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JOSÉ SA NTA NA FA RIA S NE TO - UES B 1 Psiquiatr ia Consciência é o conhecimento (o dar-se conta) que o indivíduo tem de suas vivências internas, de seu corpo e do mundo externo. Vigilância é uma acepção de consciência mais particular, que corresponde ao conceito de ativação ou atenção tônica. ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS F IS IOLÓG ICAS Referem-se à intensidade da clareza das vivências psíquicas. No estado normal, o indivíduo desperto está constantemente apresentando oscilações na intensidade de sua consciência, em geral pequenas. Há certa ↓ nível de consciência quando o indivíduo está cansado, sonolento, num estado de relaxamento ou repouso, e quando os estímulos sensoriais externos e internos e os afetos são pouco intensos. SONO Estado de inconsciência do qual a pessoa pode ser despertada por estímulos sensoriais. O sono profundo (sem sonhos) constitui um estado fisiológico de abolição da consciência. PATOLÓGICAS REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSC IÊNC IA Refere-se a um nível de consciência entre a lucidez e o coma. Constitui uma perda da clareza da consciência: a percepção do mundo externo torna-se vaga e imprecisa (aumenta o limiar para a captação de estímulos externos), havendo ainda uma dificuldade para a introspecção, para a apreensão do próprio eu. ➔ OBNUBILAÇÃO SIMPLES: ausência de sintomas psicóticos. O paciente apresenta, além de intensa sonolência, hipoprosexia (diminuição global da atenção), desorientação no tempo e no espaço, pensamento empobrecido e alentecido (às vezes, mutismo), dificuldades de compreensão e de raciocínio, hipoestesia (alteração quantitativa da sensopercepção), hipomnesia de fixação e de evocação (distúrbio da memória), apatia e inibição psicomotora (às vezes, estupor). ➔ OBNUBILAÇÃO ONIROIDE: caracteriza-se pela presença de sintomas psicóticos, especialmente ilusões e pseudoalucinações visuais, além de ideias deliroides (muitas vezes, persecutórias). Há ainda dificuldade de concentração (com exacerbação da atenção espontânea), desorientação temporoespacial, desagregação do pensamento, dificuldade de compreensão e de raciocínio, amnésia de fixação e de evocação, exaltação afetiva (muitas vezes, ansiedade), perplexidade e agitação psicomotora. Delirium tremens → quadro grave de abstinência alcoólica; costuma cursar com obnubilação oniroide. Indivíduo agitado e assustado, sem saber onde está e não conseguindo identificar corretamente as pessoas ao seu redor. Frequentemente, ele vê ou sente sobre sua pele pequenos animais repugnantes, os quais não estão realmente presentes. COMA Caracteriza-se por ABOLIÇÃO DA CONSCIÊNCIA → indivíduo não pode ser despertado nem por estímulos dolorosos muito intensos; ocorre perda total da motricidade voluntária e da sensibilidade. Embora a vida somática prossiga, não há sinal de atividade psíquica. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS F IS IOLÓG ICAS SONHOS A consciência no sonho é uma CONSCIÊNCIA PARCIAL, pois nele observa-se a perda de diversos aspectos encontrados na consciência de vigília, tais como: controle (sobre a ação), coerência, memória de longo prazo, capacidade de crítica e consciência da própria identidade (autoconsciência). Súmula Psicopatológica Consciência ou Vigilância JOSÉ SA NTA NA FA RIA S NE TO - UES B 2 Psiquiatr ia PATOLÓGICAS ESTREITAMENTO DO CAMPO DE CONSC IÊNC IA CONSCIÊNCIA ESTREITADA → abarca um conteúdo menor do que o normal e está restrita a determinadas vivências (ideias, afetos, imagens, ações). • Outras vivências internas, assim como grande parte dos estímulos externos, tornam-se inacessíveis à consciência. • Há uma interrupção da continuidade e unidade psíquicas da personalidade, e perde-se a capacidade de reflexão. ESTREITAMENTO DO CAMPO DA CONSCIÊNCIA → característica que define os estados crepusculares. • Quando ocorre? → na epilepsia parcial complexa, na intoxicação alcoólica patológica, nos estados dissociativos histéricos e, ainda, no devaneio, no estado hipnótico, na reação aguda ao estresse, no sonambulismo neurológico e nas crises de pavor noturno. ➔ Epilepsia parcial complexa → geralmente associada ao lobo temporal. O paciente torna-se relativamente alheio ao ambiente, mas pode parecer lúcido numa observação menos apurada. Seu comportamento, que pode ser bem organizado, é estereotipado, à base de automatismos; a reflexão e a intencionalidade estão ausentes. Podem ocorrer comportamentos violentos ou impulsivos, delírios (alterações do pensamento) e alucinações (sensopercepção), estados afetivos intensos (ansiedade, êxtase), agitação ou inibição psicomotora. O início e o fim são súbitos. A duração pode ser de alguns segundos a semanas. Em geral, há uma amnésia total a posteriori em relação ao episódio. ➔ Intoxicação alcoólica patológica → estado de grande agitação psicomotora, após a ingestão de uma pequena quantidade de álcool, em geral insuficiente para provocar embriaguez na maioria das pessoas. ➔ Estados dissociativos histéricos → incluem-se os estados de transe, sonambulismo, fugas e amnésia psicogênicos, a pseudodemência (síndrome de Ganser) e o transtorno das personalidades múltiplas. • Caracterizam-se, além da alienação da realidade, por teatralidade, intencionalidade, ausência de automatismos, uma relação temporal com um fator de estresse agudo e possibilidade de recuperação completa da memória referente ao episódio. Pode estar perturbada a orientação autopsíquica. A CONSCIÊNCIA/VIGI LÂNCIA NOS PRINCI PAIS TRANSTORNOS MENTAIS Delirium → quadro agudo que se caracteriza por um prejuízo cognitivo global, com rebaixamento do nível de consciência. Todas as demais alterações psicopatológicas são decorrentes do rebaixamento da consciência. Ao longo do dia, o nível da consciência flutua amplamente, piorando à noite. Esquizofrenia, transtornos do humor, demência → esses transtornos mentais ocorrem sob lucidez de consciência. Epilepsia → ao longo do dia, as oscilações no nível de consciência, nos epilépticos, parecem ser maiores do que as que, fisiologicamente, ocorrem no indivíduo normal. As crises do tipo grande mal e de ausência simples levam a uma abolição temporária da consciência. O estado pós- comicial (após uma crise do tipo grande mal) constitui um estado de rebaixamento do nível de consciência. Alcoolismo → na intoxicação por álcool, há rebaixamento do nível da consciência, podendo-se chegar ao coma. O delirium tremens (na abstinência ao álcool) é um bom exemplo de obnubilação oniroide. Já a intoxicação patológica (ou idiossincrática) cursa com estreitamento do campo da consciência. Narcolepsia → caracteriza-se por ataques irresistíveis de sono, associados a alucinações hipnagógicas, cataplexia e paralisia do sono. Transtornos dissociativos → os quadros dissociativos constituem estados crepusculares, sendo considerados de origem psicogênica. São semelhantes, fenomenologicamente, aos estados hipnóticos. A diferença é que, nos transtornos dissociativos, o estado de transe é autoinduzido, não necessitando da atuação de um hipnotizador. Esses pacientes são bastante (auto-) sugestionáveis.
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