Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 CEREBELO – NEUROANATOMIA • GENERALIDADES o Do latim, cerebelo = pequeno cérebro; Localizado na fossa cerebelar do osso occipital o Está separado do lobo occipital do cérebro por uma prega de dura-máter → tenda do cerebelo (termo antigo) ou tentório do cerebelo (termo atual) o Se liga as estruturas do tronco encefálico pelos pedúnculos cerebelares inferior, médio e superior o Função ▪ Postura ▪ Equilibrio ▪ Coordenação dos movimentos ▪ Aprendizagem de atividades motoras ▪ Funções cognitivas • MORFOLOGIA EXTERNA o Pedúnculos cerebelares → elementos de conexão do cerebelo com a massa encefálica (entrada e saída de informações ▪ Pedúnculo cerebelar inferior → liga-se ao bulbo ▪ Pedúnculo cerebelar médio → liga-se a ponte ▪ Pedúnculo cerebelar superior → liga-se ao mesencéfalo o Verme do cerebelo o Hemisfério do cerebelo o Folhas do cerebelo → separadas pelos sulcos de direção transversal, que delimitam as folhas o Fissuras do cerebelo (fissura primaria/prima e fissura posterolateral) → delimitam lóbulos o Lobos o Tonsila do cerebelo • MORFOLOGIA INTERNA o Corpo medular do cerebelo → centro de substância branca o Lâmina brancas do cerebelo → irradiam do corpo medular o Córtex cerebelar → fina camada de substância cinzenta que circunda a substância branca do córtex ▪ Estrato molecular ▪ Estrato purkinjense (células de purkinje) ▪ Estrato granuloso o Núcleos do cerebelo → saída de fibras nervosas eferentes do cerebelo ▪ Núcleo denteado ▪ Núcleo emboliforme ▪ Núcleo globuloso ▪ Núcleo fastigial – do fastígeo ▪ Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • LOBULOS E FISSURAS → os mais importantes o Nódulo → último lóbulo do vérmis e fica situado logo acima do teto do IV ventrículo o Flóculo → lóbulo de hemisfério, alongado transversalmente, situado logo atras do pedúnculo cerebelar inferior. ▪ Esses dois formam o LOBO FLÓCULO-NODULAR → manutenção do equilibrio o Tonsila → presentes da face ventral do cerebelo o Fissura primaria ou prima e fissura posterolateral • DIVISÃO ANATOMICA o A divisão do cerebelo se dá por meio de lobos, que são separados pela fissura primária e fissura posterolateral. o Essas fissuras dividem o cerebelo em lobo flóculo- nodular e em corpo do cerebelo (lobo anterior + lobo posterior) o o • PEDUNCULOS CEREBELARES o Pedúnculo cerebelar superior → liga o cerebelo ao mesencéfalo. o Pedúnculo cerebelar médio → enorme feixe de fibras que liga o cerebelo à ponte; constitui a parede dorsolateral da metade cranial do IV ventrículo. Considera-se como limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar o ponto de emergência do nervo trigêmeo. o Pedúnculo cerebelar inferior → liga o cerebelo à medula. o Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • CITOARQUITETURA DO CÓRTEX CEREBELAR o Como supracitado, o córtex cerebelar possui as seguintes camadas (ou estratos): camada molecular, camadas de células de purkinje e camada granular o Camada de células de purkinje ▪ As células de purkinje são piriformes e grandes ▪ Dotadas de dendritos, que são ramificados na camada molecular, e de um axônio que sai em direção oposta, terminando nos núcleos centrais do cerebelo, onde exercem ação inibitória ▪ Únicas fibras eferentes do córtex do cerebelo o Camada molecular ▪ Formada por fibras paralelas ▪ Contém dois tipos de neurônios → células estreladas e células em cesto (fazem sinapses axossomáticas dispostas ao redor das células de Purkinje, em formato de cesto) o Camada granular ▪ Constituída por células granulares (grânulos do cerebelo) → células muito pequenas com citoplasma muito reduzido ▪ Células de Golgi → menos numerosas que as células granulares o As células granulares são muito numerosas, possuem vários dendritos e um axônio que atravessa a camada de células de Purkinje. Quando atinge a camada molecular, ele bifurca-se em formato de T. o Os ramos dessa bifurcação constituem as chamadas fibras paralelas → estão paralelas ao eixo da folha cerebelar o As fibras paralelas, realizam sinapse com os dendritos das células de purkinje, lembrando a disposição de fios nos postes de luz o • CONEXÕES INTRÍNSECAS DO CEREBELO o As fibras que entram no cerebelo e se dirigem ao córtex são de dois tipos: fibras musgosas e trepadeiras o Fibras trepadeiras → axônios de neurônios localizados no núcleo olivar; recebem esse nome por terminarem se enrolando em torno dos dendritos das células de purkinje, exercendo ação excitatória. o Fibras musgosas → axônios das demais fibras ▪ Quando penetram no cerebelo, emitem ramos colaterais, que realizam sinapses excitatórias com os neurônios dos núcleos centrais Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Após isso, elas atingem a camada granular, se ramificando, e terminando fazendo sinapses excitatórias axodendríticas com grande número de células granulares, que pelas fibras paralelas, se ligam as células de purkinje ▪ Circuito cerebelar básico: • Impulsos nervosos que penetram no cerebelo pelas fibras musgosas ativam sucessivamente os neurônios dos núcleos centrais, as células granulares e as células de Purkinje, as quais, por sua vez, inibem os próprios neurônios dos núcleos centrais. o As informações que chegam ao cerebelo das mais diversas fontes, agem primeiro sobre os núcleos centrais, de onde saem as respostas eferentes do cerebelo (atividade modulada pela ação inibitória das células de purkinje) o Neurotransmissores: ▪ Células de golgi, células em cesto, células estreladas e células de purkinje → ação a partir da liberação do ácido gama-amino-butírico (GAMA) ▪ Célula granular → ação a partir do glutamato o Vias de saída do cerebelo ▪ Célula de purkinje → fibras trepadeiras (diretamente) ou fibras musgosas (indiretamente) → núcleos centrais (cerebelo) ou núcleo vestibular (lobo Flóculo nodular) o o As duas fibras são glutamatérgicas • NÚCLEOS CENTRAIS E CORPO MEDULAR DO CEREBELO o Os núcleos do cerebelo são os seguintes ▪ Núcleo denteado → se relaciona com a zona lateral • Maior dos núcleos centrais do cerebelo • Similar ao núcleo olivar inferior • Localiza-se mais lateralmente ▪ Núcleo emboliforme e núcleo globoso → se relaciona com a zona intermédia • Estão entre o núcleo denteado e o fastigial • São estrutural e funcionalmente semelhantes • Geralmente são agrupados sob o nome de núcleo interpósito ▪ Núcleo fastigial → se relaciona com a zona medial • Localiza-se próximo ao plano mediano, em relação com o ponto mais alto do teto do IV ventrículo ▪ Desses núcleos saem as fibras eferentes do cerebelo e chegam os axônios das células de purkinje e colaterais musgosas o Corpo medular do cerebelo ▪ Constituído de substância branca e formado por fibras mielínicas ▪ Suas principais fibras são: • Fibras aferentes ao cerebelo → entram pelos pedúnculos, se dirigindo ao córtex, onde perdem a sua mielina • Fibras formadas pelos axônios das células de purkinje → vão para os núcleos centrais e, ao sair do córtex, tornam-se mielínicas Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • DIVISÃO FUNCIONAL DO CEREBELO o Também conhecida como divisão longitudinal do cerebelo o Zona medial → correspondendo ao vérmis (vermelha) o Zona intermédia → paravermiana (verde) o Zona lateral → “resto” (azul) o Essa divisão é baseada nas conexões do córtex com os núcleos centrais o Os axônios das células de Purkinje da zona lateral projetam-se para o núcleo denteado; o os axônios da zona medial para os núcleos fastigial e vestibular lateral, os da zona intermédia, para o núcleo interpósito. o As células de Purkinje do lobo floculonodular projetam-se para o núcleo fastigial ou diretamente para os núcleos vestibulares o A divisão funcional se dá em três partes ▪ Vestíbulocerebelo (cerebelo vestibular) → lobo floculonodular e núcleos fastigial e núcleosvestibulares (informação do vestíbulo) ▪ Espinocerebelo (cerebelo espinal) → vérmis e a zona intermédia dos hemisférios; conexão com a medula; informação de nervos espinais; zona medial ▪ Cerebrocerebelo (cerebelo cortical) → zona lateral e comunica-se com o córtex cerebral; ▪ • CONEXÕES EXTRINSECAS DO CEREBELO o Aspectos gerais ▪ O cerebelo, diferente do cérebro, influencia neurônios motores do seu próprio lado ▪ Suas vias (aferentes e eferentes), quando não são homolaterais, elas sofrem duplo cruzamento → vão para o lado oposto e depois voltam para o seu lado de origem. o Vestíbulocerebelo (cerebelo vestibular) ▪ São informações da parte vestibular da orelha interna sobre a posição da cabeça ▪ Todo no lobo floculo nodular ▪ Conexões aferentes • As fibras aferentes chegam ao cerebelo pelo fascículo vestibulocerebelar → origem nos núcleos vestibulares e se distribuem ao lobo floculonodular • Conduzem informações oriundas da parte vestibular do ouvindo interno sobre a posição da cabeça (manutenção do equilibrio e da postura básica) • Parte vestibular da orelha interna → Núcleos vestibulares (bulbo e ponte) → Lobo floculonodular (núcleo do fastígio); • Fascículo: vestibulocerebelar; • Informação: posição da cabeça. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Conexões eferentes • Células de purkinje do Vestíbulocerebelo→ núcleos vestibulares medial e lateral • Do núcleo lateral saem fibras que modulam os tratos vestibulosespinhais lateral e medial que controlam a musculatura axial e extensora dos membros para manter o equilíbrio na postura e na marcha, fazendo parte do sistema motor medial da medula. • Projeções inibitórias das células de Purkinje para os núcleos vestibulares mediais controlam os movimentos oculares e coordenam os movimentos da cabeça e dos olhos através do fascículo longitudinal medial. • Núcleo do fastígio → Núcleos vestibulares lateral e medial e Núcleos dos nervos cranianos III, IV e VI → Medula espinal; • Fibra: fastígio-vestibulares; • Tratos: vestibuloespinal lateral, vestibuloespinal medial (musculatura axial e extensora dos membros); • Fascículo: longitudinal medial (movimentos da cabeça e dos olhos); • Função: equilíbrio e postura. • o Cerebelo espinal (espinocerebelo) ▪ Informações de receptores proprioceptivos e do trato corticoespinal ▪ Ligados a postura e ao equilibrio (zona medial) ▪ Ligados a motricidade de movimentos delicados (zona intermédia) ▪ Representados principalmente pelos tratos espinocerebelar anterior e espinocerebelar posterior ▪ Trato espinocerebelar posterior → sinais sensoriais originados de receptores proprioceptivos (avalia o grau de contração dos músculos, tensão nas capsulas articulares e nos tendões, além de avaliar a posição e a velocidade dos movimentos das partes do corpo); adentram ao cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior ▪ Trato espinocerebelar anterior → ativadas pelos sinais motores, que chegam pelo trato corticoespinal (permite que o cerebelo avalie o grau de atividade desse trato) ▪ Conexões aferentes • Medula espinal → Zona medial (núcleo do fastígio) e intermédia (núcleo interpósito); • Tratos: espinocerebelar anterior (TECA) e espinocerebelar posterior (TECP); • Informações: proprioceptivas de músculos, tendões e cápsulas articulares (TECP), atividade do trato corticoespinal (TECA). Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • ▪ Conexões eferentes • Células de purkinje da zona intermedia realizam sinapse no núcleo interpósito, que emite fibra para o núcleo rubro e para o tálamo (lado oposto) → cerebelo influencia os neurônios motores pelo trato rubroespinal (VIA INTERPÓSITO-RUBROESPINAL) • Impulsos que vão para o tálamo seguem para o córtex cerebral (VIA INTERPÓSITO- TÁLAMO-CORTICAL) → origem do trato corticoespinal • Por esses tratos o cerebelo possui inflencia sobre os neurônios motores da medula • Zona medial (semelhante com as conexões do cerebelo vestibular) o Núcleo do fastígio → Núcleos vestibulares e Formação reticular → Medula espinal; o Fibras: fastígio-vestibulares e fastígio-reticulares (trato fastígiobulbar); o Tratos: vestíbuloespinal e reticuloespinal; o Função: equilíbrio e postura. o Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Zona intermédia o Núcleo interpósito → Núcleo rubro e córtex motor via tálamo; o Vias: interpósito-rubroespinal e interpósito-tálamo-cortical; o Função: correção de movimentos, controle de movimentos delicados e tônus muscular. o • Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Cerebelo cortical (Cerebrocerebelo) ▪ Conexões aferentes • Fibras pontinhas (ponto-cerebelares), com origem nos núcleos pontinos, entram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio e vão em direção ao córtex da zona lateral dos hemisférios • Via córtico-pontino-cerebelar → informações oriundas de áreas motoras e não motoras do córtex cerebral • Área pré-motora e motora suplementar do córtex cerebral → Núcleos pontinos → Pedúnculo cerebelar médio, zona lateral (núcleo denteado); • Via: córtico-ponto-cerebelar; • Fibras: pontocerebelares. ▪ Conexões eferentes • Axônios das células de purkinje da zona lateral fazem sinapse no núcleo denteado; dai os impulsos seguem para o tálamo do lado oposto e a partir disso segue para as áreas motoras do córtex cerebral (via dento-tálamo-cortical) • Núcleo denteado → atividade motora, agindo sobre as musculaturas distais dos membros, responsáveis por movimentos delicados • Núcleo denteado → Tálamo → Área pré-motora e motora suplementar do córtex cerebral → Trato corticoespinal → Medula espinal; • Via: dento-tálamo-cortical; • Função: planejamento de movimentos, controle de movimentos delicados, tônus muscular. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • ASPECTOS FUNCIONAIS DO CEREBELO o As principais funções do cerebelo são: manutenção do equilíbrio e da postura, controle do tônus muscular, controle dos movimentos voluntários, aprendizagem motora e funções cognitivas específicas. o Cerebelo vestibular ▪ Equilibrio e postura ▪ Aprendizagem motora ▪ Controle do tônus muscular o Cerebelo espinal ▪ Controle do tônus muscular ▪ Correção de movimentos ▪ Aprendizagem motora o Cerebelo cerebral ▪ Planejamento de movimentos ▪ Funções cognitivas ▪ Aprendizado motor ▪ Controle do tônus muscular o Manutenção do equilibrio e da postura ▪ Funções realizadas pelo cerebelo vestibular → promove contração adequada dos músculos axiais e proximais dos membros → mantem o equilibrio e a postura normal (mesmo em movimento) ▪ Trato: tratos vestibuloespinhais o Controle do tônus muscular ▪ Controlado pelos núcleos denteado e interpósito ▪ Tratos: trato corticoespinal e rubroespinal → vias laterais ▪ Descerebelização ou lesão dos núcleos centrais → perda do tônus muscular o Controle dos movimentos voluntários ▪ Lesões do cerebelo levam a ataxia → falta de coordenação dos movimentos voluntários decorrente de erros na força, extensão e direção do movimento ▪ O cerebelo controla o movimento por meio do • Planejamento do movimento → cerebelo cerebral (planejamento) e cerebelo espinal (controle do movimento já iniciado) • Correção do movimento já em execução → cerebelo espinal (compara a ação sendo realizada com a ação planejada, corrigindo caso necessário) ▪ Núcleo denteado → ligado ao planejamento motor; ativado antes do início do movimento ▪ Núcleo interpósito → ligado à correção do movimento; ativado depois que o movimento se inicia. ▪ Certos movimentos muito rápidos (movimentos balísticos), como o de bater à máquina, apenas o Cerebrocerebelo é ativado, pois não há tempo do espinocerebelo receber informações sensoriais que lhe permitam corrigir o movimento. o Aprendizagem motora ▪ O sistema nervoso aprende a executar tarefas motoras repetitivas ▪ Fibras olivocerebelares que estão envolvidas no processoo Funções não motoras ▪ O cerebelo pode se ligar a área pré-frontal do córtex, realizando/participando de funções não motoras como a função de resolver um quebra-cabeça, associar palavras a verbos, resolver mentalmente operações aritméticas, reconhecer figuras complexas Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • CORRELAÇÕES ANATOMOCLINICAS o Sintomas das lesões ▪ Ataxia • Incoordenação dos movimentos • Ocorre principalmente nos membros (marcha atáxica) • Pode ocorrer na articulação das palavras → voz arrastada ▪ Perda do equilibrio • Dificuldade em se manter em posição ereta ▪ Hipotonia • Diminuição do tônus da musculatura esquelética ▪ Dismetria ▪ Decomposição ▪ Rechaço ▪ Tremor ▪ Nistagmo ▪ Disdiacocinesia o São sintomas semelhantes aos sinais de embriaguez aguda → álcool exerce um efeito toxico nas células de purkinje o Síndromes cerebelares ▪ Três síndromes principais, definidas a partir da área que atinge (de acordo com a divisão funcional do cerebelo) ▪ Síndrome do cerebelo vestibular • Lesão do cerebelo vestibular → perda do uso da capacidade de usar informações vestibulares para o movimento do corpo durante a marcha ou na postura de pé, e perda do controle dos movimentos oculares durante a rotação da cabeça. ▪ Síndrome do cerebelo espinal • Lesão do cerebelo espinal → erros na execução motora (área deixa de processar informações proprioceptivas); nistagmo; alteração de fala (fala arrastada por lesão do vérmis ou núcleo fastigial ▪ Síndrome do cerebelo cerebral • Lesão na zona lateral e há a ocorrencia de sinais e sintomas ligados ao movimento o Atraso no início do movimento o Decomposição do movimento multiarticular o Disdiadococinesia → dificuldade de realizar movimentos rápidos e alternados o Rechaço o Tremor → acentuado no final do movimento o Dismetria → o indivíduo não consegue dosar exatamente a quantidade de movimentos necessários o Considerações sobre as lesões cerebelares ▪ Os distúrbios cerebelares podem estar associados a inúmeras causas: malformações congênitas, hereditárias, infecciosas, neoplásicas vasculares e outras. Uma das principais características é que as lesões cerebelares causam sintomas ipsilaterais. As síndromes do vestíbulo-cerebelo, do espinocerebelo e do Cerebrocerebelo nem sempre são observadas de forma isolada na prática clínica. ▪ Do ponto de vista puramente clínico, e tendo em vista principalmente a localização de tumores cerebelares, os neurologistas costumam distinguir dois quadros patológicos do cerebelo: lesões do vérmis e lesões dos hemisférios. As lesões hemisféricas manifestam-se nos membros do lado lesado e dão sintomatologia relacionada, pois, à coordenação dos movimentos. Já a lesão do vérmis manifesta-se principalmente por perda do equilíbrio, com alargamento da base de sustentação e alterações na marcha (marcha atáxica) e na fala. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ O cerebelo tem notável capacidade de recuperação funcional quando há lesões de seu córtex, particularmente em crianças, ou quando as lesões aparecem gradualmente. Para isso, concorre o fato de o seu córtex ter uma estrutura uniforme, permitindo que as áreas intactas assumam pouco a pouco as funções das áreas lesadas. Entretanto, a recuperação não ocorre quando as lesões atingem os núcleos centrais. • Amarelo –Fissura horizontal • Branco –Fissura posterolateral • Preto –Nódulo • Verde –Pedúnculo Cerebelar inferior • Azul -Pedúnculo Cerebelar médio • Rosa -Pedúnculo Cerebelar inferior 1. Pedúnculo cerebelar médio 2. Tonsila do Cerebelo 3. Flóculo Roxo –Corpo do cerebelo Marrom/Verde–Lobo floculonodular Azul –Fissura primária
Compartilhar