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1 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES JATOS LIVRES O escoamento do tipo jato livre ocorre quando um fluido é expandido por meio de um bocal ou orifício para um ambiente no qual o escoamento não é diretamente afetado por um contorno fixo (STRÖHER et al., 2012). As principais aplicações dos jatos livres na hidráulica são: tomadas d´água em sistemas de abastecimento, projetos de irrigação e drenagem, projetos hidrelétricos, estações de tratamento de água e de esgoto, sistema de alimentação de combustíveis de veículos automotores, queimadores industriais e irrigação por aspersão. Um orifício pode ser descrito como uma abertura localizada em uma das faces do reservatório, ou conduto sob pressão, que permite o escoamento do fluido contido no reservatório. Alguns critérios podem ser utilizados para classificar os orifícios, os principais são: • forma geométrica do perímetro do orifício: circular, retangular, triangular etc.; • plano do orifício em relação à superfície livre do líquido: paralelo, perpendicular etc.; • espessura da parede na qual está o orifício: parede fina (delgada) e parede grossa (espessa). O volume de fluido que é deslocado durante o processo de escoamento é um dos fatores que devem ser levados em conta quando o escoamento de um reservatório é analisado. Como os escoamentos são contínuos, é pertinente analisar o volume deslocado por unidade de tempo, ou seja, o fluxo de volume, também conhecido como vazão. Quando um tanque cheio de água se esvazia através de um orifício, a energia mailto:contato@algetec.com.br 2 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES potencial da água se converte em energia cinética. Assim, desprezando as perdas de carga, a energia cinética e energia potencial podem ser igualadas. A distância entre o fundo do reservatório vertical e o centro do orifício da bancada que será utilizada no laboratório virtual é de 50 mm. Na Figura 1 esta distância é dada por 𝑦0. Figura 1 – Análise do jato de água. 1 2 . 𝑚. 𝑣𝑡 2 = 𝑚. 𝑔. ℎ (1) Onde: 𝑔 é a aceleração da gravidade (9,81 𝑚 𝑠2⁄ ); ℎ é a altura da coluna d’água, em metros (note que a altura final é em relação ao bico do jato e não ao fundo do tanque); 𝑣𝑡 é a velocidade teórica de saída da água no orifício, em 𝑚 𝑠⁄ . Isolando a velocidade teórica apresentada na Equação 1: 𝑣𝑡 = √2. 𝑔. ℎ (2) mailto:contato@algetec.com.br 3 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES Devido às perdas de energia durante o escoamento, como os fatores de viscosidade e atrito interno, a velocidade real na seção contraída é menor do que a velocidade teórica. A relação entre a velocidade real (𝑣𝑟) e a velocidade teórica (𝑣𝑡) é dada pelo coeficiente de velocidade (𝑐𝑣), um valor adimensional que é menor que 1. O valor da velocidade real é obtido durante a realização do experimento, então é possível encontrar o coeficiente de velocidade pela Equação 3: 𝑐𝑣 = 𝑣𝑟 𝑣𝑡 (3) Com isso, o coeficiente de velocidade (𝑐𝑣) pode ser utilizado como fator de correção da velocidade real, permitindo que seja encontrada a velocidade real com uma boa precisão. 𝑣𝑟 = 𝑐𝑣 . √2. 𝑔. ℎ (4) O Coeficiente de Descarga (𝐶𝑑) é um fator de correção adimensional utilizado nos cálculos das propriedades do escoamento através de orifícios. Ele é aproximadamente constante para um determinado orifício de parede delgada (fina), e pode ser determinado experimentalmente. Esse coeficiente é definido como o produto entre 𝑐𝑣 (coeficiente de velocidade) e 𝑐𝑐 (coeficiente de contração), sendo este último a divisão entre a área da seção contraída do jato e a área do orifício. 𝐶𝑑 = 𝑐𝑣 . 𝑐𝑐 (5) mailto:contato@algetec.com.br 4 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES A seção contraída de um jato é uma redução no diâmetro da sua seção transversal logo após a passagem pelo bocal, tornando a área útil de escoamento menor que a do orifício. Para correção, utiliza-se o coeficiente de contração, que ajusta a área real de escoamento do fluido. Como na prática é difícil medir o 𝑐𝑐, é feita a aquisição experimental do coeficiente de descarga, que então pode ser convertido em coeficiente de contração. Figura 2 – Diâmetro do orifício (D) e da seção contraída (Dc). Para escoamento com nível variável do reservatório, 𝐶𝑑 pode ser calculado realizando um experimento em que se mede o tempo de descarga do líquido pelo orifício para uma determinada diferença de nível (h). Desta forma, o coeficiente de descarga é dado por: 𝐶𝑑 = 2. 𝐴𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 𝑡. 𝐴𝑜𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑖𝑜 . √2. 𝑔 . (√ℎ1 − √ℎ2) (6) Onde: 𝐴𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 é a área da seção transversal do tanque (tanque vertical), em milímetros quadrados; 𝐴𝑜𝑟𝑖𝑓í𝑐𝑖𝑜 é a área do orifício, em milímetros quadrados; ℎ1 é o nível 1 do tanque, em metros; ℎ2 é o nível 2 do tanque, em metros; mailto:contato@algetec.com.br 5 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES 𝑡 é o tempo de descarga, em segundos. Observação: Outras unidades podem ser utilizadas para realizar o cálculo do coeficiente de descarga, porém é necessário que o resultado seja adimensional. Vazão do fluido através do orifício: 𝑄 = 𝐶𝑑 . 𝐴𝑜𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑖𝑜 . √2. 𝑔. ℎ (7) 𝑄 = 𝐶𝑑 . 𝐴𝑜𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑖𝑜 . 𝑣𝑡 (8) Onde: 𝐴𝑜𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑖𝑜 é a área do orifício, em milímetros quadrados. Para orifícios circulares: 𝐴𝑜𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑖𝑜 = 𝜋 4 . 𝐷2 (9) Onde: 𝐷 é o diâmetro do orifício, em milímetros. No experimento, são fornecidos bicos com orifícios de diâmetros 4 mm, 6 mm, 8 mm e 10 mm. Figura 3 – Bicos dos orifícios. No equipamento em questão, a área da seção transversal do tanque vertical é retangular com medidas externas 𝐵 = 250 𝑚𝑚 e 𝐿 = 350 𝑚𝑚. Suas paredes possuem espessura de 10 𝑚𝑚. Logo sua área em mm² é: 𝐴𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = (250 − 20). (350 − 20) = 75900 𝑚𝑚² (10) mailto:contato@algetec.com.br 6 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES Sendo: 𝐵 é a largura do tanque vertical, em milímetros; 𝐿 é o comprimento do tanque vertical, em milímetros. Quando o jato sai do orifício, tem-se um lançamento oblíquo horizontal. Descrevendo o sistema em termos de coordenadas cartesianas, a componente horizontal da velocidade pode ser escrita por 𝑥′ e a vertical por 𝑦′. A componente horizontal é constante e igual a velocidade de saída do orifício e a componente vertical depende da aceleração da gravidade. Logo, o movimento na componente 𝑥 é um Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) e na componente 𝑦, um Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). Essas relações são mostradas abaixo. Figura 4 – Comportamento do fluido. Os movimentos em x e y podem ser analisados separadamente, conforme explicado abaixo: mailto:contato@algetec.com.br 7 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES Figura 5 – Gráfico de análise do comportamento do jato. A velocidade horizontal (�̇�) é igual a velocidade de saída do orifício, que neste caso é a velocidade teórica (𝑣𝑡) encontrada na Equação 4. (MRU) �̇� = 𝑣𝑡 = 𝐴𝑙𝑐𝑎𝑛𝑐𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑡 = ∆𝑥𝑡𝑒 𝑡 (11) Como: (MRUV) 𝐻 = 𝑦0 + �̇�0. 𝑡 + 𝑔. 𝑡2 2 (12) Levando em conta que a velocidade inicial (�̇�0) e o posição inicial (𝑦0) são iguais a zero, temos: 𝑦0 = 0 e �̇�0 = 0 𝐻 = 𝑔. 𝑡2 2 mailto:contato@algetec.com.br 8 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES Logo: 𝑡 = √ 2𝐻 𝑔 (13) Como: 𝑣𝑡 = ∆𝑥𝑡𝑒 𝑡 Então: 𝐴𝑙𝑐𝑎𝑛𝑐𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = ∆𝑥𝑡𝑒 = 𝑣𝑡. √ 2𝐻 𝑔 (14) Onde: H é a altura entre o centro do bico e a o plano de referência em que é realizada a medição do alcance horizontal, que no caso deste experimento é de 145 mm; t é o tempo de queda, em segundos; O alcance horizontal experimental (Δx𝑒𝑥𝑝) pode ser encontrado durante a realização do experimento. A diferença entre as equações 14 e 15 é o uso da velocidade teórica e da velocidade experimental. 𝐴𝑙𝑐𝑎𝑛𝑐𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = Δx𝑒𝑥𝑝 = 𝑣𝑟 . √ 2𝐻 𝑔 (15) Dividindo a Equação 15 pela Equação 14 podemos encontrar: mailto:contato@algetec.com.br 9 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS JATOS LIVRES Δx𝑒𝑥𝑝 ∆𝑥𝑡𝑒 = 𝑣𝑟 . √ 2𝐻 𝑔 𝑣𝑡. √ 2𝐻 𝑔 = 𝑣𝑟 𝑣𝑡 (16) Ao comparar o resultado desta divisão com a Equação 3, é possível concluir que: 𝑐𝑣 = Δx𝑒𝑥𝑝 ∆𝑥𝑡𝑒 (17) Logo, o coeficiente de velocidade pode ser encontrado divisão entre o alcance horizontal experimental e o alcance horizontal teórico. mailto:contato@algetec.com.br
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