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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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COMPREENDER, INTERPRETAR E RECONHECER NÃO SÃO AS MESMAS COISAS?
O QUE É INTERPRETAR?
CONCEITO – A interpretação pode ser definida como um ato ligado à capacidade que o ser humano tem de fazer uso de recursos externos ao texto lido para conseguir entendê-lo melhor.
O QUE É COMPREENDER?
CONCEITO – A compreensão difere da interpretação pela simples razão de estar limitada às informações que estão inseridas no texto, em outras palavras, a compreensão analisa o texto a partir do próprio texto.
COMPREENDER	E	INTERPRETAR	NÃO	SÃO ATIVIDADES IGUAIS.
O QUE É RECONHECER?
CONCEITO – Capacidade de descobrir qual a tipologia textual (modo de organização do texto) e o gênero.
IMPORTANTE
Um texto nunca é um emaranhado de frases soltas e desconexas. Para que um texto receba tal nome,
é preciso que ele seja um conjunto de frases que “dialogam” entre si, estabelecendo determinadas relações de sentido. Desse modo, em um texto o que importa é o todo e nunca um trecho específico, pois o uso de um trecho do texto fora de seu contexto pode levar o candidato a uma interpretação equivocada. Portanto, para que se tenha um texto é preciso haver lógica de organização, elemento linguísticos empregados corretamente e ideias que se relacionem.
RECURSOS QUE AJUDAM A COMPREENDER E INTERPRETAR MELHOR UM TEXTO
1. ARTICULADORES	(OPERADORES ARGUMENTATIVOS);
2. IMPLÍCITOS;
3. MODOS DE ORGANIZAÇÃO DE UM TEXTO (TIPOLOGIA TEXTUAL);
4. GÊNEROS TEXTUAIS;
5. LEITURA CONSTANTE;
6. RESOLUÇÃO	DE	QUESTÕES	DE INTERPRETAÇÃO.
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
CONCEITO:
São certos elementos da língua – normalmente invariáveis, como advérbio, conjunção, preposição e palavra denotativa – os quais estabelecem determinadas relações de sentido e conectam as ideias dentro do texto.
EXEMPLOS
No mundo todo, ainda ocorre muita violência contra mulheres.
O advérbio ainda nos permite concluir que, antes do momento da declaração, já havia violência contra mulher.
Até o meu vizinho acredita em terra plana.
A palavra denotativa até indica que outras pessoas além do vizinho acreditam em terra plana.
1. IDEIA DE SOMA
e, nem (= e não), não só/apenas/somente... Tanto...quanto, além de, além disso, também...
Evanildo Bechara, não apenas por ser um grande gramático, mas também por ser um excelente professor, contribuiu muito para o desenvolvimento da análise linguística.
2. RESUMO DE UMA IDEIA ANTERIOR
em suma, em síntese, enfim, dessa maneira, afinal, em resumo, recapitulando...
A modernidade trouxe inúmeras vantagens e algumas desvantagens para a sociedade, pois não são todos os homens e mulheres que conseguem conviver com a tecnologia em suas relações sociais. Em resumo, a tecnologia é positiva ou negativa, mas isso depende de quem a usa.
3 .	IDEIA DE CONTRAPOSIÇÃO/CONTRASTE DE IDEIAS:
de um lado... De/por outro lado..., Se por um lado... Por outro...
Se por um lado as cotas no sistema público são um benefício para os que a defendem, por outro são vistas como mais uma forma de racismo pelos que a condenam.
4. OPERADORES COM IDEIA DE FINALIDADE
para, para que, a fim de (que), com o objetivo/intuito/escopo/fito de...
A aula não foi iniciada com o escopo de ensiná-los matemática, porque nosso foco será RLM.
5. OPERADORES COM IDEIA DE TEMPO
Antes de, depois de, durante o(a), assim que, logo que, quando, desde que...
Desde o dia em que você se foi Eu não consigo mais dormir
Eu não consigo te esquecer
Está faltando alguma coisa em mim (Calcinha Preta)
6. OPERADORES	COM	IDEIA	DE CONFORMIDADE
Conforme, consoante, segundo, de acordo
De acordo com o novo professor, quem não faz os trabalhos fica sem nota e sem presença.
PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
PRESSUPOSTOS – São ideias não expressas de maneira explícita, que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase”. Ou seja, algumas palavras dentro da frase “carregam” informações implícitas.
EXEMPLO:
A minha segunda moto foi uma Boulevard.
A informação é pressuposta quando se mantém mesmo que neguemos a sentença que a veicula.
EXEMPLO:
O carro parou de morrer quando foi ao mecânico.
Pressuposto: O carro morria antes de ir ao mecânico
Apesar de ter ido ao mecânico, o carro não parrou de morrer.
Pressuposto: O carro morria antes de ir ao mecânico.
MARCADORES DE PRESSUPOSTOS
1 – CERTOS ADJETIVOS E CERTOS NUMERAIS
· A NC700 foi minha primeira moto.
PRESSUPOSTO: Já teve outras motos depois dessa e nunca teve motos antes dessa.
· O rapaz foi alvo de novas piadas.
PRESSUPOSTO: Já havia sido alvo de piadas antes.
2 – CERTOS ADVÉRBIOS
· Agora ele canta muito mal.
PRESSUPOSTO: Antes cantava melhor.
3 – CERTAS CONJUNÇÕES E PREPOSIÇÕES
· Apesar de ser homem, faz duas coisas ao mesmo tempo.
PRESSUPOSTO: Homens não fazem duas coisas ao mesmo tempo.
· Quando entrarmos em contato com a polícia, os criminosos fugirão.
PRESSUPOSTO: Ainda vai haver contato com a polícia.
4 – VERBOS QUE INDICAM PONTO DE VISTA SOBRE UM FATO (PRETENDER, SUPOR, ALEGAR, PRESUMIR, IMAGINAR...)
· 
Os jornalistas imaginam que nada do que fazem terá consequências.
PRESSUPOSTO: Para os jornalistas, o conteúdo do complemento de imaginar é verdadeiro, mas, para o autor da declaração, é falso.
5 – CERTAS FORMAS VERBAIS QUE INDICAM MUDANÇA DE ESTADO OU PERMANÊNCIA DE ESTADO
(permanecer, continuar, tornar-se, virar, vir a ser, ficar, passar (a), transformar-se...)
· Dengue vira risco de epidemia em SP.
PRESSUPOSTO: Antes a dengue não era risco de epidemia.
· A corrupção no Brasil continua efervescente.
PRESSUPOSTO: A corrupção já era efervescente anteriormente.
6 – ORAÇÕES ADJETIVAS (RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS)
· Os professores, que não ensinam mais como antes, estarão lá.
· Os professores que não ensinam mais como antes estarão lá.
SUBENTENDIDOS
São mensagens implícitas deduzidas subjetivamente pelo interlocutor. Justamente por essa ideia de dedução, os subentendidos de uma declaração podem não ser verdadeiros.
EXEMPLO:
MARIA – Está muito frio aqui na sala.
PEDRO – Vou aumentar a temperatura do ar-
condicionado.
SUBENTENDIDO: Pedro entendeu que Maria queria o ambiente um pouco mais quente.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
1 - FUNÇÃO REFERENCIAL
A função referencial, também chamada de função denotativa, tem como principal objetivo informar sobre um determinado assunto. Assim, a ênfase é dada ao contexto comunicativo.
Características da função referencial ou denotativa:
· Transmite uma informação de forma clara, objetiva e direta;
· Informa sobre a realidade, tendo como base fatos e dados concretos;
· É impessoal, não apresentando a opinião do emissor;
· Utiliza uma linguagem denotativa;
· Utiliza a 3.ª pessoa do discurso.
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- FUNÇÃO EMOTIVA / EXPRESSIVA
A função emotiva, também chamada de função expressiva, tem como principal objetivo transmitir as emoções e sentimentos do emissor. Assim, a ênfase é dada ao emissor da mensagem.
Características da função emotiva ou expressiva:
· A mensagem transmitida é subjetiva, conforme a visão do emissor.
· É pessoal, sendo utilizada a 1.ª pessoa do discurso.
· Há a presença de interjeições que enfatizam o discurso.
· Utiliza pontuação que acentua a sua entonação emotiva, como os pontos de exclamação e as reticências.
3 - A FUNÇÃO APELATIVA / CONATIVA
A função apelativa, também chamada de função conativa, tem como principal objetivo influenciar e persuadir o receptor, sendo um apelo para que este faça algo. Assim, a ênfase é dada ao receptor da mensagem.
Características da função apelativa ou conativa:
· Predomina o uso de verbos no imperativo.
· Utiliza a 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso (tu e você).
· Há a presença de vocativos que direcionam a mensagem.
Recorre a pontos de exclamação para enfatizar o discurso.
4 - A FUNÇÃO POÉTICA
A função poética tem como principal objetivo transmitir uma mensagem elaborada, formalmente estruturada, com as palavras cuidadosamente selecionadas para produzir um resultado estético. A ênfase dada à própria mensagem.
Características da função poética:
· Utiliza	uma	linguagem	elaborada	e cuidada.
· Dá importância ao ritmo, melodia e sonoridadedas palavras.
· Procura o que é belo e inovador.
5 - A FUNÇÃO FÁTICA
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um canal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação. A ênfase dada ao canal comunicativo.
Características da função fática:
· Recorre a frases interrogativas para obter resposta do receptor.
· Utiliza interjeições e onomatopeias para manter o discurso.
6 - A FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
A função metalinguística tem como principal objetivo usar um determinado código para explicar esse próprio código. Assim, a ênfase dada ao código comunicativo.
Características da função metalinguística:
· 
Utiliza o código como tema da mensagem.
· Tem uma função explicativa.

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