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Laísa Dinelli Schiaveto NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO ANATOMIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO As vias aéreas, do nariz aos brônquios terminais, são um trajeto para o transporte a troca de oxigênio e dióxido de carbono. Elas de dividem em superior e inferior. A via aérea superior é composta pelo nariz, faringe, laringe e epiglote. Suas funções principais incluem aquecer, filtrar e umidificar o ar inspirado. Já, a via aérea inferior, conhecida como árvore traquebrônquica, inclui a traqueia, os brônquios principais esquerdo e direito, os brônquios segmentares e os bronquíolos terminais. Suas funções principais são a condução de ar, a depuração mucociliar e a produção de surfactante pulmonar. Além disso, as vias aéreas são revestidas de muco, que aprisiona células, partículas e resíduos infecciosos. Essa cobertura de muco também ajuda a proteger os tecidos subjacentes contra irritação e infecção. Os cílios, projeções microscópicas capilares, impulsionam o material preso e o muco acompanhante para as vias aéreas superiores, para que possam ser removidos pela tosse. A remoção é facilitada quando o muco tem consistência aquosa. Para tanto, a ingestão adequada de líquidos é fundamental. Ademais, o muco costuma estar presente no trato respiratório e ele é ainda necessário à ação ciliar. Os pulmões, principais órgãos da respiração, localizam- se nos lados direito e esquerdo da cavidade torácica. Eles vão da base, no nível do diafragma, ao ápice (porção superior), que está acima da primeira costela. O coração localiza-se entre os dois pulmões. Cada pulmão divide-se em lobos. O direito tem três lobos e o esquerdo tem dois. Cada lobo é subdividido em segmentos ou lóbulos. O pulmão direito tem dez segmentos broncopulmonares e o esquerdo tem oito. O brônquio principal ramifica-se para cada pulmão a partir da traqueia. Imediatamente, subdivide-se em brônquios secundários, um em cada lobo. Os brônquios subdividem-se novamente e mais uma vez, ficando cada vez menores, quando chegam aos pulmões, em ramificações. Os menores ramos são os bronquíolos, terminando nos bronquíolos terminais. Os pulmões compõem-se de um tecido elástico capaz de tensionar e encolher. Normalmente, as fibras elásticas estão sempre parcialmente tensionadas, preenchendo assim em parte a cavidade torácica. Na porção final dos bronquíolos terminais, há um grupo de alvéolos, que pequenos sacos com ar. É ali que ocorre a troca de gases. A parede de cada alvéolo tem uma camada composta por uma só célula do epitélio escamoso. Essa parede fina possibilita a troca de gases com os capilares que cobrem os alvéolos. Vale destacar que, o adulto médio tem mais de 300 milhões de alvéolos. O surfactante, um fosfolipídio que lembra um detergente, reduz a tensão superficial entre as membranas úmidas dos alvéolos, evitando seu colapso. Quando a produção de surfactante é reduzida, o pulmão enrijece, e os alvéolos entram em colapso. Os pulmões e a cavidade torácica estão revestidos de uma membrana sérica, a pleura. A pleura visceral cobre os pulmões e a pleura parietal reveste a cavidade torácica. Essas duas membranas formam uma continuidade, criando uma saco fechado. Há o espaço pleural entre as duas camadas. O líquido pleural entra as membranas age como lubrificante e adesivo, mantendo os pulmões em posição expandida. Uns Laísa Dinelli Schiaveto poucos mililitros de líquido entre as superfícies pleurais possibilitam que os pulmões se movimentem com facilidade junto à parede torácica enquanto se expandem e contraem. Sem esse líquido, o enchimento e o esvaziamento dos pulmões fica dificultado. Por fim, a pressão no espaço pleural (pressão intrapleural) é sempre subatmosférica, ou seja, uma pressão negativa. Essa pressão intrapleural negativa constante junto com o líquido pleural, mantém os pulmões em uma posição expandida. COMPONENTES O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. Fossas Nasais São duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. Faringe É um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. Laringe É um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar. Traquéia É um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. Pulmões Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos, denominadas alvéolos pulmonares. Diafragma A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, um fino músculo que separa o tórax do abdômen (presente apenas em mamíferos) promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma (regulação respiratória). Laísa Dinelli Schiaveto FISIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO PROCESSO DE OXIGENAÇÃO Ventilação Pulmonar A ventilação pulmonar é o movimento de ar para dentro e para fora dos pulmões. Este processo tem duas fases: inspiração (inalação) e expiração (exalação). A inspiração é a fase ativa, envolve movimento dos músculos e do tórax para fazer com que o ar entre nos pulmões. Já, a expiração é a fase passiva, é o movimento de ar para fora dos pulmões. Imediatamente antes da respiração, a pressão de ar nos pulmões é igual à pressão atmosférica circundante. Ademais, de acordo com a Lei de Boyle, o volume de uma gás a uma temperatura constante varia inversamente a pressão. Isso significa que menos pressão nos pulmões facilita a movimentação de mais ar para dentro deles. A pressão dentro dos pulmões, ou seja, a pressão intrapulmonar diminui a medida que o volumedos pulmões aumenta. Durante a inspiração, ocorrem os seguintes eventos: o diafragma contrai-se e desce, alongando a cavidade Laísa Dinelli Schiaveto torácica; os músculos intercostais externos contraem- se, levando as costelas para cima e para fora, e o esterno é empurrado para frente, aumentando o tórax da frente para trás. Essa combinação de volume pulmonar aumentado e pressão intrapulmonar diminuída permite que o ar atmosférico se movimente de uma área de maior pressão (ar externo) para uma de menor pressão (interior dos pulmões). O relaxamento, ou retração, dessas estruturas resulta, então, em expiração. O diafragma relaxa e se movimenta para cima, as costelas se movimentam para baixo e o esterno volta para sua posição. Isso causa menor volume nos pulmões e aumento da pressão intrapulmonar. Assim, o ar nos pulmões vai de uma área de pressão maior para uma de pressão menor e é expirado. Além disso, outros fatores físicos contribuem para o fluxo de ar que entra nos pulmões e sai deles. Incluem a condição da musculatura, a complacência do tecido muscular e a resistência das vias áreas. A condição da musculatura do corpo pode afetar o processo de respiração. Os músculos acessórios abdominais, do pescoço e das costas são usados para manter os movimentos respiratórios quando a respiração fica difícil. Esses músculos são usados para facilitar a respiração, o movimento recebe o nome de retração. As retrações mais comuns envolvem os músculos intercostal, escaleno, esternocleidomastóideo, trapézio e peitoral. A complacência pulmonar refere-se à facilidade com que podem ser inflado os pulmões. Ela influencia o volume pulmonar. A capacidade dos pulmões para, de forma adequada, encher-se de ar durante a inspiração é obtida pela elasticidade normal do tecido pulmonar, com auxílio da presença de surfactante. As várias mudanças na pressão pulmonar e na complacência pulmonar resultante podem ser comparadas a diferenças no ato de soprar um balão novo e não complacente versus um balão que já foi inflado. Um pulmão mais rígido e não complacente, como um balão novo, requer um esforço respiratório maior para ser inflado. Contudo, enfisema, uma condição pulmonar crônica, e as mudanças normais associadas ao envelhecimento, constituem exemplos de condições que resultam em elasticidade diminuída do tecido pulmonar, que, em contrapartida, diminuiu a complacência. Por fim, a resistência das vias áreas é consequência de algum impedimento ou obstrução que o ar encontra, na medida em que se movimenta pelas vias aéreas. Qualquer processo que modifica o diâmetro pulmonar ou sua largura causa resistência das vias aéreas. Obstrução em alguma parte das vias normais impede a respiração. Ademais, a obstrução pode ser causada por uma substância estranha, como pedaço de alimento, moeda ou brinquedo, ou por líquidos, como no caso das vítimas de afogamento. Pode resultar, também, de secreções (ex: secreções excessivas ou espessas) ou tecidos (ex: tumores ou edemas no trato respiratório). Uma diminuição no tamanho das passagens de ar, em consequência de constrição ou posição insatisfatória do pescoço também pode impedir a respiração. E, a compressão dos brônquios na asma é um exemplo de resistência das vias aéreas, relacionada a uma redução no tamanho dessas vias. Respiração A respiração ocorre, troca de gases, no sistema capilar alveolar terminal. Os gases são trocados entre o ar e o sangue, através da densa rede de capilares na porção respiratória dos pulmões e nas paredes alveolares finas. Essa troca ocorre via difusão, que é o movimento de gases ou partículas de áreas de pressão ou concentração maiores para áreas de pressão ou concentração mais baixas. Na respiração, difusão refere-se ao movimento do oxigênio e do dióxido de carbono entre o ar (nos alvéolos) e o sangue (nos capilares). Esses gases movimentam-se passivamente de uma área de maior concentração para outra de concentração mais baixa. A pressão maior do oxigênio nos alvéolos faz com que ele se movimente dos alvéolos para os capilares, onde há sangue venoso não oxigenado. Da mesma maneira, o dióxido de carbono no sangue venoso que retorna exerce pressão maior que o dióxido de carbono nos alvéolos. Assim, o dióxido de carbono espalha-se pelos capilares, chegando aos alvéolos, sendo, então, expirado. A difusão de gases no pulmão é influenciada por quatro fatores: mudança na área de superfície disponível, espessamento da membrana alveolar-capilar, pressão parcial e solubilidade e peso molecular do gás. Qualquer mudança na área de superfície disponível para a fusão impede que esta ocorra. Por exemplo, a Laísa Dinelli Schiaveto remoção de um pulmão ou a presença de alguma doença que destrua o tecido pulmonar pode reduzir a área superficial disponível, em última instância, afetando a troca de gases. Expansão pulmonar incompleta ou colapso alveolar, conhecido como atelectasia, previne as mudanças de pressão e a troca de gases por difusão nos pulmões. Áreas atelectásicas do pulmão não podem realizar a função respiratória. Exemplos de condições que predispõem o paciente a atelectasia são obstruções das vias aéreas por corpos estranhos, muco, constrição de vias aéreas, compressão externa por tumores ou vasos sanguíneos aumentados e imobilidade. Qualquer doença ou condição que resulte em espessamento da membrana alveolar-capilar, como na pneumonia ou no edema pulmonar, dificulta mais ainda a difusão. A pressão parcial, ou pressão que resulta de qualquer gás em um mistura, dependendo de sua concentração, também pode afetar a difusão. Se o oxigênio ambiental estiver reduzido, como em altitudes maiores ou na presença de fumaça tóxica, menos oxigênio está disponível para difusão. Quando o oxigênio é administrado, a quantidade aumentada disponível resulta em maior difusão através das membranas capilares. Por fim, a solubilidade e o peso molecular do gás são fatores na difusão. O dióxido de carbono tem maior solubilidade nas membranas respiratórias e difunde-se mais rápido do que o oxigênio, permitindo que seja liberado nos pulmões a cada expiração. Perfusão A perfusão é o processo pelo qual o sangue capilar oxigenado passa através dos tecidos do corpo. A quantidade de sangue que flui pelos pulmões é um fator na quantidade de oxigênio e de outros gases trocados. A quantidade de sangue presente em qualquer área do tecido pulmonar depende, em parte, de a pessoa estar sentada, em pé ou deitada. Vale destacar que, a perfusão é maior em áreas dependentes. A perfusão do tecido pulmonar também depende do nível de atividade da pessoa. Maior atividade resulta em necessidade aumentada de oxigênio células pelos tecidos corporais e, em posterior, aumento do débito cardíaco; consequentemente, em mais retorno de sangue para os pulmões. Além disso, a perfusão aos tecidos do corpo depende de um suprimento sanguíneo adequado e de funcionamento cardiovascular apropriado para transportar oxigênio e dióxido de carbono para os pulmões e a partir deles. MECANISMO DE REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA O centro respiratório localiza-se na medula, no tronco cerebral, logo acima da medula espinhal. É estimulado por uma concentração aumentada de dióxido de carbono e íons de hidrogênio e, em menor grau, por uma quantidade diminuída de oxigênio no sangue arterial. Além disso, quimiorreceptores no arco aórtico e nos corpos carotídeos são sensíveis aos mesmos níveis de gases no sangue arterial, podendo ativar a medula. A propriocepção em músculos e articulações reage a movimentos do corpo, como exercícios, e causa um aumento na ventilação. A estimulação da medula aumenta a frequência e a profundidade ventilatórias (inspiração e expiração) para suprir o dióxido de carbono e o hidrogênio e aumentar os níveis de oxigênio (o paciente respira mais depressa e com maior profundidade). A medula envia um impulso descendente na medulaespinha até os músculos respiratórios, para estimular uma contração que leva à inalação. Ademais, se alguma condição causar mudança crônica nos níveis de oxigênio e dióxido de carbono, esses quimiorreceptores podem se dessensibilizar e não regular de forma adequada a ventilação. FUNÇÕES DO APARELHO RESPIRATÓRIO A principal função do sistema respiratório é a realização de trocas gasosas, pela transferência cíclica de ar para dentro e para fora dos pulmões, a fim de que as Laísa Dinelli Schiaveto concentrações dos gases oxigênio e dióxido de carbono do sangue que deixam os pulmões estejam em níveis compatíveis com as necessidades metabólicas do indivíduo. É importante destacar que, os órgãos do sistema respiratório estão intimamente envolvidos na produção da fala, no balanço ácido-base, no metabolismo do tecido pulmonar, no gerenciamento de materiais bioativos que venham adentrar as vias aéreas e na filtragem química do sangue, por alterações na dinâmica de coagulação. Os pulmões, ainda, possuem a capacidade de atuar como reservatório de sangue, de forma que, caso necessário, a quantidade de sangue enviada ao átrio esquerdo (e então para a circulação sistêmica) possa ser ajustada rapidamente. Além das diversas funções citadas, recentemente evidências de que os pulmões participam da hematopoese foram comprovadas. Na ocasião, estimou-se que os pulmões seriam responsáveis pela produção de cerca de 50% das plaquetas sanguíneas. ÍNDICE V/Q: RELAÇÃO VENTILAÇÃO – PERFUSÃO A relação ventilação – perfusão (V/Q) é a razão existente entre a quantidade de ventilação e a quantidade de sangue que chega a essa pulmão, tendo como valores normais em torno de 0,8. Para que ocorra uma troca gasosa ideal é necessário que o volume de ar que entra no alvéolo (V) seja próximo ao volume de sangue (Q) que passa através do pulmão. Portanto, Essa relação entre o ar alveolar e o débito cardíaco, é chamada de relação ventilação – perfusão (Índice V/Q). No pulmão normal essa relação deve estar abaixo de um, já que o pulmão não é todo ventilado a cada inspiração. As alterações de relação ventilação – perfusão são notadas dependentes da complacência e permeabilidade das vias aéreas. O fluxo sanguíneo não se distribui homogeneamente e depende da pressão hidrostática capilar, diferença de pressão entre o ar alveolar e as arteríolas pulmonares, e outros fatores. Ademais, a relação ventilação – perfusão está comprometida em três situações: • Índice V/Q Alto: A ventilação é alta e o fluxo sanguíneo é baixo, isso produz aumento de um espaço morto, produzindo hipoxemia e hipercapnia; • Índice V/Q Baixo: A ventilação é baixa e o fluxo sanguíneo é alto, pode ser chamado de shunt intrapulmonar e pode produzir uma hipoxemia com ou sem hipercapnia. • Índice V/Q Nulo: Não há nem ventilação e nem perfusão sanguínea. FATORES QUE PODEM AFETAR O FUNCIONAMENTO RESPIRATÓRIO Existem quatro fatores que afetam a oxigenação, ou seja, que afetam a adequação da circulação, ventilação, perfusão e transporte de gases respiratórios para os tecidos. Estes são fatores fisiológicos, de desenvolvimento, de estilo de vida e ambientais. FATORES FISIOLÓGICOS I Os fatores fisiológicos são qualquer condição que afete o funcionamento cardiopulmonar afetando diretamente a capacidade do corpo para atender às demandas de oxigênios. As disfunções respiratórias incluem hiperventilação, hipoventilação e hipoxia. As cardiopatias incluem distúrbios da condução, função valvular prejudicada, hipoxia do miocárdio, condições de cardiomiopatia e hipoxia tecidual periférica. Outros processos fisiológicos que afetam a oxigenação de um paciente incluem alterações que afetam a capacidade de transporte de oxigênio do sangue, a diminuição da concentração de oxigênio inspirado, o aumento na demanda metabólica do corpo e alterações que afetam o movimento da parede torácica causadas por anormalidades musculoesqueléticas ou alterações neuromusculares. Capacidade Reduzida de Transportar Oxigênio A hemoglobina transporta a maior parte do oxigênio para os tecidos. A anemia e a inalação de substâncias tóxicas diminuem a capacidade de transporte de oxigênio do sangue, reduzindo a quantidade de hemoglobina disponível para transportar oxigênio. A anemia é resultado da diminuição da produção de hemoglobina, do aumento da destruição de hemácias sanguíneas e/ou da perda de sangue. Os pacientes têm fadiga, diminuição da tolerância à atividades, aumento da falta de ar, aumento da frequência cardíaca e palidez (especialmente na conjuntiva ocular). A oxigenação diminui como medida de um efeito secundário da anemia. A resposta fisiológica a hipoxemia crônica é o Laísa Dinelli Schiaveto desenvolvimento de hemácias aumentadas (policitemia). Esta é a resposta adaptativa do corpo para aumentar a quantidade de hemoglobina e a disponibilidade dos locais de ligação com oxigênio disponíveis. Ademais, o monóxido de carbono é o inalante tóxico mais comum que diminui a capacidade de transporte de oxigênio do sangue. Na toxidade do monóxido de carbono, a hemoglobina liga-se fortemente com uma nota de carbono, criando uma anemia funcional. Devido à resistência da ligação, o monóxido de carbono não se dissocia facilmente da hemoglobina, tornando indisponível a hemoglobina para o transporte de oxigênio. Hipovolemia Condições como o choque e grave desidratação causam perda de líquido extracelular e volume reduzido de sangue circulante, ou hipovolemia. A diminuição no volume sanguíneo circulante resulta na hipoxia dos tecidos corporais. Com a perda significativa de líquido, o corpo tenta adaptar-se por meio de uma vasoconstrição periférica e aumentando a frequência cardíaca para aumentar o volume de sangue que retorna ao coração, aumentando assim o débito cardíaco. Concentração Reduzida de Oxigênio Inspirado Com o declínio da concentração de oxigênio inspirado, a capacidade de transporte de oxigênio do sangue diminui. A redução na fração da concentração de oxigênio expirado (FIO2) é causada pela obstrução das vias respiratórias superiores ou inferiores, que limita o fornecimento de oxigênio inspirado para os alvéolos; diminuição de oxigênio ambiental (em altitudes elevadas) ou hipoventilação (ocorre em overdose de drogas). Aumento da Taxa Metabólica O aumento da atividade metabólica aumenta a demanda de oxigênio. O nível de oxigenação diminui quando os sistemas corporais são incapazes de atender a essa demanda. Uma taxa metabólica aumentadas é normal na gravidez, na cicatrização de feridas e no exercício, pois o organismo está utilizando a energia para produzir tecidos. A maioria das pessoas é capaz de atender a uma maior demanda de oxigênio e não mostrar sinais de privação de oxigênio. Na febre, aumenta a necessidade de oxigênio pelos tecidos, resultando no aumento na produção de dióxido de carbono. Quando a febre persiste, a taxa metabólica permanece elevada, e o corpo começa a decompor estoques de proteína. Isto faz com que haja a perda muscular e diminuição da massa muscular, incluindo os músculos respiratórios como o diafragma e os músculos intercostais. Portanto, o corpo tenta adaptar-se aos níveis de dióxido de carbono aumentados, aumentando a taxa e a profundidade da respiração. O trabalho da respiração do paciente aumenta, e, eventualmente, ele exibe sinais ou sintomas de hipoxemia. Os pacientes com doenças pulmonares estão em maior risco de hipoxemia. FATORES FISIOLÓGICOS II Existe, também, em relação aos fatores fisiológicos, condições que afetam o movimento da caixa torácica. Qualquer condição de redução do movimento da parede torácica resulta na diminuição da ventilação. Se o diafragma não descer totalmente com a respiração, o volume de ar inspirado diminui, fornecendo menos oxigênio para os alvéolos de tecidos. Gravidez Conforme o feto crescedurante a gravidez, ou útero amplia-se empurra ao conteúdo abdominal para cima, contra o diafragma. No último trimestre da gravidez, o volume de ar inspirado diminui, fornecendo menos oxigênio para os alvéolos e tecidos. Obesidade Os pacientes que são obesos mórbidos têm volumes pulmonares reduzidos provenientes do tórax inferior e abdômen pesados, particularmente quando nas posições deitada e supina. Muitos pacientes obesos mórbido sofrem de apnéia obstrutiva do sono. Os pacientes com obesidade mórbida têm uma redução na complacência no pulmão e da caixa torácica, como resultado da invasão do abdômen para o peito, do aumento do trabalho da respiração e da diminuição dos volumes pulmonares. Anormalidades Musculoesqueléticas Laísa Dinelli Schiaveto Os comprometimentos musculoesqueléticos na região torácica reduzem oxigenação. Esses comprometimento são resultantes de configurações estruturais anormais, trauma, doenças musculares e doenças do sistema nervoso central. Configurações estruturais anormais prejudicam oxigenação e incluem aquelas que afetam a caixa torácica, tais como o peito escavado, e da coluna vertebral, como cifose, lordose ou escoliose. Trauma Um tórax instável é uma condição na qual múltiplas fraturas causam instabilidade em parte da parede torácica. A parede do tórax instável possibilita que o pulmão estenda-se por baixo da área lesada para contrair-se na inspiração e abaular-se na expiração, resultando em hipoxia. Além disso, os pacientes com incisões cirúrgicas torácicas o abdominal superior usam respirações superficiais para evitar a dor, o que também diminui o movimento da parede torácica. os opióides utilizados para tratar a dor deprimem o centro respiratório, diminuindo ainda mais a frequência respiratória e a expansão da caixa torácica. Doenças Neuromusculares As doenças neuromusculares prejudicam a oxigenação dos tecidos, diminuindo a capacidade do paciente para expandir e contrair a parede torácica. A ventilação é prejudicada, resultando em atelectasia, hipercapnia hipoxemia. Alterações do Sistema Nervoso Central Doenças ou traumas envolvendo a medula espinhal e/ou oblonga resultam insuficiência respiratória. Quando a medula espinhal é afetada, a regulação neural da respiração está prejudicada, e desenvolvem-se padrões respiratórios anormais. Trauma cervical em C3 a C5 geralmente resulta em paralisia do nervo frênico. Quando esse nervo é danificado, o diafragma não desce adequadamente, reduzindo os volumes pulmonares na inspiração e causando hipoxemia. Ainda, o trauma na medula espinhal abaixo da vértebra C5 geralmente deixa o nervo frênico intacto, mas danifica os nervos que inervam os músculos intercostais, impedindo a expansão do tórax anteroposterior. FATORES FISIOLÓGICOS III Ainda, também, em relação aos fatores fisiológicos, existem as influências de doenças crônicas. Neste caso, oxigenação diminui como consequência direta da doença pulmonar crônica. Mudanças no diâmetro anteroposterior da parede torácica (tórax barril) ocorrem por causa do uso excessivo de músculos acessórios de aprisionamento aéreo no enfisema. O diafragma é achatado, e os campos pulmonares ficam distendidos, o que resulta em diferentes graus de hipoxemia e/ou hipercapnia. FATORES DE DESENVOLVIMENTO Em relação, ao fatores de desenvolvimento, a fase de desenvolvimento de um paciente e o processo normal de envelhecimento afetam a oxigenação dos tecidos. Lactantes e Crianças Pequenas Lactantes e crianças pequenas estão em risco de infecções do trato respiratório superior como resultado da exposição frequente a outras crianças, um sistema imunológico imaturo e exposição ao tabagismo passivo. Além disso, durante o processo de dentição algumas crianças desenvolvem congestionamento nasal, o qual estimula o crescimento de bactérias e aumenta o potencial de infecção do trato respiratório. as infecções do trato respiratório superior geralmente não são perigosas e, os lactantes ou crianças pequenas se recuperam com facilidade. Escolares e Adolescentes Crianças em idade escolar e adolescentes estão expostos a infecções respiratórias e fatores de riscos respiratórios, Taís como tabagismo ou fumo passivo. Uma criança saudável geralmente não tem defeitos adversos pulmonares de infecções respiratórias. É Importante ressaltar que, uma pessoa que começa a fumar na adolescência e continua a fumar na meia- idade tem um risco aumentado para a doença cardiopulmonar e câncer de pulmão. Adultos Jovens e de Meia-Idade Adultos jovens e de meia idade estão expostos há vários fatores de risco cardiopulmonares: uma dieta pouco saudável, falta de exercício, estresse, uso de medicamentos sem prescrição e usados de forma Laísa Dinelli Schiaveto diferente da recomendada, substâncias ilegais e tabagismo. A redução desses fatores modificáveis é capaz de diminuir o risco de um paciente para doenças cardíacas ou pulmonares. Idosos Os sistemas cardíaco e respiratório sofrem alterações ao longo do processo de envelhecimento. as alterações estão associadas com a calcificação das válvulas do coração, nó sino atrial e cartilagens costais. O sistema arterial desenvolve placas ateroscleróticas. Ademais, a osteoporoses conduz a mudanças na forma e no tamanho do tórax. A traqueia e os brônquios aumentam e se expande a partir da calcificação das vias respiratórias. Os alvéolos aumentam, diminuindo a área de superfície disponível para a troca de gases. O número de cílios funcional é reduzido, causando uma diminuição na eficácia do mecanismo de tosse e colocando o idoso em risco aumentado de infecções respiratórias. FATORES DE ESTILO DE VIDA Em relação aos fatores de estilo de vida, as modificações de estilo de vida são difíceis para os pacientes, porque eles, muitas vezes, têm de mudar um hábito que consideram agradável como o cigarro ou comer certos alimentos. A modificação de um fator de risco é importante e inclui a cessação do tabagismo, redução de peso, uma dieta baixa em colesterol e com baixo teor de sódio, controle da hipertensão e exercício moderado. Embora seja difícil mudar um comportamento adquirido há muito tempo, ajudar os pacientes a adquirirem comportamentos saudáveis reduz o risco para ou retarda ou impede a progressão de doenças cardiopulmonares. Nutrição A nutrição afeta a função cardiopulmonar de várias maneiras. A obesidade grave diminui a expansão pulmonar, e o aumento do peso corporal aumenta as demandas de oxigênio dos tecidos. O paciente desnutrido é enfrenta enfraquecimento dos músculos respiratórios, resultando em diminuição da força muscular e excursão respiratória. A eficiência da tosse é reduzida secundariamente a fraqueza dos músculos respiratórios, e isto coloca os pacientes em risco de retenção de secreções pulmonares. Além disso, os pacientes que são obesos mórbidos e/ou desnutridos estão em risco de anemia. As dietas ricas em carboidratos desempenham um papel no aumento da carga de dióxido de carbono para os pacientes com retenção de dióxido de carbono. À medida que os carboidratos são metabolizados, Uma carga de dióxido de carbono aumentado é criada e excretada através dos pulmões. Também, as práticas alimentares também influenciam a prevalência de doenças cardiovasculares. Exercício O exercício aumenta a atividade metabólica e a demanda de oxigênio do corpo. A frequência e a profundidade de respiração aumentam, tornando possível que a pessoa inale mais oxigênio e exale o dióxido de carbono em excesso. Um programa de exercícios físicos tem muitos benefícios. Pessoas que se exercitam por 30 a 60 minutos por dia têm menores frequência de pulso e pressão arterial, diminuição do nível de colesterol, aumento do fluxo sanguíneo e maior extração de oxigênio pelo esforço muscular. Contudo, pessoas totalmente condicionadas aumentam o consumo de oxigênio em 10% a 20% por causa do aumento do débitocardíaco e aumento da eficiência do músculo do miocárdio. Tabagismo O tabagismo e o fumo passivo estão associados com uma série de doenças, incluindo doença cardíaca, DPOC, e câncer do pulmão. O tabagismo piora doença vascular periférica e das artérias coronárias. A nicotina inalada provoca vaso constrição dos vasos sanguíneos periféricos e coronarianos, aumentando a Pressão Arterial e diminuindo o fluxo sanguíneo para os vasos periféricos. Também, as mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais de fumam têm um risco aumentado de tromboflebite e embolia pulmonar. Fumar durante a gravidez pode resultar em baixo peso dos bebês, partos prematuros e bebês com função pulmonar reduzida. Mesmo a exposição ao fumo passivo pode ser um risco para o baixo peso dos bebês, além de parto prematuro e abortos. Além disso, o risco de câncer de pulmão é 10 vezes maior para uma pessoa que fuma do que para um fumante. Existe o risco, também, para câncer de laringe, boca, faringe, bexiga e esófago. Fumar, também, tem sido associado ao desenvolvimento de outros tipos de câncer, incluindo de cérvix, rim e leucemia. Adesivos, goma de mascar pastilhas de nicotina estão disponíveis para venda sem receita, e spray nasal de nicotina é Laísa Dinelli Schiaveto inaladores podem ser obtidos com prescrição médica. Medicamentos, como a bupropiona e vereniclina, também estão disponíveis para ajudar as pessoas a parar de fumar. Por fim, a exposição ao fumo ambiental do tabaco (fumo passivo) aumenta o risco de câncer de pulmão e doenças cardiovasculares não fumantes. Crianças com o pais fumantes têm maior incidência de infecções, asma e pneumonia. Os bebês expostos ao fumo passivo correm risco de síndrome de morte súbita infantil. Uso Abusivo de Substâncias O uso excessivo de álcool é de outras drogas prejudica a oxigenação dos tecidos de duas maneiras. Primeiramente, a pessoa que abusa cronicamente de substâncias muitas vezes têm um consumo nutricional pobre. Com a diminuição resultante da ingestão de alimentos ricos em ferro, há declínio da produção de hemoglobina. Em segundo lugar, o uso excessivo de álcool de drogas deprime o centro respiratório, reduzindo a frequência e profundidade da respiração e a quantidade de oxigênio inalado. O uso abusivo de drogas pelo ato de fumar ou inalar substâncias como o crack ou vapores de latas de tinta ou cola causa de lesão direta ao tecido pulmonar que leva a danos pulmonares permanentes. O relatório sobre uso abusivo de inalantes por adolescentes para obter um efeito eufórico inclui o uso de uma grande variedade de substâncias, tais como solvente de tinta, removedores de unha, cola, tinta em spray, óxido nitroso e outros produtos domésticos comuns. A morte súbita pode ocorrer a partir de arritmias cardíacas; ou o uso abusivo crônico pode causar danos ao coração, pulmões e rins. Estresse Um Estado contínuo de estresse ou ansiedade severa aumenta a taxa metabólica e a demanda de oxigênio do corpo. O corpo responde ansiedade e a outros estresses com um aumento da frequência é profundidade da respiração. A maioria das pessoas se adapta, mas algumas, especialmente aquelas com doenças crônicas ou agudas, podem ter doenças fatais, como um infarto, e não conseguem tolerar a demanda de oxigênio associada com ansiedade. FATORES AMBIENTAIS Em relação aos fatores ambientais, o ambiente também influencia a oxigenação. A incidência de doenças pulmonares é maior em áreas urbanas do que em áreas rurais. Além disso, o local de trabalho de um paciente, por vezes, aumenta o risco de doença pulmonar. Os poluentes ocupacionais incluem o amianto, pó de talco, poeira e fibras do ar. ALTERAÇÕES NO FUNCIONAMENTO RESPIRATÓRIO Ademais, existem várias alterações no funcionamento respiratório. Doenças e condições que afetam a ventilação ou alterações no transporte de oxigênio afetam o funcionamento respiratório. As três alterações principais são a hipoventilação, a hiperventilação e a hipoxia. HIPOVENTILAÇÃO A Hipoventilação ocorre quando há ventilação ao violar é insuficiente para atender a demanda de oxigênio do corpo ou eliminar dióxido de carbono suficiente. À medida que a ventilação alveolar diminui, o corpo retém o dióxido de carbono. Por exemplo, atelectasia, um colapso dos alvéolos, impede a troca normal de oxigênio idiota de carbono. À medida que há mais colapso alveolar, menos o pulmão é ventilado e ocorre hipoventilação. É importante ressaltar que, sinais de sintomas da hipoventilação incluem alterações do estado mental, arritmias e parada cardíaca em potencial. Se não for tratada, o estado do paciente declina rapidamente, levando a convulsões, inconsciência é morte. HIPERVENTILAÇÃO A hiperventilação é um estado de ventilação em que os pulmões removem no dióxido de carbono mais rapidamente do que é produzido pelo metabolismo celular. Ansiedade severa, infecção, drogas, ou um desequilíbrio ácido-básico induzem a hiperventilação. A ansiedade aguda leva a hiperventilação e a exalação de quantidades excessivas de dióxido de carbono. O aumento da temperatura corporal (febre) aumenta a taxa metabólica, o que aumenta a produção de dióxido de carbono. O nível de dióxido de carbono aumentado estimula um aumento da frequência respiratória do paciente da profundidade da respiração, causando a Laísa Dinelli Schiaveto hiperventilação. Ademais, a hiperventilação por vezes pode ser induzida quimicamente. O envenenamento por salicilato (aspirina) e anfetaminas resulta na produção em excesso de dióxido de carbono, estimulando o centro respiratório para compensar, aumentando a frequência é a profundidade da respiração. também ocorre quando o corpo tenta compensar acidose metabólica. Por fim, os sinais de sintomas da hiperventilação incluem respiração rápida, respirações suspirando, dormência e formigamento das mãos e pés, tontura e perda de consciência. HIPOXIA A hipoxia é a oxigenação tecidual inadequada ao nível celular. É o resultado de uma deficiência na liberação de oxigênio ou da sua baixa utilização ao nível celular. É uma condição potencialmente fatal. Se não tratada, produz possivelmente arritmias cardíacas fatais. As causas de hipoxia incluem um nível de hemoglobina diminuído e uma reduzida capacidade de transporte de oxigênio no sangue; uma diminuição da concentração de oxigênio inspirado, o que ocorre em altas altitudes; a incapacidade dos tecidos para extrair oxigênio do sangue, tal como envenenamento por cianeto; a diminuição da difusão de oxigênio a partir dos alvéolos para o sangue, como na pneumonia; a fraca perfusão dos tecidos com sangue oxigenado, tal como no choque; e a ventilação diminuída, como múltiplas faturas de costela e trauma torácico. Os sinais de sintomas clínicos da hipoxia incluem agitação, apreensão, incapacidade de concentração, diminuição do nível de consciência, tontura e alterações comportamentais. As mudanças dos sinais vitais incluem um aumento da frequência de pulso e da frequência e profundidade da respiração. Durante os estágios iniciais da hipoxia, a pressão se eleva, a não ser que seja causada por um choque. À medida que a hipoxia piora, a frequência respiratória diminuir como resultado da fadiga dos músculos respiratórios. Ademais, a cianose, coloração azul da pele das mucosas causada pela presença de hemoglobina dessaturada em capilares, é um sinal tardio de hipoxia. Vale ressaltar que, a presença ou ausência de cianose não é uma medida confiável do estado de oxigênio. AVALIAÇÃO CLÍNICA HISTÓRIA DE ENFERMAGEM Inicialmente, a história de saúde do paciente é um componente essencial para a investigação do funcionamento respiratório. A história de enfermagem, ferramenta clínica importante nas etapas iniciais do processo de enfermagem, sempre inclui um componente respiratório. As informações obtidas fornecem dados sobre por que o paciente precise de cuidados de enfermageme sobre o tipo de atendimento necessário para manter uma ingestão suficiente de ar. As perguntas na entrevista ajudam a identificar os desvios de saúde atuais ou potenciais, as ações do paciente para satisfazer as necessidades respiratórias e os efeitos dessas ações, os fatores contribuintes, o uso de auxiliares para melhorar a ingestão de ar e os efeitos no estilo de vida e nas relações do paciente com os outros. Antes de começar a entrevista, deve se confirmar se o paciente não está em sofrimento. Se houver algum sofrimento respiratório, ações apropriadas devem ser iniciadas imediatamente para ajudar a aliviar os sintomas. Então, deve-se solicitar ajuda de membros da família ou de outras pessoas para responder as perguntas. Quando o paciente puder fazer isso, deve entrevista-lo de modo a ampliar essa base de dados iniciais. Se não houver necessidade de alguma intervenção de emergência para a sua condição clínica, deve-se neste momento obter a história completa. EXAME FÍSICO Após a coleta de dados, vem o exame físico. Neste momento, o profissional de saúde deve sempre agir de maneira bem organizada, por meio de uma sequência de inspeção, palpação, percussão e auscultação. Inspeção Inspecionar o contorno e a forma do peito. Normalmente, no adulto, se eu contorno é levemente convexo, sem depressão do esterno. O diâmetro anteroposterior deve ser bem menor do que o diâmetro transverso. A parede torácica de um bebê é tão fina e tem tão pouca musculatura que as costelas, o externo e o processo xifoide pode ser vistos com facilidade. Os bebês tem a parede do tórax arredondada, onde o diâmetro anteroposterior (a medida que vai dar frente Laísa Dinelli Schiaveto até as costas do tórax) iguala o diâmetro transverso. Nas crianças pré-escolares e em idade escolar, um pouco de gordura subcutânea está depositado na parede torácica, deixando-os marcos menos salientes que nos bebês. O desenvolvimento muscular também fica mais visível. A proporção do diâmetro transverso em relação ao anteroposterior atinge a configuração adulta 1:2 aos seis anos de idade. Os marcos ósseos ficam salientes devido à perda de gordura subcutânea. A cifose (curvatura da coluna) contribui para a aparência da pessoa idosa, que se inclina para a frente. Ainda, a deformidade do peito em barril pode resultar em aumento do diâmetro anteroposterior. Deve-se descrever ou desenhar quaisquer anormalidades e na estrutura torácica. Também, deve- se observar o contorno dos espaços intercostais, que deve estar plano ou deprimido, além da movimentação do tórax, que deve ser simétrica. Deve-se examinar a pele sobre o tórax em relação a temperatura e cor. Ele deve estar quente e seco, com uma cor parelha, sem cianose ou palidez, o que seria indício de oxigenação menos que ótima. Observar se há cicatrizes, cuja origem deve ser registrada no item sobre cirurgia prévia ou acidentes. Ademais, deve-se observar a frequência e o ritmo respiratório durante um minuto. Em geral, as inspirações são calmas, sem esforço. Observar qualquer dilatação das narinas, retração muscular, taquipneia (respiração rápida) ou bradipneia (respiração lenta), que sugere um desvio de saúde que demanda mais avaliação. Deve-se sempre estar alerta para a manifestações clínicas comuns que possam indicar uma emergência das vias aéreas. Palpação Palpar a traqueia, que deve estar equidistante de cada clavícula. A temperatura da pele nessa área costuma ser a mesma do resto do corpo. Medir a excursão torácica, colocando as mãos sobre o tórax posterior do paciente, na décima costela, com os dois polegares quase tocando as vértebras. Pedir ao paciente que faça algumas respirações profundas enquanto observa-se o movimento das mãos. Comumente, os polegares movimentam-se de 5 a 8 cm, simetricamente na inspiração máxima. Também, deve-se investigar o frêmito tátil (capacidade de sentir o som na parede torácica), colocando a palma da mão na parede torácica do paciente, evitando áreas ósseas. Pedir que o paciente repita palavras polissilábicas enquanto sente há vibração. Normalmente, as liberações são iguais em ambos os lados, em áreas diferentes da parede torácica. A intensidade maior é observada na base anterior e posterior do pescoço e ao longo da traqueia e dos grandes brônquios. Frêmito aumentado ocorre em pacientes com pneumonia, porque o tecido sólido conduz bem o som. Diferentemente, pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem frêmito diminuído, porque o ar não conduz bem o som. Por fim, observar a presença ou ausência de grânulos, edema ou sensibilidade ao palpar. Percussão A percussão é usada para investigar a posição dos pulmões, a densidade do tecido pulmonar e para identificar mudanças titulares. Essa habilidade de investigar não é usada com frequência. Quando usada, costuma ser parte dos exames feitos por enfermeiros de prática avançada e por outros profissionais especializados. Auscultação Com o diafragma do estetoscópio, o enfermeiro vai do ápice à base dos pulmões, comparando um lado com um outro ao mesmo tempo em que escuta um círculo respiratório completo , a inspiração e expiração. Os sons respiratórios normais incluem o tipo vesicular (tom baixo, som suave ouvido sobre os Campos pulmonares periféricos), bronquial (estou um alto e mais longo, ouvido, basicamente sobre a traqueia e a laringe) e broncovesicular (tom e som médios de sibilo, escutado sobre os principais brônquios). Auscultar ao mesmo tempo em que o paciente respira lentamente, com a boca aberta. Respirar pelo nariz pode produzir sons respiratórios falsamente anormais. Respirar rápido demais, como na hiperventilação, pode causar síncope e sofrimento ao paciente. Se alguns som respiratório anormal foi detectado, instruir o paciente a tossir e ao escutar novamente durante pelo menos dois ciclos respiratórios completos. Registrar a localização, mudança no som se respiratórios após tossir e fase de respiração em que o som é auscultado. Ademais, sons respiratórios de estranhos ou sons pulmonares anormais são categorizados como descontínuos ou contínuos. As crepitações frequentemente escutadas na inspiração, são sons de estouro descontínuos suaves e de tonalidade alta (intermitentes). São produzidos por líquido nas vias aéreas ou nos alvéolos e por atraso na Laísa Dinelli Schiaveto reabertura de alvéolos que entram em colapso. Ocorrem devido a inflamação ou congestão e estão associados a pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva, bronquite e DPOC. As crepitações podem ser classificadas em ainda mais suaves ou roucas. As script ações suaves são somos breves, similares aos sons dos cabelos esfregando os dedos. as crepitações roucas são um pouco mais altas, úmidas, lembrando sonhos bolhosos. As crepitações suaves ocasionais, no final da inspiração profunda, escutadas na altura do peito do bebê, são normais. Os chiados são sons contínuos é musicais, produzidos enquanto o ar passa por vias aéreas comprimidas por edema, estreitamento, secreções ou tumores. Podem ser ainda classificados como chiados sibilantes ou chiados sonoros. Os sibilantes originam-se em vias aéreas menores têm tonalidade alta e lembram assobio, ao passo que o chiado sonoros podem ser escutados acima das vias aéreas maiores, lembrando o ronco. Costumam ser ouvidos em pacientes com asma, tumores ou acúmulo de secreções. Por fim, o atrito pleural é um som contínuo, seco irritante. A fricção pleural é causada por inflamação das superfícies da pleura e por perda de líquido pleural lubrificante. Assemelha se ao som feito pelo ato de esfregar uma superfície de couro na outra. EXAMES DIAGNÓSTICOS COMUNS Além da história de enfermagem e do exame físico, os testes laboratoriais e radiológicos fornecem mais dados investigativos que podem ajudar na formação dos diagnósticos de enfermagem. Análise do pH de Gases do Sangue Arterial Este é usado para determinara pressão exercida pelo oxigénio e pelo dióxido de carbono no sangue e no pH do sangue. Este teste mede a adequação da oxigenação, da ventilação e da perfusão. Os resultados normais são: pH (7,35 – 7,45), PCO2 (35 – 45 mmHg), PO2 (80 – 100 mmHg) e HCO3 (22 – 26 mEq/L), e excesso ou déficit de base (-2 a +2 mmol/L). Estudo Citológico Envolve um exame microscópico do catarro e das células que ele contém. É feito principalmente para detectar as células que podem ser malignas, determinar organismos causadores de infecção identificar sangue ou pus no escarro. Estudo Endoscópico Envolve a visualização direta de uma cavidade corporal. Um broncoscópio é usado para examinar a laringe, os brônquios e a traqueia. A broncoscopia permite visualizar lesões, obter uma biópsia, melhorar a drenagem, remover substâncias estranhas e drenar abcessos. Testes Cutâneos Determinam reações antígeno-anticorpo. Nos teste intradérmicos, os antígenos (os quais o paciente pode ter sido exposto anteriormente) são injetados na camada superficial da pele, com agulhas seringa, para avaliar a resposta imune. Radiografia É um exame radiológico dos pulmões e da cavidade torácica. Exames radiográficos dos pulmões são feitos para ajudar a diagnosticar doenças pulmonares e determinar o progresso ou desenvolvimento de alguma doença. Cintilografia Pulmonar É o registro, em placa fotográfica, das emissões de ondas radioativas a partir de uma substância injetada em uma veia, à medida que ela circula pelo pulmão. A cintilografia de perfusão (cintilografia Q) media integridade dos vasos sanguíneos pulmonares e avalia anormalidades do fluxo sanguíneo (ex: embolia pulmonar). A cintilografia de ventilação (cintilografia V) detecta anormalidades ventilatórias, especialmente em pacientes com enfisema. As duas cintilografias usadas juntas fornecem informação diagnóstica maior e mais precisa do que apenas um dos testes sozinhos. OUTROS EXAMES Além disso, existem exames que não são específicos para determinada doença, mas refletem como está funcionando o sistema respiratório. Estudos da Função Pulmonar Os estudos da função pulmonar compreendem um grupo de exames usados para avaliar pacientes com distúrbios respiratórios, sendo feitos rotineiramente para avaliar o estado pulmonar e detectar Laísa Dinelli Schiaveto anormalidades. Avaliam disfunção pulmonar, diagnosticam doenças, verifica uma gravidade de uma doença, auxiliam no controle de doenças e avaliam intervenções respiratórias. A maior parte dos exames é administrada por terapeuta respiratório, técnico, enfermeiros com treinamento especial ou por médicos. Existem vários exames que costumam ser encontrados. Os exames mais especializados e suas finalidades incluem: diluição inerte de gás, eliminação de nitrogênio e pletismografia do corpo medem volumes pulmonares; capacidade de fusão calcula a capacidade do paciente para absorver gases alveolares e determinar se há algum problema de troca de gases; o preço em respiratórias máximas ajudam a avaliar as causas neuromusculares disfunção respiratória; e testes de exercícios ajudam a avaliar a dispneia de esforço. Espirometria A espirometria mede o volume de água em litros, isolado ou inalado pelo paciente por certo tempo. Avalia a função pulmonar e a obstrução das vias aéreas via por meio da mecânica da respiração. A espirometria pode ser usada para medir o grau de obstrução das vias aéreas e para avaliar a reação à medicamentos inalados. O paciente inspira profundamente e expira forçadamente em um espirômetro, um instrumento que mede volumes pulmonares de fluxo de ar. Taxa de Pico de Fluxo Expiratório Essa taxa refere-se ao ponto do fluxo mais alto durante a expiração forçada. A taxa de pico expiratório reflete mudanças no tamanho das vias aéreas pulmonares, sendo medida com letro para fluxo de pico. Costuma ser usada para pacientes com asma moderada a severa para medir agradável essa e o grau de controle. Com o paciente de pé ou sentado, com as costas retas possível, solicita-se que ele respire profundamente uma vez, só do pai na casa do mediador do fluxo de pico na boca, com os lábios bem fechados ao redor do bocal. Com vigor, o paciente expira no medidor, onde um indicador atinge determinado número. Solicita-se ao paciente que faça isso três vezes sendo registrado o número mais elevado. É produzida uma medida em litros, quem indica a frequência máxima de fluxo durante uma expiração forcada. Valores normais são estabelecidos em relação à altura, idade e gênero além dos valores de partida do paciente doente. Os pacientes normalmente medem a taxa de pico expiratório em casa para monitorar o fluxo de ar. Os resultados são os dados para acompanhamento da progressão da doença e para regular o tratamento pelo paciente pelo médico. Oximetria de Pulso A oximetria de pulso é uma técnica não invasiva que mede a saturação de oxi-hemoglobina arterial (SaO2 ou SpO2) do sangue arterial. É útil para monitorar pacientes em oxigenoterapia, para titular oxigenoterapia, para monitorar pacientes com risco de hipoxia e os em pós-operatório. Ela indica anormalidade na troca de gases, embora não substitua alise de gases no sangue arterial. O enfermeiro deve estar atento ao nível de hemoglobina do paciente antes de avaliar a saturação de oxigênio, porque o teste mede apenas a porcentagem de oxigênio levado pela hemoglobina disponível. Assim, mesmo um paciente com hemoglobina baixa pode parecer ter SpO2 normal, porque a maior parte desta hemoglobina está saturada. O paciente, entretanto, pode não ter oxigênio suficiente para atender as necessidades corporais. Uma variação de 95 a 100% é considerada uma SpO2 normal; valores menores ou igual à 90% indicam que a oxigenação para os tecidos está inadequada, devendo ser examinada quanto a hipoxia ou erro técnico. Toracocentese É o procedimento de perfuração da parede torácica e aspiração de líquido pleural. a cavidade pleural é uma cavidade potencial, porque, normalmente, não se distende com um líquido ou ar. O médico pode fazer uma toracocentese junto ao leito do paciente, com auxílio do enfermeiro. Pede-se ao paciente que assine uma permissão para esse procedimento. A toracocentese pode ser realizada para obter uma amostra para fins de diagnóstico ou para remover líquido acumulado na cavidade pleural, causador de dificuldade respiratória e desconforto. Como a cavidade que está sendo penetrada é estéreo, é requerida assepsia cirúrgica. E, precauções-padrão também são utilizadas. De maneira geral, existem vários fatores que devem ser investigados, sendo eles: padrões usuais de respiração, medicamentos, história de saúde, mudanças recentes, estilo de vida e ambiente, tosse, catarro, dor no peito, dispneia, febre e fadiga. Ademais, avaliação clínica Laísa Dinelli Schiaveto prévia a ser feita deve constituir uma série de fatores: presença ou não de problemas respiratórios; classificação/gravidade dos sinais e sintomas relatados; início e duração; avaliação da frequência respiratória; avaliação dos sinais vitais do paciente; presença ou não de dor torácica; presença de muco ou não; regularidade dos sinais de sintomas; dificuldade ou não de respirar; análise de antecedentes pessoais (como tabagismo, fatores de risco, predisposições, etc). OXIGENOTERAPIA DEFINÇÃO A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior à encontrado na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia, aplicada tanto em situações clínicas agudas quanto crônicas. A razão mais comum para a utilização da oxigenoterapia é insuficiência respiratória aguda, em que há impossibilidade do sistema respiratório manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2). A American Association for Respiratory Care cita, comoprincipais indicações de oxigenoterapia, pacientes com PaO2 < 60 mmHg ou saturação periférica de oxigênio (SpO2) < 90% em ar ambiente, e/ou SpO2 < 88% durante exercício ou sono em portadores de doenças cardiorrespiratórias. Ainda, a impossibilidade do sistema respiratório em manter os valores adequados dos gases no sangue é devido a dois fatores: primeiramente, a hipoventilação, ou seja, quando ocorre a oxigenação inadequada dos pulmões, por algum motivo; e, em segundo, a incapacidade dos tecidos em utilizar o oxigênio, seja por uma doença pulmonar, que provoque alteração nas trocas gasosas, diminuindo os níveis de oxigênio nos alvéolos e consequentemente, na corrente sanguínea, ou, seja por uma doença cardíaca, que afete o transporte de oxigênio aos tecidos. OBJETIVOS O principal objetivo da oxigenoterapia é aumentar a quantidade de oxigênio carreado no sangue pelas hemoglobinas até o tecido, ou seja, visa-se reverter o quadro de hipóxia tecidual, que se caracteriza pela diminuição dos níveis de oxigênio existentes nos tecidos e órgão, não havendo oxigênio o suficiente para a realização das funções metabólicas normais, ocasionando a morte celular. Além disso, o uso de suporte de oxigênio visa: aumento da sobrevida e da tolerância ao exercício, diminuição do tempo de hospitalização, diminuição da dispneia, diminuição da pressão da artéria pulmonar e resistência vascular pulmonar, melhora do desempenho psicomotor e melhora da qualidade de vida. INDICAÇÕES A oxigenoterapia é indicada sempre em situação de hipoxemia, ou seja quando a pressão arterial de oxigênio estiver menor que 60mmHg, quando a saturação periférica de oxigênio estiver menor que 90%, em ar ambiente e repouso, e/ou quando há saturação de oxigênio estiver menor que 88% durante exercícios ou sono em cardiopatas ou pneumopatas. Além disso, o suporte de oxigênio é indicado em casos de: Parada Cardiorrespiratória (através do manejo do ressuscitador manual); Infarto Agudo do Miocárdio (como forma de diminuir a sobrecarga cardíaca); Intoxicação por gases (principalmente o monóxido de carbono); Traumatismos graves; Angina instável; Recuperação pós-anestésica; Insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada; Insuficiência cardíaca congestiva e Apneia obstrutiva do sono. VANTAGENS Sabe-se que o uso da oxigenoterapia acarreta diversos efeitos positivos, dentre eles: melhora da troca gasosa pulmonar; melhora do débito cardíaco; vasoconstrição sistêmica; vasodilatação arterial pulmonar; diminuição da pressão arterial pulmonar; diminuição da resistência arterial pulmonar e diminuição do trabalho da musculatura cardíaca. DESVANTAGENS Além dos efeitos positivos, a oxigenoterapia pode ocasionar diversos efeitos deletérios, sendo por isso, considerado um medicamento. Dependendo do tempo e da concentração de oxigênio inadequados, que o paciente ficará exposto, poderá acarretar alterações no Laísa Dinelli Schiaveto Sistema Nervoso Central, Respiratório e Cardiovascular. Os principais efeitos deletérios ocasionados pelo uso inadequado da oxigenoterapia são: • Toxicidade pulmonar: estudos revelam que um paciente exposto a uma FiO2 > 60% por mais de 48 horas ou uma FiO2 de 100% por 12 horas ou mais apresentam sinais de toxicidade pulmonar; • Depressão do sistema respiratório: principalmente em pacientes com hipercapnia (DPOC), apresentam rebaixamento do sistema respiratório com a presença de altas quantidades de O2 circulantes no sangue, o que promove uma diminuição da frequência respiratória e consequentemente aumento da hipercapnia; • Atelectasias por absorção: altas quantidades inaladas de O2 promovem uma diminuição da quantidade de outros gases dentro do alvéolo, principalmente do nitrogênio, que é um dos responsáveis por manter o alvéolo aberto. A ausência desse gás no interior do alvéolo promove o seu colabamento e com isso aumento das áreas de atelectasia; • Aumento do efeito shunt e diminuição da relação V/Q: com aumento das áreas atelectasiadas, ocorrerá uma diminuição da relação ventilação/perfusão; • Diminuição do surfactante pulmonar: altas concentrações de oxigênio inaladas interferem diretamente na produção de surfactantes pelos pneumócitos tipo II, gerando aumento das áreas com atelectasias. Ademais, de acordo com David et al (2004), um indivíduo exposto a uma FiO2 de 100% por 12 a 24 horas, apresenta sinais de traqueobronquite, tosse seca, dor torácica subesternal, diminuição da clearence mucociliar e da capacidade vital; por 24 a 30 horas, as respostas fisiológicas seria parestesias, náuseas, vômitos, alteração da síntese proteica nas células endoteliais e alteração na função celular; por 30 a 48 horas, ocorre diminuição da complacência pulmonar e da capacidade de difusão e aumento da diferença artério-alveolar de oxigênio; por 48 a 60 horas, inativação do surfactante devido a um edema alveolar por aumento da permeabilidade da membrana alvéolo- capilar e; por mais de 60 horas, paciente evolui com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo com elevado risco de óbito. MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO Os sistemas de fornecimento de oxigênio podem ser classificados de acordo com a concentração a ser liberada, em sistema de baixo e alto fluxo. Entretanto, estas concentrações dependerão da profundidade inspiratória de cada paciente. Quanto mais profunda a inspiração do paciente, maior a diluição do oxigênio fornecido e menor a fração inspiratória de oxigênio (FiO2). Desse modo, um sistema que forneça somente uma parte do gás inspirado sempre irá produzir uma FiO2 variável. Podemos obter uma FiO2 fixa, se utilizarmos um sistema de alto fluxo ou um sistema com reservatório, daí a necessidade de eleger-se um sistema adequado. Sistema de Baixo Fluxo Os Sistemas de Baixo Fluxo fornecem oxigênio suplementar às vias aéreas diretamente com fluxos de 8 l/min. ou menos. Como o fluxo inspiratório de um indivíduo adulto é superior a este valor, o oxigênio fornecido por este dispositivo de baixo fluxo será diluído com o ar, resultando numa FiO2 baixa e variável. Cânula Nasal A cânula nasal é o dispositivo mais utilizado para administração de oxigênio. Trata-se de um aparato plástico, descartável, com pontas que se projetam para a inserção nas narinas. A cânula é conectada à uma fonte de oxigênio com um medidor de fluxo e, muitas vezes, com um umidificador. Ademais, a cânula não impede comer ou falar, sendo utilizada com facilidade em casa. As desvantagens desse sistema seu que ele pode deslocar-se facilmente e causar ressecamento da mucosa nasal. Cateter Nasal Laísa Dinelli Schiaveto O cateter nasal é outro meio eficaz para administrar oxigênio, embora de uso pouco frequente, por ser desconfortável para o paciente e poder causar trauma às mucosas respiratórias. Este inserido no nariz, através de uma narina, com a extremidade do cateter apoiada na orofaringe. O cateter deve ser retirado para limpeza e trocado para outra narina a cada 12 a 24 horas. Costuma ocorrer distensão gástrica, por que o fluxo de gás pode ser mal direcionado para dentro do estômago. Máscara de Oxigênio Simples A máscara facial simples conecta-se a sonda de oxigênio, a um umidificador e há um medidor de fluxo, do mesmo modo que a cânula nasal. Possui orifícios laterais que permitem que o ar ambiente saia em muitos locais, desse modo diluindo a fonte de oxigênio. Os orifícios de saída permitem ainda a saída do dióxido de carbono expirado. É comum uma máscara simples ser utilizada quando a necessidade de aumento de administração de oxigênio por curtos períodos (ex: menos do que 12 horas). A máscara deve encaixar bem no rosto para que seja oferecida essa concentração mais alta de oxigênio de modo eficiente. Os pacientes podem ter dificuldade para mantê-la na posição, acima do nariz da boca, e, por causa desta pressão e da presença de umidade, rupturas na pelesão uma possibilidade. Devido ao risco de retenção de dióxido de carbono, jamais deve-se aplicar uma máscara facial simples com uma taxa de fluxo de administração inferior a 5L/minuto. Sistema de Alto Fluxo Os Sistemas de Alto Fluxo fornecem uma determinada concentração de oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente, assim asseguram uma FiO2 conhecida. Máscara de Reinalação Parcial A máscara de reinalação parcial é similar a máscara simples, embora equipada com uma bolsa-reservatório para a coleta da primeira parte do ar expirado pelo paciente. O ar expirado restante sai através dos respiradores. O ar no reservatório é misturado com 100% de oxigênio para a próxima inalação. Assim, o paciente reinala cerca de 1/3 do ar expirado da bolsa- reservatório. Esse tipo de máscara permite a conservação de oxigênio. Uma vantagem adicional é que o paciente pode inalar o ar ambiental pelos orifícios da máscara se o suprimento de oxigênio foi brevemente interrompido. As desvantagens são as de qualquer máscara: comer e falar são difíceis, há necessidade de um lacre firme e há potencial para a ruptura da pele. É importante monitorar com cuidado a bolsa- reservatório, que deve desinflar um pouco com a inspiração. Se desinflar completamente, a taxa de fluxo deve ser aumentado até que apenas uma leve deflação seja observada. Laísa Dinelli Schiaveto Máscara de Não-Reinalação A máscara de não reina laçam fornece a mais alta concentração de oxigênio com máscara para paciente que respira de forma espontânea. É similar à de reinalação parcial, exceto por duas válvulas de uma via que impedem que o paciente reinale o ar expirado. A bolsa-reservatório enche como oxigénio que entra na máscara na inspiração. O ar expirado sai pelos orifícios laterais. Um defeito na bolsa pode causar acúmulo de dióxido de carbono e sufocamento. Essa máscara pode ainda ser utilizada para administrar outros gases, como o heliox. Este é uma mistura de hélio e oxigênio, usada para reduzir o trabalho respiratório, oferecer aerossóis e reduzir o medo e ansiedade em pacientes com sofrimento respiratório. O hélio tem densidade muito baixa, permitindo que flua com facilidade para o interior de vias aéreas estreitas ou com desvios, oferecendo medicamentos nebulizadores para as vias aéreas inferiores. Além disso, o dióxido de carbono espalha-se pelo ambiente, levando-o a sair mais facilmente e rapidamente do organismo. Máscara de Venturi A máscara de Venturi tem seu nome a partir do efeito Venturi, que lhe permite liberar concentrações mais exatas de oxigênio. Essa máscara tem umas sonda grande, com uma entrada para o oxigênio. A sonda vai ficando estreita e a pressão cai, fazendo o ar ser sugado pelos orifícios laterais. Eles são ajustados conforme a prescrição da concentração de oxigênio. Certificar-se de que estes estão sempre abertos. Se bloqueados pela roupa de cama, pelo vestuário ou pelo paciente sobre a máscara, o oxigênio administrado pode estar em concentração insegura (alta ou baixa demais). TRAQUEOSTOMIA DEFINIÇÃO A traqueostomia é um procedimento invasivo de acesso das vias aéreas pela traqueia com colocação de prótese ventilatória (cânula) para ventilação pulmonar. Uma traqueostomia é um orifício artificial na traqueia, normalmente no nível do segundo ou terceiro anel cartilaginoso. Uma cânula curva, a cânula de traqueostomia, é inserida através do orifício. Isso se dá na sala cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, sob condições estéreis, com uso de anestesia local, podendo ser temporária ou permanente. Além disso, a cânula é de plástico semiflexível (poliuretano ou silicone), plástico rígido ou metal e está disponível em tamanhos Laísa Dinelli Schiaveto diversos, com ângulos variados. A condição e as necessidades do paciente determinam a escolha de uma cânula de traqueostomia de metal ou plástico. OBJETIVOS Para a realização de uma traqueostomia, faz-se necessário a colocação de uma cânula. Esta pode ser inserida por várias razões. Então, pode ser usada para substituir um tubo endotraqueal, para oferecer um método de ventilação mecânica ao paciente, para desviar de obstrução de via aérea superior ou para remover secreções traqueobrônquicas. INDICAÇÕES As principais indicações da traqueostomia são: obstrução de vias aéreas superiores; intubação orotraqueal prolongada, para reduzir risco de estenose subglótica; edema devido a queimaduras, infecções ou anafilaxia; tempo prévio ou complementar a outras cirurgias bucofaringolaringológicas; facilitar a aspiração de secreções de vias respiratórias baixas; reduzir o espaço morto durante a ventilação para facilitar o desmame de ventilador; e SAHOS (Síndrome de Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono). VANTAGENS • Redução de espaço morto; • Diminuição da resistência de vias aéreas; • Melhor higiene brônquica; • Menor trauma da laringe; • Maior conforto para o paciente; • Menor tempo de sedação; • Melhor mobilidade do paciente; • Menor tempo de ventilação mecânica; • Facilidade em trocar a cânula; • Facilidade para o paciente em se comunicar verbalmente e não verbalmente; • Possibilidade de dieta oral; • Possibilidade de medicação oral. DESVANTAGENS • Complicações relacionadas ao cuff; • Infecção e sangramento pelo estoma; • Possibilidade de estenose na traquéia; • Possível formacao de fístula arterial; • Complicações que podem levar a morte, como hipoxia, infecção, dano ao tecido traqueal, arritmias e atelectasias. CUIDADOS Os pacientes com traqueostomia costumam ter mecanismo de tosse ineficaz e muitas secreções que precisam de aspiração traqueal para a sua remoção. A aspiração traqueal causa desconforto, para ser dito o mínimo, e pode ser muito dolorosa e/ou causar sofrimento ao paciente. Assim, deve-se antecipar a avaliação da necessidade de administração de analgésico antes da aspiração. No entanto, deve-se realizar aspiração somente quando for uma necessidade clínica devido aos inúmeros riscos potenciais. Esses riscos incluem hipoxia, infecção, dano ao tecido traqueal, arritmias e atelectasias. Além disso, deve-se avaliar atentamente o paciente antes do procedimento, durante a após, para limitar os efeitos negativos. Para prevenir hipoxia, deve-se hiperoxigenar o paciente antes e depois da aspiração imitar a aplicação da aspiração para 10 a 20 segundos. Também, deve-se monitorar com frequência ao pulso do paciente para detectar os efeitos potenciais da hipoxia e a estimulação do nervo vago. Com pressão apropriada para aspirar (80-120 mmHg), tem-se uma ajuda para evitar e atelectasia relacionada ao uso de pressão negativa elevada. Ademais, existem pesquisas que sugerem que a inserção do cateter de aspiração deve ser limitada para um comprimento pré determinado (não mais que 1 cm além do cumprimento da cânula traqueal ou endotraqueal) para evitar danos à mucosa da traqueia, inclusive desnudamento, perda de cílios, edema e fibrose. É válido ressaltar que, para paciente com cânula de traqueostomia e em ventilação mecânica contínua, pode ser usado um sistema fechado de aspiração de via aérea, para manter desde obstruída havia e reduzir o risco de hipoxemia ou infecção. Além de aspirar a traqueostomia, o enfermeiro é responsável pela limpeza da cânula interna não descartável e pela substituição da descartável. A cânula interna exigir limpeza ou substituição para evitar acumulo de secreções que podem interferir na respiração e ocluir a via aérea. Como curativo sujos de será que ostomia colocam um paciente em risco de desenvolver fissuras infecção na pele, deve-se trocar regularmente curativos de tiras. Também, deve-se usar Laísa Dinelli Schiaveto curativos de gases sem algodão para prevenir aspiração de corpos estranhos para o interior da traqueia. Limpar a pele em torno da traqueostomia para evitar o acúmulode secreções ressecadas e fissuras na pele. Ter cuidado durante a troca das tiras da traqueostomia para evitar descanulação acidental o expulsão da cânula. É fundamental ter um assistente segurando a cânula no local durante a troca, ou conservar a tira suja no local, até que a limpa esteja presa com firmeza. As rotinas institucionais e a condição do paciente determinam procedimentos e agendas específicos; contudo, uma traqueostomia recém inserida pode exigir atenção a cada 1 a 2 horas.
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