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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPA PROJETO PETIÇÃO 10 – ENCONTROS 8 E 9 – CIVIL – PROF. JAIR PEREIRA COITINHO PROPOSTA DE PETIÇÃO INICIAL DATA PARA DISCUSSÃO: 03/08/2021 – DATA PARA ENTREGA: 10/08/2021 LEIA TODOS OS CASOS E IDENTIFIQUE O TIPO DE PROCESSO/PROCEDIMENTO E O(S) PEDIDO(S) A SER(EM) ELABORADO(S) NA HIPOTÉTICA PETIÇÃO INICIAL. APÓS ISSO, ESCOLHA 1 DOS CASOS E ELABORE A PETIÇÃO INICIAL COMPLETA. 1. Você é procurad@ por Mário da Silva, filho de Lúcio da Silva, brasileiro, com 58 anos de idade, residente e domiciliado em Santa Maria (RS), que lhe relata a seguinte situação: seu pai está internado na UTI do Hospital de Caridade de Curitiba (PR), por ter sofrido, ontem à noite, infarto agudo do miocárdio. Tem plano de saúde mantido há mais de 5 anos com a PLANOMED (categoria coletiva), empresa com sede em São Paulo (SP) e agência na cidade de Porto Alegre (RS), e paga à operadora a quantia mensal de R$500,00. Ocorre que o plano, apesar de ter autorizado a intervenção cirúrgica, recusou-se a custear o implante de “stent”, considerado essencial ao sucesso da operação para desobstrução da artéria superior esquerda (angioplastia recomendada de maneira urgente pelo médico assistente, Dr. Hipócrates de Souza). Por ser equipamento importado, o custo para aquisição do “stent” é de R$5.300,00 (menor orçamento), quantia de que o beneficiário do plano não dispõe. Na condição de advogad@, elabore a(s) peça(s) processual(is) mais adequada(s) e urgente(s) à defesa dos interesses do beneficiário do plano para o custeio do equipamento indicado, indicando os documentos necessários à petição. Na peça em tela o procedimento seria uma ação judicial contra o plano de saúde por se recusar a custear o implante do “stent” sem anteriormente ter disposto no contrato com o beneficiário eventuais despesas que não seriam cobertas pelo plano, já que, este cobre as doenças nesta mesma via deve custear os meios de tratamentos para sanar a doença. Sob este contexto, urge um pedido de tutela provisória de urgência, conforme a o novo CPC (Lei nº 13.105/2015) através desta ação judicial, dado que, é de caráter urgente o implante pelos fatores supracitados. 2. João, brasileiro, auxiliar de pedreiro, domiciliado em Canoas (RS), dirigia-se ao trabalho em uma empresa de construção civil em Porto Alegre (RS) no dia 15/08/2013, por volta das 7h, quando, ao atravessar a Avenida Ipiranga (na faixa de pedestre e com o semáforo vermelho para os veículos), foi atropelado pelo ônibus da Viação Santa Via Ltda., empresa com sede em Porto Alegre (RS). O ônibus era conduzido por Lauro, brasileiro, separado de fato de Maria Clara, ambos domiciliados em Viamão (RS). O ônibus não parou apesar de o sinal estar “fechado”. Em razão do acidente, João faleceu no local. Na data do fato, João tinha 46 anos de idade (nasceu em 23/05/1967), estava empregado e tinha remuneração mensal de cerca de 1,5 salários mínimos; vivia desde 2001 em união estável com Maria (42 anos, nascida em 02/02/1971), com quem tinha 2 filhos (Ana Cristina, 11 anos, nascida em 04/05/2002, e Luiz Flávio, 2 anos, nascido em 08/12/2010). O condutor do ônibus foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso e, após regular tramitação do processo criminal, foi condenado por homicídio culposo (reconhecida a imprudência). A sentença penal condenatória transitou em julgado no dia 03/03/2018. Você é procurad@ pela família do “de cujus” hoje. Na condição de advogad@, elabore a peça processual mais ampla e adequada à defesa dos respectivos direitos. Neste caso de processo de execução, visto que, advém a ação de indenização por danos materiais (art. 948, I, do CC) de Maria ( cônjuge de João que veio a óbito e representante de seus consanguíneos) por parte do réu já condenado e pela empresa, sendo que, esta tem legitimidade passiva, em razão de, que Lauro não teria acesso ao transporte logo esta demonstra a responsabilidade objetiva pelo nexo causal. Este pedido se embasa no art. 932, inc. III, do Código Civil, o qual determina que também é responsável pela reparação civil, “o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”, correlacionado com o artigo subsequente que afirma que ocorre mesmo que o empregador não tenha culpa pelo dano causado pelo empregado (Art. 933, CC). 3. Você é procurad@ por Flávia Duarte Venturini, curadora de Camila Duarte Magnus, brasileira, com 65 anos de idade hoje, residente e domiciliada em Fortaleza (CE), que lhe relata a seguinte situação: a curatelada tem grave patologia (“PC [Paralisia Cerebral] coreoatetóide [tetraplegia mista] com crises convulsivas e refluxo gastroesofágico. CID10 G 80.3”). Para o tratamento, precisa da aquisição de fármacos (Sonebon 5MG, Gardenal 100mg e Fraldas Looney Tunes Pratic G), mas cujo custo, de cerca de R$800,00 mensais (menor orçamento), a portadora não tem condições de suportar, porque não recebe qualquer benefício previdenciário ou assistencial. Na condição de advogad@, elabore a(s) peça(s) processual(is) mais adequada(s) e efetiva(s) à defesa dos interesses da portadora, para o fornecimento dos medicamentos indicados, mencionando os documentos necessários à petição. Na referida peça, por se tratar de um processo de cautelar, requer a ação de medicamentos ordinária de obrigação de fazer do município com tutela antecipada, deste modo conforme o art. 1.048 inciso I, sob o prisma de que a portadora de patologia além de ter 65 anos não é beneficiária de nenhum programa governamental e não conseguindo arcar com os fármacos necessários para tratar suas enfermidades o quanto antes possível, haja vista, os fatos citados acima. 4. Júlio, domiciliado em Bagé-RS, adquiriu de Agropecuária CV Ltda., com sede em Porto AlegreRS, um cavalo de raça crioula de nome “Trovão”, em leilão durante a Expointer, em Esteio-RS. O valor do negócio foi de R$20.000,00 em 01/09/2020, com pagamento à vista e prazo para entrega do animal no domicílio do comprador em 30 dias após a compra. O animal, entretanto, não foi entregue, e Júlio tem a informação de que está em posse de terceiro (Garibaldi, com domicílio em Curitiba-PR). Você é procurad@ por Júlio, que lhe entrega uma via do contrato assinado pelas partes, o comprovante da transferência da quantia para a conta do vendedor, e “prints” de whatsapp mostrando o diálogo com o vendedor e com a informação de que o cavalo está na posse do 3º. Elabore a(s) peça(s) processual(is) mais adequada(s) à defesa dos interesses do comprador, indicando os documentos necessários a tanto. No proferido caso de processo de conhecimento condenatório, o requerente (Julio) através da defesa de ação de execução de contrato não cumprido, cabendo ainda danos morais e materiais nesta, visto que o vendedor não cumpriu sua obrigação de entregar o que fora acertado com Julio que pagou no ato e tem registros das conversas para tratar do acordo não cumprido . 5. Mário e sua esposa Flávia, domiciliados em Porto Alegre-RS, firmaram contrato de promessa de compra e venda de imóvel com a Construtora Habitar Ltda., com sede em Passo Fundo-RS, que está realizando empreendimento em Porto Alegre-RS. O preço total do negócio foi de R$180.000,00, para pagamento em 100 prestações mensais e consecutivas. Ficou convencionado no contrato que, após o término do pagamento das prestações (que ocorreu em março/2021), a construtora outorgaria aos compradores a escritura pública definitiva de compra e venda do imóvel, o que, entretanto, acabou não ocorrendo, mesmo após a notificação extrajudicial feita pelos compradores em meados de junho/2021. Você é procurad@ pelo casal. Elabore a(s) peça(s) processual(is) mais adequada(s) à defesa dos interesses dos compradores para a obtenção da escritura. É factível afirmar que esta peça se trata de um processo de conhecimento, convém impetrar uma ação cautelar(art 301 e 305 do CPC) para fazer valer o direito dos compradores que cumpriram sua parte no contrato de compra e venda não sendo resguardadosao direito de ter a escritura gerando uma ameaça a este direito. 6. Você é procurad@ por Genoveva, cirurgiã-dentista, domiciliada em Novo Hamburgo, que lhe relata os seguintes fatos: Era casada desde 15/07/2003 em regime de comunhão parcial de bens com Sujismundo, empresário, domiciliado em Porto Alegre-RS. Em 13/06/2005, o casal separou-se de fato. Durante o casamento, em 13/02/2005, o casal adquiriu um apartamento na Capital, no valor de R$150.000,00. Em 1º/11/2018, seu ex-marido contraiu empréstimo pessoal junto ao Banco Sovina S/A, instituição financeira com agência em Porto Alegre-RS, na quantia de R$35.000,00, com vencimento para 1º/11/2019. Não paga a dívida, o banco executou a obrigação e indicou à penhora o imóvel do casal. Sujismundo foi citado em 15/02/2020, silenciando. O juiz ordenou, então, a penhora e a avaliação do imóvel (a avaliação foi de R$250.000,00 em dez/2020), disso não sendo intimada pessoalmente Genoveva. O leilão eletrônico terá início no dia 01/09/2021, às 14h, e final no dia 08/09/2021, às 14h, com lance mínimo de R$125.000,00 (50% do valor da avaliação). O valor atualizado da dívida, com custas e honorários de 10%, está em R$70.000,00. Genoveva teve ciência do fato pela publicação no edital, e tem condições de provar, além de tudo, que o empréstimo não a beneficiou, visto que tem renda própria suficiente e independente da de seu marido. Você é procurad@ pela Sra. Genoveva. Elabore a(s) peça(s) processual(is) mais adequada(s) à defesa dos interesses da mesma, indicando os documentos necessários a tanto. Por se tratar de um processo de conhecimento, já que, e um claro caso das ramificações deste devido processo sendo localizado na subdivisão constitutiva deste, a parte lesada ( Genoveva) por meio de representação legal de um advogado requerendo um recurso Inominado embasado no art. 41 da Lei 9.099/95, apontando que a divida contraída pelo seu cônjuge não fora usufruída pela cliente e sua renda era independente deste. 7. Paulo, residente em Porto Alegre, alugou em 1º/03/2021 apartamento situado em Porto Alegre para João, residente em Santa Cruz do Sul, para fim residencial. O locatário foi afiançado por Sílvio e Maria, domiciliados em Santa Cruz do Sul, e o contrato foi firmado com prazo de 30 meses. O valor do aluguel é de R$1.000,00 por mês, com vencimento no dia 05 do mês seguinte ao vencido. O valor das despesas condominiais é de R$500,00 por mês; além disso, pelo contrato, o IPTU ficou a cargo do locatário, em R$1.000,00 (valor proporcional a 10 meses de 2021). Até hoje, entretanto, o locatário não pagou os aluguéis, nem os acessórios da locação. Você é procurad@ por Paulo. Elabore a(s) peça(s) processual(is) mais ampla(s) para buscar a retomada do imóvel e o pagamento das quantias devidas. Na referida peça o processo de conhecimento sob o viés declaratório, o locador (Paulo) por via do advogado que entra com uma ação de danos materiais em razão do locatário não cumprir o contrato firmado onde este teria de arcar com as despesas condominiais o que não ocorreu, logo, este pedido seria para recorrer a retomada do imovel para a parte lesada obrigando os(as) devedores(as) a pagar as referidas dívidas não quitada conforme o contrato. PETIÇÃO INICIAL CASO 6 RECURSO INOMINADO EXMO. SR (A). DR (A). JUIZ (A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE Processo nº …. Genoveva cirurgiã-dentista, domiciliada em Novo Hamburgo, era casada desde 15/07/2003 durante o casamento estes vieram a comprar um imovel na capital em 2005 e posteriormente a separação o empresário com quem era casada contraiu uma dívida em 2018, na qual esta não usufruiu e por consequência o imovel foi penhorado para sanar esta dívida, nesse sentido, com fulcro no art. 41 da Lei 9.099, interpor o presente RECURSO INOMINADO, contra o empresário (seu ex cônjuge) domiciliado em Porto Alegre-RS, conforme razões em anexo. “Ex positis”, após a sábia e douta apreciação de , e as formalidades, requer o recorrente, seja o presente, com as inclusas razões, encaminhadas ao Conselho Recursal para que esta ação movida contra o devedor em razão dos fatores apresentados. Nestes termos, Pede Deferimento. Porto Alegre EGRÉGIA TURMA RECURSAL COLENDA TURMA Recorrente: Genoveva Recorrido: JUIZ (A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE RAZÕES DO RECURSO INOMINADO Eméritos julgadores Inobstante a integridade e inteligência do Magistrado prolator, em que pese o respeito e admiração ao qual é merecedor, entretanto, data vênia, merece ser reformada a R. Sentença monocrática, no que tange a ao recurso impetrado, conforme razões que ora oferece. I. DA LIDE Em razão do de que Genoveva e seu ex marido quando casados com comunhão parcial adquiriram um apartamento estimado em R$ 150.000 na data de 13/02/2005, após isso, em 1º/11/2018 empresário fez um empréstimo pessoal de R$35.000,00, com vencimento para 1º/11/2019. o mesmo não conseguindo quitar a dívida com o banco nesta data este entrou com a obrigação de fazer e pediu o imovel do casal, o ex-cônjuge fora silenciado em 15/02/2020. O magistrado outorgou a penhora do apartamento sem que a intimação de Genoveva, esta não se beneficiou do empréstimo, dado que, este ocorreu posteriormente a separação e essa tem renda independente da do endividado, aquela só soube da penhora de seu imovel por meio do edital do leilão eletrônico. II. DOS MOTIVOS a) DIREITO A AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO Em razão de que a requerente não fora formalmente ouvida nos autos do processo, ficando em segundo plano o resguardo do direito à ampla defesa desta a luz do art. 5° inciso LV: “LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes “ . Em consonância com o CPC no que tange o art 9°: “ Art. 9° - Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”. b) DIREITO DE REPRESENTAÇÃO Sob o escopo de que a lesada Genoveva só veio ter ciência da penhora de seu apartamento sem qualquer notificação ou citação. Conforme o art. 525 do Código de Processo Civil: “Art. 525:Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;” A parte autora não fora citada, tendo apenas conhecimento do feito e da decisão do magistrado através de publicação em edital, também não tendo direito a representação na solenidade. Assim aduz o art. 10, do mesmo dispositivo: “Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.” Ora, sendo também a parte proprietária do objeto de penhora, haveria a necessidade de ter sido informada, bem como direito a representação durante o feito, conforme o dispositivo exposto. Não obstante, resultou em prejuízo à parte autora, que teve seu interesse desconsiderado e a propriedade, adquirida por ambos, que deveria ser objeto de comunhão, penhorada para sanar as dívidas de seu ex-cônjuge. Acerca de tais dívidas, se comprova que o determinado empréstimo não a beneficiou em nada III- DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer a parte autora: a) A NULIDADE DO ATO PROCESSUAL, com fulcro no art. 525 do CPC; b) O ressarcimento do valor investido no imóvel; Nestes termos, pede deferimento. ADVOGADOS Larissa Pontes Gonçalves OAB XXXXX Lucas Gabriel Do Canto OAB XXXXX
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