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GIULIA PACHECO SOUZA O raio-X é a técnica mais utilizada no tórax, entretanto o padrão-ouro é a TC, que permite uma melhor visualização do parênquima pulmonar. No raio-X é importante realizar, pelo menos, duas incidências ortogonais (PA [póstero-anterior] e perfil: rotina). Existem alguns tipos de incidência que são usadas em casos específicos, como AP [ântero-posterior], apicolordótica, decúbito lateral com raios horizontais e oblíquas. Incidência em PA: paciente em posição ortostática encosta o tórax (parte da frente) no filme, coloca as mãos na cintura [“alar a escápula” = tirar ela da frente] e pede para o paciente encher o peito de ar. Incidência em AP: reservada para os pacientes que não conseguem ficar em pé, ex.: politraumatismo e pacientes no CTI. no raio-X de tórax deve-se atentar as densidades, em que a presença do metal indica uma estrutura extracorpórea, como aspiração de corpos estranhos ou projétil de bala de fogo. no raio-X, o osso apresenta 2 densidades diferentes decorrente da cortical óssea [mais externa = mais densa = mais branco] e medular óssea. Magnificação quanto mais aproxima a estrutura a ser estudada da fonte de raio-X e distancia do filme, a estrutura se magnifica [tamanho maior do que o real] e as bordas ficam menos nítidas. Assim, a imagem fica mais real se a estrutura tiver mais próxima do filme e mais longe da fonte de raio-X. GIULIA PACHECO SOUZA na imagem A, observa a sobreposição da clavícula, mas já identifica uma assimetria no ápice pulmonar [região mais esbranquiçada no lado direito]. Em B, a incidência foi apicolordótica, em que retirou a clavícula do campo de visão, e possibilitou visualizar um nódulo na região de alteração da primeira imagem. Incidência em PERFIL: paciente encosta o lado esquerdo no filme, levanta os braços e faz inspiração máxima. Incidência APICOLORDÓTICA: específica para avaliar o ápice pulmonar, para evitar a sobreposição da clavícula. O paciente fica em posição de hiperlordose. Incidência em DECÚBITO LATERAL COM RAIOS HORIZONTAIS (incidência de laurell): indicado para avaliar pneumotórax e derrame pleural [líquido dentro do espaço pleural = móvel]. Inicialmente, realiza um raio-X em PA, a partir da suspeita pode realizar essa incidência. Incidência OBLÍQUA: indicada para localizar lesões quando ocorre sobreposição de estruturas. na AP, tem perda da nitidez das bordas cardíacas e o paciente aparenta ter cardiomegalia, mas não tem, isso ocorre devido ao efeito de magnificação. Assim, nessa incidência NÃO fecha diagnóstico de cardiomegalia. Outra questão seria a dificuldade da visualização do parênquima pulmonar, visto que o coração se sobrepõe ao lobo esquerdo e a língula. velamento do seio costofrênico em incidência PA é uma suspeita de derrame pleural. na suspeita de derrame pleural, coloca o paciente em decúbito lateral do mesmo lado da suspeita., a fim de o líquido escorrer. Caso isso não ocorra, suspeita de espessamento pleural ou derrame pleural lobulado. Caso a suspeita seja de pneumotórax, coloca o paciente em decúbito lateral do lado contrário ao da suspeita. GIULIA PACHECO SOUZA Para a leitura do raio-X, além das informações clínicas do paciente, deve-se atentar a avaliação técnica e a análise de estruturas. Penetração: avalia o mediastino e as marcas vasculares - adequada: sombra da coluna atrás da área cardíaca e a visualização das marcas vasculares devem ser vistas até 1 cm da topografia da pleura [colada com a caixa torácica]. Radiação menor = hipopenetrada = raio-X branco [não vê nem a coluna e as marcas vasculares são mais evidentes]. Radiação maior = hiperpenetrada = “queimou” [coluna em detalhes]. Inspiração: avalia pela contagem dos arcos costais posteriores ou espaços intercostais anteriores. O normal, caso utilize o primeiro, é que a cúpula diafragmática esteja abaixo do 9º ao 11º EIC. Se for o segundo, a cúpula deve estar abaixo do 6º EIC. Posição: utiliza o processo espinhoso do corpo vertebral como referência [normal: equidistante das bordas das clavículas]. Se a clavícula esquerda aproxima do processo espinhoso, o paciente está rodado para a direita. Alinhamento: esterno é a referência em PERFIL, só pode ver uma imagem [estrutura única]. Além disso, os arcos costais devem estar sobrepostos. Avaliação Técnica PIPA - P: penetração (dose da radiação). I: inspiração. P: posição (rotação). A: angulação. GIULIA PACHECO SOUZA Angulação: geralmente, é perpendicular. Mas pode alterar o ângulo do feixe [ex.: incidência apicolordótica]. Nesses casos, as estruturas anteriores são projetadas de forma superior as estruturas posteriores. Partes Moles: analisar as sombras mamárias, as regiões supraclavicular e cervical, tecido subcutâneo [gordura = região cinzenta] e estruturas do abdômen superior [sombra hepática e esplênica, diafragma e bolha gástrica]. Arcabouço ósseo: analisar os arcos costais, clavículas, manúbrio, esterno, apêndice xifoide, coluna vertebral torácica e cintura escapular. Mediastino: em PA ou AP divide em superior e inferior, tendo como base T5 a nível do arco aórtico. Já em PERFIL divide em anterior, médio e posterior. Análise das estruturas abrange a parte cervical inferior até a parte superior do abdômen. estruturas - partes moles, arcabouço ósseo, mediastino, traqueia, hilos, parênquima pulmonar, pleura, seios costofrênicos e diafragma. os mamilos podem aparecer como nódulos pulmonares bilaterais e simétricos. os arcos costais, a clavícula e a cintura escapular são mais bem observados em PA ou AP. Já o esterno e a coluna são melhores em PERFIL. as classificações são importantes para estabelecer o diagnóstico diferencial. Massa no mediastino anterior sugere linfoma, teratoma ou timoma. Massa no mediastino posterior relaciona mais com tumores de linhagem neural. janela aortopulmonar: entre o arco aórtico e o tronco pulmonar, sendo um sítio muito comum de linfonodomegalia. Normal deve ser um espaço livre. em PERFIL, observa o VD colado na caixa torácica (mais anterior) e o VE mais posterior. Na presença de cardiomegalia, notar se obliterou o espaço retroesternal [estrutura hipertransparente: normal] (cardiomegalia às custas da câmara direita - opacidade nesse espaço.) ou se obliterou o espaço retrocardíaco (cardiomegalia às custas da câmara esquerda). GIULIA PACHECO SOUZA Traqueia: vias aéreas sempre hipertransparentes. Hilos pulmonares: as estruturas esquerdas aparecem superior em relação às estruturas do lado direito. Em PERFIL aparece abaixo do arco aórtico e superior ao coração. As estruturas brônquicas sempre são tubulares e cheias de ar [hipertransparente], enquanto as vasculares são hipotransparente [partes moles]. Parênquima pulmonar: deve identificar os lobos, para isso traça a topografia das fissuras. Em PA, no pulmão direito a fissura horizontal é traçada na altura do hilo pulmonar, o que tá acima é lobo superior e o que está abaixo é lobo inferior. Já em PERFIL, a fissura oblíqua pode ser traçada, sendo uma linha da articulação manubrioesternal até 3 cm da caixa torácica. O pulmão esquerdo só classifica em PERFIL, pois só tem fissura oblíqua. essa imagem é sugestiva de um paciente idoso, em que a aorta aparece mais alongada e tortuosa. Além disso, percebe uma região mais clara anterior, como se fosse osso, mas na verdade são as calcificações das cartilagens costais. em PA deve avaliar o índice cardiotorácico, que resulta da divisão dodiâmetro transverso máximo do coração com o diâmetro transverso interno máximo da caixa torácica. Para estar dentro da normalidade, essa divisão tem que ser < 50%. Caso seja um valor maior indica cardiomegalia. artéria pulmonar esquerda [mais posterior] aparece como vírgula, enquanto a direita [mais anterior] como bola.
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