Buscar

Prévia do material em texto

GASTROENTEROLOGIA 
 
 
Isabelle Gualberto Souza – MedFip XXII 
 
DISFAGIA 
• Conceito: dificuldade ao engolir; Odinofagia: dor ao engolir. 
# Sintomas esofágicos podem parecer com síndrome coronariana aguda, uma vez que também causam dor torácica. É 
na anamnese que iremos fazer esse diagnóstico diferencial, analisando quadro clínico e fatores de risco. 
Processo de deglutição 
1. O bolo alimentar está na cavidade oral. De forma reflexa as vias áreas vão se fechar: 
• O palato mole bloqueia a cavidade nasal 
• A língua bloqueia a cavidade oral 
• A epiglote bloqueia a laringe 
2. O esfincter esofagiano superior (EES) que antes estava fechado, se abre para a passagem do bolo alimentar que 
será conduzido para o esôfago. 
3. Quando o alimento chega ao esôfago, o EES se fecha novamente e o esôfago tranporta o alimento por meio dos 
movimentos de propulsão: 
• A musculatura esofágica que faz os movimentos de propulsão do alimento. Cada porção do esôfago é 
composta de um tipo de músculo, além de conter plexos. 
• Lembrar da importância do nervo vago que inerva o esôfago e é fundamental para a motricidade do 
mesmo. 
CLASSIFICAÇÃO DA DISFAGIA 
Disfagia alta 
• Também chamada de orofaríngea e de transmissão (da boca até o esôfago); 
• Fase inicial → paciente engasga; ENGASGO 
• Se o bolo alimentar não é transmitido de forma correta para o esôfago → bolo alimentar vai para as vias 
respiratórias → engasgo do paciente. 
• Etiologias: anatômicas, neuromusculares: demência, AVE, neuropatias degenerativas, miopatias, 
rebaixamento do nível de consciência. 
Disfagia baixa 
• Também chamada de esofágica ou de condução; 
• O bolo já está no esôfago. Acontece por problemas de motricidade e condução do bolo alimentar no 
esôfago. 
• O paciente se sente entalado. ENTALAR 
• Etiologias: causas relacionadas ao esôfago: acalásia (doença de chagas – ausência de relaxamento do 
EEI, muitas vezes associado a ausência de peristalse. Comum em doença de chagas, mas pode ser 
idiopática), espasmo esofagiano distal, esôfago hipercontrátil, obstruções extrínsecas ou intrínsecas ou 
disfagia funcional. 
DIAGNÓSTICO 
• Diferenciar entre alta e baixa inicialmente; Engasga x Entala; 
• Tempo? Verificar o tempo. 
a) Agudo → dias, semanas, meses: impactação (hiperagudo), malignidade; 
b) Crônico → anos: etiologia benigna (normalmente não indica causas malignas pelo tempo de 
duração); 
c) Intermitente → vai e volta: Obstrução mecânica: esofagite eosinofílica, esofagia lusória. 
• Consistência: verificar com qual consistência do alimento está acontecendo a disfagia deste paciente: 
GASTROENTEROLOGIA 
 
 
Isabelle Gualberto Souza – MedFip XXII 
a) Sólidos → sugere obstrução mecânica. 
b) Líquidos → obstrução grave ou distúrbio motor esofagiano (na ausência de engasgo). 
• Doenças associadas? Algumas doenças podem cursar com sintomas esofágicos: esclerodermia, 
síndrome de Sjorgen, Doença de Chagas e neuro/miopatias. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Manometria esofágica: principal exame na prática; avalia a motilidade esofágica como um todo. 
Subclassifica doenças de forma mais fácil. Sempre o principal exames nos pacientes com disfagia baixa. 
• Videodeglutograma: consegue-se avaliar a deglutição, especialmente a fase oral; pede-se para suspeita 
de disfagia alta. Muito pouco usado para disfagia baixa. 
• EED – esôfagograma baritado: usa-se o bário e faz-se radiografia do esôfago em diversas incidências, 
e com isso conseguimos caracterizar alterações específicas no esôfago. Exame antigo, cada vez menos 
solicitado. 
• Endoscopia: alguns pacientes precisam de endoscopia, especialmente os de sinal de alarme (perda de 
pesa e história de impactação alimentar), com alterações na mucosa do esôfago. Ex.: EoE o paciente 
pode ter manometria normal e na endoscopia identifica-se a doença. Na maioria das vezes, serva para 
afastar outras causas, que fazer o diagnóstico da disfagia. 
TRATAMENTO 
# Depende da causa!! Identifica-se a causa → Trauta a causa 
Disfagia alta 
• Avaliação multidisciplinar: fisioterapia, psicólogo etc. 
• Acontece muito em paciente com algum tipo de demência em que o paciente perde o reflexo da 
deglutição; deve-se fazer acompanhamento multidisciplinar nesses casos. 
Disfagia baixa 
• Medicações: Nitratos, BCC 
• Dilatação – com endoscópio 
• Cirurgia

Mais conteúdos dessa disciplina