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Inflamação Crônica e Reparo Tecidual

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
Inflamação Crônica e Reparo Tecidual 
A inflamação crônica é a inflamação de 
duração prolongada, na qual inflamação ativa, 
destruição tecidual e reparação por fibrose 
ocorrem simultaneamente. Ao contrario da 
aguda, que é caracterizada pelas alterações 
vasculares, edema e infiltrado 
predominantemente neutrofílico, a inflamação 
crônica caracteriza-se por um conjunto de 
alterações: 
- Infiltração de células mononucleares, incluindo 
macrófagos, linfócitos e plasmócitos; 
- Destruição tecidual; 
- Reparo, envolvendo proliferação de novos 
vasos (angiogenese) e fibrose. 
OBS: A inflamação aguda pode progredir para 
inflamação crônica. Essa transição ocorre 
quando a resposta aguda não pode ser resolvida 
ou devido à persistência do agente lesivo ou por 
causa da interferência com o processo normal 
de cura. 
A inflamação crônica se origina nos seguintes 
contextos: 
- Infecções persistentes por microrganismos 
difíceis de erradicar; 
- Doenças inflamatórias imunomediadas (as 
doenças que são causadas por ativação 
excessiva e inapropriada do sistema imune); 
- Exposição prolongada a agentes 
potencialmente tóxicos; 
- Formas leves de inflamação crônica podem ser 
importantes na patogenia de muitas doenças 
que não são convencionalmente classificadas 
como distúrbios inflamatórios. Essas doenças 
incluem distúrbios neurodegenerativos, como 
Alzheimer, aterosclerose, DM tipo 2 e algumas 
formas de câncer; 
Células e mediadores da inflamação crônica 
A combinação de inflamação prolongada e 
repetida, destruição e fibrose tecidual que 
caracterizam a inflamação crônica envolvem 
interações complexas entre as varias populações 
celulares e seus mediadores secretados. 
Macrófagos: 
Os macrófagos, as células dominantes da 
inflamação crônica, são células teciduais 
derivadas dos monócitos do sangue circulante, 
após sua emigração da corrente sanguínea. Em 
todos os tecidos, os macrófagos atuam como 
filtros, bem como celular que eliminam micróbios 
nas respostas imunes humorais e celulares. Os 
macrófagos são ativados por diversos estímulos 
para realizarem suas funções. As duas principais 
vias de ativação são: 
- A ativação clássica dos macrófagos: a qual é 
induzida por produtos microbianos, pelos sinais 
derivados das células T e por substâncias 
estranhas; 
- A ativação alternativa dos macrófagos: a qual 
é induzida por citocinas diferentes do interferon 
gama, como IL4 e IL13, produzidas pelos linfócitos 
T. Os macrófagos alternativamente ativados não 
são ativamente microbicidas, ao contrario, seu 
principal papel é no reparo tecidual. Eles 
secretam fatores de crescimento que promovem 
a angiogenese, ativam fibroblastos e estimulam a 
síntese de colágeno. 
Os macrófagos têm vários papeis críticos na 
defesa do hospedeiro e na resposta inflamatória: 
- Ingerem e eliminam micróbios e tecidos mortos; 
- Iniciam o processo de reparo tecidual; 
- Secretam mediadores da inflamação; 
- Expõem antígenos aos linfócitos T e respondem 
aos sinais das células T, estabelecendo uma alça 
de feedback essencial para a defesa contra 
micróbios através de respostas imunes medidas 
por célula. 
Linfócitos: 
São mobilizados sob a manifestação de qualquer 
estimulo imune especifico, bem como não 
medida imunologicamente e são os principais 
orientadores da inflamação. A ativação dos 
linfócitos B e T é parte da resposta imune 
adaptativa. Eles migram para os locais 
inflamatórios usando alguns dos mesmos pares de 
moléculas de adesão e quimiocinas que 
recrutam outros leucócitos. Nos tecidos, os 
linfócitos B podem se desenvolver em 
plasmócitos, que secretam anticorpos, e os 
linfócitos T CD4 são ativados para secretar 
citocinas. Por causa da secreção de citocinas, os 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
linfócitos T CD4 promovem a inflamação e 
influenciam a natureza da reação inflamatória. 
Existem três subgrupos de células T auxiliadoras 
CD4 que secretam diferentes citocinas: 
- As células Th1 que produzem interferon gama, o 
qual ativa macrófagos na via clássica; 
- As células Th2 secretam IL4, IL5 e IL13, que 
recrutam e ativam eosinófilos e são responsáveis 
pela via alternativa de ativação de macrófagos; 
- As células Th17 que secretam IL17 e outras 
citocinas que induzem a secreção de 
quimiocinas responsáveis pelo recrutamento de 
neutrófilos e monócitos. 
Linfócitos e macrófagos interagem de modo 
bidirecional. Os macrófagos apresentam os 
antígenos às células T, expressam moléculas de 
membrana (coestimuladoras) e produzem 
citocinas que estimulam as respostas da célula T. 
Os linfócitos T ativados, por sua vez, produzem 
citocinas, que recrutam e ativam macrófagos e 
depois promovem mais apresentação de 
antígeno e mais secreção de citocinas. O 
resultado é um ciclo de reações que abastece e 
mantém a inflamação crônica. 
Outras células: 
Os eosinófilos são encontrados 
caracteristicamente nos locais inflamatórios em 
torno de infecções parasitarias ou como parte de 
reações imunes mediadas por IgE, tipicamente 
associada a alergias. Seu recrutamento é dirigido 
por moléculas de adesão semelhantes às usadas 
pelos neutrófilos e por quimiocinas especificas 
derivadas de leucócitos e células epiteliais. 
Os mastócitos são células sentinelas amplamente 
distribuídas nos tecidos conjuntivos por todo 
corpo. Os mastócitos armado com IgE são figuras 
centrais nas reações alérgicas. 
OBS: Embora a presença de neutrófilos seja a 
marca clássica da inflamação aguda, muitas 
formas de inflamação crônica podem continuar 
a mostrar extensos infiltrados de neutrófilos. 
Inflamação granulomatosa 
É um padrão distintivo de inflamação crônica, 
caracterizada por agregados de macrófagos 
ativados com linfócitos esparsos. Os granulomas 
são encontrados em certos estados patológicos 
específicos. Podem se formar de três modos: 
- Nas respostas persistentes de célula T a alguns 
microrganismos; 
- Podem se desenvolver em algumas doenças 
inflamatórias imunomediadas; 
- Também são vistos em uma doença de 
etiologia desconhecida chamada de sarcoidose. 
OBS: Nas preparações com H&e, alguns dos 
macrófagos ativados nos granulomas exibem 
citoplasma granular róseo com limites celulares 
indistintos, esses macrófagos são chamados de 
células epitelioides. 
Efeitos sistêmicos da inflamação 
A resposta da fase aguda consiste em: 
- Febre: os produtos bacterianos, como LPS, 
estimulam os leucócitos a liberarem citocinas 
como IL1 e TNF que aumentam os níveis de 
cicloxigenase, as quais convertem o acido 
araquidônico em prostaglandinas. No 
hipotálamo, as prostaglandinas estimulam a 
produção de neurotransmissores, os quais 
funcionam para reajustar a temperatura em nível 
mais alto; 
- Níveis séricos elevados de proteinas da fase 
aguda, dentre as quais estão: Proteína C reativa, 
fibrinogênio e a proteína amiloide A sérica; 
- Leucocitose: ocorre uma saída de leucócitos da 
medula óssea para compensar a perda de 
células na reação inflamatória; 
- Aumento da frequência cardíaca e pressão 
arterial; 
- Redução da sudorese; 
- Tremores; 
- Calafrios; 
- Anorexia; 
- Sonolência e mal estar. 
Mesmo antes do término da reação inflamatória 
o corpo inicia o processo de curar a lesão e 
restaurar a estrutura. Esse processo é chamado 
de reparo, o qual envolve a proliferação e 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
diferenciação de vários tipos celulares e deposito 
de tecido conjuntivo. 
Visão geral do reparo tecidual 
Ocorrem dois tipos de reações: 
- Regeneração: alguns tecidos são capazes de 
substituir células lesadas e retornar ao estado 
normal; 
- Formação de cicatriz: se os tecidos lesados são 
incapazes de regenerar ou se as estruturas de 
suporte do tecido são gravemente lesadas, o 
reparo ocorre por deposição de tecido 
conjuntivo (fibrose), um processo que resultana 
formação de cicatriz. 
Regeneração celular e tecidual 
A regeneração de célula e tecidos lesados 
envolve a proliferação celular, que é orientada 
por fatores de crescimento e criticamente 
dependente da integridade da matriz 
extracelular. 
Controle da proliferação celular: 
Vários tipos de células proliferam durante o 
reparo do tecido, dentre as quais: as células 
restantes do tecido lesado, células endoteliais, 
novos vasos e fibroblastos. A proliferação desses 
tipos celulares é guiada por proteinas chamadas 
de fatores de crescimento. Os processos-chave 
na proliferação são a replicação do DNA e 
mitose. 
Capacidades proliferativas dos tecidos: 
A habilidade dos tecidos em se autorreparar é 
criticamente influenciada por sua capacidade 
proliferativa intrínseca. Com base nesse critério, 
os tecidos do corpo são divididos em três grupos: 
- Tecidos lábeis (se dividem continuamente): 
incluem as hematopoiéticas e a maioria dos 
epitélios de superfície; 
- Tecidos estáveis: são quiescentes e, em seu 
estado normal, possuem baixa atividade 
replicativa. Entretanto, essas células são capazes 
de proliferar em resposta a lesão ou perda de 
massa tecidual. As células estáveis constituem a 
maioria dos parênquimas de tecidos sólidos: 
como fígado, rim e pâncreas, além dos 
fibroblastos, células musculares lisas, células 
endoteliais. Com exceção do fígado, os tecidos 
estáveis possuem capacidade limitada de 
regeneração após a lesão; 
- Tecidos permanentes: são consideradas 
terminalmente diferenciadas e não proliferativas 
na vida pós-natal. A maioria dos neurônios e as 
células musculares cardíacas pertencem a essa 
categoria. (O musculo esquelético é classificado 
como permanente, porem as células satélites 
fornecem alguma capacidade regenerativa a 
esse tecido). 
OBS: Células-tronco: na maioria dos tecidos que 
se dividem, as células maduras são 
terminalmente diferenciadas e de curtas 
duração. Quando essas células morrem, o tecido 
é substituído por células tronco, as quais se 
diferenciam. As células- tronco são 
caracterizadas por duas propriedades 
importantes: 
- Capacidade de autorrenovação; 
- Replicação assimétrica: significa que, quando 
uma célula-tronco se divide, uma célula-filha 
entra na via de diferenciação e origina uma 
célula madura, enquanto a outra permanece 
como célula-tronco indiferenciada, retendo sua 
capacidade de autorrenovação. 
Existem duas espécies de células-tronco: 
- Células-tronco embrionárias: mais 
indiferenciadas e presentes na massa celular 
interna do blastocisto e que possuem extensa 
capacidade de renovação. Tem papel de 
originar todas as células do corpo; 
- Células-tronco adultas: são menos 
indiferenciadas que as embrionárias e são 
encontradas entre células diferenciadas dentro 
de um órgão ou tecido. Tem papel de 
homeostasia. 
Fatores de crescimento 
A maioria dos fatores de crescimento são 
proteinas que estimulam a sobrevivência e a 
proliferação de várias células e podem promover 
migração, diferenciação e outras respostas 
celulares. Os fatores de crescimento induzem a 
proliferação celular através da ligação a 
receptores específicos e influenciam a expressão 
de genes cujos produtos possuem várias funções: 
 
4 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
- Promovem a entrada das células no ciclo 
celular; 
- Atenuam bloqueios na progressão do ciclo 
celular; 
- Impedem a apoptose e aumentam a síntese de 
proteinas celulares. 
A principal atividade dos fatores de crescimento 
é estimular a função dos genes de controle do 
crescimento, muitos dos quais são chamados de 
proto-oncogenes, porque suas mutações levam 
a proliferação celular descontrolada, 
característica do câncer. 
Mecanismos de sinalização dos receptores dos 
fatores de crescimento: 
A maioria dos fatores de crescimento tem como 
função a ligação a receptores específicos de 
superfície celular e o desencadeamento de sinais 
bioquímicos nas células. As principais vias de 
sinalização intracelular, induzidas pelos 
receptores de fatores de crescimento, são 
semelhantes àquelas de muitos outros receptores. 
Em geral, esses sinais levam a ativação ou 
repressão da expressão do gene. 
OBS: Os receptores de membrana plasmática são 
classificados em três tipos principais: 
- Receptores com atividade intrínseca tirosina-
cinase: a ligação do ligante à porção 
extracelular do receptor induz a dimerização e 
subsequente fosforilação das subunidades do 
receptor. Uma vez fosforilados, os receptores 
podem se ligar a ativar outras proteinas 
intracelulares, como PI3, fosfolipase C e ativar 
uma cascata de sinais que levam à proliferação 
celular ou à indução de vários programas 
transcricionais; 
- Receptores acoplados à proteína G: esses 
receptores contêm 7 segmentos e após a ligação 
com o ligante, os receptores se associam comas 
proteinas de ligação G ao GTP, resultando na 
ativação das proteinas; 
- Receptores sem atividade enzimática intrínseca: 
a interação do ligante induz uma alteração 
intracelular, permitindo a associação com 
cinases proteinas chamadas Janus Cinases 
(JAKs). A fosforilação das JAKs ativa fatores de 
transcrição chamados STATs que se lançam no 
núcleo e induz a transcrição de genes-alvo. 
Papel da matriz extracelular (MEC) no reparo 
tecidual 
O reparo tecidual não depende apenas da 
atividade dos fatores de crescimento, mas 
também das interações entre as células e os 
componentes da MEC. 
A MEC é um complexo de varias proteinas que se 
arranjam em uma rede que circunda as células e 
constitui uma proporção significativa de qualquer 
tecido. A MEC sequestra agua, proporcionando 
turgor aos tecidos moles e minerais que dão 
rigidez ao osso. Ela também regula a 
proliferação, movimento e a diferenciação das 
células que vivem no seu interior, fornecendo um 
substrato para os fatores de crescimento. A MEC 
ocorre em duas formas básicas: matriz intersticial 
e membrana basal: 
- Matriz intersticial: está presente nos espaços 
entre as células do tecido conjuntivo e entre as 
estruturas de suporte vasculares e musculo liso. 
Seus principais constituintes são: colágenos 
fibrilares e não fibrilares, bem como fibronectina, 
elastina, proteoglicanos, hialuronatos e outros 
elementos. 
- Membrana basal: o arranjo aparentemente ao 
acaso da matriz intersticial nos tecidos 
conjuntivos torna-se altamente organizado em 
torno das células epiteliais, endoteliais e células 
musculares lisas, formando a membrana basal. 
Seus principais componentes são: colágeno não 
fibrilar tipo IV e laminina. 
 
Componentes da MEC: 
Existem 3 componentes básicos da MEC: 
- Proteinas fibrosas estruturais, como colágenos e 
elastinas, que conferem resistência à tensão e 
flexibilidade; 
 
5 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
- Géis hidratados, como os proteoglicanos e o 
hialuronan, que permitem elasticidade e 
lubrificação; 
- Glicoproteínas de adesão: que conectam os 
elementos matriz uns aos outros e às células. 
OBS: Colágeno: alguns tipos de colágeno (I, II, III e 
V) formam fibrilas e esses constituem a maior 
parte do tecido conjuntivo da cura de feridas e 
particularmente das cicatrizes. Essa resistência 
dos colágenos fibrilares à tensão se origina das 
ligações cruzadas, porem esse processo 
depende de vitamina C, portanto, indivíduos 
com carência de vitamina C possuem 
deformidades esqueléticas, facilidades de 
sangramentos por causa do enfraquecimento da 
membrana basal da parede vascular e 
deficiência na cicatrização de feridas. Outros 
colágenos não fibrilantes formam a membrana 
basal (tipo IV) ou são componentes de outras 
estruturas, como os discos intervertebrais (tipo IX) 
ou componentes da junção dermoepidérmica 
(tipo VIII). 
OBS1: Elastina: o tecido elástico confere 
habilidade ao tecido de se expandir e retrair 
após estresse físico, retornando à estrutura 
original.OBS2: Proteoglicanos e Hialuronan: os 
proteoglicanos formam géis compressíveis 
altamente hidratados que conferem elasticidade 
e lubrificação. Já o hialuronan ou ácido 
hialurônico forma uma matriz viscosa. 
OBS3: Glicoproteínas de adesão e receptores de 
adesão: 
- Fibronectina: forma agregados fibrilares nos 
locais de cura de feridas, além de se ligar à 
fibrina dentro do coagulo sanguíneo que s forma 
na ferida, fornecendo substrato para deposição 
de MEC e reepitelização; 
- Laminina: conecta as células aos componentes 
da MEC. 
Os receptores podem ser: imunoglobulinas, 
caderinas, selectinas e integrinas. 
- As integrinas: constituem os principais receptores 
celulares para os componentes da MEC. 
Funções da MEC: 
- Suporte mecânico: para ancoragem da célula 
e migração celular e manutenção da polaridade 
celular; 
- Controle da proliferação celular por se ligar a 
exibir fatores de crescimento e por sinalização 
através de receptores celulares da família das 
integrinas; 
- Arcabouço para renovação tecidual; 
- Estabelecimento de microambientes teciduais: 
funciona como limite entre epitélio e tecido 
conjuntivo subjacente. 
Papel da regeneração no reparo tecidual 
A importância da regeneração na substituição 
de tecidos lesados varia nos diferentes tipos de 
tecidos e com a gravidade da lesão: 
- Em tecidos lábeis, as células lesadas são 
rapidamente substituídas por proliferação das 
células residuais e diferenciação das células-
tronco do tecido fornecida pela membrana 
basal intacta. 
- A regeneração tecidual pode ocorrer em 
parênquimas de órgãos com populações 
celulares estáveis, mas, com exceção do fígado, 
normalmente é um processo limitado. 
OBS: Extensa regeneração ou hiperplasia 
compensatória pode ocorrer apenas se atrama 
de tecido conjuntivo residual estiver intacta. Ao 
contrario, se todo o tecido é lesado, a 
regeneração é incompleta e feita por 
cicatrização. 
Formação da cicatriz 
Etapas na formação de cicatriz: 
- Formação de novos vasos (angiogenese); 
- Migração e proliferação de fibroblastos e 
deposição de tecido conjuntivo, que junto com a 
abundância de vasos e leucócitos dispersos, têm 
a aparência granular e rósea, sendo chamado 
de tecido de granulação; 
- Maturação e reorganização do tecido fibroso 
para produzir uma cicatriz fibrosa estável. 
Angiogênese: 
 
6 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
É o processo de desenvolvimento de novos vasos 
a partir de vasos preexistentes, primariamente 
vênulas. A Angiogênese envolve o brotamento 
de novos vasos a partir de vasos preexistentes nas 
seguintes etapas: 
- Vasodilatação em resposta ao NO e aumento 
da permeabilidade induzida pelo VEGF; 
- Separação dos periquitos da superfície 
abluminal; 
- Migração de células endoteliais em direção à 
área da lesão; 
- Proliferação de células endoteliais logo atrás da 
frente principal de células migratórias; 
- Remodelação em tubos capilares; 
- Recrutamento de células periendoteliais para 
formar o vaso maduro; 
- Supressão da proliferação e migração 
endotelial e deposição da membrana basal. 
- Fatores de crescimento envolvidos na 
angiogênese: 
 VEGF: se ligam aos receptores tirosina-
cinase, sendo o mais importante VEGFR2. 
A hipóxia é o indutor mais importante de 
VEGF. Estimulam a migração e a 
proliferação das células endoteliais, 
iniciando assim o processo de brotamento 
dos capilares. Ele promove vasodilatação 
por estimulação da produção de NO e 
contribui para a formação do lúmen 
vascular. 
 Família dos fatores de crescimento FGF: 
promove a proliferação de células 
endoteliais, além de promoverem a 
migração dos macrófagos e fibroblastos 
para a área lesada e estimulam a 
migração de células epiteliais para 
recobrir feridas cutâneas. 
 As angiopoietina 1 e 2 são fatores de 
crescimento que exercem um papel na 
angiogênese e na maturação estrutural 
dos novos vasos. 
Ativação de fibroblastos e deposição de tecido 
conjuntivo 
Na cicatriz, a deposição de tecido conjuntivo 
ocorre em duas etapas: 
- Migração e proliferação de fibroblastos para o 
local da lesão; 
- Deposição de proteinas da MEC produzidas por 
essas células. 
O tecido de granulação evolui para uma cicatriz 
composta de fibroblastos fusiformes e inativos, 
colágeno denso, fragmentos de fibras elásticas e 
outros componentes da MEC. Com a 
manutenção da cicatriz, ocorre um regressão 
vascular progressiva que, finalmente, transforma 
tecido de granulação altamente vascularizado, 
em uma cicatriz amplamente avascular e pálida. 
Fatores de crescimento envolvidos na deposição 
da MEC e na formação da cicatriz: 
- O fator de crescimento transformar B estimula a 
produção de colágeno, fibronectina e 
proteoglicanos e inibe a degradação de 
colágeno através da diminuição da atividade da 
proteinase e aumento das atividades dos 
inibidores de proteinases teciduais, conhecidos 
como TIMPs. Além disso, é uma citocina anti-
inflamatória que funciona para limitar e terminar 
as respostas inflamatórias; 
- Fator de crescimento derivado de plaquetas 
promove migração e a proliferação de 
fibroblastos e células musculares lisas, podendo 
contribuir para a migração de macrófagos; 
- Citocinas também podem funcionar como 
fatores de crescimento e participar na deposição 
da MEC e na formação de cicatriz. 
Remodelamento do tecido conjuntivo 
Após sua síntese e deposição, o tecido conjuntivo 
da cicatriz continua sendo modificado e 
remodelado. A degradação dos colágenos e dos 
outros componentes da matriz é realizada por 
uma família de metaloproteinases (MMPs). Eles 
são produzidos de forma inativas e precisam ser 
ativados apenas no local da lesão. Além disso, as 
MMPs ativadas podem ser rapidamente inibidas 
pelos inibidores de metaloproteinases (TIMPs). 
Assim, durante a cicatrização, as MMPs são 
ativadas para remodelar a MEC depositada e 
sua ativada é inibida pelos TIMPs. 
Fatores que influenciam o reparo tecidual 
 
7 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
- Infecção é a causa mais importante do retardo 
da cura, ao passo que ela prolonga a 
inflamação e aumenta a lesão local. 
- A nutrição exerce profundos efeitos no reparo. 
- Os glicocorticoides possuem efeitos anti-
inflamatórios e inibem a produção de TGF beta e 
diminuem a fibrose. 
- Fatores mecânicos: como o aumento da 
pressão ou torção local. 
- Perfusão deficiente. 
- Corpos estranhos 
- Tipo e a extensão da lesão. 
- Localização da lesão e a natureza do tecido 
onde ocorre a lesão. 
- Aberrações do crescimento celular e produção 
de MEC (queloide). 
Exemplos clínicos selecionados de reparo 
tecidual e fibrose 
Cura de feridas cutâneas: 
A cura de ferida cutânea é um processo que 
envolve a regeneração do epitélio e a formação 
de cicatriz de tecido conjuntivo. Pode ocorrer por 
primeira ou segunda intenção: 
- Cura por primeira intenção: a incisão provoca 
apenas ruptura local da continuidade da 
membrana basal e morte de um numero limitado 
de células epiteliais e células do tecido 
conjuntivo. Como resultado, a regeneração 
epitelial é o principal mecanismo de reparo. 
Fases: 
 Dentro 24 horas, os neutrófilos aparecem 
na borda incisão, migrando em direção 
ao coagulo de fibrina. As células basais 
da epiderme da borda do corte 
começam a exibir aumento da atividade 
mitótica. Elas se fundem na linha média, 
produzindo uma fina e contínua camada 
epitelial; 
 Por volta do 3º dia, os neutrófilos são 
amplamente substituídos por macrófagos 
e o tecido de granulação invade 
progressivamente o espaço da incisão. As 
fibras colágenas são evidentes nas 
margens da incisão, mas estão 
verticalmente orientadas; 
 Em torno do 5º dia, a neovascularização 
alcança seu ponto máximo e o tecido de 
granulação preenche o espaço da 
incisão. As fibrilas colágenas tornam-se 
mais abundantes e começam a formar 
pontes na incisão; Durante a segunda semana, ocorre 
contínua proliferação de fibroblastos e 
acúmulo de colágeno; 
 No fim do primeiro mês, a cicatriz consiste 
em tecido celular. 
- Cura por segunda intenção: quando a perda 
de células e de tecido é mais extensa, o processo 
de reparo torna-se mais complexo e envolve a 
combinação de regeneração e cicatrização, 
seguida por contração da ferida mediada pela 
ação de miofibroblastos. A cura por união 
secundária difere da união primária em vários 
aspectos: 
 Um coágulo ou crosta maior rica em 
fibrina e fibronectina se forma na 
superfície da ferida; 
 A inflamação é mais intensa; 
 Defeitos teciduais maiores requerem 
maior volume de tecido de granulação 
para preencher os espaços e fornecer 
suporte para reepitelização; 
 - A cura por união secundaria envolve a 
contração da ferida. 
 
Granulação 
 
Contração da ferida 
 
8 Luana Mascarenhas Couto 18.2 - EBMSP 
Fibrose em órgãos parenquimatosos: 
O termo fibrose é usado para denotar a 
deposição excessiva de colágeno e de outros 
componentes da MEC em um tecido. Os 
mecanismos básicos desse processo são os 
mesmos daqueles que ocorrem na formação da 
cicatriz. Entretanto, o reparo tecidual ocorre após 
um estimulo nocivo de curta duração e segue 
uma sequencia ordenada de etapas, enquanto 
a fibrose é induzida por estímulos nocivos 
persistentes.

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