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Resumo Falência - Lei Nº 11.101/2005 ligado ao princípio da Livre Iniciativa. (Art. 1º, 170 CF). – art. 966 CC é aquele que desenvolve empresa organizada de forma habitual e profissional com impessoalidade. a. Deve ter fins lucrativos. PS: Instituições beneficentes tem fins econômicos, mas não lucrativos. b. Pra ser empresário basta objetivar lucro e não ter necessariamente. Exemplo: fundações. c. Organizada → porque tem um estabelecimento d. Objeto lícito! Traficante não é empresário, porque seu objeto é ilícito. O Picareta é empresário, podendo ser irregular. e. Mercadoria disponibilizada ao mercado. Pode ser pessoa física (EI) ou jurídica, e terá personalidade jurídica se devidamente registrado. *Não é considerado empresário* - quem desenvolve atividade intelectual (literárias, artísticas, científicas). Exerce atividade econômica . - Na atividade intelectual, a pessoalidade transcende o serviço (serviço específico, individualizado)! Na empresarial, não, só interessa o preço, o produto. > Será empresário se houver elemento de empresa. Arts. 982, 966 p.ú. – art. 966 CC é a atividade econômica organizada (conjuga fatores de produção/exploração). - Empresa é desenvolvida pelo empresário, visto que a exploração é elemento de empresa. - Exceção: Soc. Advocatícia. ⧫ SA/SCA é empresarial por força de lei. ⧫ SEM desenvolve atividade empresarial por ser uma Sociedade Anônima. ➢ Cooperativa é a única SS que arquiva em JC. Estabelecimento empresarial ➔ conjunto de bens jurídicos (materiais, imateriais, tangíveis e intangíveis). - Estabelecimento empresarial são os bens DESTACADOS do patrimônio (sendo este tudo o que possui). ▪ Ponto comercial ou/e E-commerce; Patente; Know how; Empresário (Gênero) que envolve as espécies: Comerciante; Fabricante; Prestadores de serviço. Nem toda sociedade é PJ, e nem toda PJ é sociedade: ➢ Sociedade não pessoa jurídica: SEC; SCPC ➢ Sociedade pessoa jurídica: SNC, SCS, SCA, SL, SA; ➢ Sociedade não empresária: SS; SC. Disposições Preliminares - Disciplina a recuperação judicial, extrajudicial e a falência. A lei não se aplica a: Empresa pública e sociedade de economia mista - Não podem falar por conta de sua soberania e da continuidade do serviço público. Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito (SS), consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização, e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. É competente para homologar..., ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do brasil. Principal estabelecimento, deverá ter BOM SENSO do Juiz: • Maior estabelecimento, no sentido de maior unidade produtiva. • Sede diretiva • Matriz, do contrato ou estatuto. Disposições Comuns JUÍZO UNIVERSAL Se instaura naquele que profere a sentença com a decretação da falência com trânsito em julgado. - Novas ações serão distribuídas para cá (Juízo prevento). - O trânsito em julgado da decretação de falência implica na suspensão de outros processos que estejam tramitando em varas distintas, em face do devedor (para que eles possam discutir o crédito no Juízo universal). Não há prazo certo para suspensão na falência, porque vai durar até a prestação final de contas por parte do administrador judicial. Ou seja, será juntado o patrimônio, avaliado os bens, feita a alienação destes, e o pagamento do máximo de credores possíveis. Só então a suspensão encerra. EXCEÇÃO: ▪ Processos que correm em Varas especializadas (Trabalho, e fiscal) ▪ Processos de conhecimento com quantia ilíquida. - Durante o PROCESSO DE FALÊNCIA, não é interrompida a atividade empresarial, s RESERVA DE CAPITAL E CRÉDITOS NÃO OPONÍVEIS (p.3º) A reserva de capital será determinada pelo Juiz da Vara especializada, e cumprida pelo Juiz do Juízo Universal. - A determinação de reserva ou reserva efetiva dependerá da natureza do crédito e da quantidade de patrimônio do credor. A essencialidade do crédito de natureza trabalhista determina que haja reserva, porém se o crédito for de credor quirografário e o patrimônio diminuto, não há porquê reservar. FASE ADMINISTRATIVA A verificação nesta fase será feita pelo ADMINISTRADOR JUDICIAL. Publicado o primeiro edital, abre-se o prazo de 15 dias para que os credores possam apresentar ao administrador suas habilitações (credores que não constam do edital, e querem) e impugnações (credores que constam do edital, porém com valor errado). • A partir do fim do prazo, o administrador judicial terá 45 dias para julgar os respectivos e publicar novo edital contendo a relação de credores. FASE JUDICIAL A partir da publicação do segundo edital, abre-se o prazo de 10 dias para que o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios, ou o MP apresentem ao JUIZ a ausência de qualquer crédito ou legitimidade/importância/classificação de algum crédito. • A fase judicial não tem prazo. • Da decisão judicial sobre a impugnação, caberá AGRAVO (para agilidade). Habilitação retardatária - Será aceita a qualquer tempo (perdido os 15 dias iniciais de impugnação ao administrador), até o momento da publicação do quadro definitivo de credores! Após, somente poderá ser pedido por meio de processo ordinário – art. 19. • Não participará de rateio as custas. Não tem direito a voto nas Assembleias Gerais de Credores, até ter seu crédito confirmado. Terminado todos os processos judiciais, ou se não houver impugnações, o (definitivo). ADMINISTRADOR JUDICIAL Será profissional idôneo. - Fiscalizado pelo Comitê de credores, se houver. - Competência – art. 22. Pagamento: ▪ Não excede 5% do valor devido aos credores ou o valor dos bens na falência. ▪ Será reservado 40% devido para pagamento após a prestação de contas final. Pode ser: a) Destituído – será quando houver irregularidade, ou falta por parte dele (tem caráter cogente). b) Substituído – pode ser por vontade própria do administrador (sem caráter cogente). COMITÊ DE CREDORES Irão e outras atividades (art. 27). Constituído por: Um representante da classe de credores trabalhistas e dois suplentes. Um representante da classe de credores com direito reais de garantia ou privilégios especiais e dois suplentes. Um representante da classe de credores quirografários e com privilégios gerais e dois suplentes. Um representante da classe de credores representantes de ME e EPP e dois suplentes. - Não tem representante do fisco, visto que o crédito não é disponível. ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES Tem como atribuições (art. 35) , além de outras. - A assembleia será presidida pelo administrador judicial. • Exceto quando for sobre o afastamento deste ou houver incompatibilidade. • 1ª convocação: titulares de mais da metade dos créditos de cada classe; 2ª convocação: qualquer número. - Tem direito a voto os arrolados no quadro geral de credores. - O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito. Constituído por: Titulares de créditos da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente trabalhista; Titulares de créditos com garantia real; Titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados; Titulares de créditos enquadrados como ME e EPP e dois suplentes ✓ Titulares de crédito derivados da legislação trabalhista votam com a classe prevista no inciso I com o total de seu crédito. ✓ Titulares de créditos com garantia real votam com a classe prevista no inciso II até o limite do valor do bem gravado, e com a classe III pelo restante. Requisito cumulativo de aprovação: mais de 50% na sua própria classe, para que seja votado sim ou não, E mais de 50% do total de créditos. Da Falência O Juízo da falência é indivisível e competente paraconhecer todas ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e não reguladas. - Todas ações terão prosseguimento com o administrador judicial, que irá representar a massa falida, sob pena de nulidade. Créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 SM por credor e os decorrentes de acidente do trabalho; Créditos com garantia real até o limite do bem gravado; Créditos tributários; Créditos com privilégio especial; Créditos com privilégio geral; Créditos quirografários; Multas contratuais; Créditos subordinados. - São créditos EXTRACONCURSAIS (preferem a todos os outros): I. Remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares e créditos derivados da legislação do trabalho ou acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação de falência. II. Outros (art. 84) Será decretada a falência de devedor que: sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; - INSTRUÍDO COM os títulos executivos. executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; - INSTRUÍDO COM certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. DEPÓSITO ILISIVO É uma garantia para o juízo. Se contestar e depositar o valor correspondente ao total do crédito, a falência não será decretada. - Não cabe no inciso III, porque a prática desses atos demonstra a má-fé, não obsta a decretação de falência. pratica , exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial (basicamente trespasse, pratica do art. 1145 CC). - INSTRUÍDO COM a descrição dos fatos que a caracterizam, juntando-se as provas. TRESPASSE O que caracteriza a alienação precipitada? Para vender estabelecimento, é necessário observar a regra do art. 1145, ou seja, realizar prévia notificação dos credores. - Ainda assim, o credor pode entrar com medida judicial e tutela antecipada para obstar alienação, mas a notificação esvazia a conduta de má-fé da liquidação precipitada. Art. 1142 CC – estabelecimento é todo complexo de bens organizado para o exercício da empresa... O art. 1145 CC caracteriza o que é trespasse, é quando a alienação de bens inviabiliza a continuidade da atividade empresarial, tal qual originalmente desenvolvida. ▪ próprio devedor ▪ cônjuge sobrevivente ▪ cotista ou acionista do devedor ▪ qualquer credor (credor empresário deve ser regular) Citado, o pode apresentar contestação no prazo de 10 dias. A sentença declaratória não faz diferença na realidade, só declara. Enquanto que a decretação faz diferença, vez que é constitutiva e desconstitutiva de direitos. i. fixará o TERMO LEGAL, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 dias contados do pedido da falência, do pedido de recuperação judicial ou do primeiro protesto por falta de pagamento; ii. ordenará a suspensão de todos os processos contra o devedor (aqui se instaura o Juízo universal); iii. nomeará o administrador judicial; iv. pronunciar-se-à a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou a lacração dos estabelecimentos; p.ú. Juiz ordenará a publicação do edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores (aqui abre o prazo de 15 dias para os credores impugnarem ou se habilitarem ao administrador judicial). - Da decisão que decreta a falência, cabe AGRAVO (celeridade). - Da sentença que julga a improcedência do pedido cabe APELAÇÃO. - O administrador judicial efetuará a arrecadação de bens e avaliação dos mesmos. O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a execução da etapa da arrecadação ou preservação. Os bens deixam de ser da sociedade, e além disso, os credores se subrogam nos direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável. - O patrimônio dos sócios só vai ser atingido em caso de passivos trabalhistas ou em caso de desconsideração da personalidade jurídica. - Suspende o direito de retenção sobre bens, e o exercício do direito de retirada. - Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e posem ser cumpridos pelo administrador. ➢ Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou contrato. - O ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, ainda que praticado com base em decisão judicial, observado o disposto no art. 131 desta Lei. Se revogado o ato ou declarada sua ineficácia, ficará rescindida a sentença que o motivou. ➢ Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. o É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garante. - O pedido equivocadamente dirigido é extinto, NÃO TEM FUNGIBILIDADE. - São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: O pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; (exceto se constar do plano de recuperação judicial) O pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; (exceto se constar do plano de recuperação judicial) A constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando- se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada ineficaz; (exceto se constar do plano de recuperação judicial) A prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência; (exceto se constar do plano de recuperação judicial) A renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência; A venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; Os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. - A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. Ação revogatória - Deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência. - Legitimidade passiva: contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo. - Pode ter sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros. - A ação revocatóriacorre perante o juízo da falência e obedecerá ao . - Sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos das perdas e danos. - Da sentença cabe APELAÇÃO. ART. 129 ART. 130 Declara do ato o ato Motivação = benefícios a massa falida (Juiz coteja) e impacto social. Não há necessidade de dolo/conluio Necessidade de provar: dolo/conluio/prejuízo a massa falida O juiz tem que sobrepesar. Há Preenchido os requisitos, o Juiz é (caráter cogente) Sem necessidade de instrução probatória Necessidade de instrução probatória Mais econômico; menos moroso Menos econômica; mais moroso Declaração de ofício, por petição incidental ou ação própria Sempre por ação própria (rito ordinário) Ação incidental – AGRAVO Ação própria – APELAÇÃO Ação própria – APELAÇÃO Ex nunc Ex tunc Só para ação própria o prazo triênio é aplicado (?) Deverá ser proposta pelo administrador judicial, qualquer credor ou MP, no prazo de três anos contados da decretação da falência (prazo prescricional do art. 132) Sem responsabilização criminal Responsabilização criminal (art. 168) Hipóteses exaustivas Sem rol - Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial apresentar suas contas ao Juiz no prazo de 30 dias. - Julgadas as contas do administrador, ele apresentará relatório final da falência no prazo de dez dias, indicando o valor do ativo e o do produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores. - Após o relatório, o Juiz encerrará a falência por sentença. Da sentença cabe APELAÇÃO.