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Estratégia Saúde da Família (ESF)

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Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) 
 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização 
da atenção básica no País, de acordo com os preceitos 
do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da 
Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia 
de expansão, qualificação e consolidação da atenção 
básica por favorecer uma reorientação do processo de 
trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, 
diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a 
resolutividade e impacto na situação de saúde das 
pessoas e coletividades, além de propiciar uma 
importante relação custo-efetividade. 
 
Um ponto importante é o estabelecimento de uma 
equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família – 
ESF) composta por, no mínimo: 
1. Médico generalista, ou especialista em Saúde da 
Família, ou médico de Família e Comunidade; 
2. Enfermeiro generalista ou especialista em Saúde 
da Família; 
3. Auxiliar ou técnico de enfermagem; 
4. Agentes comunitários de saúde. 
Podem ser acrescentados a essa composição os 
profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista 
ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico 
em Saúde Bucal. 
 
É prevista, ainda, a implantação da Estratégia de Agentes 
Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde 
como uma possibilidade para a reorganização inicial da 
atenção básica com vistas à implantação gradual da ESF 
ou como uma forma de agregar os agentes comunitários 
a outras maneiras de organização da atenção básica. 
 
Cada equipe de Saúde da Família (eSF) deve ser 
responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a 
média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando 
critérios de equidade para essa definição. 
 
Recomenda-se que o número de pessoas por equipe 
considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele 
território, sendo que, quanto maior o grau de 
vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de 
pessoas por equipe. 
 
Atribuições comuns a todos os profissionais que 
integram as equipes 
1. Conhecer a realidade das famílias pelas quais são 
responsáveis, com ênfase nas suas características 
sociais, econômicas, culturais, demográficas e 
epidemiológicas. 
2. Identificar os problemas de saúde e situações de 
risco mais comuns às quais aquela população está 
exposta. 
3. Elaborar, com a participação da comunidade, um 
plano local para o enfrentamento dos problemas de 
saúde e fatores que colocam em risco a saúde. 
4. Executar, de acordo com a qualificação de cada 
profissional, os procedimentos de vigilância à saúde 
e de vigilância epidemiológica, nas diferentes fases 
do ciclo de vida. 
5. Valorizar a relação com o usuário e com a família, 
para a criação de vínculo de confiança, de afeto, de 
respeito. 
6. Realizar visitas domiciliares de acordo com o 
planejamento. 
7. Resolver os problemas de saúde no nível de atenção 
básica. 
8. Garantir acesso à continuidade do tratamento dentro 
de um sistema de referência e contrarreferência 
para os casos de maior complexidade ou que 
necessitem de internação hospitalar 
9. Prestar assistência integral à população adscrita, 
respondendo à demanda de forma contínua e 
racionalizada. 
10. Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de 
educação para a saúde. 
11. Promover ações intersetoriais e parcerias com 
organizações formais e informais existentes na 
comunidade para o enfrentamento conjunto dos 
problemas identificados. 
12. Fomentar a participação popular, discutindo com a 
comunidade conceitos de cidadania, de direito à 
saúde e as suas bases legais. 
13. Incentivar a formação e/ou participação ativa da 
comunidade nos Conselhos Locais de Saúde e no 
Conselho Municipal de Saúde. 
14. Auxiliar na implantação do Cartão Nacional de Saúde. 
 
O que faz o enfermeiro na ESF: 
Enfermagem é uma formação que permite uma grande 
variedade de especializações que se enquadram nos 
muitos perfis de profissionais da área. 
 
Atuação que é muito importante para prevenir 
problemas e promover uma saúde completa em uma 
população. 
 
Estratégia Saúde da Família (ESF) 
Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) 
Para que você possa compreender como funciona esse 
trabalho, vamos começar definindo o que é a Atenção 
Primária à Saúde (APS). 
 
O nome já entrega a característica principal desse 
atendimento, que é ser o nível primário de assistência, 
mas só isso não é informação suficiente. Nesse caso, a 
unidade de saúde é próxima dos domicílios, das igrejas, 
do comércio onde o cliente mora trabalha e vive. Perceba 
que usei o termo “cliente”, já que aquele que vai receber 
esse atendimento não está necessariamente doente e 
sim vai receber um atendimento preventivo e/ou de 
auxílio para uma vida mais saudável. 
 
Por isso, um dos principais objetivos da APS é criar 
vínculo com a clientela e, assim, conseguir fazer um 
diagnóstico situacional, individual, familiar, e, a partir daí, 
elaborar e executar um plano de cuidados a ser 
desenvolvimento por uma equipe multidisciplinar. 
 
Dentro desse atendimento primário, existe um princípio 
inicialmente designado Programa de Saúde da Família 
(PSF). O nome se referia ao fato de que uma proposta 
nova nesse trabalho tem sempre um programa a ser 
cumprido e teve início por volta de 1994 com a intenção 
de implementar a atenção básica. 
 
A ESF é tido como uma das principais estratégias de 
reorganização dos serviços e de reorientação das 
práticas profissionais nesse nível de assistência, assim 
como na promoção da saúde, prevenção de doenças e 
reabilitação. 
 
Atualmente, o PSF é definido como Estratégia Saúde da 
Família (ESF), ao invés de “programa”, já que o termo 
aponta para uma atividade com início, desenvolvimento 
e e finalização. 
 
Como é uma estratégia de reorganização da atenção 
primária, não prevê um tempo para finalizar essa 
reestruturação 
 
Como é a atuação do enfermeiro na ESF 
A intenção é trabalhar a prevenção. Sendo assim, deve 
ser feito um trabalho de parceria, com a utilização de 
uma equipe multiprofissional. 
 
Além disso, esse trabalho conjunto deve ser estabelecido 
com o indivíduo, família, comunidade e igreja em que 
esse indivíduo se insere. 
 
Dentro desse contexto, a Enfermagem e a ESF têm 
íntima ligação, já que o profissional da área desenvolve 
um papel de fundamental importância na modalidade de 
assistência à saúde. Isso porque os enfermeiros são os 
responsáveis por trabalhar com a vinculação e 
proximidade com a clientela, além de escuta atentados 
problemas e anseios dessa população. É ele, portanto, 
um dos elos da comunidade com o serviço de saúde. 
 
Para que essa conexão seja feita promovendo a saúde 
do indivíduo o profissional de Enfermagem deve fazer 
um diagnóstico situacional, classificando potencialidades e 
dificuldades. 
 
Essa ação corresponde a um dos objetivos primordiais 
da ESF: a “longitudinalidade”, que se traduz em 
acompanhar o indivíduo e seus núcleos de convívio de 
forma integral e humanitária, com uso racional dos 
recursos assistenciais. 
 
Atendemos a todos os ciclos de vida com as propostas 
preventiva e curativa, incluindo todas as raças, etnias e 
crenças, além de não fazermos distinção das orientações 
sexuais. 
 
As atividades são realizadas na unidade de saúde, em 
igrejas, ONGs e escolas, com atendimentos individuais e 
coletivos. 
 
Para guiar esse trabalho e manter um padrão de 
qualidade por todo o país, o enfermeiro tem à disposição 
protocolos, guias e manuais a nível ministerial e estadual, 
onde são citadas as funções de todas as categorias da 
equipe de ESF (Estratégia Saúde da Família). 
 
Existem três categorias de atendimento importantes, que 
são principais no contexto de atendimento: 
1- Saúde da Criança (0 a 10 anos) 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, a assistência à 
criança deve ser feita de maneira global, focando no 
crescimento e desenvolvimento e identificando fatores 
de risco biológicos e familiares. Isso é alcançado através 
de açõesque promovem a saúde ou previnem doenças 
e que são feitas em consultas de acompanhamento nas 
Unidades de Saúde e nas visitas domiciliares. 
 
O início de atendimento pode começar pela visita do 
Agente Comunitário de Saúde ou através da iniciativa da 
própria família nas UAPS (Unidades de Atenção Primária 
à Saúde). A partir desse momento, cabe ao enfermeiro 
elaborar um plano de intervenção que considere a 
condição específica do paciente (biológica, social, 
econômica etc.) e as prioridades no atendimento, assim 
como quais crianças devem ser encaminhadas para outro 
profissional. 
 
Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) 
Como a assistência é feita desde o pré-natal, as atividades 
programadas vão de atendimentos individuais e coletivos 
a ações educativas e de promoção de saúde com as 
famílias. Uma das prioridades nesse sentido é garantir o 
acesso ao serviço de saúde. 
 
Todas as crianças na área das UAPS devem ser 
cadastradas e incluídas no programa. Nesse sentido, é 
preciso destacar a importância da Caderneta da Criança, 
que é usada no acompanhamento e funciona também 
como um documento de identidade do paciente. Além 
disso, a Agenda de Compromissos para a Saúde da 
Criança, elaborada pelo Ministério da Saúde, é central 
para o desenvolvimento de atividades e políticas para 
esse público. 
 
2- Saúde sexual e reprodutiva de mulheres e homens 
 
O enfermeiro que atuar nessa categoria dará assistência 
a mulher, homens e/ou casais, fazendo um atendimento 
clínico, individual e em grupo educativo que inclui a 
prevenção, diagnóstico, tratamento e recuperação do 
paciente. 
 
O objetivo é discutir questões como reprodução e 
sexualidade, informando sobre os direitos desses 
indivíduos, respondendo dúvidas e encaminhando para o 
tratamento necessário, de forma a participar do 
progresso de cada pessoa através das intervenções 
feitas. 
 
As atividades incluem o acompanhamento da gravidez no 
pré-natal, parto e puerpério (período entre o parto e o 
restabelecimento total do estado biológico anterior à 
gravidez) e orientação sobre os métodos conceptivos e 
anticonceptivos. 
 
Além de auxiliar na prevenção das DST (Doenças 
Sexualmente Transmissíveis) como a AIDS, também há 
acompanhamento desses profissionais no caso de demais 
doenças como o câncer (de mama, útero ou próstata, 
por exemplo). 
 
O perfil populacional e as necessidades de cada local e 
família devem ser considerados ao longo das visitas para 
adequar cada vez mais os tratamentos e medidas de 
forma a promover saúde. 
 
3- Doenças crônicas não transmissíveis – hipertensão, 
diabetes e obesidade 
 
As três doenças possuem um amplo alcance no Brasil, o 
que torna necessária a prevenção e tratamento nesses 
casos. 
 
O enfermeiro será responsável por fazer intervenções, 
acompanhamentos e organizar grupos para promover 
um estilo de vida mais saudável, orientando no sentido 
de uma alimentação correta (especialmente reduzindo o 
uso do sal e do açúcar), da prática de exercícios físicos 
e redução do peso corporal. 
 
Grupos educativos e a especialização em ESF 
Para atender da melhor forma a esses diferentes 
públicos, criar e dar assistência a grupos educativos é 
uma das funções, não só do enfermeiro, mas de todos 
os membros da equipe. Essas iniciativas são formadas 
com objetivos preventivos e curativos em variadas áreas 
necessárias na saúde do paciente. 
 
Podemos citar principalmente: grupos de hipertenso e 
diabético, na saúde da mulher (gestante, climatério e 
pré-natal), da criança, de apoio psicossocial, para 
cessação do tabagismo, de planejamento familiar, além 
de atividades voltadas para adolescentes, grupos em 
igrejas, escolas, dentre outras. 
 
Cada grupo desses tem um passo a passo recomendado 
nos documentos citados e fazemos adaptações de 
acordo com o espaço físico e nossa realidade local.

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