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Poder para Foucault uma rede de relações interpessoais

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Poder para Foucault: uma rede de relações interpessoais?
Luísa Duarte Torres Alves
O presente trabalho tem como principal objetivo explicar de forma síntese e coesa a noção de poder para o filósofo Michel Foucault e consequentemente como a mesma se constitui socialmente. Em primeiro momento, discutirei sobre a concentração do poder absoluto e da disseminação do mesmo até o poder como uma rede de relações interpessoais. Em seguida, explicarei sobre como o poder já disseminado detém a direção os indivíduos a partir das instituições e suas funções disciplinares. 
Segundo o autor Michel Foucault, mais especificamente em sua obra “Microfísica do Poder” publicada pela primeira vez em 1978, o poder se constitui de uma relação interpessoal. O filósofo explica que, existia até o século XIII, uma espécie de macro poder. Este era o poder do Estado representado pelo rei e pelo absolutismo, e era, por sua vez, um poder “visível”. A partir desse século e com o fim do absolutismo, o poder político é disseminado como uma rede de múltiplas relações interpessoais, e então, surgem os micro poderes. Com isso, o corpo que inicialmente é o corpo material de um indivíduo, se transforma em um corpo social que é constituído pela universalidade das vontades. Assim, o poder não se estabelece mais em apenas uma figura de autoridade como anteriormente, mas sim sobre corpos variados.
Em seguimento ao raciocínio anterior, as práticas da micro política são “invisíveis” e mais eficazes, uma vez que se constituíam pela criação de normas que com o tempo são internalizadas pelos sujeitos, gerando uma disciplina social, também pode ser explicada como valores. Esses valores, que são levados por gerações, são sempre construídos na história com um interesse por trás, interesses estes que pertencem àqueles que detém o poder e, dessa forma, possuem os saberes e a verdade. Ademais, os micro poderes detém um poder de ação sobre o indivíduo muito mais assertivo que o macro poder, uma vez que as instituições agora são compreendidas como espaço de poder. Como por exemplo a família, escolas e até o exército. Estes atuam para executar um poder invisível sobre os sujeitos. Essas instituições seriam a base para uma sociedade disciplinar: a partir de um contato direto com os indivíduos, elas estariam a serviço de fazer o corpo funcionar de uma certa ordem com suas funções disciplinares. 
Totalizando as ideias propostas nessa atividade, Foucault afirma ainda que, por meio desse processo de disciplinarização é determinado o que é patológico e o que é normal. Dessarte, é posto pelo filosofo e, assim como o professor expos em aula, que, contanto que o indivíduo esteja dentro de alguma posição, mesmo que contrária ao governo, ele ainda estará favorável ao mesmo governo em questão, uma vez que o espaço de heterotopia em que um sujeito se encontra só se ocasionará a partir do desprezo pleno e completo ao poder, ao passo que o poder é uma relação que só participará da mesma quem acordar em, até mesmo, discordar. 
RFERÊNCIAS: 
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1998. 
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 35. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
GHEDINI, Alan. Michel Foucault: corpo e poder, 2019. Curso Enem Gratuito, 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zILgN1teXSc

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