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Geografia - Teórico_VOLUME2

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Prévia do material em texto

Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Alessandra Alves
Vinicius Gruppo Hilário
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-00-6
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo 
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
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SUMÁRIO
GEOGRAFIA
HIDROGRAFIA, DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E PROBLEMAS 
AMBIENTAIS
PROBLEMAS AMBIENTAIS E BIOMAS DO MUNDO
Aulas 9 e 10: Dinâmicas climáticas 6
Aulas 11 e 12: Climas do Brasil 19
Aulas 13 e 14: Hidrologia e bacias hidrográficas 35
Aulas 15 e 16: Domínios morfoclimáticos I 66
Aulas 9 e 10: Solos 82
Aulas 11 e 12: Problemas ambientais mundiais 93
Aulas 13 e 14: Grandes biomas do mundo 101
Aulas 15 e 16: Classificações do relevo 114
Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicase culturais de 
poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8
Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômi-
co-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos difer-
entes grupos, conflitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca 
das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do 
conhecimento e na vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, 
favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. 
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e 
geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
Hidrografia, domínios morfoclimáticos e problemas 
ambientais: Incidência do tema nas principais provas
UFMG
Identificar os conceitos básicos dos temas 
abordados neste caderno e analisá-los com 
ênfase nos aspectos socioespaciais. 
Questões sobre domínios morfoclimáticos 
costumam aparecer com bastante frequência. 
Estudar esse tema, suas características, prin-
cipalmente com o auxilio de mapas, ocasiona 
sempre sucesso no acerto.
O tema domínios morfoclimáticos aparece 
com frequência nessa prova, sendo abordao 
de várias formas: com mapas, imagens e 
gráficos. Isso significa que o vestibulando não 
pode deixar de estudar com muita atenção 
esse tema.
Os temas dessa frente não apresentam sur-
presas nesse vestibular, que aborda conceitos 
básicos contidos neste caderno.
Prova bem objetiva que também aborda temas 
físicos relacionados aos aspectos socioespaciais.
A prova de Geografia da Santa Casa pede 
conteúdos bem específicos, ou seja, os 
detalhes e as particularidades do clima e dos 
biomas são bem relevantes.
As avaliações do Enem buscam sempre colo-
car o aluno diante de questões interdiscipli-
nares e, às vezes, multidisciplinares, inclusive 
abordando todos os temas deste caderno.
Nas provas, aparecem muitos recursos como 
mapas, gráficos e tabelas. É outro vestibular 
que relaciona esses temas com a sociedade e 
a economia.
Tradicional, utiliza como base mapas, gráficos 
e tabelas
Costuma ser uma prova bem tranquila. 
Os temas mais pedidos deste caderno são 
domínios morfoclimáticos e pontos básicos de 
climatologia.
Esse vestibular não apresenta em seu edital 
mais recente e nem exigiu nas provas dos 
últimos vestibulares questões relacionadas à 
disciplina de Geografia.
Colocamos esta dica no livro anterior: clima é 
um assunto certeiro nesse vestibular. Estude 
os conceitos e as características do clima e 
dos biomas do Paraná.
Via de regra, geografia física sempre aparece 
a partir de questões regionais.
No último vestibular da FUVEST, climatologia 
e domínios morfoclimáticas ganharam 
destaque. São temas recorrentes e devem ser 
estudados com afinco.
Esse vestibular não apresenta em seu edital 
mais recente e nem exigiu nas provas dos 
últimos vestibulares questões relacionadas à 
disciplina de Geografia.
6
 Dinâmicas climáticasAULAS 
9 e 10
1. AtmosferA
A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e 
material particulado (aerossóis) que envolve a Terra. Cer-
ca de 97% da massa total da atmosfera concentra-se nos 
primeiros 302 km, contados a partir da superfície terrestre. 
Essa camada é essencial para a vida e o funcionamento 
ordenado dos processos físicos e biológicos sobre a Terra. A 
atmosfera protege os organismos da exposição a níveis ar-
riscados de radiação ultravioleta, contém gases necessários 
para os processos vitais de respiração celular e fotossíntese 
e fornece a água necessária para a vida.
1.1. A composição da atmosfera
A composição do ar não é constante nem no tempo, nem 
no espaço. Contudo, se removêssemos as partículas sus-
pensas, vapor d’água e certos gases variáveis, presentes 
em pequenas quantidades, encontraríamos uma com-
posição muito estável sobre a Terra, até uma altitude de 
aproximadamente 80 km.
Oxigênio
Dióxido de carbono, argônio, vapor 
de água e gases raros
21%
1%
Nitrogênio
78%
O nitrogênio e o oxigênio ocupam 99% do volume de ar 
seco e limpo. A maior parte do 1% restante é ocupado pelo 
gás inerte argônio. Embora estes elementos sejam abundan-
tes, têm pouca influência sobre os fenômenos do tempo. A 
importância de um gás ou aerossol atmosférico não está rel-
acionada à sua abundância relativa. Por exemplo, o dióxido 
de carbono, o vapor d’água, o ozônio e os aerossóis ocorrem 
em pequenas concentrações, mas são importantes para os 
fenômenos meteorológicos e para a vida.
 § Dióxido de carbono: por ser um eficiente absorve-
dor de energia radiante (de onda longa) emitida pela 
Terra, ele influencia o fluxo de energia através da at-
mosfera, fazendo com que a baixa atmosfera retenha 
calor, tornando a Terra propicia à vida.
 § Vapor d’água: é um dos mais variáveis gases na 
atmosfera e também tem pequena participação 
relativa. Nos trópicos úmidos e quentes constitui 
aproximadamente 4% do volume da baixa atmos-
fera, enquanto sobre os desertos e regiões polares 
chega não mais que 1%, entretanto, sem ele não há 
nuvens, chuva ouneve, além de ter grande partici-
pação na absorção da energia emitida pela Terra e 
também da energia solar.
 § Ozônio: é a forma triatômica do oxigênio (O3) e sua 
distribuição varia com a latitude, estação do ano, 
horário e padrões de tempo, podendo estar ligado a 
erupções vulcânicas e atividade solar. A presença de 
ozônio é de vital devido a sua capacidade de absorver 
a radiação ultravioleta do sol na reação de fotodisso-
ciação (O3 hv = O2 + O ), onde o átomo livre recombi-
na-se outra vez para formar outra molécula de ozônio, 
liberando calor. Na ausência da camada de ozônio a 
radiação ultravioleta seria letal para a vida. Desde os 
anos de 1970, tem havido contínua preocupação de 
que uma redução na camada de ozônio na atmos-
fera pode estar ocorrendo por interferência antrópica. 
Acredita-se que o maior impacto é causado por um 
grupo de produtos químicos conhecido por clorofluo-
rcarbonos (CFC). Os CFC são usados como propelentes 
em sprays aerossóis, na produção de certos plásticos e 
em equipamentos de refrigeração e condicionamento 
de ar. Como os CFC são praticamente inertes (não qui-
micamente ativos) na baixa atmosfera, uma parte deles 
eventualmente atinge a camada de ozônio, onde a ra-
diação solar os separa em seus átomos formadores. Os 
átomos de cloro quando são liberados através de uma 
série de reações acabam convertendo parte do ozônio 
em oxigênio. A redução do ozônio aumenta o número 
de casos de certos tipos de câncer de pele, além de 
afetar também colheitas e ecossistemas.
CompetênCia: 6 Habilidade: 30
7
Aerossóis
Ao contrário do que muitos pensam, aerossóis não 
são substâncias gasosas. São partículas sólidas ou 
líquidas que se encontram suspensas em um meio 
gasoso (geralmente o ar).
Alguns aerossóis líquidos agem como núcleos de con-
densação para o vapor d’água e são importantes para 
a formação de nevoeiros, nuvens e chuva. Outros po-
dem absorver ou refletir a radiação solar, influencian-
do a temperatura. Assim, quando ocorrem erupções 
vulcânicas com expressiva liberação de poeira, a ra-
diação solar que atinge a superfície da Terra pode ser 
sensivelmente alterada. Dentre os aerossóis sólidos, 
podemos citar a fumaça e a poeira, sendo que a poei-
ra contribui para um fenômeno ótico que são as várias 
tonalidades de vermelho e laranja no nascer e pôr do 
sol. Assim, podemos dizer que este material pode 
ser de origem natural ou produzido a partir das ativi-
dades humanas.
As emissões antropogênicas de aerossóis atmosféricos 
têm aumentado significativamente causando vários 
impactos ambientais, que incluem efeitos adversos à 
saúde humana, como problemas de visão por exemplo. 
1.2. Estrutura vertical da atmosfera
Por conveniência de estudo a atmosfera é usualmente 
subdividida em camadas concêntricas de acordo com o 
perfil vertical médio de temperatura. Observe a figura e 
veja as características de cada subdivisão.
 § Troposfera: é a camada inferior da atmos-
fera e se estende a uma altitude média de 12 km 
(≈ 20 km no equador e ≈ 8 km nos polos). A tropos-
fera é o principal domínio de estudo dos meteorologis-
tas, pois é nesta camada que ocorrem essencialmente 
todos os fenômenos que em conjunto caracterizam o 
tempo. Esses fenômenos só são possíveis pois é nes-
sa camada que está a quase totalidade de vapores de 
água que envolvem o planeta. Nessa camada a tem-
peratura diminui conforme a altitude aumente, ou seja, 
a cada 180 metros de altura há diminuição de 1 °C.
 § Estratosfera: estende-se até aproximadamente 50 
km. Nos primeiros 20 km a temperatura permanece 
constante e depois vai aumentando até o topo da ca-
mada. Temperaturas mais altas ocorrem na estratosfera 
porque é nesta camada que o ozônio está concentrado, 
pois esse gás tem a propriedade de absorver radiação 
ultravioleta do Sol. 
 § Mesosfera: situada entre 50 e 80 km de altitude, é 
nessa camada que a temperatura novamente decre-
sce em função da altitude. A temperatura pode atingir 
95 °C negativos, no limite superior. Esse é o ponto 
mais frio da atmosfera.
 § Termosfera: está situada entre 80 e 400 km de alti-
tude. É composta por camadas sucessivas de partículas 
chamadas íons, responsáveis por refletirem os sinais 
de rádio ao redor do nosso planeta. Por esse motivo 
essa camada também é conhecida como ionosfera. 
Da mesma forma que na estratosfera, as temperaturas 
nessa camada também aumentam conforme a altitude. 
Na ionosfera ocorre também o fenômeno das auroras. 
Quando este fenômeno ocorre em regiões próximas 
ao polo Norte é chamado de aurora boreal e quando 
aconteceu no polo Sul é chamado de aurora austral. 
Estes fenômenos são mais comuns entre os meses de 
fevereiro, março, abril, setembro e outubro. A aurora 
boreal pode aparecer em vários formatos: pontos lumi-
nosos, faixas no sentido horizontal ou circulares. Porém, 
aparecem sempre alinhados ao campo magnético ter-
restre. As cores podem variar muito como, por exemplo, 
vermelha, laranja, azul, verde e amarela. Muitas vezes 
aparecem em várias cores ao mesmo tempo. Em mo-
mentos de tempestades solares, a Terra é atingida por 
grande quantidade de ventos solares. Nestes momen-
tos as auroras são mais comuns. Embora esse show 
de luzes seja um fenômeno fantástico para observação, 
os ventos solares interferem em meios de comunicação 
(sinais de televisão, radares, telefonia, satélites) e siste-
mas eletrônicos diversos.
1.3. Circulação geral da atmosfera
A circulação do ar na escala global é composta de um 
complexo conjunto de sistemas de ventos e pressão. Para 
entender melhor é conveniente utilizarmos um modelo 
idealizado da Terra.
Vamos considerar inicialmente que a Terra está parada 
(sem rotação), e que a superfície é toda homogênea. A 
energia solar, por unidade de área, absorvida na região 
equatorial é maior do que a absorvida nas regiões polares. 
O ar equatorial, em contato com superfície irá então se 
aquecer mais nessa região do que nos polos. O ar equa-
torial torna-se mais “leve” e portanto sobe, enquanto o 
ar das regiões polares, mas frio e pesado, desce. Por uma 
questão de continuidade de massa, estabelece-se então 
uma “célula de circulação”: o ar na superfície, que vem 
dos polos, sobe para os altos níveis no equador, retorna 
aos polos em altos níveis, e desce nessas regiões, fechan-
do assim a circulação da célula. Essa circulação deve-se 
ao gradiente de pressão entre os polos e o equador, num 
mecanismo semelhante ao da brisa.
8
Vamos agora permitir que a Terra adquira um movimento 
de rotação. Pelo efeito da força de Coriolis, os ventos em 
superfície, que sopravam de norte no Hemisfério Norte irão 
se transformar agora em ventos de nordeste, enquanto que 
no Hemisfério Sul, que vinham de sul, irão se transformar em 
ventos de sudeste. Circulações no sentido inverso (sudoeste 
no Hemisfério Norte e noroeste no Hemisfério Sul) deverão 
ocorrer nos níveis superiores de nossa Terra hipotética.
Por outro lado, neste ponto, os ventos em superfície tem 
um direção oposta à da rotação da Terra. Pelo efeito da 
força de fricção, seria de se esperar que esse atrito fosse 
“diminuindo” a velocidade de rotação da Terra com o tem-
po. Mas a velocidade de rotação da Terra é constante, ou 
seja, não se observa essa diminuição. Para satisfazer esse 
fato, houvesse a anulação dessa força de atrito, existindo 
assim ventos de oeste que se anulariam a força de atrito 
dos ventos de leste. Os ventos na superfície serão:
 § de nordeste, entre cerca de 30°N e o equador, e de sudeste 
entre 30°S (os quais existem e chamam-se “ventos alíseos”);
 § de sudoeste entre 30°N e 60°N, e no noroeste entre 30°S 
e 60°S (os quais existem e chamam-se “ventos de oeste”);
 § de noroeste entre 60°N e 90°N, e de sudeste entre 
60°S e 90°S (os quais existem e chamam-se “ven-
tos polares”).
Fonte: Youtube
multimídia: música
- Chove chuva – Jorge Ben Jor
Analisando essa atmosfera descrita numa seção vertical, 
observamos o aparecimento de três pares de células de 
circulação, na escala global:§ Célula de Hadley (entre 0° e 30°);
 § Célula de Ferrel (entre 30° e 60°); e
 § Célula Polar (entre 60° e 90°).
Alta polar
Frente polar
Zona de
convergencial
Intertropical
(ZCTT)
Baixa subpolar
60º
0º
B
A
A
Baixa
Equatorial
subtropical
subtropical
Ventos alísios
Ventos contra alísios
A
A
B
B
30º
60º
Célula polar
Célula de Ferrel
Célula
de
Hadley
Alta
Alta
2. fenômenos meteorológicos 
devAstAdores
2.1. Tornados
O tornado é um fenômeno que se forma a partir de uma 
nuvem de tempestade, o chamado Cumulonimbus. O tor-
nado aparece primeiramente a partir da base da nuvem ex-
pandindo-se até o chão. O movimento em rotação se dá do 
encontro de fortes correntes de ar em direções opostas que 
acontecem dentro da nuvem Cumulonimbus. Quanto mais 
intensas as correntes de ar ascendentes e descendentes 
dentro da nuvem, maior será a possibilidade de formar-se 
um rodamoinho que evolui para o tornado e que aparece 
como uma protuberância na base da nuvem. Nos casos mais 
intensos, o tornado tem condições de se desgarrar do Cumu-
lonimbus e seguir um caminho próprio que pode se estender 
por quilômetros. Nesse caminho, a ventania vai levantando 
objetos, arrancando árvores e telhados, destruindo a vege-
tação. O centro do tornado tem pressão baixa, o que atrai o 
ar, enquanto a rotação define a força centrífuga que afasta o 
ar para fora da rotação. Com o equilíbrio dessas duas forças 
o movimento de rotação continuaria indefinidamente. Entre-
tanto, o atrito com o chão e com os inúmeros obstáculos que 
o funil encontra no caminho, acaba promovendo uma de-
saceleração do tornado até sua dissipação. Quando ocorrem 
sobre o mar ou sobre grandes corpos d’água, os tornados 
podem ser vistos como uma coluna de água que se estende 
desde a base da nuvem até a superfície da água e, por isso, 
recebem o nome de tromba d’água.
Como a convergência e divergência dos ventos na superfí-
cie estão ligados à regiões de baixa e alta pressão, respec-
tivamente, é de se esperar uma faixa de baixa pressão na 
região equatorial e em latitudes médias (≈60°), e faixas de 
alta pressão em latitudes subtropicais (≈30°) e polares. A 
região de convergência dos alíseos na região equatorial é 
chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). 
As regiões de alta pressão (30°N e 30°S), chamada “latitude 
dos cavalos”, possuem ventos calmos. As regiões de baixa 
pressão (60°N e 60°S), são locais onde ocorre o encontro 
de massas de ar quente e úmido proveniente das regiões 
subtropicais, com o ar frio e seco das regiões polares, o que 
forma as conhecidas frentes frias e quentes e ciclones.
9
Formação de uma tromba d’água
Vamos entender melhor
2
5
43
1. Encontro de massas de ar frio (de origem polar) e 
quente fazem, com que a massa quente, mais leve, 
suba formando o mesociclone. A subida de ar quen-
te é compensada pela descida de ar frio e pesado. O 
mecanismo lembra um enorme saca-rolha num mo-
vimento externo ascendente e interno descendente.
2. Caracteriza-se por ter o topo mais gelado do que a 
base. A diferença de temperatura provoca ventos mui-
to fortes no interior.
3. O ar frio e pesado que desce e o ar quente que sobe 
formando o cone do tornado deslocam-se em função 
da dinâmica interna do fenômeno e também pela to-
pografia da região em que se manifesta. Essa situação 
forma minifrentes frias.
4. Ela deu origem a um tornado. Uma rajada de vento 
escapou da nuvem e atingiu o solo com grande velo-
cidade.
5. O ar quente no interior do tornado tem uma ten-
dência natural de levantar e criar uma forte corrente 
para cima, enquanto o frio desce.
A maioria dos tornados são escuros devido à poeira e de-
tritos arrancados do solo, pois o redemoinho atua como 
um enorme aspirador de pó. A velocidade dos ventos de 
um tornado pode superar os 200 km por hora.
Devido às suas pequenas dimensões e por estarem embaixo 
de um grande Cumulonimbus, esses fenômenos não são vis-
tos por satélite, sendo que, radares meteorológicos detectam 
fenômenos de escala maior que um quilômetro e identifi-
cam apenas assinaturas que podem indicar a presença de 
um tornado. Testemunhos pessoais são fontes importante 
de informações, principalmente quando acompanhados 
de vídeos ou fotografias. Lugares com baixa concentração 
populacional têm baixos valores de ocorrência de tornados, 
muitas vezes por falta de testemunhos. Contudo, regiões 
com grande concentração populacional e onde há recursos 
abundantes para registro e cobertura pela mídia, aparentam 
ter um maior número de ocorrências. Isso também justifica 
em parte a percepção popular de que tornados são mais fre-
quentes hoje do que antigamente.
2.1.1. Tornados no Brasil?
As regiões Sul e Sudeste do Brasil estão na segunda área de 
maior probabilidade de ocorrência de tornados no mundo, 
perdendo apenas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos.
O chamado “corredor de tornados” no Brasil compreende 
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, 
Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Existe controvérsia so-
bre qual estado brasileiro registrou mais tornados. Estudos 
apontam que São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Cata-
rina são os mais afetados. A região que inclui as cidades 
de Campinas, Itupeva e Jundiaí seria a mais afetada pelo 
fenômeno, já que está inserida em uma área de depressão 
periférica, mais plana e mais branda, favorecendo o deslo-
camento de fluxo de ar.
As condições climáticas são propícias para a ocorrência do 
fenômeno, pois são áreas onde o choque de massas de ar 
frio e seco vindas da Patagônia e massas de ar quente e 
úmido formadas na Amazônia resulta em grandes nuvens 
de tempestades. Além disso, a topografia plana dessas re-
giões também contribuem para a ocorrência do fenômeno. 
A formação de tornados no Brasil só foi aceita pela co-
munidade científica recentemente. Antes, os tornados eram 
classificados como tempestades ou vendavais.
2.1.2. Furacão, tufão e ciclone
Furacões e tufões são o mesmo fenômeno meteorológico: 
ciclones tropicais. Os cientistas chamam essas tempestades 
de nomes diferentes, dependendo de onde elas ocorrem. 
No Atlântico e norte do Pacífico, as tempestades são cha-
mados de “furacões“, hurricane em inglês, por causa do 
10
deus caribenho do mal, chamado Hurrican. No noroeste do 
Pacífico, as mesmas tempestades poderosas são chamadas 
de “tufões“. No sudeste do oceano Índico e no sudoeste 
do Pacífico, elas são chamadas de “ciclones tropicais se-
veros“. No norte do oceano Índico, elas são chamados de 
“tempestades ciclônicas severas“. No sudoeste do oceano 
Índico, elas são apenas “ciclones tropicais“.
Escala de furacões de Saffir-Simpson
Categoria
Velocidade 
do vento
Efeitos
F1 119 e 153 km/h
Ressaca de 1,2 a 1,5 metros 
acima do normal; algumas 
inundações; pouco ou 
nenhum dano estrutural
F2 155 a 177 km/h
Ressaca de 1,8 a 2,4 metros 
acima do normal; queda de 
árvores; danos a telhados
F3 178 a 209 km/h
Ressaca de 2,7 a 3,7 
metros acima do normal; 
danos estruturais em casas; 
habitações sem alicerces 
destruídas; inundações severa
F4 210 a 248 km/h
Ressaca de 4 a 5,5 metros 
acima do normal; inundações 
severas no interior; grandes 
danos estruturais
F5
acima de 
249 km/h
Ressaca de pelo menos 5,5 
metros acima do normal; 
algumas inundações severas; 
adentrando o interior; 
sérios danos à maioria das 
estruturas de madeira
2.2. El Niño
De tempos em tempos, as águas equatoriais do Pacífico 
aquecem de maneira anormal, resultando no aparecimen-
to do fenômeno El Niño, que altera profundamente o clima 
em escala planetária. Esse aquecimento manifesta-se nos 
meses de setembro/outubro. Em dezembro, essa porção de 
água oceânica aquecida chega à costa peruana. Pelo fato 
de esse fenômeno ocorrer na costa da América do Sul na 
época do Natal, recebeu o nome de Menino Jesus, El Niño. 
Para os pescadores peruanos, sua ocorrência é um grande 
problema, pois o aquecimento das águas não permite que 
haja ressurgência e, consequentemente, diminui a pisco-
sidade na correntede Humboldt que margeia a costa do 
Chile e do Peru.
O El Niño é responsável por alterações climáticas em várias 
partes do mundo. Apesar disso, as causas que levam ao 
seu aparecimento ainda são desconhecidas. Diversas hipó-
teses, incluindo algumas mirabolantes, já tentaram explicar 
o fenômeno sem resultado.
Em 1982, ocorreu a manifestação mais forte já registra-
da, tendo sido divulgada com grande alarde pela mídia. 
Em 1983, as temperaturas chegaram a 5,1 ºC acima dos 
níveis normais nas águas do oceano Pacífico. Estudos mais 
recentes apontam que a manifestação de 1972-1973 foi 
mais ativa que a do começo da década de 1980. 
Em outubro de 1997, registrou-se novamente o aqueci-
mento das águas equatoriais do Pacífico. Em 1998, ela se 
apresentava 4 ºC acima dos níveis normais. O El Niño es-
tava de volta com bastante força.
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
Documentário When the Le-
vees Broke: A Requiem in...
A Requiem in Four Acts (Quando os 
Diques Rompem / Um Réquiem em Quatro 
Atos) do cineasta americano Spike Lee. O 
trabalho é uma homenagem humana e 
histórica à cidade de Nova Orleans, que 
sofreu com o furacão Katryna, e ao mesmo 
tempo mostra o protesto contra o governo 
do presidente George W. Bush e as feridas 
sociais deixadas pelo desastre natural.
Para ser classificado como furacão, tufão ou ciclone, uma 
tempestade deve atingir velocidades de vento de pelo 
menos 119 km/h. São aglomerados de tempestades que 
têm origem em oceanos onde a temperatura superficial 
da água está acima de 27 ºC. Essa água mais quente 
evapora e entra em contato com o ar mais frio, formando 
nuvens do tipo Cumulonimbus, que vão absorvendo cada 
vez mais ar quente e úmido, aumentando as nuvens e 
criando um sistema de baixa pressão, formando grandes 
redemoinhos que giram cada vez mais rápido sobre o 
oceano. No Hemisfério Sul esses sistemas giram no sen-
tido horário e no hemisfério norte, giram no sentido an-
ti-horário. Quando se aproxima do continente os ventos 
vão perdendo intensidade em função do atrito com o solo 
e possíveis construções. São raros no Atlântico sul. O úni-
co sistema classificado como furacão na história do Brasil 
foi o Catrina, que ocorreu em março de 2004.
11
Por causa dele, algumas regiões do planeta voltaram a ter 
o seu regime de chuvas muito alterado. Fortes estiagens e 
muito calor castigaram os Estados Unidos, o sudeste da 
África, a Indonésia, a Austrália e a América Central. Por 
outro lado, índices pluviométricos muito acima do nor-
mal provocaram enchentes e prejuízos para a lavoura nos 
países europeus do Mediterrâneo, no oeste da Índia e no 
sul do Brasil.
No Brasil, os efeitos de El Niño foram sentidos em difer-
entes regiões. O Nordeste foi flagelado por uma forte seca, 
enquanto o Rio Grande do Sul enfrentava enchentes. Na 
úmida região Norte choveu muito menos do que o espe-
rado, propiciando o aparecimento de grandes incêndios, 
como o que devastou 15% do estado de Roraima.
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tt
ps
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ve
l.j
pl
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as áreas em vermelho representam regiões quentes, 
onde ocorre o Fenômeno do el niño.
chuvoso
seco e
quente
quente
quente
quente
quente
quente
chuvoso
chuvoso
e quente chuvosoe quente
seco
seco
Dezembrom, Janeiro e Fevereiro
chuvoso
chuvoso
chuvoso chuvoso
seco
seco
seco secoe frio
seco
e frio
seco e
quente
quente quente
Junho, Julho e Agosto
el niño e seus eFeitos sobre o clima
Clima e Meio Ambiente – José Bueno Conti
multimídia: livros
12
2.3. La Niña
La Niña também é um fenômeno cíclico cuja manifestação 
opõe-se a do El Niño. Acontece quando ocorre um res-
friamento maior que o normal das águas do Pacífico, em 
média, a cada dois ou sete anos, e pode durar aproxima-
damente um ano.
Em 1998, os cientistas apontaram um decréscimo de 
1,9 ºC na temperatura da superfície das águas equatoriais 
no Pacífico, indicação de enfraquecimento do El Niño e da 
atividade do La Niña.
No Brasil, La Niña alterou o regime de chuvas nordestino e 
provocou uma primavera atípica na região Sudeste, com índi-
ces pluviométricos maiores do que a média nesse período, 
e temperaturas mais baixas que o normal, provocadas pela 
sucessão de dias nublados ou chuvosos. As áreas em azul rep-
resentam regiões frias, onde ocorre o fenômeno do La Niña.
Nos Estados Unidos, o inverno foi um dos mais rigorosos 
com temperaturas negativas recordes. A Europa também 
sentiu seus efeitos: tempestades de neve alastraram-se 
pelo continente, provocando avalanches nos Alpes austría-
cos, além de atingir regiões onde raramente neva, como 
em Paris, na França. 
Os estudos mais recentes desse fenômeno indicam que 
não há padrões regulares nas consequências causadas por 
La Niña: há variações nos regimes de chuvas para mais ou 
para menos.
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as manchas em azul indicam que as águas do 
pacíFico equatorial estão mais Frias
Dezembro, Janeiro e Fevereiro
Junho, Julho e Agosto
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frio e
chuvoso
quente e
chuvoso
quente
frio e
chuvoso
frio
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frio
frio
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seco e
quente
seco
e frio
seco
seco
frio
frio
chuvoso
chuvoso
chuvoso
chuvoso
chuvoso
chuvoso
la niña e seus eFeitos sobre o clima
13
3. os grAndes climAs 
do plAnetA terrA
O deslocamento das massas de ar formadas na dinâmica 
da circulação atmosférica é responsável pela ocorrência 
simultânea de diversos tipos de tempo atmosférico no pla-
neta. Como as massas de ar não são um elemento estático, 
os tempos obtidos de sua atuação, também não. Apesar 
disso, a repetição de determinados tipos de tempo atmos-
férico permite a identificação de grandes climas terrestres.
3.1. Clima equatorial
Tipo de clima localizado entre 5ºN e 5ºS, ou seja, muito próx-
imo da linha do Equador. As principais áreas de ocorrência 
são as bacias do Congo e do Amazonas, ilhas do sudeste 
Asiático e, ainda, da costa oriental da América Central.
As temperaturas médias anuais situam-se entre 24 ºC e 27 ºC, 
e a temperatura média mensal é sempre superior a 18 ºC – o 
Sol anda sempre muito próximo do zênite, ponto mais alto 
na abóbada celeste. A amplitude térmica anual é inferior a 4 
ºC, ou seja, as oscilações são mínimas.
As chuvas são abundantes o ano todo. Num mês, rara-
mente são inferiores a 60 mm. São chuvas de convecção, 
ou seja, oriundas do ciclo da água.
3.2. Clima tropical
A área de ocorrência encontra-se entre 5ºN e 30ºS, de-
stacando-se partes da Venezuela e da Colômbia, interior 
do Brasil, Sudão, porção oriental da África, parte da África 
do Sul, norte da Austrália e regiões da América Central. 
Suas temperaturas são constantes e elevadas ao longo 
do ano, visto que o Sol se encontra quase sempre próx-
imo do zênite. Por isso, a duração dos dias e das noites 
não varia muito ao longo do ano. A amplitude térmica 
anual é superior à do clima equatorial, oscilando entre 
15 ºC e 20 ºC.
As chuvas são essencialmente de origem convectiva. No 
entanto, nas regiões montanhosas são comuns chuvas de 
origem orográfica, cujos totais anuais e mensais chegam 
a atingir valores muito elevados; por exemplo, no norte 
da Índia, numa localidade chamada Cherrapunji, a me-
dia anual é de 11,4 mil mm, e em um único mês foram 
registrados 9,3 mil mm. Situação semelhante verifica-se 
nas serras próximas do litoral brasileiro. Mesmo assim, de 
maneira geral, as chuvas anuais nas áreas tropicais ainda 
são menores que nas regiões equatoriais. 
O clima tropical caracteriza-se genericamente pela ex-
istência de duas estações ou períodos: a estação mais 
úmida e a estação seca.
Observar e procurar entender alguns fatores climáticos, durante uma viagem para a praia ou para altitudes elevadas, 
e como eles influenciam nas atividades do dia a dia dos moradores das diferentes localidades observadas. Outra dica 
importante é observar os mapas meteorológicos dos telejornais.
VIVENCIANDO
14
3.3. Clima desértico
A área de ocorrência mais comum situa-se entre os 15ºN e 
45ºS, coincidindo com asfaixas tropicais. São destaques o 
norte do México, o sudoeste dos EUA, todo o norte da África, 
a Arábia, o Irã, o Paquistão, o interior da Austrália, o sudoeste 
da África do Sul e a faixa formada por Peru e Chile.
As temperaturas sofrem grandes oscilações ao longo do 
dia, superiores a 30 ºC, em função da pequena capacidade 
do solo de reter o calor. As temperaturas médias mensais 
são elevadas, situando-se acima dos 35 ºC. As chuvas são 
fracas ou inexistentes, sendo normalmente inferiores a 150 
mm por ano. A precipitação ocorre sempre de forma lo-
calizada, com aguaceiros irregulares. Pode ser desastrosa, 
visto que, como não há vegetação, o escoamento é muito 
rápido e pouco proveitoso, formando-se torrentes de lama. 
A maior parte da água que cai evapora em seguida.
A aridez, reforçada pela presença de correntes frias que 
fornecem pouquíssima umidade para os litorais, é a princi-
pal característica do clima desértico.
3.4. Clima mediterrâneo
Sua área de ocorrência está entre 0ºN e 40ºS, destacan-
do-se a bacia do Mediterrâneo, a Califórnia, o Centro do 
Chile, o sul da África do Sul e sul da Austrália 
As temperaturas são elevadas durante a maior par-
te do ano, chegando à média de 22 ºC anuais. No in-
verno, porém, as temperaturas são suaves. A amplitude 
térmica anual não é significativa e fica próxima dos 
15 ºC, mas a média do mês mais frio nunca é inferior a 5 ºC. 
As chuvas ocorrem principalmente nos meses de out-
ono e inverno, e a precipitação tem origem frontal as-
sociada à passagem das frentes frias. O total anual 
de precipitação é superior a 500 mm, mas é inferior a 
200 mm (média). 
Podemos afirmar que esse clima tem como características 
gerais um verão quente, seco e prolongado e um inverno 
suave, chuvoso e curto.
3.5. Clima temperado continental
A principal área de ocorrência está entre 35º e 45º N, no 
interior dos continentes, em especial no nordeste e norte 
dos EUA, no interior da península Balcânica, no norte da 
China, interior da Coreia e do Japão e em toda a parte 
centro-leste da Europa.
As temperaturas médias anuais são inferiores às do clima 
temperado oceânico (±10 ºC). A temperatura média do 
mês mais quente ultrapassa os 22 ºC, e a média do mês 
mais frio é inferior a 0 ºC, que significa considerável ampli-
tude térmica anual.
A pluviosidade é baixa, se comparada à do clima temper-
ado oceânico. Nas regiões montanhosas, é ligeiramente 
mais elevada. As maiores precipitações concentram-se nos 
meses de verão, de origem convectiva, e no inverno, sob 
forma de neve.
15
3.6. Clima temperado oceânico
A área de ocorrência se encontra entre 40ºN e 65ºS, com 
destaque para toda a parte atlântica da Europa, do norte 
da Espanha até o sul da Escandinávia, o litoral sul do Chile, 
o extremo sul da Austrália, a Nova Zelândia e a Tasmânia, o 
litoral noroeste dos EUA e o litoral sudoeste do Canadá. As 
temperaturas médias anuais giram em torno de 20 ºC e a 
amplitude térmica anual é considerável, embora diminuída 
pela proximidade do mar, que funciona como elemento de 
equilíbrio térmico. Essas temperaturas baixas são ameniza-
das na costa atlântica europeia porque o calor da corrente 
marítima do golfo diminui o impacto do frio na região.
As chuvas, geralmente de origem frontal, são abundantes 
durante todo o ano. Não há meses secos. A elevada nebu-
losidade é característica, em função da alta umidade do ar.
3.7. Clima subpolar
A área de ocorrência situa-se entre 55º e 65º N, onde estão 
a Suécia, a Finlândia, o norte da Rússia (Sibéria), o Alasca 
e grande parte do Canadá. Faz a transição do clima conti-
nental frio para o clima polar. As temperaturas médias an-
uais são muito baixas, e a média do mês mais quente não 
supera os 10 ºC; nos meses mais frios essa média pode 
atingir –30 °C. As chuvas são escassas e a maior parte das 
precipitações ocorre sob forma de neve ao longo do ano.
3.8. Clima polar
Esse clima está presente nas latitudes mais elevadas, tanto 
ao Norte quanto ao Sul do planeta. As principais áreas de 
ocorrência são as regiões do norte da Sibéria, do Alasca, do 
Canadá, de toda a Groenlândia, da maior parte da Islândia 
e da Antártida. As temperaturas são sempre muito baixas, 
não há uma estação quente. A média do mês mais quente 
não chega a 10 ºC, e a média do mês mais frio é muito in-
ferior a 0 ºC. A média anual é a mais baixa de todo o mun-
do. No período que corresponde ao verão, o aquecimento 
do ar é prejudicado pela inclinação dos raios solares, que 
diminuem a superfície de insolação na região. As chuvas 
inexistem, e as precipitações ocorrem sob forma de neve.
3.9. Clima frio de montanha 
ou clima de altitude
A área de ocorrência desse clima está nas regiões de 
grande altitude das cadeias montanhosas. Todas as pre-
cipitações ocorrem sob forma de neve, e as temperaturas 
chegam, nos pontos mais frios, a –30 ºC; durante o verão 
não chegam a 10 ºC. O principal fator que determina o frio 
é o ar rarefeito, em função da altitude.
Nas regiões dos picos, a superfície inclinada não é favorável 
a um aquecimento homogêneo nem à retenção de calor. 
Assim, a irradiação do calor é bem menor nessas regiões.
multimídia: sites
www.inmet.gov.br
16
CLIMA SUBPOLAR CLIMA POLAR
CLIMA DE ALTITUDE
20
-30
-40
-50
J J JF M MA A S O N O
-20
-10
0
10
220
210
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
40
ºC
ºC
5
-5
-10
-15
-20
J J JF M MA A S O N O
0
10
15
20
25
30
35
0
40
30
20
10
0
-5
-10
J J JF M MA A S O N O
5
0
10
15
20
25
30 60
50
40
30
20
10
0
Climas frios
Subpolar
Polar
Alta
Montanha
P
P
 Lat: 43º Norte Long: 11º Leste
Áustria
VARDO, Noruega
 Lat: 70º Norte Long: 3º Leste
 Groelândia
 Lat: 70º 50’ Norte Long: 40º 42’ Leste
ºC P
Correntes quentes
Correntes marítimas
Correntes frias
Polar
Temperada
Intertropical
Zonas climáticas
Equatorial
Tipos de clima (adaptado da classificação de Köppen)
Fonte: Atlas geográfico. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE; e Strahler, A. N. Physical geography.
3. ed. New York: Wiley, e 1969.
Tropical
Subtropical
Desértico
Semiárido
Mediterrâneo
Temperado
Frio
Polar
Frio de montanha
ESCALA 1:150 000 000
750 0 1 500 km
N
PROJEÇÃO DE ROBINSON
Correntes quentes
Correntes marítimas
Correntes frias
Polar
Temperada
Intertropical
Zonas climáticas
Equatorial
Tipos de clima (adaptado da classificação de Köppen)
Fonte: Atlas geográfico. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE; e Strahler, A. N. Physical geography.
3. ed. New York: Wiley, e 1969.
Tropical
Subtropical
Desértico
Semiárido
Mediterrâneo
Temperado
Frio
Polar
Frio de montanha
ESCALA 1:150 000 000
750 0 1 500 km
N
PROJEÇÃO DE ROBINSON
150º180º 120º 90º
90º
60º
60º
90º
60º
30º 0º
0º
30º
30º
150º 180º120º90º60º30º
Clima
3.10. Classificação climática de Strähler
O norte-americano Arthur Strähler usa os conhecimentos 
sobre a circulação geral da atmosfera para classificar os 
climas. Ele reconhece a importância do mecanismo das 
massas de ar e das frentes na caracterização dos tipos de 
clima. Por isso, sua classificação é denominada dinâmica. 
Para ele, os principais tipos de climas são:
 § Climas das latitudes baixas: influenciados por 
massas de ar quente. 
 § Climas das latitudes médias: influenciados por 
massas de ar tropicais e polares. 
 § Climas das latitudes altas: influenciados por mas-
sas de ar polares. 
Conheça os vários subtipos em que se dividem cada um 
desses tipos climáticos observando o mapa.
O clima da Terra: classificação de Strähler
Fonte: Youtube
multimídia: música
- Segue o seco – Marisa Monte
17
3.11. Classificação climática de Koppen
O geógrafo russo Vladimir Köppen adota a climatologia 
tradicional, chamada de analítica, porque considera sep-
aradamente os principais elementos que caracterizam 
os principais tipos de clima, como chuvas e temperatura. 
Recebeu muitas críticas porque, além de não considerar o 
mecanismo das massas de ar, sua classificação adota um 
sistema de letras maiúsculas e minúsculas, que exigea 
aquisição de uma nova linguagem ou código. 
Os climas do mundo são divididos em cinco grandes tipos 
climáticos, representados por letras maiúsculas: tropicais 
úmidos (A), secos (B), mesotérmicos (C), microtérmicos (D) 
e polares (E).
Os subgrupos são diferenciados pela quantidade de chu-
vas, à exceção dos climas polares. São representados com 
letras minúsculas e algumas maiúsculas. As subdivisões 
são definidas pela temperatura e representadas sempre 
com letras minúsculas. Assim, por exemplo, um clima do 
tipo Cwa é mesotérmico úmido, com chuvas de verão e 
verão quente.
Fonte: Youtube
multimídia: música
- Felicidade – Marcelo Jeneci
Fo
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Apesar dos dois ramos do conhecimento possuírem um caráter interdisciplinar, a Meteorologia costuma estar mais 
atrelada à Física, enquanto a Climatologia é mais relacionado à Geografia. No entanto, um bom climatologista e um 
bom meteorologista precisam ter um amplo conhecimento sobre ambas as áreas.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
18
DIAGRAMA DE IDEIAS
FENÔMENOS 
CLIMÁTICOS 
DEVASTADORES
FURACÃO TORNADO
ANOMALIAS
CLIMÁTICAS
EL NIN
~
O LA NIN
~
A
GRANDES CLIMAS
TROPICAL
DESÉRTICO
EQUATORIAL
MEDITERRÂNEO
TEMPERADO
CONTINENTAL
TEMPERADO
OCEÂNICO
POLAR
SUBPOLAR
FRIO DE 
MONTANHA
19
 Climas do BrasilAULAS 
11 e 12
“(...) a compreensão de fenômenos como secas, en-
chentes e elevação da temperatura não deve ser preocu-
pação exclusiva de cientistas e pesquisadores, mas de 
todos os cidadãos. É necessário que os indivíduos per-
cebam em que medida tais ocorrências são frutos de fa-
tores naturais ou da ação do próprio ser humano. Após 
conhecer as várias dimensões dos fenômenos climáticos, 
cada cidadão será capaz de exigir, tanto das autoridades 
governamentais como de toda a sociedade, uma ação 
eficaz voltada para a preservação do meio ambiente e, 
consequentemente, da vida.”
CONTI, José Bueno; FURLAN, sueli Angelo.
1. Introdução
Para o entendimento do papel do clima na organização 
do espaço geográfico de uma dada região, parte-se do 
princípio de que ele é um dos elementos de seu sistema 
natural, o ambiente, e que disponibiliza seus recursos à so-
ciedade. O clima vem assumindo um posto de destaque nas 
últimas décadas, sobretudo com a crescente preocupação 
com a degradação ambiental e com a contínua depleção 
dos recursos naturais, sendo considerado elemento-chave 
capaz de direcionar as ações do homem, que é o agente, a 
princípio, teoricamente apto a intervir no ambiente.
Nesse sentido, o clima é um dos aspectos que expressa a 
relação entre a sociedade e a organização econômica e so-
cial do espaço urbano, já que, por um lado, eventos extrem-
os que estejam ligados à temperatura ou às precipitações 
fora dos padrões normais repercutem na qualidade de vida 
da população que habita as grandes cidades. Por outro, o 
espaço físico atua como fator geográfico de modificação 
das condições iniciais do clima, alterando, assim, as proprie-
dades inerentes aos sistemas atmosféricos atuantes sobre 
uma dada região. Como vimos em aulas anteriores, o en-
tendimento e a caracterização do clima de um lugar depen-
dem do estudo do comportamento do tempo durante pelo 
menos 30 anos: das variações da temperatura e da umi-
dade, do tipo de precipitação (chuvas, neve ou granizo), da 
sucessão das estações úmidas e secas etc. Por essa razão, o 
clima é definido por Max Sorre como uma “sucessão habit-
ual dos tipos de tempo num determinado local da superfície 
terrestre”, enquanto o tempo é apenas o estado da atmos-
fera de um lugar, num determinado momento.
Tropicalidade
Altitude
Correntes marinhas
Vegetação
Relevo
Continentalidade /
maritimidade
Massa de Ar
O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, apre-
senta uma ampliada diversidade climática, que se organiza 
por meio da ação de diversos fatores e elementos que influ-
enciam o comportamento da atmosfera. Em alguns pontos, 
predominam os efeitos de massas de ar quente; em outros, 
de massas de ar fio. Há também as ações da vegetação, da 
altitude e das variações de latitude, entre outros aspectos. 
A maior parte da área do Brasil está localizada na Zona 
Intertropical, ou seja, nas zonas de baixas latitudes, com cli-
mas quentes e úmidos. A essa característica, denominamos 
tropicalidade, determinada pela diferença de insolação 
recebida pelas várias regiões do país. Além dessa carac-
terística importante do clima brasileiro, também podemos 
citar as elevadas temperaturas na maior parte do território, 
os regimes pluviométricos e o mecanismo das massas de 
ar. Outro fator interessante do clima brasileiro refere-se à 
amplitude térmica (diferença entre as médias anuais de 
temperatura máximas e mínimas), conforme se aproxima 
da linha do Equador, a amplitude térmica é menor. 
1.1. Relembrando...
Uma vez sempre iluminada pelo Sol, por que a insolação não 
é igual em todos os lugares da Terra, durante o ano todo?
Por duas razões:
 § No movimento de translação, a Terra gira em torno do 
Sol em uma órbita elíptica. No entanto, o Sol não está 
situado exatamente no centro dessa elipse. Por essa 
razão, a Terra não está sempre à mesma distância do 
Sol, enquanto percorre sua órbita.
CompetênCia: 6 Habilidade: 30
20
Movimento de translação da Terra
Fonte: <Alunoonline.uol.com.Br/geogrAFiA/
movimentos-trAnslAção.html>. (AdAptAdo)
 § Em seu movimento de rotação, o eixo da Terra tem uma 
inclinação de mais ou menos 23° em relação à perpen-
dicular ao seu plano de órbita.
Inclinação do eixo da Terra
Fonte: <proJetoAzul.Blogspot.com.Br/2012/04/
inclinAção-dA-terrA-em-seu-eixo.html>.
Uma das principais consequências do movimento de 
translação da Terra são as estações do ano, opostas nos 
dois hemisférios em virtude da inclinação do eixo terres-
tre. As datas que marcam o início dessas estações de-
terminam a maneira e a intensidade com que os raios 
solares atingem a Terra. Esses dias recebem o nome de 
equinócios e solstícios.
No dia 21 de junho, os raios solares chegam verticalmente 
ao paralelo de 23º27’N (Trópico de Câncer), quando então 
ocorre o solstício de verão no Hemisfério Norte. É o dia 
mais longo e a noite mais curta do ano, que marcam o in-
ício do verão nesse hemisfério. No Hemisfério Sul acontece 
o solstício de inverno, com a noite mais longa do ano, mar-
cando o início da estação fria (inverno) nesse hemisfério.
No dia 21 de dezembro, os raios de sol incidem vertical-
mente sobre o Trópico de Capricórnio (23º27’S). É o sol-
stício de verão no Hemisfério Sul, com o dia mais longo 
do ano e o início do verão nesse hemisfério. No Hemisfério 
Norte acontece a noite mais longa do ano. É o início do 
inverno naquele hemisfério.
A partir dos solstícios, as diferenças de duração entre os 
dias e as noites vão diminuindo, até que em determinadas 
datas ficam exatamente iguais (12 horas), com exceção das 
regiões polares, porque os raios solares incidem perpen-
dicularmente sobre a linha do Equador. É quando temos 
o equinócio (palavra que significa noites iguais aos dias), 
que ocorre nos dias 21 de março (equinócio de outono, no 
Hemisfério Sul, e de primavera, no Hemisfério Norte) e 23 de 
setembro (equinócio de primavera, no Hemisfério Sul, e de 
outono, no Hemisfério Norte).
Em razão da posição geográfica ocupada pelo Brasil, não é 
muito fácil percebermos exatamente as estações do ano e 
os equinócios e solstícios, principalmente nas regiões próx-
imas ao Equador. 
Essas duas ocasiões são mais perceptíveis à medida que 
nos afastamos do Equador (baixa latitude) em direção às 
altas latitudes.
Fonte: <https: pt.wikipediA.org/wiki/solstício>
1.2. As diferenças de insolação
A quantidade de luz solar (insolação) recebida pelas várias 
regiões do país durante o ano não é uniforme. Nas áreas 
21
mais próximas do Equador, essa incidência de luz solar é 
mais ou menos constante durante todo o ano; por isso há 
poucas diferenças na duração dos dias e das noites nas 
quatro estações do ano. Porém, à medida que nosaprox-
imamos das regiões subtropicais e temperadas, essas dif-
erenças vão ficando cada vez mais claras: no inverno, as 
noites são mais longas; no verão, os dias duram mais.
Essa é uma das explicações para o horário de verão: 
quando se adianta uma hora nos relógios dos estados da 
porção Sul, para que haja melhor aproveitamento da luz 
solar, economiza-se mais energia elétrica. Não é adotado 
na porção Norte, porque não haveria resultados práticos.
O que explica essa diferente insolação recebida por todo 
o território brasileiro é o movimento de translação e suas 
consequências: os solstícios e equinócios, que configuram 
as estações do ano, bem como a inclinação do eixo de ro-
tação da Terra.
A troposfera (local de movimentação das massas de ar) 
não é uma camada homogênea e, por isso, as massas de ar 
são classificadas de acordo com a latitude e as suas regiões 
de origem, continental ou marítima. As massas que se orig-
inam em latitudes altas são chamadas de massas polares 
ou árticas e as massas de ar que se formam em latitudes 
baixas são denominadas massas de ar tropical ou equa-
torial. Massas de ar continentais são secas, enquanto que 
as marítimas são de monção úmida. Os sistemas frontais 
separam as massas de ar que têm diferentes densidades e 
temperaturas. Uma vez que uma massa de ar se move para 
longe de sua região de origem, fatores como a vegetação e 
disponibilidade de água numa determinada região podem 
modificar rapidamente o seu caráter. Isto quer dizer que, ao 
se deslocarem, as massas de ar vão aos poucos, perdendo 
as suas características de temperatura, pressão e umidade 
originadas no momento de sua formação. Esse desloca-
mento ocorre sempre no sentido das altas pressões para 
as baixas pressões.
Frentes quentes e frentes frias
Frente quente é a parte dianteira de uma massa de ar 
quente em movimento. O ar frio é relativamente den-
so e o ar quente tende a dominá-lo, produzindo uma 
larga faixa de nuvens e uma chuva fraca e persistente 
e às vezes nevoeiro esparso. As frentes quentes ten-
dem a deslocar-se lentamente e podem ser facilmente 
alcançadas por frentes frias, formando frentes oclusas. 
Quando uma frente deixa de se mover, chamamos de 
frente estacionária. As frentes quentes deslocam-se 
do equador para os polos. Como o ar quente é menos 
denso que o ar frio, a massa de ar quente sobe por 
cima da massa de ar mais frio e geralmente ocorre 
precipitação. A temperatura eleva-se já ligeiramente 
antes da chegada da frente quente, porque as nuvens 
aumentam localmente o “efeito de estufa” na atmos-
fera, absorvendo radiação da superfície terrestre e 
emitindo radiação de volta à superfície. Uma frente 
quente é representada simbolicamente por uma linha 
sólida com semicírculos que apontam para o ar frio e 
na direção do movimento.
Frente fria é a borda dianteira de uma massa de ar 
fria, em movimento ou estacionária. Em geral a massa 
de ar frio apresenta-se na atmosfera como um domo 
de ar frio sobre a superfície. O ar frio, relativamente 
denso, introduz-se sob o ar mais quente e menos 
denso, provocando uma queda rápida de temperatu-
ra junto ao solo, seguindo-se de tempestades e tam-
bém de trovoadas. As frentes frias deslocam-se dos
Fonte: YoutuBe
multimídia: vídeo
Documentário de 2010 “Clima – Criando a 
paisagem” 
2. ElEmEntos do clIma do 
BrasIl: as massas dE ar
Massa de ar, em meteorologia, são grandes porções de 
ar que apresentam condições internas de temperatura, 
pressão e umidade relativamente homogêneas, influen-
ciadas pela região onde são formadas. Cobre centenas 
ou milhares de quilômetros quadrados e possui as mes-
mas características da superfície que está abaixo dela. O 
local de formação da massa de ar é denominado região 
de origem e é neste local que a massa de ar irá adquirir 
suas características de temperatura, pressão e umidade. 
Portanto, uma massa de ar que se forma sobre uma su-
perfície gelada, como a Antártida, apresenta característi-
cas típicas dessa região, ou seja, temperatura baixa, alta 
pressão e pouca umidade.
22
polos para o Equador, predominante de No-
roeste, no Hemisfério Norte, e de Sudoeste no 
Hemisfério Sul. Não estão associadas a um pro-
cesso suave: as frentes frias movem-se rapi-
damente e forçam o ar quente a subir. Quando 
uma frente fria passa, a temperatura pode baixar 
mais de 5 °C só durante a primeira hora. Quan-
do uma frente deixa de se mover, designa-se por
frente estacionária. Uma frente fria é represen-
tada simbolicamente por uma linha sólida com 
triângulos que apontam para o ar quente e na 
direção do movimento.
 Frente fria 
Frente quente 
Frente oclusa 
Frente estacionária
2.1. O mecanismo das 
massas de ar no Brasil
As massas de ar constituem elemento determinante dos 
climas brasileiros porque podem mudar bruscamente o 
tempo nas áreas onde atuam. 
O Brasil sofre a influência de praticamente todas as massas 
de ar que atuam na América do Sul, exceto as que têm ori-
gem no oceano Pacífico (oeste), cuja influência é limitada 
pela cordilheira dos Andes que barra a sua passagem para 
o interior do continente. 
O mecanismo das massas de ar no Brasil depende da circu-
lação geral da atmosfera na Terra.
Por ter 92% de seu território na zona tropical e estar loca-
lizado no Hemisfério Sul, onde as massas líquidas (oceanos 
e mares) ocupam mais espaço do que as massas sólidas 
(terras), o Brasil é influenciado predominantemente pelas 
massas de ar quente e úmida.
2.1.1. Massa equatorial continental (mEc)
Quente e úmida, com origem na região noroeste da Ama-
zônia. Durante o inverno, essa massa restringe sua atuação 
à Amazônia ocidental, que é chuvosa durante todo o ano. 
No verão ocorre o escoamento de ar quente e úmido em 
baixos níveis altimétricos, em direção às latitudes mais al-
tas e a leste. Ou seja, durante o verão, a massa equatorial 
continental exerce influência sobre a Amazônia oriental, 
Meio-Norte (PI e MA), Centro-Oeste, Sudeste e, às vezes, 
sobre o sertão nordestino. Tem papel fundamental no 
transporte de umidade para outras regiões do país, devido 
ao forte processo de evapotranspiração da floresta.
2.1.2. Massa equatorial atlântica (mEa)
Quente e úmida, formada no Atlântico equatorial e atuan-
te sobretudo nos litorais do Nordeste e amazônico (Pará e 
Amapá). Essa massa contribui com 45% das chuvas que 
caem durante o período chuvoso nas proximidades da costa 
litorânea leste dos estados do Pará e Amapá. A massa equa-
torial atlântica, ao encontrar com o ar do continente, forma 
as chamadas linhas de instabilidade (LI), caracterizadas pelos 
grandes conglomerados de nuvens cumulonimbus (nuvens 
cinzas que causam chuvas e trovoadas). São formadas gra-
ças à circulação de brisa marítima – por influência da mEa 
–, podendo prolongar-se para o interior do continente ou 
até mesmo para o extremo oeste da Amazônia. A mEa é a 
causadora de precipitações na Amazônia central durante a 
estação seca (inverno); ao cair da tarde, em virtude da di-
minuição da temperatura do ar e do acúmulo de vapor de 
água, ocorrem chuvas convectivas nas áreas dessas linhas. 
No litoral nordestino, causa chuvas principalmente no perío-
do de inverno – de maio a setembro –, época em que a ZCIT 
se desloca para o norte e a circulação dos ventos alísios se 
intensifica (sopram para leste), trazendo mais chuvas.
As Linhas de Instabilidade – LI, que se formam princi-
palmente nos meses de verão no Hemisfério Sul (de-
zembro a março), encontram-se ao sul da Linha do 
Equador influenciando as chuvas no litoral norte do 
Nordeste e regiões adjacentes e ocorrem no período 
da tarde e início da noite.
As Linhas de Instabilidade são bandas de nuvens 
causadoras de chuva, normalmente do tipo cumulus, 
organizadas em forma de linha (figura), daí o seu 
nome. Sua formação se dá basicamente pelo fato 
de que com a grande quantidade de radiação solar 
incidente sobre a região tropical ocorre o desenvol-
vimento das nuvens cumulus, que atingem um nú-
mero maior à tarde, quando a convecção é máxima,com consequentes chuvas. Outro fator que contribui 
para o incremento das Linhas de Instabilidade, prin-
cipalmente nos meses de fevereiro e março, é a pro-
ximidade da ZCIT.
Se uma linha de instabilidade se forma sobre regiões 
áridas, uma tempestade de areia conhecida como 
haboob pode resultar na formação de fortes ventos 
que carregam consigo poeira da superfície. Atrás de 
uma linha de instabilidade madura, uma área de 
baixa pressão em altitudes médias pode se formar, 
o que tende a criar um súbito aumento de tempera-
tura por conta da massa de ar descendente que não 
mais está sendo resfriada pela chuva.
23
vezes pelo ar quente continental, e dirige-se a norte pelo 
Atlântico, preferencialmente. Mesmo vindo via oceano, 
chega enfraquecida ao litoral oriental, onde encontra a 
mTa, causando chuvas frontais. Às vezes, a mPa conseg-
ue vir através do continente no verão, atingindo o Sul 
e algumas partes do Sudeste brasileiro, causando mais 
chuvas frontais do que propriamente o frio. No inverno, 
essa massa penetra a América do Sul pela Patagônia – no 
sudeste da Argentina –, onde se encaminha para o Brasil, 
entrando pelo Rio Grande do Sul. Como vem por terra, a 
massa chega já bem mais seca que na sua origem e, por 
ser inverno, é muito mais fria do que no verão. A mPa 
pode chegar na Amazônia no inverno e causar o fenôme-
no conhecido por friagem.
Atuação das massas de ar no Brasil – inverno e verão
Brasil - Massas de ar Brasil - Massas de ar
Verão
Equador
Inverno
mEc
mEa
mTa
mEc
mTa
mPa
mTc
Equador
Alísio de
sudeste
mEa → Equatorial
atlântica
mEc → Equatorial
continental
mTa → Tropical
atlântica
mPa → Polar atlântica
mTc → Tropical
continental
mTc
mEa
Fonte: educação.globo.com/geogra�a
2.1.3. Massa tropical atlântica (mTa)
Quente e úmida se forma próxima à latitude 30°S, entre 
o Brasil e a África. Essa massa de ar traz umidade e chu-
vas para o litoral oriental brasileiro – notadamente entre 
o “cotovelo” do RN e o norte do RS – ao longo do ano. 
Grande parte dos maiores índices pluviométricos no litoral 
é registrado no verão, com exceção do litoral oriental do 
Nordeste, pois naquela latitude as temperaturas variam 
muito pouco durante o ano, e os alísios sopram com mais 
força no inverno. A mTa também penetra o continente, 
trazendo chuvas orográficas em diversos locais, como no 
planalto da Borborema, na chapada Diamantina e nas ser-
ras do Mar e da Mantiqueira.
2.1.4. Massa tropical continental (mTc)
Quente e seca, forma-se no anticiclone tropical na planície 
do Chaco. O Chaco é uma região de planícies alagáveis 
que se estendem pelo norte da Argentina, noroeste do 
Paraguai, leste da Bolívia (mais seco) e chega ao Brasil, 
onde recebe o nome de Pantanal – no sudeste do MT e 
no oeste do MS. A baixa do Chaco se intensifica no verão 
e forma um anticiclone em altos níveis, que é a alta da 
Bolívia. No verão, a mTc penetra no país pelo oeste, atua 
com mais força sobre o Pantanal e exerce ação admirável 
em outras regiões, como no noroeste paranaense, Goiás, 
Tocantins e nas partes restantes do Mato Grosso e Mato 
Grosso do Sul, além de ação periférica em Minas Gerais e 
oeste paulista.
2.1.5. Massa polar atlântica (mPa)
É a mais famosa de todas. Tem origem no oceano Atlânti-
co, junto ao extremo sul da Patagônia. É fria e úmida. No 
verão, por causa das temperaturas muito altas predom-
inantes no continente sul-americano, a massa não con-
segue penetrar com força no continente, barrada muitas 
Climatologia – noções básicas e climas do 
Brasil - Francisco Mendonça e Ines Moresco 
Danni-Oliveira 
Climatologia – noções básicas e climas 
do Brasil é uma obra de referência que 
reúne conceitos básicos de climatologia 
e meteorologia, com destaque para os 
domínios climáticos e sistemas atmosféricos 
que regem tempo e climas do continente sul-
americano e Brasil.
multimídia: livros
24
Zona de Convergência Intertropical
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é a área que circunda a Terra, próxima ao equador, onde os ventos orig-
inários dos Hemisférios Norte e Sul se encontram. A ZCIT era inicialmente chamada, entre os anos 1920 e 1940, 
de Frente Intertropical (FIT), mas, com o reconhecimento, nos anos 1940 e 1950, da relevância da convergência de 
ventos para a determinação do clima tropical, o termo ZCIT passou a ser aplicado. Na escala planetária, a ZCIT está 
localizada no ramo ascendente da célula de Hadley, atuando no sentido de transferir calor e umidade dos níveis 
inferiores da atmosfera das regiões tropicais para os níveis superiores da troposfera e para médias e altas latitudes. 
Entretanto, a ZCIT dinamicamente é uma região de baixa pressão, tendo convergência de escoamento em baixos 
níveis e divergência em altos níveis, sendo a fonte principal de precipitação nos trópicos (chuvas fortes), responsável 
por condições de mau tempo sobre uma extensa área e o desenvolvimento vertical das nuvens que se estende até 
a alta troposfera das regiões tropicais.
Onde a ZCIT se junta à circulação de monção, ela é chamada de cavado de monção, termo de uso mais comum na 
Austrália e em algumas regiões da Ásia. Os primeiros marinheiros deram a este cinturão de calma o nome de dol-
drums (literalmente, desânimo), por causa da inatividade e estagnação em que eles ficavam após dias sem ventos. 
Permanecer numa calmaria nesta região, num clima quente e abafado, poderia significar a morte numa época em 
que o vento era o único propulsor eficiente para os navios no oceano. Mesmo hoje, marinheiros em barcos de lazer 
ou de competição procuram cruzar a região o mais rápido possível, pois o clima errático e os padrões de vento 
podem causar atrasos indesejados.
A ZCIT se apresenta como uma faixa de nuvens com grande desenvolvimento vertical (Cb – Cumulonimbus), fre-
quentemente de tempestades, que circunda o globo próximo ao equador. No Hemisfério Norte, os ventos alísios se 
movem de nordeste para sudoeste, enquanto no Hemisfério Sul eles vão de sudeste para noroeste. Quando a ZCIT 
está posicionada ao norte ou ao sul do Equador, essas direções variam conforme a força de Coriolis, provocada pela 
rotação da Terra.
A ZCIT está inserida numa região onde ocorre a interação de características marcantes atmosféricas e oceânicas, 
tais como:
 § Zona de confluência dos Alísios (ZCA);
 § Zona do Cavado Equatorial;
 § Zona de Máxima Temperatura da Superfície do Mar (TSM);
 § Zona de Máxima Convergência de Massa;
 § Zona da banda de Máxima Cobertura de Nuvens Convectivas.
Todas essas características interagem próximo à faixa equatorial. Apesar dessa interação, as características não se 
apresentam, necessariamente ao mesmo tempo, sobre a mesma latitude.
25
Influências da ZCIT no Brasil
A ZCIT é um dos principais sistemas geradores de 
precipitação na região Norte e Nordeste do Brasil. 
A quantidade de precipitação durante o verão do 
HS na região Norte, é influenciada por fatores como 
os mecanismos de brisa marítima, que particular-
mente ocorre o ano todo; a penetração de sistemas 
frontais, pois nessa época do ano a Alta Subtropi-
cal do Atlântico Sul (ASAS) está mais para o ocea-
no permitindo assim que o fenômeno de bloqueio 
não ocorra dentro do continente; ao aparecimento 
da Baixa do Chaco, que aumenta a confluência em 
baixos níveis e dessa maneira articula a convecção 
profunda associada a alta umidade vinda da flor-
esta Amazônica e enfim a ZCIT, que na estação de 
verão está posicionada em latitudes que compreendem a parte Norte e Nordeste do Brasil. No inverno a ZCIT 
está posicionada em latitudes mais ao norte, entretanto sua influência restringe-se apenas ao estado de Roraima.
Em anos de El Niño o ramo descendente da célula de Walker se desloca para a região sobre a Amazônia 
inibindo a convecção. Os ventos Alísios de nordeste estão bem mais fracos, diminuindo assim o fluxo de 
umidade vinda dos oceanos que penetra na região Amazônica. Contudo, a ZCIT está posicionada bem mais 
ao norte do que sua posição normal e então períodos de El Niñosão extremamente secos, durante o que 
seria a estação chuvosa (janeiro, fevereiro e março - JFM) da região Norte, mais precisamente na Amazônia 
Central. A região Nordeste fica bem ao sul da ZCIT em anos secos, ou seja, em uma região preferencialmente 
de subsidência que inibe a precipitação. Em anos chuvosos a ZCIT se desloca até 6ºS atingindo a costa norte 
do Nordeste, permanecendo por períodos mais longos no HS até o mês de maio. Vale lembrar que o antici-
clone do Atlântico Norte e consequentemente os ventos alísios de nordeste estarão mais intensos em anos 
chuvosos, logo a ZCIT estará mais ao sul.
Zona de Convergência do Atlântico Sul
Climatologicamente, a zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS) pode ser identificada, na composição de imagens 
de satélite, como uma banda de nebulosidade de orientação Noroeste/Sudeste, estendendo-se desde o sul da região 
amazônica até a região central do Atlântico Sul. Atua geralmente entre as regiões Centro-Oeste e Sudeste. Para a ZCAS 
se formar é necessário uma frente fria bloqueada sobre o sudeste e alimentada pela umidade que vem da Amazônia 
em altitude, formando assim, um grande corredor de umidade de nuvens carregadas.
Para ser considerada ZCAS, é preciso que esse processo dure pelo menos quatro dias, pois quando uma frente fria fica 
parada por menos de quatro dias, os meteorologistas chamam esse fenômeno de Zona de Convergência de Umidade 
(ZCOU). Quando a ZCAS se forma é sinal 
de grandes volumes de chuvas que, as 
vezes, perduram por quase uma semana, 
podendo provocar transbordamentos de 
rios e enchentes. A época mais comum 
para a formação da ZCAS no Brasil é o 
verão, pois é justamente nessa época do 
ano que acontece o fluxo de umidade 
da Amazônia para o Sudeste do país. Os 
meteorologistas conseguem prever a for-
mação da ZCAS com pelo menos 11 dias 
de antecedência.
mm.
3300
3000
2700
2400
2100
1800
1500
1200
900
600
300
Fonte: INMET 1931/1930
26
2.2. Pluviosidade do Brasil
Apesar de o país apresentar médias anuais pluviométricas 
em torno de mil milímetros, as chuvas não se distribuem de 
modo uniforme por toda sua extensão.
Em algumas áreas, como em trechos da Amazônia, no lito-
ral sul da Bahia e no trecho paulista da serra do Mar, chove 
mais de 2 mil milímetros por ano. É o caso da Amazônia, 
de Belém (PA), com 2,2 mil mm anuais, e em São Paulo; na 
área banhada pelo rio Itapanhaú, em Bertioga, chove mais 
de 4 mil milímetros.
No extremo oposto está o Sertão do Nordeste, com totais 
bem abaixo da média do país, como nas localidades de 
Cabaceiras, na Paraíba (331 mm anuais), e Areia Branca, 
no Rio Grande do Norte (588 mm anuais). 
Na maior parte do território brasileiro chove anualmente 
mil e dois mil milímetros. 
A porção situada abaixo do paralelo 20ºS, onde predomina 
o clima subtropical, é caracterizada pela relativa uniformi-
dade das chuvas ao longo do ano.
2.3. Temperaturas
Em quase 95% de nosso território, temos médias térmicas 
superiores a 18 ºC, como decorrência da tropicalidade. Ob-
serve no mapa Temperatura Média Anual.
Entretanto, o comportamento das temperaturas está su-
jeito à influência de outros fatores além da latitude: a alti-
tude, a continentalidade e as correntes marítimas.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no 
Brasil a temperatura máxima (43,2 ºC) foi registrada, em 
1982, na cidade de Bom Jesus do Piauí, no estado do Pi-
auí; e a mínima (–11,6 ºC), na cidade de Xanxerê, no estado 
de Santa Catarina, em 25 de julho de 1945. No primeiro 
caso, latitude e a influência do oceano pode explicar a ocor-
rência de altas temperaturas; no segundo, o frio extremo é 
consequência da conjugação dos fatores latitude (média) e 
altitude (alta).
Temperatura média anual
Fonte: YoutuBe
multimídia: música
- A chuva cai – Beth Carvalho
3. os fatorEs do clIma no BrasIl
Diversos fatores podem modificar os elementos que com-
põem o clima. No caso brasileiro, destacamos a altitude, a 
latitude, a continentalidade, a maritimidade e as correntes 
marinhas, que podem ter maior ou menor influência no 
clima brasileiro.
27
3.1. Altitude
Quanto maior a altitude, mais frio será. Mas somente a in-
fluência da altitude, isolada de outros fatores, não é muito 
marcante no Brasil, porque mais de 95% do relevo brasilei-
ro está a menos de 1,2 mil metros de altitude. Campos do 
Jordão, em São Paulo, e as serras gaúchas e catarinenses, 
com altitudes acima de 1,2 mil metros são exceções. Esta 
tabela ilustra diferentes médias térmicas anuais registradas 
suas altitudes.
Relação entre a altitude e a temperatura
Fonte: iBge. Anuário estAtístico do BrAsil, 1999. 
3.2. Latitude
Esse fator influencia os climas no Brasil porque o território 
brasileiro apresenta quase 40º de variação latitudinal. Nas 
altas latitudes, as temperaturas são mais baixas e as amplitu-
des térmicas, maiores. Portanto, as cidades próximas à linha 
do Equador (região Norte) têm amplitudes térmicas menores 
e temperaturas mais altas do que as cidades do Sul e do 
Sudeste, em virtude das diferenças de latitude entre elas.
Fator latitude e médias térmicas.
Fonte: iBge. AtlAs nAcionAl do BrAsil, 2000.
3.3. Continentalidade e maritimidade
Quanto menor a distância em relação ao mar, menor a am-
plitude térmica de uma cidade, porque a proximidade do 
mar torna as temperaturas mais estáveis. Isso ocorre em 
consequência do “efeito regulador de caráter térmico” que 
as águas dos oceanos exercem sobre as terras próximas. 
Por exemplo, a cidade de Santos, em São Paulo, possui me-
nor amplitude térmica do que cidades localizadas no inte-
rior do território brasileiro, como as dos estados de Mato 
Grosso e Mato Grosso do Sul.
Fonte: <proFessorAlexinowAtzki.weBnode.com.Br/climAtologiA/
FAtores-do-climA/continentAlidAde-e-mAritimidAde>.
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3.4. Correntes marítimas
O Brasil sofre influência de duas correntes marítimas quentes: 
a corrente do Brasil (no sentido sul) e a corrente das Guianas 
(no sentido norte), que contribuem para os climas quentes.
Correntes marítimas que atuam no Brasil
Tropical Semiárido
4. clImas do BrasIl
SEMIÁRIDO
4.1. Clima equatorial
O clima equatorial abrange a região norte brasileira, o 
norte do Mato Grosso e de Tocantins e, ainda, o oeste do 
Maranhão. Todo esse espaço é conhecido por Amazônia 
(entre 5°N e 10°S), área que apresenta clima, vegetação 
e hidrografia típicos de regiões equatoriais. O clima é 
quente e úmido. Devido aos altos valores de energia so-
lar incidente na superfície amazônica, o comportamento 
da temperatura do ar mostra pequena variação ao longo 
do ano. A amplitude térmica sazonal é da ordem de 1° 
a 2 °C/ano – a menor do Brasil – sendo que os valores 
médios se situam entre 24 °C no mês mais frio e 26 °C 
no mês mais quente. Em particular, Belém (PA) apresen-
ta temperatura média mensal máxima de 26,5 °C, no 
mês de novembro, e temperatura mínima de 25,4 °C, em 
março. Manaus (AM), por outro lado, possui seus extremos 
de temperatura nos meses de setembro (27,9 °C) e abril 
(25,8 °C). A exceção é aquela parte mais ao sul (Rondônia 
e Mato Grosso).
A região amazônica possui uma precipitação média de 
aproximados 2,3 mil mm por ano. Existem algumas dif-
erenças no clima da Amazônia, dividido em equatorial úmi-
do e equatorial subúmido (ou semiúmido). Na Amazônia 
ocidental – mais especificamente noroeste do Amazonas 
–, onde atua a massa equatorial continental durante todo 
o ano, não existe estação seca, e as médias pluviométricas 
são altas. Na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela, 
o total anual atinge os 3,5 mil mm, e o clima é dito equa-
torial superúmido. No litoral do Pará e do Amapá, os níveis 
de precipitação também são altos (cerca de 2,5 mil mm ao 
ano) e sem período de seca definido, pois há influência das 
linhas de instabilidade que se formam ao longo da costa 
litorânea durante o período da tarde e são forçadas pela 
brisa marítima. Nessa área, o clima é equatorial úmido.
O período de chuvas ou de forte atividade convectiva na 
região

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