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Bandagens e Imobilizações Introdução • Bandagens: são peças de tecido aplicadas em áreas de ferimentos; • Imobilizações: atos ou efeitos de imobilizar. Deve-se tirar os movimentos das articulações acima e abaixo da lesão; • Finalidades: - Curativos: exercer pressão que controla o sangramento sobre uma parte do corpo, fixar curativos e proteger feridas; - Imobilizações: fornece apoio a uma parte lesionada do corpo e fixar uma tala em uma parte lesionada do corpo; • Os materiais mais utilizados são: gazes, crepom e tecidos elásticos ou não; • Devem ser adaptados de modo confortável a uma região do corpo, devendo, portanto, ser utilizada técnica de aplicação adequada a cada região anatômica; - Bandagem triangular: possui fácil aplicação, pode ser utilizada aberta ou dobrada e pode ser improvisada com qualquer tecido e com técnica apropriada se aderir a qualquer região anatômica. É usada para apoiar fraturas, fixar talas, formar tipoias e fazer torniquetes improvisados; - Bandagem triangular dobrada (em gravata): deve ter aproximadamente 10 cm de largura e é utilizada para fixar talas, bandagens de pressão, torniquetes, bandagens combinadas (bandagens triangulares, abertas e dobradas); - Bangadem triangular estendida: útil para curativos em ferimentos na cabeça, braço, mão, joelho, pé e tórax; - Bandagens combinadas triangulares, estendidas e dobradas: necessário nas bandagens de ferimentos nos ombros, quadris e coxas; - Para proteger ferimentos a bandagem pode ser improvisada com um pano limpo, aberto, dobrado ou combinado; • As bandagens mais frequentemente utilizadas são as em rolo e as triangulares; • Existe uma técnica de bandagem para cada membro ou parte específica do corpo. Bandagens → • De fácil aplicação; • Pode ser utilizada aberta ou dobrada; • Pode ser improvisada com qualquer pedaço de tecido; • Com técnica apropriada se adequar a qualquer região anatômica; • Usada para: apoiar fraturas, fixar talas, formar tipoias, proteger feridas e fazer torniquetes improvisados; • Bandagem triangular dobrada (em gravata): deve ter aproximadamente 10 cm de largura. É utilizada para fixar: talas, bandagens de pressão, torniquetes, bandagens combinadas (bandagens triangulares, abertas e dobradas); Marianne Barone (15A) Disciplina – Prof. Marianne Barone (15A) Atendimento Pré-Hospitalar – Prof. Laercio Robles • Bandagem triangular estendida: útil para curativos em ferimentos na cabeça, braço, mão, joelho, pé e tórax; • Bandagens combinadas triangulares abertas e dobradas: necessário nas bandagens de ferimentos nos ombros, nos quadris e nas coxas; • Para proteger ferimentos a bandagem pode ser improvisada com um pano bem limpo, aberto, dobrado ou combinando-se as duas formas; • Dimensões apropriadas para o uso nas diversas regiões do corpo: 1,20m x 1,20m x 1,70m • Mínimo: 100cm de base e 60cm de altura; • Considerações na utilização: - As ataduras ou bandagens devem ter bom aspecto, proporcionando conforto e bem-estar à vítima; - Ao aplicar uma bandagem, observar o local, a extensão da lesão e as condições da circulação; - As bandagens não devem ser muito apertadas para não impedir o afluxo e re- fluxo do sangue, pois pode provocar edema e dores intensas. Porém, devem ficar firmes e não se deslocar, adaptando- se às formas corporais; - Na aplicação da bandagem, coloque o membro em posição funcional e evite con- tato entre duas superfícies cutâneas, para que não haja aderências e fricções. Técnica padrão: • Proteger o ferimento com compressa de pano limpo, e de tamanho suficiente para cobri-lo até além dos limites da lesão • Sempre que possível, deixar a extremidade de um membro ferido descoberta, para observar, pela coloração, se a circulação está se processando normalmente; • Evitar apertar demasiado a compressa para não ocorrer dificuldade na circulação ou deixar a compressa demasiadamente frouxa para que não se desprenda com facilidade; • Fixar a compressa com material que garanta a firmeza e a integridade do curativo; • Evitar o contato de duas superfícies de pele para evitar irritação; • Colocar o acidentado na posição correta para o tipo de lesão; • Manter sempre apoiada a parte do corpo onde se está aplicando a bandagem para que se possa manter a posição correta; • Proteger as saliências ou os ferimentos com curativos de gaze; • Cobrir apenas um terço da bandagem em cada volta; • Não deixar extremidades soltas, elas podem enroscar em algum objeto; • Se o sangue ensopar o curativo e a bandagem originais, elas não devem ser removidas, deve-se aplicar outro curativo sobre o local; • Imobilizar o local do ferimento. Cabeça: • Bandagem triangular dobrada: - Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo; - Dobrar a bandagem até formar uma faixa de espessura adequada; - Passar em torno da testa comprimindo o ferimento; - Cruzar o tecido e voltar com o envolvimento ao lado inicial; - Amarrar as duas pontas mantendo pressão adequada à bandagem; • Bandagem triangular estendida: - Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo; - Colocar a bandagem triangular na cabeça do acidentado, de modo que o vértice do triangulo fique do lado oposto ao ferimento (nuca e testa); - Trazer as pontas laterais do triângulo por cima do vértice, amarrando-as ao redor da cabeça com um nó, e cuidando para que este não fique sobre o ferimento; - Prender cuidadosamente as pontas sob a bandagem, onde for possível. Tórax: • Bandagem triangular estendida: - Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo; - Colocar o vértice da bandagem sobre o ombro; - Cruzar as pontas nas costas e amarrá-las com um nó, diretamente abaixo da ponta do vértice deixando uma das pontas mais compridas (antes: dobrar excedente até a altura do tórax se necessário); - Trazer a ponta mais comprida para cima, à altura do ombro e, amarrá-la com vértice, arrematando com um nó. Braço: • Bandagem triangular estendida: - Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo; - Colocar a bandagem triangular paralela ao braço, segurando o vértice no pulso e colocando uma das pontas no ombro; - Tomar a ponta livre da bandagem e ir envolvendo o braço até o ombro, terminando por fazer um nó com a outra ponta. Mão: • Bandagem triangular estendida: - Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo; - Colocar a mão sobre a bandagem, com o ferimento voltado para cima e as pontas dos dedos voltadas para o vértice; - Puxar o vértice para o pulso; - Cruzar as outras duas pontas sobre a mão enrolando-as no pulso e dando-lhes um nó. Quadris e coxas: • Bandagem combinadas triangulares, estendidas e dobradas: - Aplicação da bandagem sobre o quadril e a coxa segue a mesma técnica e o mesmo tipo de material utilizado na aplicação de bandagens no braço e ombro; - O vértice duplo na cintura deve firmar- se à tira com um nó para que a bandagem fique firme. Joelho: • Bandagem triangular estendida: - Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo; - Colocar a bandagem sobre o joelho, com o vértice voltado para cima; - Enrolar as pontas, cruzando-as atrás do joelho; - Trazer as pontas para frente - Amarra-las com um nó, acima do joelho. Pé: • Bandagem triangular estendida: - Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo; - Colocar o pé sobre a bandagem, fazendo com que as pontas dos dedos apontem para o vértice do triângulo, se o ferimento for na parte superiordo pé (se estiver na parte posterior, o vértice deverá estar voltado para o calcanhar); - Puxar o vértice até a perna; - Cruzar as duas pontas da bandagem sobre o pé e ao redor do tornozelo; - Amarrar as duas pontas e dar um nó completo. Ataduras • Utilizar faixa ou gaze própria para curativos. → • O socorrista deve aplicar a atadura após limpar o ferimento e cobri-lo com um pedaço de pano bem limpo; • Firmar a parte a ser amarrada, colocando- se o socorrista de frente para a vítima que deverá estar sentada ou deitada; • Aplicar uma atadura de largura adequada, que ofereça segurança; • Suspender a extremidade da atadura o mais alto possível em relação ao ferimento e aplicá-lo desenrolando-a pouco a pouco; • Iniciar a aplicação de atadura, pela sua extremidade, colocando-a na parte superior do curativo, dando duas voltas bem firmes, para que fiquem ajustadas; • Envolver o membro, passando a atadura alternadamente, por cima e por baixo do ferimento, de tal maneira que cada volta cubra 2/3 da volta anterior mantendo a pressão, até que a atadura fique bem ajustada; • Prender a extremidade da atadura, para que a bandagem fique firme. Imobilizações • Imobilizar significa tirar os movimentos das articulações acima e abaixo da lesão; • Utilizadas nas lesões osteoarticulares evidentes ou suspeitas quando se necessita transportar uma vítima de acidente; • Talas: qualquer dispositivo usado para imobilizar uma fratura ou lesão articular. Podem ser flexíveis ou rígidas, industrializadas ou improvisadas com qualquer objeto que ofereça estabilidade; • Tipóias: apoios feitos a partir de panos, faixas, cintos, etc, que visam sustentar o peso e manter os membros em elevação constante e com certa imobilização; • Talas são usadas para: - Apoiar e imobilizar possíveis fraturas, luxações e entorses graves; - Controlar o sangramento; - Controlar a dor; - Reduzir o inchaço; - Evitar maiores danos aos tecidos pelo movimento das extremidades ósseas; • Não desolar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a parte afetada imobilizada corretamente; • A única exceção a ser feita é para os casos em que o acidentado, ou o acidentado e o socorrista correm perigo iminente de vida; • Mesmo nestes casos, é necessário manter a calma, promover uma rápida e precisa análise da situação, e realizar a remoção provisória com o máximo de cuidado possível. → • Em dúvida da presença de lesão mas com dor, imobilize a lesão; • Cobrir todos os ferimentos, incluindo as fraturas abertas, com curativos estéreis ou limpos antes de aplicar a tala e, em seguida, enfaixar cuidadosamente; • Remover ou cortar as roupas e as joias ao redor do local da lesão para que as extremidades ósseas fraturadas não sejam movidas acidentalmente, complicando o quadro e para que não ocorra garroteamento com o edema; • O membro atingido deve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodão ou gaze, procurando sempre localizar os pontos de pressão e desconforto; • Forrar a tala para prevenir pressão e desconforto à vítima; • Aplicar a tala antes de tentar mover a vítima; • Ao imobilizar um membro que não pôde voltar ao seu lugar natural, não forçar seu retorno; • Imobilizar a área lesionada na posição em que foi encontrada; • A imobilização deve ser feita dentro dos limites do conforto e da dor do acidentado • Não imobilizar a vítima caso provoque mais dor; • Tanto antes quanto depois da imobilização, avaliar o pulso e a sensibilidade distalmente à lesão • Prender as talas com ataduras ou bandagens; • Imobilizar as articulações imediatamente acima e abaixo da lesão; • Fixar em pelo menos quatro pontos: acima e abaixo das articulações e acima e abaixo da fratura; • Apertar o suficiente para imobilizar a área, com o devido cuidado para não provocar insuficiência circulatória; • Avaliar a cada 15 minutos para garantir que a tala não impeça a circulação; • Nunca reposicione intencionalmente extremidades ósseas protrusas. Exceções: • Se houver deformidade profunda, ausência de pulso ou se a extremidade distal estiver cianótica, alinhe o membro lesionado com tração leve antes de fazer a imobilização; • Se a vítima apresentar sinais de choque, alinhar a lesão na posição anatômica normal e providenciar transporte imediato, sem perder tempo com a aplicação de talas. → Talas rígidas: • Encontradas à venda no mercado e feitas de madeira, alumínio, arame, plástico, papelão ou fibras prensadas de madeira; • Algumas apresentam formatos específicos para os braços, pernas e são equipadas com fechos de velcro; • Outras são flexíveis o suficiente para serem moldadas sobre qualquer superfície anatômica ou acessório. Ex: Não moldáveis: madeira, lona e PVC; Moldáveis: papelão, aramada com espuma, alumínio com espuma e aramada com espuma e velcro. Talas de tração: • Somente pessoal especializado. Talas pneumáticas (infláveis): • Moles e flexíveis antes de infladas e rígidas quando cheias de ar; • Usadas principalmente no antebraço e parte inferior da perna; • Não se ajustam aos membros; • Podem impedir circulação; • Dificultam monitoramento das extremidades e pulsos; • Podem perder pressão; • Em desuso. Talas improvisadas: • Em um acidente, é muito mais provável que você precise improvisar no local do que conte com talas industrializadas; • Pode-se utilizar: caixas de papelão, bambus, tábuas de passar roupa, revistas enroladas, guarda-chuvas, cabos de vassoura, caneleiras, entre outros; • Também é possível realizar a autoimobilização (tala anatômica), amarrando e fixando a parte lesionada a uma parte adjacente não lesionada como: um dedo (da mão ou do pé) com um outro uma perna com a outra, um braço com o peito. → Braço e antebraço: • Colocar algodão ou pedaços de pano para acolchoar a axila; • Locar talas dos lados externo e interno do braço, com comprimento suficiente para ir até o cotovelo; • Fixar com tiras de pano ou atadura; • Fazer uma tipóia para imobilizar o braço com o antebraço flexionado em ângulo reto, e fixá-la junto ao tórax. Ex: 1: imobilização do braço adaptando as roupas da vítima de modo a servirem de apoio ao membro lesado; 2: imobilização com braço na posição encontrada, semi-dobrado; 3: imobilização do braço esticado com uma tala e quatro bandagens; 4: imobilização do braço dobrado com uma tala e quadro bandagens e uma bandagem de apoio. Mão: • Imobilização da mão com o apoio de uma tipóia. Dedo da mão: • Imobilização do dedo com um abaixador de língua de madeira ou outra tabuinha fina ou tira de papelão resistente, amarrado com uma atadura. Tornozelo: • Imobilização do tornozelo com travesseiro e ataduras. Pé ou tornozelo: • Imobilização do pé ou tornozelo com madeira e ataduras. Imobilização da coluna: • A imobilização provisória para fratura da coluna vertebral pode ser feita fixando o acidentado a aparelho feito com duas tábuas compridas e três transversais, mais curtas. Imobilização da bacia: • A imobilização provisória de fratura dos ossos da pelve é feita com ligaduras circulares, que se colocam bem justas desde a parte alta das coxas até a parte superior dos ossos dos quadris; • Para transportar o acidentado, não havendo padiola, será indispensável colocá-lo sobre uma tábua, uma porta ou uma escada acolchoada, fixando à mesma os membros inferiores e a pelve. Imobilização do fêmur: • A imobilização provisória de fratura defêmur pode ser feita com alguém puxando o pé para baixo enquanto o socorrista coloca uma tábua acolchoada comprida sobre o lado externo da coxa e do tronco, e outra, mais curta, do lado interno da perna e da coxa fixadas com ataduras, gravatas ou tiras de pano. Imobilização da perna: • A imobilização provisória de fratura da perna pode ser feita com colocação de duas tábuas forradas sobre o lado externo e interno da perna fixadas com ataduras, gravatas ou tiras de pano. Imobilização do joelho: • Sentar o acidentado e apoiar o joelho com roupas; • Envolver o joelho com uma atadura esparadrapo para apoiar a lesão e comprimir; • Usar um isolante e uma fira ou corda; • Dobrar o isolante até que cubra 3⁄4 da perna a se imobilizada; • Posicionar a perna de forma a manter uma curvatura confortável, o isolante deve se posicionar acima do joelho; • Preencher as lacunas da tala em torno da perna do acidentado usando camisetas ou qualquer coisa que sirva para imobilizar; • Amarrar a fita sobre o ombro do acidentado colocando o pé em uma posição confortável e fácil de imobilizar; • Ajudar apoiando o lado ferido, ou com um galho ou outro material. Conclusão: • As talas improvisadas devem ser: - Leves, firmes e rígidas; - Longas: o suficiente para se estender sobre as articulações e prevenir movimentos dos dois lados da fratura; - Largas: o suficiente para o membro afetado; - Forradas: de forma que as superfícies internas não entreme em contato com a pele.
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