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Bactéria� Fonte: Microbiologia e Imunologia - Cardoso INTRODUÇÃO As bactérias são os menores micro-organismos unicelulares existentes, medindo geralmente de 1 a 1,5 μm de largura por 2 a 6 μm de comprimento. As bactérias apresentam três tipos morfológicos principais: os cocos, os bacilos e as formas espiraladas. Fonte: Cardoso, 2012 Cocos: Os cocos são bactérias esféricas ou de secção elíptica. Formam grupamentos típicos: diplococos, tétrades, cubos, estreptococos, estafilococos. Bacilos: Os bacilos são bactérias de formas cilíndricas. A morfologia dos bacilos é bastante variada: cocobacilos, fusiformes, bastonetes, formas filamentosas. Espiraladas: Apresentam-se em forma de hélice ou saca-rolhas, sendo considerados como bastonetes torcidos sobre si mesmos. Apresentam três formas principais: vibriões, espirilos e espiroquetas. ESTRUTURA DA CÉLULA BACTERIANA BACTERIANA O DNA está enovelado em uma estrutura conhecida como cromossomo bacteriano ou nucleóide. Na maioria das bactérias o cromossomo é formado por uma única molécula circular contínua. A parede celular bacteriana apresenta-se como uma estrutura rígida que recobre a membrana citoplasmática, conferindo forma às bactérias, sendo constituídas basicamente de uma macromolécula complexa denominada peptideoglicano. O peptideoglicano é uma molécula constituída por dois açúcares aminados: N-acetil-glicosamina e ácido N-acetil-murâmico, os quais estão ligados um ao outro, intercaladamente. A estrutura da parede celular pode sofrer variações na composição química e em sua estrutura, de acordo com a espécie e o gênero bacteriano. As principais diferenças estruturais e das características químicas ocorrem, principalmente, entre bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, micobactérias e espiroquetas. Mecanismos Biológicos de Doenças Infecciosas Bucais A coloração de Gram consiste basicamente em tratar bactérias sucessivamente com cristal violeta, lugol, álcool e fucsina. O cristal violeta e o lugol penetram tanto nas bactérias Gram-positivas quanto nas Gram-negativas, formando um complexo de cor roxa. O tratamento com álcool é a etapa diferencial; nas Gram-positivas, o álcool não retira o complexo cristal violeta+lugol, pois a sua ação desidratante faz com que a espessa camada de peptideoglicano se torne menos permeável, retendo o corante. Nas Gram-negativas, devido à pequena espessura da camada de peptideoglicano, o complexo corado é extraído pelo álcool, deixando as células descoradas. O tratamento com fucsina não altera a cor roxa das Gram-positivas, ao passo que as Gram-negativas, descoradas pelo álcool, tornam-se avermelhadas. Fonte: Cardoso, 2012 ESTRUTURAS EXTERNAS À PAREDE CELULAR Fímbrias: são organelas filamentosas mais curtas e delicadas que os flagelos, apresentando entre 5 a 11 nm de largura e comprimento de 20nm ou mais, são constituídas por proteína pilina, associada a pequenas quantidades de carboidratos. São responsáveis pela ligação entre células doadoras e receptoras durante a conjugação bacteriana. Atuam também como receptores para vírus bacteriófagos. A patogenicidade de muitas bactérias Gram-negativas é dependente da presença ou não de fímbrias. Flagelos: são estruturas responsáveis pela mobilidade bacteriana, representadas por longos filamentos delgados e ondulados, constituídos de uma proteína contrátil fibrosa semelhante a miosina; a flagelina. Os flagelos constituem-se em 3 regiões distintas: a) corpúsculo basal: porção que encontra-se imersa na membrana citoplasmática e parte da parede celular bacteriana. corpúsculo basal é responsável pela rotação do flagelo. b) região do gancho: estrutura curva e rígida que conecta o corpúsculo basal à porção distal do flagelo. c) filamento externo: porção distal do flagelo localizado externamente à parede celular. De acordo com a distribuição dos flagelos, as bactérias são classificadas em: a) atríquias: não apresentam flagelos; b) monotríqueas: apresentam apenas um flagelo em uma das extremidades; c) anfitríqueas: apresentam dois flagelos, um em cada extremidade; d) lofotríqueas: apresentam tufo de flagelos em uma ou ambas extremidades; e) peritríqueas: apresentam flagelos em toda a superfície bacteriana. Mecanismos Biológicos de Doenças Infecciosas Bucais Glicocálix: Envoltório viscoso que recobre a parede celular em algumas bactérias, constituída de natureza química variável (polipeptídeos, polissacarídeos, ou ambos). Quando o glicocálice é organizado e está firmemente aderido à parede celular é descrito como cápsula. Quando a estrutura do glicocálice não é organizada e está fracamente aderida à parede celular, a estrutura é descrita como camada viscosa ou limosa. A cápsula bacteriana apresenta as seguintes funções: a) especificidade imunológica; b) ação de fator de virulência para algumas bactérias; c) ação de barreira osmótica para a célula bacteriana. CRESCIMENTO BACTERIANO Fonte: Cardoso, 2012 Fase de latência (fase lag): Tempo requerido para que as bactérias do inóculo possam restaurar as enzimas e os intermediários metabólicos necessários ao crescimento; nessa fase, as células estão sintetizando DNA, transcrevendo RNA, produzindo proteínas e enzimas, que são um pré-requisito para a divisão. O número de micro-organismos permanece constante, praticamente igual ao inoculado. Fase logarítmica ou fase de crescimento exponencial (fase log): O número de células aumenta em progressão geométrica; à medida que o tempo cresce em progressão aritmética. Fase estacionária: O número de bactérias viáveis permanece constante em seu valor máximo, pois o número de novas células é igual ao número daquelas que estão morrendo. Fase de declínio ou morte: Morte das bactérias ocorre principalmente por acúmulo excessivo de produtos tóxicos e escassez de nutrientes. Acredita-se que o acúmulo de determinadas substâncias possa inibir determinadas rotas metabólicas essenciais aos micro-organismos. Mecanismos Biológicos de Doenças Infecciosas Bucais
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