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G a b ri e la T o m a si Objetivos; U Conceituar e escrever o processo de reparo (cicatrização e regeneração) nos diferentes tecidos “lesão de primeira, segunda e terceira intenção”, U Explicar as vias de sinalização que levam ao processo de reparo, U Queimadura de primeiro, segundo e terceiro grau, U Saber quais os componentes do Colágeno, fibroblasto e matriz extracelular, U Descrever o processo de cicatrização e seus eventos histológicos correlacionando com angiogenese, fibrogenese e tecido de granulação, U Descrever a importância da equipe multidisciplinar, visando a integralidade do paciente, Robbins – Capítulo 03 Regeneração x Reparo Regeneração: restituição completa do tecido perdido ou lesado, proliferação de células e tecidos para substituir estruturas perdidas. Órgãos inteiros e complexos geralmente não se regeneram, no caso da ressecção parcial do fígado ocorre um crescimento compensatório. Tecidos com alta capacidade proliferativa não perdem suas células tronco e conseguem se renovarem de forma contínua. Sistema Hematopoiético, Epitélios da pele e do Trato Gastrointestinal. Reparo: pode restaurar algumas estruturas originais, mas pode causas desarranjos estruturais. Há a formação de Problema 03 Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa G a b ri e la T o m a si cicatriz por conta da deposição de colágeno. A cura ocorre na forma de um desses mecanismos e ocorre praticamente após qualquer insulto que cause destituição tecidual e é essencial para a sobrevivência do organismo. A fibrose ocorre por conta da extensa deposição de colágeno que ocorre por conta de lesões profundas. Essas lesões são celulares e também da MEC, sendo que lesões na MEC causam essa deposição de colágeno e então a formação da cicatriz. A regeneração do fígado com restauração do tecido normal, após lesão, requer uma matriz celular intacta. Se a matriz for lesada, a lesão é reparada por deposição de tecido fibroso e formação de cicatriz. Z Controle da Proliferação Celular Normal e do Crescimento Tecidual Nos tecidos adultos, o tamanho das populações celulares é determinado pelas taxas de proliferação celular, diferenciação e morte por apoptose e o aumento do número de células pode resultar de um aumento na proliferação ou diminuição da morte celular. O impacto da diferenciação depende do tecido onde ela ocorre: em alguns tecidos, as células diferenciadas não são substituídas, enquanto, em outros, elas morrem, mas são continuamente substituídas por novas células geradas a partir das células-tronco. x A proliferação pode ser estimulada por condições fisiológicas ou patológicas, x A proliferação é controlada por sinais do microambiente que estimulam ou inibem. Z Atividade proliferativa do tecido Divisão por conta da atividade proliferativa das suas células; � Tecidos em divisão contínua; tecidos lábeis, são cél que proliferam para sempre, substituindo as que são destruídas. Células provenientes de células-tronco adultas, � Ex: epitélios superficiais como; epitélio estratificado escamoso da pele, cavidade oral, vagina e colo uterino, � Mucosa de revestimento dos ductos excretores das glândulas do corpo (gl. salivares, pâncreas, vias biliares), o epitélio colunar do trato gastrointestinal e do útero, o epitélio de transição das vias urinárias e cél da medula óssea e tecidos hematopoiéticos, Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa G a b ri e la T o m a si � Tecidos quiescentes; tecidos estáveis; Possuem um baixo nível de replicação, mas podem voltar a se dividir se forem estimuladas, para reconstituir o tecido. � Ex: cél parenquimatosas do fígado, rins e pâncreas, cél mesenquimais como os fibroblastos e de músculo liso, cél endoteliais vasculares, linfócitos, e outros leucócitos, condrócitos e osteócitos, � Fígado após lesão ou hepatectomia parcial sofre regeneração por possuir esses tipos celulares. � Tecidos que não se dividem; tecidos permanentes. São os tecidos que não sofrem mitose mais. � Ex: neurônios, cél da musculatura cardíaca e esquelética, � Se neurônios forem destruídos, substituem-se por cél glia, porém existem estudos de neurogênese restritas em adultos, � O músculo possui capacidade regenerativa a partir da diferenciação das cél satélites da periferia, � O músculo cardíaco tem capacidade regenerativa bem limitada. Infarto Æ cicatriz Z Regeneração Hepática Em humanos, a ressecção de aproximadamente 60% do fígado de doadores vivos resulta na duplicação do fígado remanescente em torno de um mês. As partes do fígado que permanecem após hepatectomia parcial constituem um “minifígado” intacto, que se expande rapidamente, alcançando a massa do fígado original. A restauração da massa hepática é alcançada sem que haja um novo crescimento dos lobos que foram retirados na cirurgia. Em vez disso, o crescimento ocorre por aumento dos lobos que restaram após a cirurgia, um processo conhecido como crescimento compensatório ou hiperplasia compensatória. Em humanos e roedores, o ponto final da regeneração hepática após hepatectomia parcial é a restituição da massa funcional em vez de reconstituição da forma original. x Quase todos os hepatócitos replicam-se durante a regeneração hepática após hepatectomia parcial, x Como os hepatócitos são células quiescentes, eles levam várias horas para entrar no ciclo celular, progredir para G1 e alcançar a fase S de replicação do DNA, x A onda de replicação dos hepatócitos é sincronizada e Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa G a b ri e la T o m a si acompanhada por replicação sincrônica de células não parenquimatosas (células de Kupffer, células endoteliais e células estreladas), x Existem evidências de que a proliferação do hepatócito seja desencadeada por ações combinadas de citocinas e fatores de crescimento polipeptídicos. x Com exceção da atividade autócrina do TGF-α, a replicação do hepatócito é estritamente dependente dos efeitos parácrinos dos fatores de crescimento e de citocinas, como HGF e IL-6, produzidos por células hepáticas não parenquimatosas. x Há dois principais pontos de restrição para a replicação do hepatócito: a transição G0/G1 que traz hepatócitos quiescentes para o ciclo celular e a transição G1/S necessária para a passagem pelo último ponto de restrição de G1, x A expressão do gene no fígado em regeneração prossegue nas fases, começando com a resposta inicial imediata do gene, que é transitória e correspondente à transição G0/G1. Mais de 70 genes são ativados durante essa resposta, incluindo os proto-oncogenes c-FOS e c-JUN, cujos produtos se dimerizam para formar o fator de transcrição AP-1; o c-MYC, que codifica um fator de transcrição ativador de muitos genes diferentes; e outros fatores de transcrição, como NF-κB, STAT-3 e C/EBP. x A resposta inicial imediata do gene prepara o estágio para a ativação sequencial de múltiplos genes, quando os hepatócitos progridem para a fase G1. x Os hepatócitos quiescentes tornam-se competentes para entrar no ciclo celular através de uma fase de preparação, que é mediada principalmente pelas citocinas TNF e IL-6 e por componentes do sistema complemento. x Os sinais de preparação ativam várias vias de transdução de sinais como uma introdução necessária para a proliferação celular. Sob a estimulação do HGF, TGF-α e HB-EGF, os hepatócitos preparados entram no ciclo celular e sofrem replicação do DNA. x Norepinefrina, serotonina, insulina, hormônios do crescimento e da tireoide atuam como adjuvantes para a regeneração hepática, facilitando a entrada dos hepatócitos no ciclo celular. x Hepatócitos individuais replicam-se uma ou duas vezes durante a regeneração e retornam, então, ao estado quiescente em uma sequência de eventos estreitamente regulada. x Os inibidores do crescimento,como o TGF-β e as ativinas, podem estar envolvidos no término da replicação dos hepatócitos, mas seu modo de ação não está esclarecido. x As células-tronco ou progenitoras intra-hepáticas não exercem papel no crescimento compensatório que ocorre após hepatectomia parcial, e não há evidencia de geração de hepatócitos a partir de células derivadas da medula óssea durante este processo. Contudo, células Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa Leticia Dorsa G a b ri e la T o m a si endoteliais e outras células não parenquimatosas, no fígado em regeneração, podem originar-se de células precursoras na medula óssea. Z Matriz Extracelular e Interações Célula-matriz x A MEC regula o crescimento, a proliferação, o movimento e a diferenciação das células que vivem no seu interior, x Ela está em constante remodelamento e sua síntese e degradação acompanham a morfogênese, a regeneração, a cura de feridas, os processos fibróticos crônicos, a invasão e a metástase de tumores. x Sequestra água, proporcionando turgor aos tecidos moles e minerais que dão rigidez ao osso, Dentre suas várias funções estão incluídas; x Suporte mecânico para a ancoragem da célula e migração celular, e manutenção da polaridade celular, x Controle do crescimento celular. Os componentes da MEC podem regular a proliferação celular sinalizando através de receptores celulares da família das integrinas, x Manutenção da diferenciação celular. O tipo de proteína da MEC pode influenciar o grau de diferenciação das células nos tecidos, atuando também via integrinas de superfície celular, x Arcabouço para renovação tecidual. A manutenção da estrutura normal do tecido requer uma membrana basal ou um arcabouço de estroma. A integridade da membrana basal ou do estroma de células parenquimatosas é essencial para a regeneração organizada dos tecidos. [É particularmente notável que, embora células lábeis e estáveis sejam capazes de regeneração, a lesão a esses tecidos resulta na restituição da estrutura normal apenas se a MEC não for lesada]. O rompimento dessas estruturas leva à deposição de colágeno e à formação de cicatriz, x Estabelecimento de microambientes teciduais. A membrana basal funciona como um limite entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente e forma também parte do aparelho de filtração no rim, x Armazenamento e apresentação de moléculas reguladoras. Por exemplo, fatores de crescimento, como FGF e HGF, são secretados e armazenados na MEC, em alguns tecidos. Isto permite a rápida difusão de fatores de crescimento após lesão local ou durante a regeneração, x A MEC é composta por três grupos de macromoléculas: proteínas estruturais fibrosas, como os colágenos e as elastinas que promovem resistência à tensão e retração; glicoproteínas adesivas, que conectam os elementos da matriz uns aos outros e às células; e proteoglicanos e hialuronan, que fornecem elasticidade e lubrificação. G a b ri e la T o m a si x Essas moléculas se organizam para formar duas formas básicas de MEC: A matriz intersticial é encontrada em espaços entre as células epiteliais, endoteliais e células musculares lisas, bem como no tecido conjuntivo. Consiste principalmente em colágeno fibrilar e não fibrilar, elastina, fibronectina, proteoglicanos e hialuronan. As membranas basais estão intimamente associadas às superfícies celulares e consistem em colágeno não fibrilar (principalmente tipo IV), laminina, heparansulfato e proteoglicanos. Z Colágeno Conhecemos 27 tipos diferentes de colágenos, sendo cada um composto por três cadeias que formam uma hélice tripa. Essa cadeia se repete e é composta por Glicina, X e Y, sendo X e Y qualquer aas menos triptofano e cisteína. Contém a hidroxiprolina e hidroxilisina também. Os tipos I, II, III, V, XI são os colágenos fibrilares, quase não são interrompidos, O tipo IV é longo e são interrompidos, formando bainhas em vez de fibrilas, constituindo a membrana basal (principal componente) em associação com a laminina. O tipo VII forma as fibrilas de ancoragem entre algumas estruturas epiteliais e mesenquimais, como na epiderme e derme. G a b ri e la T o m a si Como ocorre a formação do colágeno; Os RNA mensageiros transcritos dos genes para colágeno fibrilar são traduzidos em cadeias pré-pró-α que se arranjam, de maneira tipo-específica, em trímeros. A hidroxilação dos resíduos de prolina e lisina e a glicosilação da lisina ocorrem durante a tradução. Três cadeias de um determinado tipo de colágeno arranjam-se para formar uma hélice tripla. O prócolágeno é secretado da célula e clivado por proteases, formando a unidade básica das fibrilas. A formação da fibrila colágena está associada à oxidação dos resíduos de lisina e hidroxilisina por uma enzima extracelular, a lisil-oxidase. Este processo resulta em ligações cruzadas entre cadeias de moléculas adjacentes, estabilizando o arranjo e sendo o principal fator contribuinte para a resistência à tensão do colágeno. A vitamina C é necessária para a hidroxilação do prócolágeno, uma necessidade que explica a cicatrização deficiente de feridas no escorbuto. G a b ri e la T o m a si Z Elastina, fibrilina e fibras elásticas; Vasos sanguíneos, pele, útero e pulmão precisam de elasticidade para aumentar e diminuírem de tamanho. Essa característica de “expansibilidade” desses tecidos é dada pelas fibras elásticas. As fibras elásticas consistem em um eixo central com elastina circundado por uma rede periférica de microfibrilas (fibrilina). Defeitos na fibrilina causam a Síndrome de Marfan manifestada por alterações no sistema cardiovascular e no esqueleto. Z Proteínas de adesão celular As CAM (moléculas de adesão celular) são divididas em quatro principais famílias das imunoglobulinas que atuam como receptores transmembrana e algumas vezes são armazenadas no citoplasma; G a b ri e la T o m a si � Caderinas, � Integrinas ligam-se a proteínas da MEC, estabelecendo contato célula-filha, � Selectinas, interação entre leucócito e endotélio, As CAM podem se ligar a moléculas semelhantes (homotípica) ou diferentes (heterotípicas), promovendo interação entre as células. A fibronectina se liga a muitas moléculas como o colágeno, a fibrina, os proteoglicanos e receptores de superfície celular têm a fibronetina celular e a plasmática. A fibronectina plasmática se une a fibrina ajudando na estabilização do coágulo e atua como substrato para deposição de MEC e formação de matriz provisória durante a cura de feridas A laminina é a mais abundante na membrana basal, sendo que se une ao colágeno tipo IV formando redes ligadas. As caderinas e integrinas ligam a superfície celular ao citoesqueleto através da ligação a actina e filamentos intermediários. Essas ligações, particularmente para as integrinas, fornecem um mecanismo para a transmissão de força mecânica e para ativação de vias intracelulares de transdução de sinais que respondem a essas forças. Os complexos integrina-citoesqueleto funcionam como receptores ativados e desencadeiam um número de vias de sinais de transdução, incluindo a MAP cinase, a PKC e vias PI3k, que são também ativadas por fatores de crescimento. Não existe apenas uma sobreposição entre integrinas e receptores de fatores de crescimento, mas uma interação entre eles que transmite sinais ambientais para a célula que regulam a proliferação, a apoptose e a diferenciação. G a b ri e la T o m a si Z Glicosaminoglicanos (gags) e proteoglicanos; Os GAGs constituem o terceiro tipo de componente da MEC, além das proteínas estruturais fibrosas e das proteínas de adesão celular. x Os GAGs consistem em longos polímeros repetidos de dissacarídeos específicos, x Com exceção do hialuronan, os GAGs estãoligados a uma proteína central, formando moléculas chamadas proteoglicanos. Os proteoglicanos são notáveis em sua diversidade. x A MEC contém, na maioria dos locais, várias proteínas centrais diferentes, cada uma delas contendo GAGs diferentes. x Os proteoglicanos; essas moléculas possuem diversos papéis na regulação da estrutura e permeabilidade do tecido conjuntivo. x Os proteoglicanos podem ser proteínas integrais de membrana e, através da ligação a outras proteínas e ativação de fatores de crescimento e quimiocinas, x Atuam como moduladores da inflamação, das respostas imunes e do crescimento e diferenciação celular. Há quatro famílias estruturalmente distintas de GAGs: heparansulfato, condroitina/dermatansulfato, queratan-sulfato e hialuronan (AH). As primeiras três famílias são sintetizadas no retículo endoplasmático granular e arranjadas no aparelho de Golgi como proteoglicanos. Em contraste, o AH é produzido na membrana plasmática por enzimas chamadas hialuronan-sintases e não está ligado a uma proteína central. x O AH é um polissacarídeo da família das GAGs, encontrado na matriz de muitos tecidos, sendo abundante nas valvas cardíacas, na pele e G a b ri e la T o m a si nos tecidos esqueléticos, no líquido sinovial, no humor vítreo do olho e no cordão umbilical. É uma molécula enorme, constituída por numerosas repetições de um único dissacarídeo distendido de uma extremidade a outra. O AH se liga a uma grande quantidade de água (cerca de 1.000 vezes o seu próprio peso), formando um gel hidratado viscoso que confere ao tecido conjuntivo a capacidade de resistir às forças de compressão. O AH ajuda a proporcionar elasticidade e lubrificação a muitos tipos de tecido conjuntivo, notavelmente o da cartilagem das articulações. Sua concentração aumenta nas doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, esclerodermia, psoríase e osteoartrite. x Enzimas denominadas hialuronidases fragmentam o AH em moléculas de peso molecular mais baixo que possuem funções diferentes da molécula original. A LMW HA produzida pelas células endoteliais se liga ao receptor CD44 nos leucócitos, promovendo o recrutamento dos leucócitos para os locais de inflamação. Além disso, as moléculas LMW HA estimulam a produção de citocinas e quimiocinas inflamatórias pelos leucócitos recrutados aos locais de lesão. O processo de recrutamento dos leucócitos e a produção de moléculas pró- inflamatórias pelas LMW HA são estreitamente regulados; essas atividades são benéficas quando de curta duração, mas sua persistência leva à inflamação prolongada. Z Cicatrização É o processo pelo qual um tecido lesado substituído por um tecido conjuntivo vascularizado, numa tentativa de remendar e não efetivamente de recuperar a função. Quando a lesão é grave ou crônica e resulta em lesão das células parenquimatosas ou do estroma então é preciso reparar, sendo através de uma resposta fibroproliferativa. Na cicatrização a quantidade de miofibroblastos é muito maior que na regeneração, pois eles são responsáveis pela contração da ferida. Cada tecido possui sua capacidade regenerativa, sendo classificados em tecidos lábeis, estáveis e permanentes. Na maioria dos processos ocorre uma combinação de regeneração e reparo. O reparo é dividido em estágios; Inflamação, Angiogênese, Migração e proliferação de fibroblastos, Formação de cicatriz, Remodelamento do tecido conjuntivo. A cura de feridas cutâneas é dividida em três fases: Inflamação Proliferação G a b ri e la T o m a si Maturação 1º - Coágulo/Inflamação; --------> Ferida de Segunda Intensão. � Coágulo contém; Fibrina, fibronectina e componentes do complemento. � O coágulo serve de arcabouço para células em migração, � VEGF: funciona para aumentar a permeabilidade do vaso e do edema, � Ocorre desidratação na superfície externa do coágulo, formando uma crosta que cobre a ferida. Em feridas que causam grandes perdas de tecido, o coágulo de fibrina é maior e há mais exsudato e restos necróticos na área ferida. Lesão tecidual mais extensa Æ Extravasamento de substâncias como hemácias, fibrinas, fibronectinas formando um coágulo para „estancar‟ a ferida, Liberação de sinalizadores da inflamação, como citocinas, fazendo a quimiotaxia do local do acidente Æ Desencadeia a cascata da resposta inflamatória Æ Vasodilatação dos vasos adjacentes Æ Fenômenos exudativos Æ Leucócitos chegam ao local e migram para o tecido fazendo o papel de „limpar‟ restos celulares ou agentes estranhos com a liberação de enzimas proteolíticas e também liberam citocinas para chamar outras células. Até 24h após a lesão... Chegam mais leucócitos e fibroblastos Æ liberação de fatores de crescimento Æ Induz a proliferação do endotélio vascular Æ VEGF, TGF, PDGF Æ Assim inicia-se a formação do tecido de granulação. 2º Tecido de Granulação; Em 24h – 72h... � Tecido de granulação; é um tecido róseo e macio. Característico pela presença de novos vasos (Angiogênese) e proliferação de fibroblastos. � Esses vasos são permeáveis, permitindo a passagem de líquido e proteínas plasmáticas para o espaço extravascular, � Frequentemente há presença de edema no novo tecido, � A quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho do defeito no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação, � Por volta de 5 a 7 dias, o tecido de granulação preenche a área da ferida e a neovascularização atinge seu ponto máximo, � Vasos recém-formados, macrófagos, leucócitos e fibroblastos fazem parte da composição do tecido de granulação. Fibroblasto libera metaloproteases Æ elas degradam as estruturas que estavam lesadas da MEC, para que a nova seja formada Æ Fibroblasto G a b ri e la T o m a si secreta Colágeno tipo III e outras substâncias da MEC (Ex; ác hialurônico) que vão preenchendo a estrutura lesada. Por volta de 48-96 horas... Há substituição dos neutrófilos por macrófagos Æ remove resíduos extracelulares, fibrina e outros materiais estranhos do local de reparo e promovendo Angiogênese e deposição de MEC. 3º Remodelamento; Corresponde a degradação das substâncias lesadas, Com o tempo há substituição do colágeno Tipo III pelo Tipo I que é mais resistente e aumenta a resistência da ferida. Alguns fatores de crescimento que estimulam a síntese de colágeno e de outras moléculas do tecido conjuntivo modulam também a síntese e ativação das metaloproteases (Metaloproteases de matriz), enzimas que degradam esses componentes da MEC. Essas enzimas são formadas por fibroblastos, macrófagos, neutrófilos, cél sinoviais e algumas cél epiteliais. Outras metaloproteases importantes; � Colagenases intersticiais, Æ degrada colágeno I, II e III, � Gelatinases Æ degrada colágeno amorfo e fibronectina, � Estromelisinas Æ agem em vários componentes da MEC, � Família de metaloprot ligados à membrana. As colagenases clivam o colágeno em condições fisiológicas. Elas são sintetizadas como um precursor latente (prócolagenase) que é ativado por substâncias químicas, como os radicais livres produzidos durante o surto oxidativo dos leucócitos e proteinases (plasmina). Uma vez formadas, as colagenases ativadas são rapidamente inibidas por uma família de inibidores de metaloproteases, que são produzidos pela maioria das células mesenquimais, impedindo, assim, a ação descontrolada dessas proteases. As colagenases e seus inibidores são essenciais no desbridamento de locais lesados e no remodelamento do tecido conjuntivo necessário para reparar o defeito. A maioria das ADAM está ancorada à superfície celular por um único domínio transmembrana. A ADAM-17 (conhecida também como TACE, enzima conversora do TNF) cliva as formas precursoras ligadas à membrana do TNF e do TGF-α, liberando as moléculas ativas. Se for um epitélio... Processo de reepitelização. Epitélio se prolifera para unir as extremidadesda ferida. Leticia Dorsa G a b ri e la T o m a si Desfazer o tecido de granulação e o desenvolvimento de miofibroblastos que servem para tracionar as regiões da ponta da ferida. O equilíbrio entre síntese e degradação da MEC resulta no remodelamento da trama de tecido conjuntivo Se há formação de cicatriz... Empalidecimento Æ acúmulo de colágeno Æ Regressão dos canais vasculares Æ deixando avascular o tecido e também colaboram para seu aspecto pálido. Composição da cicatriz: fibroblastos fusiformes, avascular, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico, outros componentes da MEC. A parte dérmica é perdida por completo e é substituída. Se a cicatriz for tratada pode vir a formar novos folículos pilosos. Se a ferida for de grande extensão... Na margem da ferida há formação de uma rede de miofibroblastos que expressam alfa-actina de músculo liso e vimentina. Elas possuem características de músculos lisos Æ contração e produção de grande quantidade de componentes da MEC como; � Colágeno tipo I, � Tenascina-C, � SPARC, � Fibronectina de domínio extra. Fibroblastos teciduais ou fibrócitos da MO ou cél epiteliais Æ influencia de fatores PDGF, TGF-b, FGF-2 são liberados por macrófagos no local da ferida Æ formam os miofibroblastos. Quando as suturas são removidas de uma incisão cirúrgica, geralmente no final da primeira semana, a resistência da ferida é de aproximadamente 10% daquela apresentada pela pele intacta. A resistência da ferida aumenta rapidamente durante as 4 semanas seguintes, mas esse aumento reduz-se aproximadamente no terceiro mês após a incisão e alcança um platô de cerca de 70% a 80% da força tênsil da pele intacta. A menor força tênsil na área da ferida curada pode persistir pelo G a b ri e la T o m a si resto da vida. A recuperação da força tênsil resulta do excesso da síntese de colágeno que ultrapassa a sua degradação durante os primeiros 2 meses e, em tempos posteriores, de modificações estruturais das fibras colágenas (ligação cruzada e aumento do tamanho das fibras) quando a síntese de colágeno cessa posteriormente. Z Fatores que influenciam no reparo tecidual; Fatores Locais; infecção, características da lesão, estresse mecânico. Fatores Sistêmicos; tabagismo, etilismo, diabetes mellitus, neoplasia, desnutrição, idade. Z Tipos de reparo; x Primeira intenção: incisão cirúrgica, limpa não infectada, aproximada por suturas cirúrgicas. Essa incisão provoca a morte de um limitado número de células epiteliais e células do tecido conjuntivo, bem como a ruptura da continuidade da membrana basal. A reepitelização para fechar a ferida forma cicatriz bem fina, x Segunda intenção: há perda excessiva de células e tecidos. Há grande formação de tecido de granulação, maior inflamação e extensa deposição de colágeno e formando uma cicatriz que se contrai. Z Aspectos patológicos do reparo A formação inadequada do tecido de granulação ou a organização da cicatriz pode levar a dois tipos de complicações: deiscência da ferida e ulceração. x A deiscência ou ruptura de uma ferida é mais comum após cirurgia de abdome, sendo devida a um aumento da pressão abdominal. Vômitos, tosse ou íleo podem produzir um estresse mecânico sobre a ferida abdominal. x As feridas podem ulcerar em consequência de uma vascularização inadequada durante a cura. Por exemplo, as feridas nos membros inferiores de indivíduos com doença vascular periférica aterosclerótica tipicamente ulceram. G a b ri e la T o m a si x Feridas que não cicatrizam também se formam em áreas destituídas de sensação. Ocasionalmente, essas úlceras neuropáticas são observadas em pacientes com neuropatia periférica diabética. A formação excessiva dos componentes do processo de reparo pode originar cicatrizes hipertróficas e queloides. x O acúmulo de quantidades excessivas de colágeno pode gerar uma cicatriz saliente conhecida como cicatriz hipertrófica. Geralmente, as cicatrizes hipertróficas se desenvolvem após lesão traumática ou térmica, envolvendo as camadas mais profundas da derme. O colágeno é produzido pelos miofibroblastos, que persistem na lesão através da produção autócrina de TGF-β e do estabelecimento de adesões focais. x Quando a cicatriz cresce além das margens da ferida original, sem regredir, é chamada de queloide. A formação de queloide parece ser uma predisposição individual e, por motivos desconhecidos, essa aberração é um pouco mais comum em negros. A Granulação exuberante (carne esponjosa). A granulação excessiva deve ser removida por cauterização ou por excisão cirúrgica para permitir a restauração da continuidade do epitélio. Por fim (raros casos) as cicatrizes incisionais ou as lesões traumáticas podem ser acompanhadas de proliferação exuberante de fibroblastos e outros elementos do tecido conjuntivo que, de fato, podem recidivar após a excisão. São chamadas de desmoides ou fibromatoses agressivas e situam-se na interface entre as proliferações benignas e os tumores malignos (embora de baixo grau). Com frequência, a linha entre hiperplasias benignas características do reparo e as neoplasias é muito tênue. A contração no tamanho de uma ferida constitui uma parte importante do processo normal de cicatrização. Um exagero desse processo origina a contratura e resulta em deformidades da ferida e dos tecidos circundantes. As contraturas são particularmente propensas a desenvolverem-se nas palmas das mãos, plantas dos pés e face anterior do tórax. As contraturas são comumente observadas após queimaduras graves e podem comprometer o movimento das articulações. Z Fibrose G a b ri e la T o m a si O termo fibrose é usado mais amplamente para denotar a deposição excessiva de colágeno e outros componentes da MEC em um tecido. Fibrose indica, mais frequentemente, a deposição de colágeno em doenças crônicas. Os mecanismos básicos que ocorrem no desenvolvimento da fibrose associada a doenças inflamatórias crônicas são geralmente semelhantes aos mecanismos de cura de feridas cutâneas. Contudo, em contraste aos estímulos de curta duração que desencadeiam as etapas ordenadas da cura de feridas cutâneas, o estimulo nocivo causado por infecções, reações autoimunes, trauma e outros tipos de lesão tecidual persiste nas doenças crônicas, causando a disfunção do órgão e, com frequência, a insuficiência do órgão. A persistência da lesão leva à inflamação crônica, que está associada à proliferação e ativação de macrófagos e linfócitos e com produção de uma gama de fatores de crescimento fibrogênicos e inflamatórios, além das citocinas. Z Angiogênese ou Neovascularização Envolve o processo de ramificação e extensão de vasos preexistentes, mas pode ocorrer também por recrutamento de células progenitoras endoteliais (EPC) da medula óssea. Ela participa de processos fisiológicos (menstruação, cura de feridas, regeneração, vascularização de tecidos isquêmicos) e patológicos (desenvolvimento de tumores, metástase, retinopatia diabética e inflamação crônica). Angioblastos ou Hemangioblastos Æ Vasculogênese Æ Formação de vasos no período embrionário. x Angiogênese a partir de vasos preexistentes; � Há vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos existentes, degradação da MEC e migração das células endoteliais. 1. Vasodilatação em resposta ao óxido nítrico e aumento da permeabilidade dos vasos preexistentes induzido pelo fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), 2. Degradação proteolítica da membrana basal do vaso original pelas metaloproteinases de matriz (MMP) e rompimento do contato célula- célula entre células endoteliais pelo ativador do plasminogênio, 3. Migração das células endoteliais em direção ao estímulo angiogênico, 4. Proliferação de células endoteliais, logo atrás da frente de células migratórias, G a b ri e la T o m a si 5.Maturação das células endoteliais, que inclui inibição do crescimento e remodelagem em tubos capilares, 6. Recrutamento de células periendoteliais (pericitos e células musculares lisas vasculares) para formar o vaso maduro. x Angiogênese a partir de Células Precursoras Endoteliais (EPC); � EPC são recrutadas da MO para angiogênese, � Células expressam marcadores de células-tronco hematopoiéticas, bem como VEGFR-2 e caderina-endotelial vascular (caderina-VE), � As EPC contribuem para a reendotelização de implantes vasculares e a neovascularização de órgãos isquêmicos, feridas cutâneas e tumores, � O número de EPC circulantes aumenta grandemente em pacientes com condições isquêmicas, sugerindo que as EPC influenciam a função vascular e determinam o risco de doenças cardiovasculares. Z Fatores de Crescimento e Receptores Envolvidos na Angiogênese: x O VEGF é o fator mais importante, nos tecidos adultos, x Esse fator é secretado por cél mesenquimais e do estroma, x O receptor mais importante que capta é o VEGFR-2 (KDR) e é expresso por células endoteliais, cél tumorais e outras cél, x Os circulantes são o VEGF121 e o VEGF165, x Esse fator induz a migração das EPC da MO e aumenta a proliferação e diferenciação dessas células nos locais de Angiogênese, x No processo de angiogênese que se origina de vasos locais preexistentes, a sinalização do VEGF estimula a sobrevivência das células endoteliais, sua proliferação e motilidade, iniciando o brotamento de novos capilares. x A proliferação, diferenciação e migração das células endoteliais podem ser estimuladas também pelo FGF-2. Um mecanismo para a modulação da vasculogênese, recém identificado, é a via Notch, que promove a ramificação apropriada de novos vasos e impede a angiogênese excessiva, reduzindo a sensibilidade ao VEGF. x Os ligantes e receptores de Notch são moléculas ligadas à membrana, conservadas entre as espécies. x Em mamíferos, há cinco ligantes de Notch (Jagged 1 e 2, e ligante semelhante a Delta [Dll] 1, 3 e 4) e quatro receptores transmembrana (Notch 1-4). x Os receptores contêm repetições semelhantes ao EGF na sua superfície extracelular e funcionam como locais de ligação ao ligante. x O ligante 4 semelhante a Delta (Dll4) é especifico de célula endotelial e é expresso em artérias e capilares, mas não em veias; a importância deste ligante é demonstrada pela letalidade embrionária de G a b ri e la T o m a si camundongos com ausência de um único alelo para o ligante 4 semelhante a Delta. x Durante a angiogênese, a célula de condução, conhecida como célula da extremidade, sofre proliferação e migração, mas as células- eixo mantêm sua conexão com o vaso existente. x O VEGF induz o ligante 4 semelhante a Delta nas células da extremidade, enquanto Notch 1 e Notch 4 são expressos nas células- eixo. x A interação entre ligante 4 semelhante a Delta e os receptores Notch nas células da extremidade e do eixo adjacentes leva a uma clivagem proteolítica do receptor, em duas etapas, liberando o domínio intracelular de Notch, que se transloca para o núcleo e ativa genes que diminuem a sensibilidade ao VEGF. x O bloqueio do ligante 4 semelhante a Delta aumenta a proliferação das células endoteliais e o brotamento de capilares, enquanto o bloqueio do VEGF tem efeitos opostos e diminui também a sobrevivência das células endoteliais.
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