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UNIP INTERATIVA Universidade Paulista Por: Heludmila Lessa da Silva – RA 2082555 PIM IV: Projeto Integrado Multidisciplinar CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO JURÍDICA BASEADA NO FILME: UM CRIME DE MESTRE Rio das Ostras/RJ 2020 Por: Heludmila Lessa da Silva – RA 2082555 CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO JURÍDICA BASEADA NO FILME: UM CRIME DE MESTRE Projeto Integrado Multidisciplinar IV para o curso de Gestão de Serviços Jurídicos, Notariais e de Registro, apresentado a Universidade Paulista - UNIP. Rio das Ostras/RJ 2020 Resumo: Este trabalho tem o propósito de apresentar uma abordagem conforme o tema pedido para o Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM IV, relacionando Direito e linguagem jurídica dentro das disciplinas selecionadas, utilizando-se de um filme cujo conteúdo tenha informações relevantes para serem tratadas neste tema, tendo sido escolhido o filme “Um Crime de Mestre”, estrelado por Anthony Hopkins e Ryan Gosling. A proposta é, após descrição acurada sobre pontos importantes do filme, realizar uma análise em busca de aspectos que devem ser levados em conta quando se trabalha ou estuda esta área. Sendo que o sentido desenvolvido foi o de demonstrar que a realidade do quotidiano para quem trabalha no meio jurídico não deve se ater a simples formalidades, mas estar sempre atento ao peso de uma realidade concreta onde os agentes conhecedores da linguagem jurídica conhecem muito bem esta área e mais do que isso, são preparados para usar estas ferramentas ao seu favor, inclusive para se livrar de condenações. Palavras-chaves: Direito constitucional, Linguagem jurídica, comunicação jurídica Sumário I. Introdução ------------------------------------------------------------------------ 04 II. Ficha Técnica ------------------------------------------------------------------- 06 III. Descrição dos Personagens ------------------------------------------------ 07 IV. Descrição Sucinta do caso --------------------------------------------------- 08 V. Desenvolvimento ---------------------------------------------------------------- 10 VI. Versao do acusado ------------------------------------------------------------- 12 VII. Versao da vitima/promotoria -------------------------------------------------- 13 VIII. Argumentos utilizados na acusação ---------------------------------------- 13 IX. Argumentos utilizados na defesa -------------------------------------------- 13 X. Segundo julgamento do Réu ------------------------------------------------- 13 XI. Conclusão --------------------------------------------------------------------------- 14 XII. Referencias ------------------------------------------------------------------------- 15 4 I. INTRODUÇÃO A linguagem jurídica deve tem uma importância decisiva para o Direito, pois pode definir o sucesso ou o fracasso de qualquer empreitada no âmbito desta ciência, afinal, o discurso é o próprio cerne do Direito. Tendo em vista esta questão, este trabalho seguirá a proposta de apresentar através da análise de um filme partindo da premissa de que seu enredo, contendo elementos interessantes para certos tipos de análise jurídica que são interessantes para os estudos relacionados às disciplinas do semestre, foi escolhido para este tema o filme “Um crime de mestre”, estrelado por grandes atores como Anthony Hopkins, pois, se há muitos filmes, livros e outras obras que tratam do judiciário como tema, este interessantíssimo filme tem na linguagem jurídica e no seu uso, um de seus mais importantes aspectos. Buscando uma visão ampla e que seja capaz de abarcar as áreas necessárias para este estudo, antes de mais nada é necessário se apresentar o filme em si, o que podemos observar através da seguinte descrição encontrada na internet: Fracture (bra: Um Crime de Mestre) é um filme teuto- estadunidense de 2007, dos gêneros policial e suspense, dirigido por Gregory Hoblit, com roteiro de Daniel Pyne e Glenn Gers. Estrelado por Anthony Hopkins e Ryan Gosling, conta a história de um homem que atira em sua esposa infiel e depois se envolve em uma batalha de inteligência com um jovem promotor assistente. O filme tem 71% de crítica do Rotten Tomatoes e arrecadou US$ 91 milhões. Foi lançado em 20 de abril de 2007. Ele estreou nos Estados Unidos e arrecadou US$3,677,000 no dia da abertura e US$11,014,657 durante o fim de semana de estreia, ocupando o segundo lugar com uma média por cinema de US$4,508. Durante o seu segundo final de semana, caiu para o quarto lugar e arrecadou US$6,814,714 - US$2,789 por média de cinema. Durante o terceiro fim de semana, subiu para o terceiro lugar e faturou US$3,696,060 - US$1,562 por média de cinema. Fracture passou a arrecadar US$39,015,018 nos Estados Unidos e Canadá e US$52,339,197 no exterior. No total, o filme arrecadou US$91,354,215. (Wikipedia, 2020, apud Boxoffice MOJO, 2010). Esta obra cinematográfica foi razoavelmente bem vista pelos críticos, que a observaram, obviamente, do ponto de vista da sétima arte em si, ou seja, calculando suas pontuações a partir, por exemplo, das atuações dos atores, das câmeras, das cores, dos quadros, cena a cena, etc.. Mas para estudantes e https://pt.wikipedia.org/wiki/Filme https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha https://pt.wikipedia.org/wiki/Estadunidense https://pt.wikipedia.org/wiki/2007 https://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_policial https://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_de_suspense https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gregory_Hoblit&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Roteiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Anthony_Hopkins https://pt.wikipedia.org/wiki/Ryan_Gosling https://pt.wikipedia.org/wiki/Rotten_Tomatoes https://pt.wikipedia.org/wiki/Rotten_Tomatoes https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Canadá 5 pesquisadores que precisem compreender a Ciência do Direito, é uma obra muito interessante de se estudar, tendo em vista que a própria linguagem jurídica, bem como a possibilidade de seu mau uso por partes criminosas a seu favor, e os cuidados que devem ser tomados por parte dos servidores do Estado em situações como esta, valorizando a sua posição através de atuação séria e madura diante das situações profissionais apresentadas. Desconsiderando esta parte, e observando mais uma vez a reação dos críticos, percebe-se ainda assim uma reação favorável ao filme: O filme recebeu críticas positivas dos críticos. O Rotten Tomatoes relata que 71% dos críticos deram ao filme uma crítica positiva com base em 173 críticas e uma pontuação média de 6,5/10. No Metacritic, que atribui uma classificação média ponderada de 100 a críticas dos principais críticos, o filme recebeu uma pontuação média de 68 com base em 35 críticas, o que indica "críticas geralmente favoráveis". Peter Rainer, do The Christian Science Monitor e Owen Gleiberman, da Entertainment Weekly, deram uma crítica positiva ao filme e elogiaram as performances de Hopkins e Gosling. Wikipedia, 2020, apud Boxoffice MOJO, 2010). Sendo uma obra que envolve a linguagem jurídica na extensão dos seus problemas, relacionados com a forma como ela pode ser usada em prol do bem e da Justiça ou para o mal, usando a Justiça para a própria obstrução da Justiça, e é, portanto, uma obra de grande valor para os estudos em questão, e não apenas sobre linguagem jurídica, como também sobre o próprio Direito em si, afinal, não são só aspectos da linguagem jurídica que são levados em conta em seu enredo, como também vários outros aspectos quotidianos da área, como por exemplo a possibilidade de se usar de recursos jurídicos para cometercrimes, ou o uso de crimes para promover a justiça, como se vê na dialética entre o promotor Beachum e o tenente Nunally a respeito de inserção de falsas provas nas investigações. https://pt.wikipedia.org/wiki/Rotten_Tomatoes https://pt.wikipedia.org/wiki/Rotten_Tomatoes https://pt.wikipedia.org/wiki/Metacritic https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Christian_Science_Monitor https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Owen_Gleiberman&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Entertainment_Weekly 6 II. Ficha Técnica Nome do Filme Original: Fracture Pais de Origem: Estados Unidos Nome do Filme no Brasil: Um Crime de Mestre Gênero: Policial/Suspense Duração: 113 min - 1h 48min Ano de Produção: 2007 Direção: Gregory Hoblit Roteiro: Daniel Pyne e Glenn Gers Produção: Charles Weinstock Cinematografia: Kramer Morgenthau Trilha Sonora: Mychael Danna e Jeff Danna Edição/Montagem: David Rosenbloom Atores principais: Anthony Hopkins e Ryan Gosling Elenco: Anthony Hopkins Ryan Gosling David Strathairn Rosamund Pike Embeth Davidtz Billy Burke Cliff Curtis Fiona Shaw Bob Gunton Zoe Kazan Josh Stamberg Xander Berkeley Judith Scott Gary Carlos Cervantes Petrea Burchard Garz Chan Wendy Cutler Larry Sullivan Valerie Dillman 7 III. Descrição dos Personagens Ator: Anthony Hopkins – Personagem: Theodore “Ted” Crawford – Milionário, engenheiro, dono de uma inteligência notável e uma impressionante capacidade de raciocínio, cria um meticuloso e elaborado plano para se vingar, quando descobre que sua esposa está tendo um caso extraconjugal. Ator: Ryan Gosling – Personagem: Willy Beachum – jovem, firme e ambicioso promotor de justiça que visa sair da carreira pública para entrar em um grande escritório de advocacia. Famoso pela sua audácia e por ganhar todos os processos em quem atuou. Atriz: Rosamund Pike - Personagem: Nikki Gardner – Advogada do grande escritório para onde Beachum está prestes a ser contratado. Entra na trama como relacionamento amoroso e atua como grande fonte de pressão para que Beachum deixe o caso da promotoria. Atriz: Embeth Davidtz - Personagem: Jennifer Crawford – Jovem e bela esposa de Ted, que está tendo um relacionamento extraconjugal como Tenente Rob Nunally. Ator: Billy Burke - Personagem: Rob Nunally - Tenente de polícia, negociador de reféns e casado, apontado como amante de Jennifer Crawford. Ator: Cliff Curtis - Personagem: Detetive Flores – Investigador de polícia e parceiro do tenente Nunally. Atriz: Fiona Shaw - Personagem: Juíza Robinson – Juíza encarregada de julgar os casos entre Ted e Beachum. 8 IV. Descrição Sucinta do Caso Theodore “Ted” Crawford (Anthony Hopkins) é um engenheiro milionário, que descobre que sua jovem esposa, Jennifer (Embeth Davidtz), está tendo um caso extraconjugal com o Tenente de polícia, Rob. Nunally (Billy Burke). Depois de elaborar um plano criminoso, com o intuito de vingança, Ted vai até o hotel em que sua esposa está hospedada com o amante, entra sorrateiramente no quarto, enquanto os dois estão na piscina, e troca a arma do Tenente Nunally pela sua própria arma, que é propositalmente de mesma marca e modelo. Em seguida vai para casa e aguarda a chegada da sua esposa. Num frio embate, Ted a confronta, e atira na face posterior do crânio de Jennifer. Enquanto aguarda a chega dos policiais, Ted efetua mais três disparos, afim de afastar seus empregados do local, movimenta o corpo de Jennifer, se lava com água quente e queima as roupas que utiliza na hora do disparo, afim de ocultar evidências. No momento da chegada da polícia, o Tenente Nunally entra em contato com o Ted, que o deixa entrar na casa. Munidos de armas os dois entram em acordo de abaixar os revólveres. Nesse instante, já desarmados, eles têm um breve momento de conversa, onde Ted admite ter atirado em sua esposa. Na sequência tenente segue até o local onde está o corpo e descobre desfalecida a sua amante Jennifer. Em uma explosão de raiva, Nunally agride Ted fisicamente. Jennifer é levada ao hospital, onde é confirmado o estado de coma. No departamento policial, Ted passa por interrogatório com a presença do tenente Nunelly, depoimento este em que ele admite a tentativa de assassinato de Jennifer. Em cena, entra o jovem e audacioso promotor de justiça Willy Beachum (Ryan Gosling), famoso por ganhar todos os casos em que trabalhou, o que lhe rendeu uma vaga em um grande escritório privado de advocacia. Prestes a mudar de do direito público pra o privado, Beachum resolve pegar seu último caso. 9 O caso em questão se tratava de um marido, que descobriu que estava sendo traído e atirou na cabeça de sua mulher. No alto de seu ego, Beachum, sem se aprofundar no caso, verificar evidencias ou testemunhas, tem em mente que será um caso simples. Afinal ele dispõe de uma confissão assinada pelo próprio réu. Só que a história se desenrola de forma bem diferente do que Beachum esperava, pois Ted, maquiavélico e impressionantemente inteligente, tem seu plano detalhadamente premeditado para escapar de sua iminente condenação. O desenrolar da história é uma verdadeira luta entre a promotoria, seguindo estoicamente sua convicção mesmo com todas as disposições desfavoráveis, e o acusado, se defendendo de todas as apelações de seus opositores, que de uma maneira geral, já eram previsíveis em seu meticuloso e maquiavélico plano de vingança. O caso tem uma segunda situação que também merece uma descrição: após o fracasso da empreitada de Beachum, as provocações e outras atitudes temerárias de Crawford abriram uma brecha que permitiu a abertura de uma nova investigação e um novo processo penal, não mais por tentativa de assassinato, mas sim pelo homicídio de sua esposa, após o desligamento dos aparelhos. 10 V. DESENVOLVIMENTO É importante para contextualizar o enredo do filme, que sua apresentação contém um elemento muito importante para o seu desenvolvimento, que aparece logo em seu slogan, conforme podemos observar no artigo sobre este filme que pode ser encontrado no site Papo de Cinema, descrito abaixo: A "tagline", ou slogan, é uma das piores dos últimos tempos: "matei minha esposa, agora prove!" Pra começo de conversa, a tradução está errada. O original é "I shot my wife, now prove it", ou "eu atirei na minha esposa, agora prove". E isso porque, na verdade, a mulher não está morta. Depois vem o próprio gênero em que o filme se encaixa, um dos mais desgastados do cinemão hollywoodiano, o suspense de tribunal. E por fim está a estrutura do enredo, que abusa de clichês e reviradas previsíveis e bem posicionadas durante o desenvolvimento da trama, propícios para manter a atenção do espectador menos exigente. O antagonista é uma figura de inteligência excepcional, conforme se demonstra em sua primeira aparição: seus maquinários, desenvolvidos por hobby, exigem precisão e cálculos muito detalhistas, e sua capacidade de análise permitia encontrar falhas em aeronaves de maneira incrivelmente acertada e com grande confiança. Trata-se, portanto, de uma mente poderosa, realmente capaz de premeditar um crime com uma gama de detalhes, por assim dizer, notável. O desenrolar do filme já apresenta ao espectador a situação do crime em seus primeiros minutos, com cenas rápidas de um encontro entre os amantes apercebido pelo antagonista, e mais adiantes o encontro entre s cônjuges na mansão onde ocorrera o crime. Cenas rápidas após o disparo se desenrolam, como disparos para afastar o jardineiro (mais à frente uma testemunha do caso), a ocultação de evidências do crime (que só se mostram importantes quando, diante do juiz, o antagonista se apresenta inocente), e afinal, seu encontro comos policiais, atendendo ao tenente Nunally, que era (embora não sabido pelo público geral, em especial os envolvidos no caso) amante de sua esposa, e agora, vítima. Ver sua amante desfalecida provocou-lhe grande instabilidade, já prevista por Crawford, que lhe permite trocar as armas de ambos durante um rápido confronto que termina com o criminoso contido. 11 O protagonista aparece em cenas seguintes, despreocupado e extremamente confiante em suas capacidades, dado seu histórico de atuação carregado de sucessos. Esta postura arrogante e excessivamente confiante foi logo percebida pelo antagonista, que o considerou perfeito para os seus planos, e aceitou que fosse este o advogado de acusação em seu processo. Sua situação de detento serviu-lhe muito bem, ainda, para parecer indefeso e estranhamente insano aos olhos de Beachum, que não se atentou a detalhes que acabaram por destroçar sua causa e mais tarde, permitir a libertação de Crawford. A cena do primeiro julgamento possivelmente teve um resultado ainda melhor que o esperado pelo antagonista, pois a reação do delegado de agredi- lo fisicamente diante de todos em plena audiência no tribunal, sem sombra dúvida acabou por favorecê-lo, pois a “resposta” de Nunally à sua alegação, de reagir violentamente, ocorreu diante da juíza, e com as novas informações apresentadas por Crawford, de que fora ele quem o agrediu, prendeu e participou do depoimento em que ocorreu sua confissão oficial, tornou estes documentos nulos. O embaraço provocado pelo caso quase custou a carreira de Beachum, que afinal percebera não ser o promotor invencível cuja imagem arrogara para si. Era, de fato, imaturo e excessivamente confiante de suas capacidades. Esta imagem se viu severamente abalada e posta em xeque neste caso, e houve uma tentativa atrapalhada e improvisada de se vencer o processo. Fora dos tribunais, o promotor e o sargento buscaram alternativas para uma “revanche”, entre elas buscar a verdadeira arma através de novas investigações pela casa, que afinal não tiveram êxito, e até mesmo a possibilidade de se implantar falsas provas foi sugerida, tendo o tenente Nunally inclusive arranjado projéteis disparados que permitiriam a condenação de Crawford, hipótese esta que foi negada por Beachum a princípio, mas quase voltou atrás e inclusive durante a segunda sessão. O fracasso e a posterior libertação do assassino levaram o tenente ao extremo de desespero, vindo a cometer suicídio logo após a sessão, nas escadarias do tribunal., e aumentando o sentimento de culpa da parte do promotor, que se vê como o responsável pela agora segunda vítima de Crawford. Sua carreira, afinal, parecia ter sido irremediavelmente manchada, e agora 12 despido de sua arrogância, luta para fazer prevalecer a verdade, óbvia diante de seus olhos, mas não diante dos olhos da Lei, para os quais o plano de Crawford parecia infalível. Mas ocorre uma falha nos planos do antagonista, que estava não no decorrer do plano em si, mas após a sua conclusão: o projétil que estava alojado no crânio de sua esposa não interferira até então no andamento das investigações; contudo, Crawford decide se gabar de sua superioridade com diversas provocações, e afinal, ordena o desligamento dos aparelhos que mantinham viva sua esposa. Apesar do desespero inicial, Beachum aproveitou disso para pedir a remoção do projétil e contribuir com novas investigações, não mais sobre tentativa de assassinato, mas de assassinato propriamente, e agora com novas e pesadas evidências, não mais evidenciando a falta de provas, mas o contrário: evidências de um assassinato muito bem orquestrado por Crawford. Diante de novas provas e outras evidências que já haviam sido identificadas, antes, como uma possível aparição do acusado em um local onde os dois amantes se encontravam, e o possível propósito de vingança por estar sendo traído, Crawford é levado novamente ao tribunal, desta vez não mais fazendo sua própria defesa, mas cercado de vários advogados (e dada a sua condição financeira, evidenciada em seus bens, pode-se imaginar que sejam todos de excelente currículo e muito bem pagos), pois esta parte não estava entre os seus planos. O filme encerra, entretanto, com o início da sessão no tribunal, sem indicar se o réu foi condenado ou não, mas apenas que desta vez estava temeroso e na defensiva, diferente da primeira ocasião, podendo indicar que a batalha ainda não estava decididamente vencia a favor de nenhum dos lados, até àquele momento. VI. Versão do acusado O acusado trabalha com a falta de provas da promotoria, pois a arma atribuída a vítima para a realização do referido crime, não só não foi utilizada no referido crime como também nunca fora utilizada. 13 VII. Versão da vítima/promotoria Tentativa de homicídio, sem chance de defesa para vítima. O réu ainda confessara o crime quando foi capturado e preso, e sua confissão foi redigida e por ele mesmo assinada. VIII. Argumentos utilizados na acusação Acusação trabalha de forma imatura sem se aprofundar no caso e sem verificar provas e histórico dos envolvidos. IX. Argumentos utilizados na defesa Baseia sua linha de defesa na falta de provas da promotoria, já que a arma atribuída ao réu nunca fora disparada. Desacredita a confissão escrita, alegando coação por parte do amante de sua esposa, que participou da prisão e do depoimento. X. Segundo julgamento do réu Pesquisas feitas após a conclusão do caso e da absolvição do réu por falta de provas, apontam o desfecho da historia mostrando que o acusado trocou as armas, a do crime, com a arma do tenente Nunally. O segundo julgamento só é possível, porque o querelado em uma atitude de autoconfiança, solicitou o desligamento dos aparelhos que mantinham a esposa viva, caracterizando assim o homicídio. 14 XI. CONCLUSÃO Podemos concluir que o filme “Um crime de Mestre” tem um enredo muito bem escrito, no sentido de evidenciar certas nuances do direito, que devem estar bem esclarecidas para o estudioso ou trabalhador da área, que deve estar ciente destas possibilidades. A linguagem e a comunicação jurídica são de certa forma o cerne da atividade dos ramos do Direito de uma maneira geral, pois o discurso para esta ciência é decisivamente importante, podendo sanar ou destruir processos, e contribuindo de forma decisiva para promover a justiça, se bem aplicado. Outro ponto importantíssimo é a figura do Juiz, de certa forma representando o Direito Constitucional como um todo, ao se tornar uma figura imparcial diante dos fatos que se apresentam no tribunal. Não se pode deixar de relatar que pela postura dos juízes foi garantido a Crawford que ele jamais fosse alijado do direito de defesa, que é uma garantia, por assim dizer, universal: todos têm direito de defesa, antes de serem inocentados ou condenados. Por fim, maturidade e contato com a realidade são outros fatores chave dessa obra, pois tanto o fracasso de Beachum quanto o de Crawford residiram em sua arrogância, ignorância e excesso de confiança, não levando em conta certos elementos importantes que fazem parte da realidade e que, apesar disso, foram ignorados por ambos, resultando em um desastre para a acusação e defesa. Está claro, portanto, que este filme contribui para o espectador que há de se envolver, ou já se envolva, com a Ciência do Direito de uma maneira geral. E evidenciando que a arrogância, falta de bom senso e de contato com a realidade, falta de conhecimento das leis e excesso de confiança podem ser fatais para os profissionais. 15 XII. REFERÊNCIAS CLOVES, Geraldo. Um Crime de Mestre: Retrato da arrogância burguesa. In: VERMELHO: A Esquerda bm Informada. 2007. Disponível em: <https://vermelho.org.br/coluna/um-crime-de-mestre-retrato-da-arrogancia-burguesa/>. Acesso em 21 Out. 2020. MILANI, Roberto. Um Crime de Mestre. In: PAPO DE CINEMA: Críticas, filmes, séries, artistas, opinião e entrevistas.Disponível em: <https://www.papodecinema.com.br/filmes/um-crime-de-mestre/critica/>. Acesso em 21 Out. 2020 FRACTURE. In WIKIPÉDIA: a Enciclopédia Livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fracture>. Acesso em 24 Out. 2020. FORLANI, Marcelo. Um Crime de Mestre: Não tem tiros, nem correria - e justamente por isso vale a pena ser visto!. In: OMELETE, 2007. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/um-crime-de-mestre.>. Acesso em 24 Out. 2020. https://vermelho.org.br/coluna/um-crime-de-mestre-retrato-da-arrogancia-burguesa/ https://vermelho.org.br/coluna/um-crime-de-mestre-retrato-da-arrogancia-burguesa/ https://www.papodecinema.com.br/filmes/um-crime-de-mestre/critica/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Fracture https://www.omelete.com.br/filmes/um-crime-de-mestre I. INTRODUÇÃO A linguagem jurídica deve tem uma importância decisiva para o Direito, pois pode definir o sucesso ou o fracasso de qualquer empreitada no âmbito desta ciência, afinal, o discurso é o próprio cerne do Direito. Tendo em vista esta questão, este trabalho seguirá a proposta de apresentar através da análise de um filme partindo da premissa de que seu enredo, contendo elementos interessantes para certos tipos de análise jurídica que são interessantes para os est... Buscando uma visão ampla e que seja capaz de abarcar as áreas necessárias para este estudo, antes de mais nada é necessário se apresentar o filme em si, o que podemos observar através da seguinte descrição encontrada na internet: II. Ficha Técnica III. Descrição dos Personagens IV. Descrição Sucinta do Caso V. DESENVOLVIMENTO É importante para contextualizar o enredo do filme, que sua apresentação contém um elemento muito importante para o seu desenvolvimento, que aparece logo em seu slogan, conforme podemos observar no artigo sobre este filme que pode ser encontrado no si... A "tagline", ou slogan, é uma das piores dos últimos tempos: "matei minha esposa, agora prove!" Pra começo de conversa, a tradução está errada. O original é "I shot my wife, now prove it", ou "eu atirei na minha esposa, agora prove". E isso porque, na... O antagonista é uma figura de inteligência excepcional, conforme se demonstra em sua primeira aparição: seus maquinários, desenvolvidos por hobby, exigem precisão e cálculos muito detalhistas, e sua capacidade de análise permitia encontrar falhas em a... O desenrolar do filme já apresenta ao espectador a situação do crime em seus primeiros minutos, com cenas rápidas de um encontro entre os amantes apercebido pelo antagonista, e mais adiantes o encontro entre s cônjuges na mansão onde ocorrera o crime.... O protagonista aparece em cenas seguintes, despreocupado e extremamente confiante em suas capacidades, dado seu histórico de atuação carregado de sucessos. Esta postura arrogante e excessivamente confiante foi logo percebida pelo antagonista, que o co... A cena do primeiro julgamento possivelmente teve um resultado ainda melhor que o esperado pelo antagonista, pois a reação do delegado de agredi-lo fisicamente diante de todos em plena audiência no tribunal, sem sombra dúvida acabou por favorecê-lo, po... O embaraço provocado pelo caso quase custou a carreira de Beachum, que afinal percebera não ser o promotor invencível cuja imagem arrogara para si. Era, de fato, imaturo e excessivamente confiante de suas capacidades. Esta imagem se viu severamente ab... O fracasso e a posterior libertação do assassino levaram o tenente ao extremo de desespero, vindo a cometer suicídio logo após a sessão, nas escadarias do tribunal., e aumentando o sentimento de culpa da parte do promotor, que se vê como o responsável... Mas ocorre uma falha nos planos do antagonista, que estava não no decorrer do plano em si, mas após a sua conclusão: o projétil que estava alojado no crânio de sua esposa não interferira até então no andamento das investigações; contudo, Crawford deci... Diante de novas provas e outras evidências que já haviam sido identificadas, antes, como uma possível aparição do acusado em um local onde os dois amantes se encontravam, e o possível propósito de vingança por estar sendo traído, Crawford é levado nov... O filme encerra, entretanto, com o início da sessão no tribunal, sem indicar se o réu foi condenado ou não, mas apenas que desta vez estava temeroso e na defensiva, diferente da primeira ocasião, podendo indicar que a batalha ainda não estava decidida... VI. Versão do acusado O acusado trabalha com a falta de provas da promotoria, pois a arma atribuída a vítima para a realização do referido crime, não só não foi utilizada no referido crime como também nunca fora utilizada. VII. Versão da vítima/promotoria Tentativa de homicídio, sem chance de defesa para vítima. O réu ainda confessara o crime quando foi capturado e preso, e sua confissão foi redigida e por ele mesmo assinada. VIII. Argumentos utilizados na acusação IX. Argumentos utilizados na defesa Baseia sua linha de defesa na falta de provas da promotoria, já que a arma atribuída ao réu nunca fora disparada. Desacredita a confissão escrita, alegando coação por parte do amante de sua esposa, que participou da prisão e do depoimento.
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