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1 SUMÁRIO 1 - Criança...................................................................................................................... ............................. 02 1.1 – Aspectos do Crescimento e Desenvolvimento......................................................................................... 02 2 - Adolescente................................................................................................................................................ 03 2.1 Adolescência e Puberdade..................................................................................................... ..................... 2.2 Hormônios e Comportamentos.................................................................................................................. 2.3 Saúde sexual e reprodutiva........................................................................................................................ 2.4 Definição de Saúde Reprodutiva e de Saúde Sexual............................................................................... 2.5 Doenças Sexualmente Transmissíveis....................................................................................................... 04 04 04 04 05 3- A Atenção Governamental Nas Diretrizes Para A Atenção À Saúde Da Criança E Do Adolescente............................................................................................................................................................... 3.1 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ....................................................................................... 3.2 – PAISC......................................................................................................................................................... 3.3 - PROSAD..................................................................................................................................................... 05 05 05 06 09 4 - Os Agravos À Saúde Da Criança E Do Adolescente............................................................................. 4.1 – Distúrbios Respiratórios......................................................................................................................... 4.2 – Diarreia e Desidratação.......................................................................................................................... 4.3 - Desnutrição Proteica Calórica........................................................................................... ..................... 5 – Comportamentos de Riscos na Criança e no Adolencente............................................................................................................................................... 5.1 – Dependência Química – Álcool e outras Drogas................................................................................. 5.2 O Alcoolismo.............................................................................................................................................. 5.3 Violência..................................................................................................................................................... 5.4 Delinquência............................................................................................................................................... 5.5 Gravidez na Adolescência......................................................................................................................... 5.6 Trabalho Infantil....................................................................................................................................... BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................. ANEXOS........................................................................................................................................................... 12 12 14 15 16 16 16 17 17 18 19 20 21 22 2 Introdução: Para falar a respeito da atenção à saúde da criança e do adolescente no Brasil faz-se necessário um breve relato histórico, citando as transformações ocorridas nesse contexto. Desde as épocas mais remotas da História, a criança foi tratada com descaso, sendo considerado um ser humano inferior aos demais. Ao nascer, podia ser tanto desprezada, como morta. Em Roma, por exemplo, o pai era responsável pelo seu destino. Quando erguia os braços levantando a criança ao colo significava que ela deveria viver, caso contrário, ela era atirada aos leões. O infanticídio era praticado nas tribos primitivas por superstição, por questões econômicas, para manter igualado o número de meninos e meninas, dentre outros motivos igualmente bárbaros. Essa prática cruel foi utilizada pelos mais diferentes povos e nações — gregos, romanos, persas e árabes. Aos poucos, com o progresso das civilizações e com o advento do pensamento cristão, a criança passou a ser valorizada e entendida como alguém que precisa ser amparada e assistida. É importante ressaltar a maneira diferenciada no atendimento à criança das classes mais ricas em relação ao modo de tratá-la no seio das classes pobres. No Brasil, durante séculos, a assistência às crianças pobres ficou a cargo das instituições religiosas, que lhes ofereciam abrigo e alimentação e, em troca, recebiam dinheiro. Devido às condições precárias, a grande maioria das crianças recolhidas a esses internatos ali morria acometida de doenças. A implantação de uma política social que atendesse às necessidades da população, em particular das crianças e dos jovens, se fazia necessária. Era preciso promover condições para que crescessem e se desenvolvessem, recebendo também uma formação moral, filosófica e espiritual. Era necessário amparar e defender a criança — com direito à vida, saúde, lar e educação— como meio de assegurar o futuro da nação. Para tanto, a Legislação Brasileira tem estabelecido medidas de proteção à infância e adolescência, assegurando direitos que antes eram negligenciados ou lhes eram negados. .É importante ressaltar que a promoção da saúde não se faz apenas com medidas de controle das doenças, mas sim com atenção básica, educação em saúde e garantia de trabalho para que as famílias possam promover seu sustento. Assim, leis e programas já existentes precisam ser priorizados e estendidos a um maior número de crianças e adolescentes, que ainda se encontram expostos aos mais variados problemas sociais e sanitários. 1. A CRIANÇA Uma criança é um ser humano no início de seu desenvolvimento. São chamados recém- nascidos do nascimento até um mês de idade; bebê, entre o segundo e o décimo - oitavo mês, e criança quando têm entre dezoito meses até doze anos de idade. A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo - segundo ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade. 1.1 Aspectos do Crescimento e Desenvolvimento: a)Aspecto cognitivo: O aspecto cognitivo na criança desenvolve no decorrer das relações /trocas realizadas entre ela própria e os outros, suas atitudes são resultados da interação com o meio em que vive. b)Desenvolvimento físico: O desenvolvimento físico representa o crescimento em termos de tamanho, força e habilidades do corpo. A criança começa a desenvolver suas habilidades motoras desde os primeiros meses de vida, porém valelembrar que cada pessoa possui características próprias que influenciam no desenvolvimento de cada habilidade. http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_sapiens http://pt.wikipedia.org/wiki/Puberdade http://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento http://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade 3 Quando falamos em desenvolvimento físico não é a idade o mais importante, mas sim a etapa do desenvolvimento e do crescimento em que a criança se encontra. Os movimentos mais amplos e simples, como esticar os braços em direção à alguém são realizados pela criança antes mesmo dela ser capaz de concretizar seqüências de movimentos mais complicados como manejar um garfo, correr, pular, etc. Os movimentos podem ser classificados em dois grupos: * movimentos que controlam o corpo: correr, pular, andar, etc. * movimentos que controlam objetos: segurar, jogar, pegar , etc c)Desenvolvimento social: De certa forma os bebês vem ao mundo prontos para desenvolver relações sociais às quais no principio se limitam à mãe , pai e pessoas do convívio. O desenvolvimento social refere-se ao convívio da criança com outras pessoas e a participação dela em atividades coletivas, ou seja aprender a conviver com os outros em situações diversas. A criança manifesta seu comportamento social na escola espelhando se no comportamento dos pais em casa. As crianças costumam brincar de papai e mamãe e de faz de conta, por meio destas brincadeiras as crianças transmitem a imagem dos pais não por meio de palavras, mas por gestos. 2. A ADOLESCÊNCIA Define-se o adolescente como “o indivíduo que vivencia uma fase evolutiva, única e exclusiva da espécie humana, em que acontecem intensas e profundas transformações físicas, mentais e sociais, que, inexoravelmente, o conduzirão a exibir características de homem ou de mulher adultos”. Essas transformações, em ritmos diferentes, conforme uma série de fatores tornam os adolescentes vulneráreis a uma série de situações. As transformações físicas, durante o processo pubertário, levarão a criança à função biológica de reprodução. Sua evolução psíquica, com todos os sinais e sintomas apresentados, mostra pólos de comportamento tais como: ora ri, ora chora; introvertido e extrovertido; detesta a família e adora a família; esconde o que pensa e fala o que não deve; altruísta e egoísta quer aprender e detesta estudar; sono tranqüilo e sono agitado; quer ser ele mesmo e imita os outros; acha-se lindo e acha-se feio; antecipa o que é de seu interesse e posterga o que não é. a)Aspectos físicos: O termo puberdade é utilizado para designar especificamente as transformações corporais decorrentes da ação dos hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. A adolescência tem início com a eclosão pubertária, com intensas modificações biológicas, sendo os seus primeiros eventos, o aparecimento do broto mamário nas meninas (telarca) e o aumento do volume testicular nos meninos. O seu início acontece entre os 08 e os 13 anos para o sexo feminino e entre 09 e 14 anos, para o sexo masculino. b) Aspectos psicológicos: Autores procuraram estabelecer características psicológicas comuns à adolescência, destacando-se especialmente a reestruturação ou busca de uma nova identidade. Ressalta-se que o adolescente, ao perder a condição de criança, busca uma nova identidade que é construída, consciente e inconscientemente, em um processo lento e doloroso de elaboração do luto pela perda do corpo de criança, da identidade infantil e da relação com os pais da infância mediante a evolução psíquica que se processa, descreve a “Síndrome da Adolescência Normal”, um conjunto de itens apresentados pelos adolescentes durante o processo em questão, itens considerados normais e característicos dessa faixa etária. c)Aspectos sociais: Os adolescentes enfrentam dificuldades relacionadas à condição socioeconômica, ao desemprego, desamparo familiar e social, violência doméstica e externa, uso e/ou abuso de substâncias lícitas e ilícitas, exploração 4 sexual, risco de DST/Aids, gravidez precoce não planejada, problemas escolares e evasão escolar, depressão, suicídio, acidentes (incluindo os de trânsito), a exploração do trabalho adolescente entre outras situações de risco. 2.1 Adolescência e puberdade: Muitas pessoas confundem adolescência com puberdade. A puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e meninas. É durante a puberdade (entre 10 e 13 anos entre as meninas e 12 e 14 entre os meninos) que ocorre o desenvolvimento dos órgãos sexuais. Estes ficam preparados para a reprodução. Durante a puberdade, os meninos passam pelas seguintes mudanças corporais e biológicas: aparecimento de pêlos pubianos, crescimento do pênis e testículos, engrossamento da voz, crescimento corporal, surgimento do pomo-de-adão e primeira ejaculação. Entre as meninas, as mudanças mais importantes são: começo da menstruação (a primeira é chamada de menarca), desenvolvimento das glândulas mamárias, aparecimento de pêlos na região pubiana e axilas e crescimento da região da bacia. 2.2 Hormônios e comportamento: Durante a adolescência ocorrem significativas mudanças hormonais no corpo. Além de favorecer o aparecimento de acnes, estes hormônios acabam influenciando diretamente no comportamento dos adolescentes. Nesta fase, os adolescentes podem variar muito e rapidamente em relação ao humor e comportamento. Agressividade, tristeza, felicidade, agitação, preguiça são comuns entre muitos adolescentes neste período. Por se tratar de uma fase difícil para os adolescentes, é importante que haja compreensão por parte de pais, professores e outros adultos. O acompanhamento e o diálogo neste período são fundamentais. Em casos de mudanças severas (comportamentais ou biológicas) é importante o acompanhamento de um médico ou psicólogo. 2.3 Saúde sexual e reprodutiva: Os termos saúde sexual e reprodutiva vem sendo compreendidos de forma diferente ao longo dos últimos anos. Os movimentos de mulheres tiveram um papel fundamental nas modificações e no avanço dessas concepções, substituindo, por exemplo, o termo saúde reprodutiva e consagrando as noções de direitos reprodutivos, saúde sexual e direitos sexuais. Essas modificações foram negociadas e é importante ressaltar-se o papel fundamental desempenhado pelas organizações femininas, principalmente nas Conferências de Cairo (Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, 1994) e na IV Conferência Mundial sobre a Mulher em Pequim, 1995(Correa, 1999). O documento da OMS/OPS, sobre "Promoção da Saúde Sexual – Recomendações para ação", em colaboração com a Associação Mundial de Sexologia, constituiu-se como um avanço pois reconheceu os direitos sexuais como direitos humanos. Esse documento definiu como saúde sexual a experiência do processo de obtenção de bem estar físico, psicológico e sociocultural relacionado com a sexualidade. Afirma ainda “que a saúde sexual acontece nas expressões livres e responsáveis das capacidades sexuais que observem um bem estar harmonioso, pessoal e social”. Não se trata simplesmente da ausência de disfunção ou enfermidade ou de ambas. Para que possa ocorrer a saúde sexual é necessário que sejam reconhecidos e garantidos os direitos sexuais de todos. 2.4 Definição de Saúde Reprodutiva e de Saúde Sexual: A Organização Mundial de Saúde definiu Saúde Reprodutiva como sendo: http://www.suapesquisa.com/profissoes/medico.htm http://www.suapesquisa.com/profissoes/psicologo.htm 5 “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas as questões relacionadas com o sistema reprodutivo, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva implica, assim, que as pessoassão capazes de ter uma vida sexual segura e satisfatória e que possuem a capacidade de se reproduzir e a liberdade para decidir se, quando e com que frequência devem fazê-lo. Implícito nesta última condição está o direito de homens e mulheres à informação e ao acesso aos métodos de contracepção e planejamento familiar eficazes, seguros e financeiramente compatíveis com a sua condição, assim como a outros métodos de regulação da fertilidade que estejam dentro do quadro legal. A saúde reprodutiva implica ainda "ter o direito a aceder a serviços e cuidados de saúde adequados que garantam à mulher condições de segurança durante a gravidez e o parto, proporcionando aos pais maiores possibilidades de terem filhos saudáveis." Sobre Saúde Sexual, a IPPF - Federação Internacional para o Planeamento Familiar - partilha da definição da ONU ao reforçar que a saúde sexual pressupõe uma "abordagem positiva à sexualidade humana", não se restringindo apenas à prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. 2.5 Doenças sexualmente transmissíveis As doenças sexualmente transmissíveis (DST) constituem o principal risco de saúde para todos os adolescentes sexualmente ativos (Brabin et al, 2001). Assim a população de adolescentes é prioritária no estudo das DST uma vez que constitui a população mais atingida por elas. As estatísticas dos países desenvolvidos mostram isso (Lappa et al, 1998). E, mesmo no Brasil, dados isolados apontam nesta direção (Araújo, 2001; Fioravante, 2003). A explicação é de natureza biológica e psicossocial. No caso das mulheres, as condições do colo uterino, nos primeiros anos pós-menarca facilita a infecção pelos germes mais freqüentes nesta população: clamídia, gonorréia e HPV. Quanto aos aspectos psicossociais, os adolescentes devido às suas características são mais suscetíveis aos chamados comportamentos de risco: iniciação sexual precoce, troca rápida de parceiro, uso inconstante do preservativo, uso de drogas legais e ilegais, que facilitam a transmissão das DST (Braverman, 2000). Alguns estudos, realizados no município de Goiânia mostraram a presença desses comportamentos. Dados de pesquisa recente realizada em um distrito sanitário do município de Goiânia sobre o uso do preservativo masculino relatado por adolescentes do sexo feminino mostrou que apenas 20,5% das adolescentes referiram o uso do preservativo em todas as relações sexuais. Essa pesquisa mostrou ainda vários outros comportamentos sexuais de risco (Vieira, 2004). Outra pesquisa, realizada no município de Goiânia, em escolas de rede pública, em 1998, mostrou resultados similares: apenas 19% dos escolares do sexo masculino e feminino relataram o uso do preservativo em todas as relações sexuais (Monteiro, 1999). Há uns 5 anos, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás: Faculdade de Medicina e Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública iniciou uma linha de pesquisa sobre DST em adolescentes. Os resultados de algumas delas mostram uma prevalência elevada de infecção por clamídia, gonorréia e HPV tanto em adolescentes do sexo feminino, como do sexo masculino (Fioravante, 2003; Alves e Guimarães. 2004). 3. A ATENÇÃO GOVERNAMENTAL NAS DIRETRIZES PARA A ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 3.1 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): http://www.apf.pt/?area=001&mid=002&sid=005 http://www.apf.pt/?area=001&mid=002 http://www.ippf.org/en http://www.ippf.org/en http://www.ippf.org/en http://www.apf.pt/?area=001&mid=007 6 O Estatuto da criança e do adolescente foi legalizado em 1990, pela Lei Federal nº 8.069. Ao prestar sua assistência, os técnicos e os auxiliares de enfermagem, assim como os demais profissionais da saúde, deverão considerar os direitos prescritos por esse Estatuto, sob pena de serem acionados judicialmente. No Brasil, com relação à saúde, as crianças e os adolescentes têm os seguintes direitos: Art.7º. A criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e a saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. Art. 8º. É assegurado à gestante, através do SUS, o atendimento pré e perinatal. Art 9º. O Poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. Art 10º. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I- manter registro das atividades desenvolvidas pelo prazo de 18 anos; II- Identificar o recém-nascido; III- Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutico de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como, a orientação aos pais; IV- Fornecer declaração de nascimento onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento de neonato. Art 11º. È assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do SUS, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Art 12º. Os estabelecimentos de atendimentos á saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. Art 13º. Os casos de suspeita ou maus tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade. Art 14º. O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. Parágrafo único: É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. (MS, 2001) 3.2 PAISC – Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança com enfoque nas ações básicas de saúde de alto custo-efetividade – acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, aleitamento materno e orientação para o desmame, controle de doenças diarréicas, de infecções respiratórias agudas e de doenças que se podem prevenir por imunização. Ações e Projetos Desenvolvidos: PROAME - Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno Exclusivo: Atendimento ambulatorial por equipe multidisciplinar para acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças com orientações e incentivo às mães para que amamentem seus filhos exclusivamente até os 06 meses de vida. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil – C.D: O seguimento da criança tem a potência de estreitar e manter o vínculo da criança e da família com os serviços de saúde, propiciando oportunidades de abordagem para a promoção de hábitos de vida saudáveis, vacinação, prevenção de problemas e agravos e provendo o cuidado em tempo oportuno. 7 O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento faz parte da avaliação integral à saúde da criança. Toda criança deve receber a “Caderneta de Saúde da Criança” (CSC - MS), de preferência ainda na maternidade. Implantada desde 2005, é o documento onde são registrados os dados de identificação da criança, da história obstétrica e neonatal, da alimentação, do crescimento e desenvolvimento, da saúde bucal, auditiva e visual, as vacinações, além do registro das intercorrências clínicas. Contém ainda orientações para a promoção da saúde e prevenção de agravos como acidentes e violência doméstica. Entregue às famílias na maternidade, deve acompanhar a criança sempre que esta for levada a qualquer serviço de saúde. O registro correto e completo das informações é requisito básico para vigilância e promoção da saúde infantil, além do diálogo com a família sobre asanotações realizadas possibilitar apropriação do sentido da puericultura, favorecendo sua maior adesão e co-responsabilização pelas ações de vigilância à saúde. Para organizar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, o Ministério da Saúde propõe um calendário mínimo de atendimentos à criança: Triagem Neonatal: É uma ação preventiva que permite fazer o diagnóstico de diversas doenças congênitas ou infecciosas, assintomáticas no período neonatal, a tempo de se interferir no curso da doença, permitindo, desta forma, a instituição do tratamento precoce específico e a diminuição ou eliminação das seqüelas associadas à cada doença. Teste do Pezinho => Faz o diagnóstico de Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística. O momento para a coleta da amostra de sangue no pezinho do bebê, preferencialmente, não deve ser inferior a 48 horas de alimentação protéica (amamentação) e nunca superior a 30 dias, sendo o ideal entre o 3º e o 7º dia de vida. As gestantes devem ser orientadas, ao final de sua gestação, sobre a importância do teste do pezinho. Teste da Orelhinha => É um programa de avaliação da audição em recém nascidos, indicada por instituições do mundo todo para diagnóstico precoce de perda auditiva, uma vez que sua incidência, na população geral, é de 1 a 2 por 1000 nascidos vivos. A técnica utilizada é a de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAs). O exame é indolor, com a colocação de um pequeno fone na parte externa do ouvido, com a duração por um tempo médio de 3 a 5 minutos. Teste do Reflexo Vermelho (Teste do Olhinho) => É baseado no mesmo fenômeno que se observa quando se fotografa alguma pessoa, e a pupila fica vermelha e para o exame se utiliza um equipamento chamado oftalmoscópio direto. Este aparelho permite ao médico que realiza o exame observar um reflexo avermelhado na pupila que quando ocorre, significa que o exame está normal. Ou seja, não existe nenhum obstáculo a luz que penetra no olho: os meios estão transparentes. Entretanto, na presença de 8 doenças oculares, como catarata, opacidades de córnea, retinoblastoma entre outras, este reflexo estará diminuído ou abolido. É um teste indolor pois cada olho é observado individualmente com o auxílio do oftalmoscópio direto a uma distância aproximada de 30-45 cm. Vigilância Alimentar e Nutricional: Contempla atividades continuadas e rotineiras de observação, coleta e análise de dados e informações que podem descrever as condições alimentares e nutricionais da população. Objetiva fornecer subsídios para as decisões políticas, auxiliar no planejamento, no monitoramento e no gerenciamento de programas relacionados com a melhoria dos padrões de consumo alimentar e do estado nutricional da população. Alimentação Saudável e Prevenção do Sobrepeso e Obesidade: A introdução de novos alimentos, aos 6 meses de idade para as crianças que estavam em aleitamento exclusivo, demanda observação dos hábitos alimentares da família e orientação cuidadosa baseada na nutrição saudável. A equipe de saúde deve destacar a importância dos hábitos alimentares, como um meio eficiente de promoção da saúde, controle dos desvios alimentares e nutricionais e prevenção de várias doenças, como as deficiências nutricionais, as doenças crônicas, sobrepeso e obesidade. Programa Saúde de Ferro: O Ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do Oxigênio para todas as células do corpo. É importante por reduzir o nascimento de bebês prematuros e com baixo peso; reduzir o risco de morte materna no parto e no pós- parto imediato; melhorar a capacidade de aprendizagem da criança; melhorar a resistência às infecções; é fundamental para o crescimento saudável. A deficiência de ferro pode apresentar-se em graus variáveis sendo que a Anemia Ferro priva representa, provavelmente, o problema nutricional mais importante da população brasileira, com severas consequências econômicas e sociais. As causas da Anemia por Deficiência de Ferro, tanto em crianças como em gestantes, são basicamente o consumo insuficiente de alimentos fontes de ferro e/ou com baixa biodisponibilidade. Em crianças a anemia está associada ao retardo do crescimento, comprometimento da capacidade de aprendizagem (desenvolvimento cognitivo), da coordenação motora e da linguagem, efeitos comportamentais como a falta de atenção, fadiga, redução da atividade física e da afetividade, assim como uma baixa resistência a infecções. O Programa Nacional de Suplementação de Ferro implantado em todos os municípios tem o objetivo de promover a suplementação universal de ferro para crianças de 6 a 18 meses, gestantes a partir da 20ª semana e mulheres no pós-parto. Ações de controle das Doenças Diarréicas e Respiratórias na infância: As doenças diarréicas e respiratórias persistem como graves problemas para a saúde da criança e quando associadas à desnutrição colocam em risco a sua vida. As doenças respiratórias são o primeiro motivo de consulta em ambulatórios e serviços de urgência, o controle destas patologias pode evitar a internação hospitalar desnecessária 9 e finalmente a morte por esse motivo. Estratégia AIDPI: Atenção Integral às Doenças Prevalentes da Infância => É uma importante ferramenta para a identificação de sinais de risco e qualificação do manejo dos casos de doenças prevalentes e acompanhamento da rotina da saúde infantil. Imunização: A erradicação da febre amarela urbana, da varíola, da poliomielite e eliminação da circulação autóctone do vírus do sarampo são avanços alcançados no controle das doenças imunopreveníveis, mas muito ainda deve ser feito para se atingir a meta de vacinar com o esquema básico no mínimo 95% das crianças que nascem a cada ano, para garantir a interrupção da circulação dos agentes etiológicos das doenças imunopreveníveis. Assim, é prioridade na atenção à saúde da criança e da mulher: Vacinar mulheres em idade fértil com a dupla adulto e tríplice viral; Vacinação contra hepatite B até 24 anos; Gestantes sem esquema vacinal ou com esquema vacinal incompleto ou completado há mais de 5 anos devem receber a vacina dupla adulto. Completar esquema com dupla adulto e tríplice viral no pós-parto e pós-aborto, se o esquema vacinal não estiver completo; O esquema de vacinação contra hepatite B inicia-se nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. Quando a mãe é portadora do vírus da Hepatite B, é necessária aplicação de imunoglobulina anti-hepatite B nos recém-nascidos também nas primeiras 12 horas de vida; BCG intra-dérmico deve ser feito de preferência na maternidade, ou na primeira semana de vida com o objetivo de atingir cobertura de 90% das crianças; Completar o esquema básico de vacinação da criança menor de 1 ano com a vacina contra a poliomielite (Sabin), contra o tétano, coqueluche, difteria e hemófilo B (tetravalente) e hepatite B; contra rotavírus, contra pneumococos, meningococos, contra a rubéola, caxumba e sarampo (tríplice viral); Em área endêmica, vacinar 100% da população menor de 1 ano contra febre amarela. 3.3 PROSAD – Programa de Atenção à Saúde do Adolescente, fundamentado em áreas prioritárias como o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento, a sexualidade, a saúde bucal, a saúde mental, a saúde reprodutiva, a saúde do escolar adolescente, a prevenção de acidentes, o trabalho cultural, o lazer e o esporte. Ações e Projetos Desenvolvidos: Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento: A adolescência é uma fase dinâmica e complexa merecedora de atenção especial no sistema de saúde,uma vez que esta etapa do desenvolvimento define padrões biológicos e de comportamentos que irão se manifestar durante o resto da vida do indivíduo. O crescimento e desenvolvimento são eventos geneticamente programados, da concepção ao amadurecimento completo, porém fatores inerentes ao próprio indivíduo e outros representados por circunstâncias ambientais podem induzir modificações nesse processo. Devido à grande variabilidade quanto ao início, duração e progressão das mudanças puberais, a idade cronológica nem sempre está de acordo com a idade biológica. Essa última reflete melhor o progresso do organismo em 10 direção à maturidade. Por isso, diversos parâmetros do crescimento e desenvolvimento são analisados através de medidas de peso, altura, idade óssea, entre outras. Para avaliar qualquer adolescente a respeito de seu crescimento e desenvolvimento puberal é necessário saber, com precisão a altura, o peso e a maturação sexual. O crescimento pode ser avaliado a partir dos gráficos da Caderneta de Saúde do adolescente. Sexualidade, saúde sexual e reprodutiva: A sexualidade humana nasce com o indivíduo e transforma-se constantemente ao longo de toda a sua evolução. A sexualidade na adolescência caracteriza-se por: aparecimento do prazer erótico-genital, início da função reprodutiva e consciência da orientação afetivo-sexual; intenso interesse e preocupação com as mudanças do corpo (pêlos, acne, mamas, estatura, aspecto dos genitais, etc.); mudanças hormonais desencadeando o início da puberdade e da capacidade reprodutiva - menstruação e ejaculação o Interesse consciente pelo sexo - masturbação, relação sexual, virgindade, métodos anticoncepcionais, sexo seguro; aprendizado das relações afetivas interpessoais (ficar, namorar, transar, romper, separar); expectativas, fantasias e ansiedades sobre a iniciação sexual e consciência da orientação afetivo-sexual (homo/hetero/bissexualidade). Na saúde sexual e reprodutiva deve-se promover a conscientização sobre as questões relacionadas aos direitos sexuais e reprodutivos e à violência de gênero entre os adolescentes e aumentar o acesso aos métodos contraceptivos, bem como aos serviços de saúde sexual e reprodutiva. Vigilância Alimentar e Nutricional: Contempla atividades continuadas e rotineiras de observação, coleta e análise de dados e informações que podem descrever as condições alimentares e nutricionais da população. Objetiva fornecer subsídios para as decisões políticas, auxiliar no planejamento, no monitoramento e no gerenciamento de programas relacionados com a melhoria dos padrões de consumo alimentar e do estado nutricional da população. Prevenção de violências e promoção da cultura da paz: É fundamental identificar e notificar os casos de violência e maus- tratos, comunicar e referenciar todos os casos suspeitos ou confirmados, de acordo com fluxo local, além de proceder ao acolhimento, assistência, tratamento e encaminhamentos necessários utilizando a rede de apoio existente. Assistência ao pré-natal, ginecologia e planejamento familiar: A maioria das gestações na adolescência não são planejadas, isto é, acontecem sem intenção, causada por diferentes fatores individuais ou sociais. Nunca foi tão divulgado os meios para evitar a gravidez como nos dias atuais, e mesmo assim, o número de adolescentes grávidas á cada vez maior. Porém, são muitos os motivos que tornam uma adolescente mais vulnerável a uma gravidez, mas o principal deles, é a falta de um projeto de vida, a falta de perspectiva futura. Não podemos dizer que toda gravidez na adolescência é indesejada, somente as que acontecem por abuso sexual ou por falha de métodos anticoncepcionais podem ser indesejadas. A assistência pré- natal deve ser iniciada assim que é 11 confirmada a gestação e a avaliação de risco direcionará o atendimento desta gestante. A orientação quanto ao planejamento familiar e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, com o envolvimento do parceiro, é fundamental a partir do início da vida sexual dos adolescentes. Prevenção do uso e abuso de substâncias lícitas e ilícitas: O uso de drogas na adolescência é um tema que preocupa famílias, educadores e profissionais da saúde. O uso de drogas é um tipo de alteração de comportamento bastante visto na adolescência. A dependência de drogas, que é o transtorno mais grave desse grupo, manifesta-se pelo uso da substância associado a uma necessidade intensa de ter a droga, ausência de prazer nas atividades sem a droga e busca incessante da droga, muitas vezes envolvendo-se em situações ilegais ou de risco para se conseguir a mesma. Diante da suspeita de que o adolescente enfrenta este problema deve ser orientada a procura pelo serviço de urgência de saúde mental co CAIS Aterrado ou CAPS-AD de acordo com a gravidade do caso. Os programas de prevenção devem ter como meta a promoção do bem-estar e da competência dos adolescentes para lidar com situações de risco, incluir a participação de pais e educadores no processo e considerar as influências das preocupações e dos temores por parte dos adultos. Para atingir tal objetivo, é de fundamental importância o envolvimento da família e dos grupos de amigos, por serem eles os principais meios sociais nos quais convivem os jovens, em uma ampla perspectiva de qualidade de vida, que privilegie ações de bem-estar físico, psicológico e social. Programa Saúde na Escola: O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído por decreto presidencial Nº. 6.286, de 5 de dezembro de 2007, resulta do trabalho integrado entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, na perspectiva de ampliar as ações específicas de saúde aos alunos e alunas da Rede Pública de Ensino: Ensino Fundamental, Ensino Médio, Rede federal de educação profissional e tecnológica, Educação de Jovens e Adultos (EJA). Prevenção de doenças através da imunização básica e imunoespeciais: Para reduzir as taxas de morbimortalidade das doenças imunopreveníveis no adolescente, é importante a imunização, contra a hepatite B, sarampo, rubéola, caxumba, tétano, coqueluche, entre outras A Unidade de Saúde deve garantir o funcionamento contínuo da sala de vacina, para não se perder a oportunidade de vacinar toda a população. As equipes de saúde acompanham a cobertura vacinal dos adolescentes de sua área, realizando o controle e a busca ativa de faltosos pelo contra-arquivo de vacinação. Os imunoespeciais são disponibilizados de acordo com o protocolo dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais/CRIES com prescrição médica. Atenção ao Portador de Anemia Falciforme: A anemia falciforme é a doença hereditária mais comum no mundo e no nosso país. Quando descoberta a doença, a pessoa deve ter um acompanhamento médico adequado baseado num programa de atenção integral ao doente com anemia falciforme. As 12 pessoas com anemia falciforme têm sintomas muito variados. Eles podem não ter quase nenhum sintoma e com excelente qualidade de vida. Mas existem algumas pessoas que, mesmo com acompanhamento médico adequado, têm crises muito graves da doença, com sintomas de dores ósseas, na barriga, infecções de repetição às vezes muito graves, podendo levar à morte. Alguns doentes podem ter crises de anemia mais rápidas, necessitando de várias transfusões de sangue com urgência. As crises variam de gravidade e de tipo conforme a idade da pessoa. Os bebês têm mais infecções e dores com inchaço nas mãos e nos pés. Nas crianças maiores, as dores estão mais localizadas nas pernas, nos braços e na barriga. Alguns doentes podem ter até mesmo derrames cerebrais, com lesões graves e definitivas. No dia-a-dia, as criançascom anemia falciforme são diagnosticadas com palidez e muitas vezes apresentam o branco dos olhos amarelado, como na hepatite, sintoma que chamamos de icterícia. Nos adultos, as crises mais freqüentes também são de dores nos ossos e complicações devido a danos ocorridos ao longo de sua vida, aos órgãos mais importantes, tais como o fígado, os pulmões, o coração e os rins. Na idade adulta também é comum o aparecimento de úlceras (feridas) nas pernas, que são machucados graves de difícil cicatrização. Atenção à Saúde Bucal: Os tratamentos preventivos e curativos, quando realizados em intervalos regulares de tempo, garantem uma saúde bucal sem complicações. As equipes de saúde bucal vêm desenvolvendo estas ações nos serviços de atenção básica e emergência. Atenção à Saúde Mental: As equipes de saúde são habilitadas a intervir nos casos em que se caracteriza a necessidade de uma abordagem mais específica e conhecer a rede e o fluxo de assistência para o acolhimento de adolescentes e para sua avaliação e tratamento psicoterapêutico. Nos casos em que há sintomas indicativos de autismo, psicose, ou neuroses mais severas em crianças é oferecido tratamento no CAPSi. 4. OS AGRAVOS À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 4.1 Distúrbios Respiratórios: São as doenças mais frequentes durante a infância, acometendo um número elevado de crianças, de todos os níveis sócio-econômicos e por diversas vezes. Nas classes sociais mais pobres, as infecções respiratórias agudas ainda se constituem como importante causa de morte de crianças pequenas, principalmente menores de 1 ano de idade. Os fatores de risco para morbidade e mortalidade são baixa idade, precárias condições sócio-econômicas, desnutrição, déficit no nível de escolaridade dos pais, poluição ambiental e assistência de saúde de má qualidade (SIGAUD, 1996). A enfermagem precisa estar atenta e orientar a família da criança sobre alguns fatores: Preparar os alimentos sob a forma pastosa ou líquida, oferecendo em menores quantidades e em intervalos mais curtos, respeitando a falta de apetite e não forçando a alimentação; Aumentar a oferta de líquidos: água, chás e suco de frutas, levando em consideração a preferência da criança; Manter a criança em ambiente ventilado, tranqüilo e agasalhada, se estiver frio; 13 Fluidificar e remover secreções e muco das vias aéreas superiores freqüentemente; Evitar contato com outras crianças; Havendo febre: até 38,4ºc dar banho, de preferência de imersão, morno (por 15 minutos); aplicar compressa com água morna e álcool nas regiões inguinal e axilar; retirar excessos de roupa. Se ultrapassar este valor oferecer antitérmico recomendado pelo pediatra. a) Resfriado Inflamação catarral da mucosa rinofaríngea e formações linfóides anexas. Possui como causas predisponentes: convívio ou contágio ocasional com pessoas infectadas, desnutrição, clima frio ou úmido, condições da habitação e dormitório da criança, quedas bruscas e acentuadas da temperatura atmosférica, susceptibilidade individual, relacionada à capacidade imunológica (ALCÂNTARA, 1994). Principais sinais e sintomas: Febre de intensidade variável, corrimento nasal mucoso e fluido (coriza); Obstrução parcial da respiração nasal tornando-se ruidosa (trazendo irritação, principalmente ao lactente que tem sua alimentação dificultada); Tosse (não obrigatória); Falta de apetite, alteração das fezes e vômitos (quando a criança é forçada a comer). Não existindo contra-indicações recomenda-se a realização de exercícios respiratórios, tapotagem e deambulação. Se o estado for muito grave, sugerindo risco de vida para a criança se ela continuar em seu domicílio recomenda-se a hospitalização. b) Pneumonia Inflamação das paredes da árvore respiratória causando aumento das secreções mucosas, respiração rápida ou difícil, dificuldade em ingerir alimentos sólidos ou líquidos; piora do estado geral, tosse, aumento da frequência respiratória (maior ou igual a 60 batimentos por minuto); tiragem (retração subcostal persistente), estridor, sibilância, gemido, períodos de apnéia ou guinchos (tosse da coqueluche), cianose, batimentos de asa de nariz, distensão abdominal, e febre ou hipotermia (podendo indicar infecção). c) Amigdalites Muito freqüente na infância, principalmente na faixa etária de 3 a 6 anos (ALCÂNTARA, 1994). Seu quadro clínico assemelha-se a um resfriado comum. Principais sinais e sintomas: febre, mal estar, prostração ou agitação, anorexia em função da dificuldade de deglutição, presença de gânglios palpáveis, mau hálito, presença ou não de tosse seca, dor e presença de pus na amígdala. Às orientações de enfermagem acrescentar-se-ia estimular a família a ofertar à criança uma alimentação mais semi-líquida, a base de sopas, papas, etc. d) Otite Caracterizada por dor, febre, choro freqüente, dificuldade para sugar e alimentar-se e irritabilidade, sendo o diagnóstico confirmado pelo otoscópio. Possui como fatores predisponentes: Alimentação em posição horizontal, pois propicia refluxo alimentar pela tuba, que é mais curta e horizontal na criança, levando à otite média; Crianças que vivem em ambiente úmido ou filhos de pais fumantes; Diminuição da umidade relativa do ar; http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/febre.htm 14 Limpeza inadequada, com cotonetes, grampos e outros, prejudicando a saída permanente da cera pela formação de rolhas obstrutivas, ou retirando a proteção e facilitando a evolução de otites micóticas ou bacterianas, além de poder provocar acidentes. Orientar sobre a limpeza que deve ser feita apenas com água, sabonete, toalha e dedo. e) Sinusite Desencadeada pela obstrução dos óstios de drenagem dos seios da face, favorecendo a retenção de secreção e a infecção bacteriana secundária" (LEÃO, 1989). Caracteriza-se por tosse noturna, secreção nasal e com presença ou não de febre, sendo que raramente há cefaléia na infância (SAMPAIO, 1994). Casos recidivantes são geralmente causados por alergia respiratória. Possui como fatores predisponentes: Episódios muito freqüentes de resfriado; Crianças que vivem em ambiente úmido ou flhas de pais fumantes; Diminuição da umidade relativa do ar. f) Rinite Apresenta como manifestações clínicas a obstrução nasal ou coriza, prurido e espirros em salva; a face apresenta "olheiras"; dupla prega infraorbitária; e sulco transversal no nariz, sugerindo prurido intenso. Pode ser causada por alergia respiratória, neste caso faz-se necessário afastar as substâncias que possam causar alergia. g) Bronquite Inflamação nos brônquios, caracterizada por tosse e aumento da secreção mucosa dos brônquios, acompanhada ou não de febre, predominando em idades menores. Quando apresentam grande quantidade de secreção pode-se perceber ruído respiratório ("chiado" ou "ronqueira") (RIBEIRO, 1994). Propicia que as crianças portadoras tenham infecções com maior frequência do que outras. Pode se tornar crônica, levando a anorexia a uma perda da progressão de peso e estatura (RIBEIRO, 1994). Recomenda-se afastar substâncias que possam causar alergias. h) Asma Doença crônica do trato respiratório, sendo uma infecção muito frequente na infância. A crise é causada por uma obstrução, devido a contração da musculatura lisa, edema da parede brônquica e infiltração de leucócitos polimorfonucleares, eosinófilos e linfócitos (GRUMACH, 1994). Manifesta-se através de crises de broncoespasmo, com dispnéia, acessos de tosse e sibilos presentes à ausculta pulmonar. São episódios auto-limitados podendo ser controlados por medicamentos com retorno normal das funções na maioria das crianças. Em metade dos casos, os primeiros sintomas da doençasurgem até o terceiro ano de vida e, em muitos pacientes, desaparecem com a puberdade. Porém a persistência na idade adulta leva a um agravo da doença. Fatores desencadeantes: alérgenos (irritantes alimentares), infecções, agentes irritantes, poluentes atmosféricos e mudanças climáticas, fatores emocionais, exercícios e algumas drogas (Ácido Acetil Salicílico e similares). É importante que haja: Estabelecimento de vínculo entre paciente/ família e equipe de saúde; Controle ambiental, procurando afastar elementos alergênicos; Higiene alimentar; Suspensão de alimentos só deverá ocorrer quando existir uma nítida relação com a sintomatologia apresentada; Fisioterapia respiratória a fim de melhorar a dinâmica respiratória, corrigir 15 deformidades torácicas e vícios posturais, aumentando a resistência física. 4.2 Diarréia e Desidratação A diarréia é uma doença que pode ser causada por micróbios, presentes nas fezes, que contaminam a água, o solo e os alimentos. A diarréia acontece com mais freqüência quando: • As condições de saneamento básico são precárias. • As pessoas não têm o hábito de lavar bem as mãos antes de preparar os alimentos, depois de usar o banheiro, e antes e depois de lidar com o bebê. • O bebê é alimentado por mamadeira. A diarréia é doença grave principalmente para as crianças pequenas e para as desnutridas. Elas ficam rapidamente desidratadas e podem morrer se não forem atendidas a tempo. Atenção: • Crianças que sofrem seguidamente de diarréia ganham pouco peso, podem ficar desnutridas e ter seu desenvolvimento prejudicado. • Criança com diarréia precisa de mais alimentação para não ficar desnutrida e soro reidratante para prevenir a desidratação. • Para fazer o soro caseiro é preciso: um copo de 200 ml com água limpa; 1 colher-medida; sal e açúcar. Como prevenir a desidratação? A criança com diarréia perde muita água e sais minerais do corpo. A criança precisa ser levada ao serviço de saúde quando: • Vomita todas as vezes em que toma o soro oral ou mama. • Aparece sangue nas fezes. • Mesmo tomando soro oral, está com os olhos fundos, pele seca, pouca lágrima e saliva, e faz pouco xixi. Para repor a água e os sais minerais e prevenir a desidratação, é preciso continuar a: • Dar de mamar ou alimentar o bebê mais vezes ao dia. • Dar soro reidratante cada vez que a criança fizer cocô ou vomitar Bebê com diarréia precisa mamar ou se alimentar mais vezes e tomar soro de reidratação oral. 4.3 Desnutrição Protéico Calórica: Desnutrição corresponde a uma série de condições patológicas, leiam-se doenças, que aparecem por deficiência de aporte, transporte e utilização dos nutrientes pelas células do organismo, sustenta esta visão. A desnutrição faz seu maior número de vítimas entre lactentes (crianças que ainda mamam no peito) e crianças em idade pré- escolar. Fonte: Sawaya, 1997 e Caderno de Estudos Avançados, USP, 2003 A desnutrição é dividida em três estágios: leve, moderada e grave. Como conceito, a subnutrição é o estágio denominado leve da desnutrição. Pelo fato da subnutrição ser a forma mais amena da conseqüência da fome, tende a ser sub estimada, já que seus efeitos são menos severos, como, por exemplo, (maior susceptibilidade às doenças infecciosas, levando ao agravamento da desnutrição e suas consequências). Isto é um grande erro, pois a subnutrição constitui-se num sinal de alerta para que se evite conseqüências piores para uma vida. A desnutrição energético-protéica é uma síndrome que compreende uma série de doenças, cada uma das quais tem uma causa específica relacionada com um ou mais nutrientes (por exemplo, proteínas, iodo ou cálcio) e se caracteriza pela existência de um desequilíbrio celular entre o fornecimento de nutrientes e energia por um lado, e por outro, a demanda corporal para assegurar o crescimento, manutenção e funções específicas. Ocorre mais facilmente em crianças em fase de amamentação, e menores de 5 anos. Além da deficiência de proteína e energia na alimentação, as crianças desnutridas sofrem também da deficiência de várias vitaminas e minerais, relacionados na seguinte ordem de importância: deficiência de ferro, deficiência de 16 vitamina A, deficiência de iodo, deficiência de zinco, deficiência de vitamina D. Destacaremos aqui as de maior importância: Deficiência de Ferro: A carência de ferro leva a criança a desenvolver anemia ferropriva. Existem outros tipos de anemia causados pela deficiência de ácido fólico, vitamina A, riboflavina, e diversos minerais também podem contribuir para a anemia. A anemia afeta o sistema imunológico e reduz a capacidade física e mental das populações afetadas: Em bebês e em crianças pequenas, pode comprometer o desenvolvimento intelectual; Em mulheres grávidas, constitui uma causa importante de mortalidade materna, aumentando o risco de hemorragia e de infecção generalizada durante o parto; Bebês nascidos de mulheres anêmicas podem nascer anêmicos e apresentar baixo peso ao nascer. Deficiência de Vitamina A: A deficiência de vitamina A provoca cegueira noturna, porque as células dos olhos não conseguem mais produzir a rodopsina, que é um pigmento fundamental para se enxergar no escuro. Em formas mais graves, ocorrem lesões na conjuntiva e na córnea que, caso não sejam tratadas, podem provocar danos irreversíveis, inclusive cegueira parcial ou total. Entre os sintomas da deficiência de vitamina A, encontram-se: Perda de apetite; Inibição do crescimento; Anormalidades ósseas; Perda do paladar. 5. COMPORTAMENTOS DE RISCO NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE: 5.1 Dependência Química – Álcool e outras Drogas: As drogas são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, que provocam alterações psíquicas e físicas a quem as consome e levam à dependência física e psicológica. Seu uso sistemático traz sérias conseqüências físicas, psicológicas e sociais, podendo levar à morte em casos extremos, em geral por problemas circulatórios ou respiratórios. É o que se chama overdose. Além das drogas tradicionais, os especialistas também incluem na lista o cigarro e o álcool. Os adolescentes estão entre os principais usuários de drogas. Calcula-se que 13% dos jovens brasileiros entre 16 e 18 anos consomem maconha. Cada vez mais, cresce o uso de crack e drogas sintéticas, como o ecstasy. Os consumidores de cocaína são os que mais procuram tratamento para se livrar da dependência, o qual é feito por meio de psicoterapias que promovem a abstinência às drogas e do uso de antidepressivos em 60% dos casos. Atualmente, cerca de 5% dos brasileiros são dependentes químicos de alguma droga. Tipos de Droga: As drogas são classificadas de acordo com a ação que exercem sobre o sistema nervoso central. Elas podem ser depressoras, estimulantes, perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito. Depressoras - Substâncias que diminuem a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais lentos. Fazem parte desse grupo o álcool, os tranquilizantes, o ópio (extraído da planta Papoula somniferum) e seus derivados, como a morfina e a heroína. Estimulantes - Aumentam a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais rápidos. Excitam especialmente as áreas sensorial e motora. 17 Nesse grupo estão as anfetaminas, a cocaína (produzida das folhas da planta da coca, Erytroxylum coca) e seus derivados, como o crack. Perturbadoras - São substâncias que fazem o cérebro funcionar de uma maneira diferente, muitas vezes com efeito alucinógeno. Não alteram a velocidade dos estímulos cerebrais, mas causam perturbações na mente do usuário. Incluem a maconha, o haxixe (produzidos da planta Cannabis sativa), os solventesorgânicos (como a cola de sapateiro) e o LSD (ácido lisérgico). Drogas com efeito misto - Combinam dois ou mais efeitos. A droga mais conhecida desse grupo é o ecstasy, metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que produz uma sensação ao mesmo tempo estimulante e alucinógena. Drogas e Doenças Infecciosas: O uso comum de seringas para a injeção de drogas é um dos principais meios de transmissão do HIV e do vírus da hepatite B e C. Prevenção e Tratamento da Drogadição: Os especialistas afirmam que o melhor modo de combater as drogas é a prevenção. Informação, educação e diálogo são apontados como o melhor caminho para impedir que adolescentes se viciem. Para usuários que ainda não estão viciados, o tratamento recomendado são a psicoterapia e a participação em grupos de apoio. Para combater o vício, além das terapias são usados medicamentos que reduzem os sintomas da abstinência ou que bloqueiam os efeitos das drogas. 5.2 O Alcoolismo: Consequências do Álcool no Corpo Humano: CÉREBRO – Eleva o risco de derrames. CORAÇÃO – Provoca dilatação e enfraquecimento resultando em insuficiência cardíaca e aumento da pressão arterial. ESTÔMAGO- Desenvolve inflamação crônica (gastrite). FÍGADO – Aumento da presença de gorduras no interior das células do fígado, futuramente causando hepatite alcoólica aguda. PÂNCREAS – A digestão se torna deficiente e parte dos alimentos não é absorvida, abrindo caminho para a desnutrição crônica. TESTÍCULOS – Diminuição da capacidade reprodutora. 5.3 Violência: A violência é, mundialmente, uma experiência devastadora para muitas crianças e lhes traz consequências prejudiciais ao desenvolvimento, mas ainda não se sabe a real extensão do problema. A violência vem sendo cultuada pelos povos como método de conquista e manutenção de poder, de forma generalizada, abrangendo um grupo de indivíduos, uma classe social ou religiosa ou até mesmo um país. a) Violência doméstica: A violência doméstica caracteriza-se por toda ação ou omissão por parte do adulto ou adolescente mais velho que, na qualidade de responsável permanente ou temporário, possa resultar em prejuízo ao desenvolvimento físico ou psicossocial da criança ou do adolescente. Sua ocorrência é um problema de enorme proporção, que atinge todos os países e estão presente em todas as culturas, classes, níveis de escolaridade, renda familiar e origens étnicas. Deve ser considerada como fonte de todas as formas de violência, pois o indivíduo é desrespeitado em seus valores mínimos, muitas vezes até mesmo antes de nascer, o que pode levá-lo a reproduzi-la sob qualquer forma, direta (por meio de agressões) ou indireta (por meio do uso do poder). b) Violência física: Caracteriza-se como o uso da força física de forma intencional, por parte dos pais, responsáveis ou adolescente mais velho, com o 18 objetivo de manutenção ou demonstração de poder do mais forte sobre o mais fraco a qualquer custo, podendo ferir, provocar danos ou mesmo levar à morte da criança ou do adolescente, deixando ou não marcas evidentes. c) Violência sexual: É a forma de violência doméstica mais difícil de ser conceituada e diagnosticada, pois muitas vezes resultam do despreparo dos pais para a educação de seus filhos, valendo-se de ameaças, humilhações ou desrespeito como formas culturalmente aprendidas de educar. Consiste na submissão da criança ou adolescente, por parte dos pais ou responsáveis, definitivos ou temporários, a ações verbais ou atitudes que visem à humilhação, desqualificação, tratamento como de “minus valia”, culpabilização, indiferença, rejeição, ameaça e outros que possam levar a danos, muitas vezes irreversíveis a seu desenvolvimento, tanto na área psíquica como na afetiva, emocional, moral e social. d) Violência extrafamiliar: É a violência a que estão sujeitas todas as pessoas, inclusive crianças e adolescentes, praticada fora de suas moradias, mais frequentemente, no caso da infância e da juventude, por parentes próximos ou pessoas de sua convivência, mas também por pessoas que detêm sua guarda temporária e por estranhos, podendo ser subdividida em institucional, social e urbana. Recomendações para atuação frente às causas da violência: A complexidade para o entendimento sobre as diferentes causas da violência quer política, econômica, cultural, religiosa, étnica, de gênero ou faixa etária, dentre outras, torna o seu enfrentamento um grande desafio, exigindo como parte do processo esforços para melhor compreensão e explicação do problema em situações concretas. Nesse contexto, o relatório da Assembléia Geral das Nações Unidas de 2006, sobre a violência contra a criança, pontua recomendações apresentadas abaixo para o enfrentamento dessas questões, que merecem ser destacadas, compreendidas, divulgadas e aplicadas, intentando fazer a diferença no futuro de nossas crianças e adolescentes. Recomendações da Assembléia Geral das Nações Unidas: Devem ser fortalecidos os compromissos e medidas nacionais e locais contra a violência; Devem ser proibidas todas as formas de violência contra crianças; A prevenção deve ser priorizada; Devem ser promovidos valores não violentos e a conscientização da população; Deve ser fortalecida a capacidade de todas as pessoas que trabalham com e para crianças, e prestados os serviços de reabilitação e reintegração social; A participação das crianças deve ser garantida; Devem ser criados sistemas e serviços de denúncias; A responsabilização deve ser garantida e a impunidade eliminada; A dimensão de gênero da violência contra crianças deve ser abordada; Mecanismos nacionais sistemáticos de coleta de dados e pesquisas devem ser desenvolvidos e implementados; Compromissos internacionais devem ser fortalecidos. 5.4 Delinquência: A delinqüência é um problema comportamental caracterizado por realizações de atos criminosos em indivíduos de menoridade penal. São várias as causas que levam um menor a praticar atos criminosos como problemas socioeconômicos, relacionamento com os pais e familiares, problemas 19 escolares e ainda disposição a problemas psicopatológicos (o que seria classificado como um transtorno de conduta). A principal causa de delinqüência no ponto de vista psicológico é o distanciamento dos pais que não conhecem o dia-a- dia de seus filhos e nem mesmo os próprios. Já para o sociológico, a delinqüência é fruto da exclusão e da errônea privação de bens e serviços e riquezas e benefícios. Do ponto de vista sociológico, educacional, psicológico e religioso, os delinquentes rejeitam os valores morais, deturpam a “liberdade de expressão”, agem conforme suas próprias vontades, não se preocupam com o próximo, vivem de forma extravagante (libertinagem), se apegam aos vícios, se satisfazem com a violência e ainda a pratica de forma explícita, etc. O estado de pobreza extrema de uma família faz como que um menor se coloque em risco para buscar levantar dinheiro para ajudar seus pais na manutenção de casa. Com ou sem maioridade penal, os delinqüentes deveriam ser submetidos a programas sócio-educativos que os colocaria, por exemplo, para reparar o dano causado por seu ato criminoso, trabalhar gratuitamente para comunidades, ter liberdade assistida e outras formas que ao contrário de privar qualquer contato como os restabelecimentos morais e éticos, estariam aprendendo meios de como trabalhar e viver em sociedade de maneira digna e remunerada. 5.5 Gravidez na Adolescência: Este é um assunto muito polêmico que envolve muitos fatores de causas e consequências, a gravidez indesejada na adolescência pode ser considerada como um problema que se reflete para o resto da vida, um fruto, uma nova vida, uma pessoaque está sendo gerada e que fará parte de você a partir da fertilização. Vários fatores são considerados como causas de precocidade em relações íntimas. Muitos afirmam que a melhor fase da vida é a adolescência por ser um momento de descobertas e aventuras, porém é necessário ter alguns cuidados para que as consequências de um erro não possam afetar no futuro. Gravidez na adolescência causas e consequências para a mãe: Umas das possíveis consequências das relações íntimas sem orientação para a prevenção é a contração das temidas DSTs. Entre as causas da gravidez precoce que envolvem a mulher particularmente, sublinhamos o pouco entendimento do funcionamento do organismo feminino e de como o uso de métodos contraceptivos é fundamental para aqueles que apresentam uma vida sexual ativa. Entre as consequências para mães adolescentes, a interrupção dos estudos e os traumas de ordem psicológicas e oriundos do eixo sócio-familiar estão entre os mais comuns. Muitas vezes a relação entre os pais adolescentes não é estável e a geração de uma criança cujos pais não mantém um relacionamento saudável pode tornar-se ainda mais dificultosa. Para a redução de tais consequências é fundamental que o período tenha acompanhamento psicológico e familiar e que instituições como escola e comunidade estejam equilibradas para receber as mães adolescentes e seus filhos. Gravidez na adolescência causas e consequências para o bebê: O bebê que acaba sendo gerado e nasce em um eixo familiar pouco estruturado pode receber diretamente essas e outras consequências da gravidez na adolescência. A rejeição após o parto apresenta ainda mais chances de ocorrer entre as mães adolescentes, que acabam por projetar no bebê as frustrações da maternidade sem nenhuma experiência, de fases interrompidas, oportunidades perdidas, mudanças no corpo, anos de estudo prejudicados. É preciso que haja bastante comunicação e apoio à mãe e seu bebê para que tais consequências e http://www.blogbrasil.com.br/sobre/causas/ http://www.blogbrasil.com.br/sobre/gravidez/ http://www.blogbrasil.com.br/gravidez-na-adolescencia-causas-e-consequencias/ http://www.blogbrasil.com.br/gravidez-na-adolescencia-causas-e-consequencias/ http://www.blogbrasil.com.br/gravidez-na-adolescencia-causas-e-consequencias/ http://www.blogbrasil.com.br/gravidez-na-adolescencia-causas-e-consequencias/ 20 problemas que se estendam por toda a relação mãe e filho sejam reduzidos. Na adolescência é que deve sempre estar informado pela família sobre as causas e consequências de uma gravidez não planejada e sobre o uso de métodos contraceptivos. As escolas na maioria das vezes oferecem palestras e depoimentos de jovens que estão ou já passaram por isso, ter consciência e responsabilidade é saber investir no futuro. 5.6 Trabalho Infantil: O trabalho infantil no Brasil ainda é um grande problema social. Milhares de crianças ainda deixam de ir à escola e ter seus direitos preservados, e trabalham desde a mais tenra idade na lavoura, campo, fábrica ou casas de família, muitos deles sem receber remuneração alguma. Hoje em dia, em torno de 4,8 milhões de crianças de adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil, segundo PNAD 2007. Desse total, 1,2 milhão estão na faixa entre 5 e 13 anos. Apesar de no Brasil, o trabalho infantil ser considerado ilegal para crianças e adolescentes entre 5 e 13 anos, a realidade continua sendo outra. Para adolescentes entre 14 e 15 anos, o trabalho é legal desde que na condição de aprendiz. O Peti (Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil) vem trabalhando arduamente para erradicar o trabalho infantil. Infelizmente mesmo com todo o seu empenho, a previsão é de poder atender com seus projetos, cerca de 1,1 milhão de crianças e adolescentes trabalhadores, segundo acompanhamento do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). Do total de crianças e adolescentes atendidos, 3,7 milhões estarão de fora. Ao abandonarem a escola, ou terem que dividir o tempo entre a escola e o trabalho, o rendimento escolar dessas crianças é muito ruim, e serão sérias candidatas ao abandono escolar e consequentemente ao despreparo para o mercado de trabalho, tendo que aceitar sub-empregos e assim continuarem alimentando o ciclo de pobreza no Brasil. Perfil do trabalho infantil no Brasil: O trabalho infantil ainda é predominantemente agrícola. Cerca de 36,5% das crianças estão em granjas, sítios e fazendas, 24,5% em lojas e fábricas. No Nordeste, 46,5% aparecem trabalhando em fazendas e sítios. A Constituição Brasileira é clara: menores de 16 anos são proibidos de trabalhar, exceto como aprendizes e somente a partir dos 14. Não é o que vemos na televisão. Há dois pesos e duas medidas. Achamos um absurdo ver a exploração de crianças trabalhando nas lavouras de cana, carvoarias, quebrando pedras, deixando sequelas nessas vítimas indefesas, mas costumamos aplaudir crianças e bebês que se tornam estrelas mirins em novelas, apresentações e comerciais. A UNICEF declarou no Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil (12 de junho) que os esforços para acabar com o trabalho infantil não serão bem sucedidos sem um trabalho conjunto para combater o tráfico de crianças e mulheres no interior dos países e entre fronteiras. No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, a UNICEF disse/referiu com base em estimativas que o tráfico de Seres humanos começa a aproximar-se do tráfico ilícito de armas e drogas. Longe de casa ou num país estrangeiro, as crianças traficadas – desorientadas, sem documentos e excluídas de um ambiente que as proteja minimamente – podem ser obrigadas a entrar na prostituição, na servidão doméstica, no casamento precoce e contra a sua vontade, ou em trabalhos perigosos. Embora não haja dados precisos sobre o tráfico de crianças, estima-se que haverá cerca de 1.2 milhões de crianças traficadas por ano. ANOTAÇÕES: http://www.blogbrasil.com.br/gravidez-na-adolescencia-causas-e-consequencias/ http://br.guiainfantil.com/aprendizagem/68-como-ajudar-a-crianca-que-sente-medo-de-ir-a-escola-.html http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/peti http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/peti http://br.guiainfantil.com/adaptacao-escolar/79-adaptacao-de-criancas-de-3-a-5-anos.html 21 __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ BIBLIOGRAFIA: COLE Michael; COLE, Sheila. O desenvolvimento da criança e do adolescente. Porto Alegre: Artmed, 2004. SHIMITZ, Edilza Maria; et al. A enfermagem em pediatria e puericultura. Rio de Janeiro: Atheneu, 2005 Janeiro: Elsevier, 2006. TIBA, I. Adolescência: o despertar do sexo – um guia para entender o desenvolvimento sexual e afetivo nas novas gerações. São Paulo: Gente, 1994. SIGAUD, C.H.S.; VERÍSSIMO, M.de La O.R. (org) Enfermagem pediátrica: o cuidado de enfermagem à criança e ao adolescente. São Paulo: EPU, 1996. NUNES, C.; SILVA, E. A educação sexual da criança: subsídios teóricos e propostas práticas para uma abordagem da sexualidade para além da transversalidade. Campinas: Autores Associados, 2000. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Assistência Integral a Saúde da Criança. BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Lei LDB – nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. BRASIL. Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente. 22 ANEXOS: Calendário básico de vacinação infantil(recém-nascidos aos 10 anos de idade) IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS PREVENIDAS Ao Nascer Vacina BCG Dose única Tuberculose Hepatite B 1ª dose Hepatite B 2 Meses Pentavalente (DTP + Hib + HB) 1ª dose Difteria, tétano, coqueluche e infecções* causada pelo Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B. Poliomielite inativada 1ª dose Poliomielite (paralisia infantil) Rotavírus humano oral 1ª dose Gastroenterites por rotavírus Pneumocócica 10 1ª dose Alguns tipos de meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite, bacteremia e sepse. 3 Meses Meningocócica C 1ª dose Meningite tipo C 4 Meses Pentavalente (DTP + Hib + HB) 2ª dose Difteria, tétano, coqueluche e infecções* causada pelo Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B. Poliomielite inativada 2ª dose Poliomielite (paralisia infantil) Rotavírus humano oral 2ª dose Gastroenterites por rotavírus Pneumocócica 10 2ª dose Alguns tipos de meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite, bacteremia e sepse. 5 Meses Meningocócica C 2ª dose Meningite tipo C 6 Meses Pentavalente (DTP + Hib + HB) 3ª dose Difteria, tétano, coqueluche e infecções* causada pelo Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B. Poliomielite inativada 3ª dose Poliomielite (paralisia infantil) 23 Pneumocócica 10 3ª dose Alguns tipos de meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite, bacteremia e sepse. 9 Meses Febre amarela Dose inicial Febre amarela 12 meses Tríplice viral 1ª dose Sarampo, rubéola e caxumba Pneumocócica 10 Reforço Alguns tipos de meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite, bacteremia e sepse 15 meses Tríplice bacteriana 1º Reforço Difteria, tétano e coqueluche Poliomielite oral Reforço Poliomielite (paralisia infantil) Meningocócica C Reforço Meningite tipo C 4 anos Tríplice bacteriana 2º Reforço Difteria, tétano e coqueluche Tríplice viral 2ª dose Sarampo, rubéola e caxumba 10 anos Febre amarela Uma dose a cada 10 anos Febre amarela CAMPANHAS NACIONAIS DE VACINAÇÃO INFANTIL Menores de 5 anos Vacina oral de poliomielite De 6 meses a menores de 2 anos Vacina influenza (gripe) 24 Calendário de vacinação (De 11 aos 19 anos de idade) IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS De 11 a 19 anos (na primeira visita ao serviço de saúde) Hepatite B 1ª dose Contra Hepatite B dT (Dupla tipo adulto) Reforço Contra Difteria eTétano Febre amarela Reforço Contra Febre Amarela SRC (Tríplice viral) Dose única Contra Sarampo, Caxumba e Rubéola 1 mês após a 1ª dose contra Hepatite B Hepatite B 2ª dose Contra Hepatite B 6 meses após a 1ª dose contra Hepatite B Hepatite B 3ª dose Contra Hepatite B 2 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano dT (Dupla tipo adulto) 2ª dose Contra Difteria eTétano 4 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano dT (Dupla tipo adulto) 3ª dose Contra Difteria eTétano a cada 10 anos, por toda a vida dT (Dupla tipoadulto) Reforço Contra Difteria eTétano Febre amarela Reforço OBSERVAÇÕES: 1. A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. O esquema básico se constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose. 2. É possível administrar a primeira dose da vacina oral de rotavírus humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de vida). 3. É possível administrar a segunda dose da vacina oral de rotavírus humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é de 4 semanas. 25 4. A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 9 meses de idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra febre amarela 10 (dez) dias antes da viagem. 5. Adolescente que não tiver comprovação de vacina anterior, seguir este esquema. Se apresentar documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado. 6. Adolescente que já recebeu anteriormente 03 (três) doses ou mais das vacinas DTP, DT ou dT, aplicar uma dose de reforço. É necessário doses de reforço da vacina a cada 10 anos. Em caso de ferimentos graves, antecipar a dose de reforço para 5 anos após a última dose. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. 7. Adolescente que resida ou que for viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da viagem. 8. Adolescente que tiver duas doses da vacina tríplice Viral (SCR) devidamente comprovada no cartão de vacinação, não precisa receber esta dose. 9. Adolescente grávida, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose há mais de 5 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço. A dose deve ser aplicada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Em caso de ferimentos graves, a dose de reforço deve ser antecipada para cinco anos após a última dose.
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