. Na terceira posição, entretanto, um grupo fosfato (PO43-) liga ao arcabouço um pequeno grupo com carga elétrica que em geral contém nitrogênio. Isso faz com que tenham uma parte polar e outra apolar, por isso recebem o nome de anfipática. Eles se organizam em uma camada dupla que forma a membrana celular. 
· Esteroides: 
Os esteroides possuem quatro anéis de átomos de carbono. As células do corpo sintetizam outros esteroides a partir do colesterol, que tem uma região polar grande formada por 4 anéis e uma cauda de hidrocarboneto. No corpo, os esteroides encontrados comumente, como colesterol, testosterona, estrogênios, cortisol, sais biliares e vitamina D, são chamados esteróis. Eles são levemente anfipáticos.
O colesterol é necessário para estrutura da membrana celular; os estrógenos e a testosterona são necessários para regulação das funções sexuais; o cortisol é necessário para manutenção normal de níveis de açúcar no sangue; os sais biliares estão ligados ao processo digestivo e a absorção de lipídios, e a vitamina D está relacionada com o crescimento ósseo. 
· Outros lipídios
Os eicosanoides são lipídios derivados de um ácido graxo com 20 carbonos chamados ácido araquidônico. As duas subclasses principais de eicosanoides são as prostaglandinas, que atuam modificando respostas hormonais, contribuído para resposta inflamatória, prevenindo úlceras gástricas, dilatando as vias respiratórias dos pulmões, regulando a temperatura corporal e influenciando a formação de coágulos sanguíneos, e os leucotrienos.
· Metabolismo dos lipídios: 
Como não são solúveis em água, para que possam ser transportados na corrente sanguínea, os lipídios se combinam com proteínas (lipoproteínas), produzidas no fígado e no intestino.
As quatro classes de lipoproteínas são: Quilomícrons, lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e as lipoproteínas de lata densidade (HDL).
Os quilomícrons são formados nas células epiteliais da túnica mucosa do intestino delgado. Eles transportam lipídeos da dieta para serem armazenados no tecido adiposo. Conforme saem do sangue e circulam pelos capilares do tecido adiposo, uma das suas apoproteínas, a apo C-2, ativa a lipase endotelial de lipoproteínas, uma enzima que remove os ácidos graxos dos triglicerídeos dos quilomícrons. Esses ácidos graxos livres são captados pelos adipócitos para síntese e armazenamento de triglicerídeos e pelas células musculares para geração de ATP. 
As VLDL, que são formadas pelos hepatócitos, contém principalmente lipídios endógenos. Elas transportam ostriglicerídeos sintetizados nos hepatócitos para serem armazenados pelos adipócitos. Elas perdem seus triglicerídeos conforme sua apo C-2 ativa a lipase endotelial de lipoproteínas e os ácidos graxos resultantes são capitados pelos adipócitos e pelas células musculares do fígado para geração de ATP. Após depositarem seu conteúdo nos adipócitos, elas são convertidas em LDL. 
As LDL levam cerca de 75% do colesterol total do sangue e o entregam às células em todo corpo para que seja utilizado no reparo das membranas celulares e na síntese de hormônios esteroides e sais biliares. Elas contêm uma única apoproteína, a apo B100, que se liga aos receptores de LDL nas membranas plasmáticas das células do corpo de modo que a LDL possa entrar na célula. Dentro das células, a LDL é clivada e o colesterol é liberado. Quando em excesso, as LDL depositam colesterol dentro e ao redor das artérias, formando placas de gordura que podem evoluir para uma aterosclerose. Conhecido como mau colesterol.
Já as HDL removem o excesso de colesterol do sangue e das células do corpo, e o transporta para o fígado para que seja eliminado. Como a HDL evita o acúmulo de colesterol no sangue, um nível alto de HDL está associado a um menor risco de doença da artéria coronariana. O HDL é conhecido como bom colesterol.
Existem duas fontes de colesterol para o corpo. Uma parte está presente nos alimentos, porém a maior parte dele é sintetizado pelos hepatócitos. Os alimentos gordurosos que não contêm colesterol ainda assim podem aumentar drasticamente os níveis de colesterol sanguíneo de dois modos: Através do estímulo da reabsorção da bile contendo colesterol de volta para o sangue; e quando as gorduras saturadas são quebradas no corpo, sendo alguns dos seus produtos utilizados para produção do colesterol pelos hepatócitos. 
Assim como os carboidratos, os lipídios podem ser usados para produção de ATP. Contudo, se não têm necessidade imediata do seu uso, eles são armazenados no tecido adiposo espalhados pelo corpo e no fígado. Alguns lipídeos são utilizados como moléculas estruturais ou para síntese de outras substâncias essenciais. 
-Catabolismo dos lipídios: 
Para que os ácidos graxos, presentes nos triglicerídeos sejam utilizados para produção de ATP eles devem primeiro serem separados do glicerol, em um processo denominado lipólise, catalisado pelas enzimas lipases. 
A epinefrina e norepinefrina aumentam a decomposição dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. Esses hormônios são liberados quando aumenta o tônus simpático, como ocorre por exemplo durante o exercício. Outros hormônios lipoproteicos incluem o cortisol, hormônios tireoidianos e fatores de crescimento insulina-símiles. 
O glicerol e os ácidos graxos resultantes da lipólise são catabolizados por vias diferentes. O glicerol é convertido por muitas células do corpo em gliceraldeído 3-fosfato, um dos compostos formados durante o catabolismo da glicose. Se a quantidade de ATP for alta nas células, o gliceraldeído 3-fosfato é convertido em glicose, processo denominada gliconeogênese. Se a quantidade de ATP é baixa o gliceraldeído 3-fosfato entra na via catabólica e se torna ácido pirúvico. 
Os ácidos graxos são catabolizados de modo diferente e geram mais ATP. O primeiro estágio é uma série de reações denominadas coletivamente de betaoxidação, que ocorre na matriz mitocondrial. As enzimas removem dois átomos de carbono da longa cadeia de átomos de carbono do ácido graxo de cada vez e ligam o fragmento com dois carbonos à coenzima A, formando acetil CoA. A acetil CoA então entra no ciclo de Krebs.
Como parte do catabolismo normal dos ácidos graxos, os hepatócitos podem retirar duas moléculas de acetil CoA de uma vez e condensá-las, formando ácido acetoacético. Essa reação libera a porção CoA, que não consegue se difundir para fora das células. Uma parte do ácido acetoacético é convertida em ácido beta-hidroxibutírico e em acetona. A formação dessas três substâncias, conhecidas coletivamente como corpos cetônicos, é chamada de cetogênese.
Outras células captam o ácido acetoacético e ligam seus quatro carbonos a duas moléculas de coenzima A, formando duas moléculas de acetil CoA, que podem entrar no ciclo de Krebs para serem oxidadas. O músculo cardíaco e o córtex (porção externa) dos rins usam o ácido acetoacético em detrimento da glicose para a geração de ATP.
-Anabolismo de lipídios
Os hepatócitos ou adipócitos conseguem sintetizar lipídios a partir da glicose ou de aminoácidos por intermédio da lipogênese, que é estimulada pela insulina. A lipogênese ocorre quando os indivíduos consomem mais calorias que o necessário para satisfação de suas necessidades de ATP. 
Alguns aminoácidos podem sofrer as seguintes reações: aminoácidos → acetil CoA → ácidos graxos → triglicerídios. O uso de glicose para a formação de lipídios ocorre por duas vias: glicose 
→ gliceraldeído 3-fosfato → glicerol e (2) glicose → gliceraldeído 3-fosfato → acetil CoA → ácidos graxos. O glicerol e os ácidos graxos resultante podem sofrer reações anabólicas e se tornarem triglicerídios armazenados ou podem passar por uma série de reações anabólicas para a produção de outros lipídios como lipoproteínas, fosfolipídios e colesterol.
· Funcionamento do organismo após a retirada da vesícula 
Após a remoção da vesícula, o corpo fica sem um órgão para armazenar a bile, sendo assim, o fígado irá liberá-la diretamente no intestino delgado para digerir os alimentos. Entretanto, se for ingerida uma grande quantidade de gordura ou alimentos ricos em fibras, o corpo terá mais dificuldades para digerir, o que costuma provocar gases, inchaço e pode levar a diarreia. Vale lembrar que essas alterações ocorrem apenas em uma pequena parcela dos pacientes operados.
Para evitar essas alterações são necessárias algumas adequações na dieta: limitar o consumo de gordura; ingestão de pequenas porções ao longo do dia; reduzir o consumo de fibras e evitar alimentos que contenham cafeína.

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