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SISTEMA DE ENSINO DIREITO ADMINISTRATIVO Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos Livro Eletrônico 2 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Apresentação .................................................................................................................4 Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos ..........................................................................5 1. Abrangência e Linha do Tempo ....................................................................................5 1.1. Concurso Público ......................................................................................................6 1.2. Provimento ..............................................................................................................8 1.3. Posse ..................................................................................................................... 16 1.4. Exercício ................................................................................................................ 18 1.5. Estágio Probatório ................................................................................................ 20 1.6. Estabilidade ...........................................................................................................22 1.7. Vacância .................................................................................................................23 2. Remoção, Redistribuição e Substituição....................................................................26 2.1. Remoção ................................................................................................................26 2.2. Redistribuição ...................................................................................................... 30 2.3. Substituição ..........................................................................................................32 3. Direitos e Vantagens ................................................................................................33 3.1. Vencimento e Remuneração ...................................................................................34 3.2. Indenizações ..........................................................................................................36 3.3. Gratificações e Adicionais ...................................................................................... 41 3.4. Férias ....................................................................................................................46 3.5. Licenças ................................................................................................................47 3.6. Afastamentos .......................................................................................................53 3.7. Concessões ...........................................................................................................54 3.8. Direito de Petição ..................................................................................................55 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 4. Regime Disciplinar ....................................................................................................56 4.1. Deveres .................................................................................................................57 4.2. Proibições ............................................................................................................ 58 4.3. Acumulação de Cargos ..........................................................................................62 4.4. Responsabilidades .................................................................................................64 4.5. Penalidades ...........................................................................................................67 5. Processo Administrativo Disciplinar ..........................................................................71 6. Seguridade Social do Servidor ..................................................................................78 6.1. Beneficiários ..........................................................................................................78 6.2. Benefícios .............................................................................................................79 Resumo ........................................................................................................................93 Mapas Mentais ............................................................................................................ 101 Questões de Concurso ................................................................................................ 104 Gabarito ......................................................................................................................137 Gabarito Comentado ................................................................................................... 139 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO ApresentAção Olá, tudo bem? Espero que sim! Na aula de hoje, estudaremos todos os detalhes sobre a Lei n. 8.112/1990, norma que estabelece o Estatuto dos Servidores Públicos da União. Grande abraço e boa aula! Diogo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO LEI N. 8.112/1990 – SERVIDORES PÚBLICOS 1. AbrAngênciA e LinhA do tempo A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais. É por meio das disposições da mencionada lei, desta forma, que os servidores federais estatutários encontram todos os direitos e garantias a eles conferidos, bem como os requisitos para o seu exercício. No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os agentes pú- blicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que implica em dizer que os empregados públicos federais, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo de atuação do estatuto federal. Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutários dos demais entes federativos, tal como os Estados e os Municípios. Ainda que estes servidores sejam regidos por um estatuto, caberá ao respectivo ente federativo, por meio de lei, a sua edição. A Lei n. 8.112/1990 é aplicada A Lei n. 8.112/1990 não é aplicada Aos servidores estatutários da administração direta federal. Aos empregados públicos federais, que são regidos pelas disposições da CLT. Aos servidores das autarquias (inclusive as em regime especial) federais. Aos servidores públicos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Aos servidores das fundações públicas federais. Aos militares.A linha do tempo do serviço público é uma forma de compreendermos todo o processo de ingresso, desenvolvimento e saída de um respectivo servidor no serviço público. Por meio de sua análise, nos permitirá ter uma visão global de todas as etapas e facilitará a compreensão dos diversos institutos aos quais os servidores federais estão sujeitos. Desta forma, a linha do tempo do serviço público compreende, basicamente, as seguintes fases: a) concurso, b) provimento, c) posse, d) exercício, e) estágio probatório, f) estabilidade e g) vacância. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 1.1. concurso púbLico O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, primando pelo princípio da impessoalidade e assegurando igualdade de condições a todos os candidatos. No entanto, não é de qualquer forma que tal processo pode ser realizado. Caso assim o fosse, seria muito fácil para administradores mal intencionados fraudar as regras previstas e conceder certos favorecimentos para determinados candidatos, desrespeitando gravemente a impessoalidade, princípio basilar de toda a atividade administrativa. Por isso mesmo é que a Lei n. 8.112/1990 se preocupou em estabelecer diversas regras a serem observadas pela administração pública quando da realização de concurso público. Tais regras, salienta-se, devem observar as disposições constitucionais sobre a forma de realização dos concursos públicos, disposições estas de observância obrigatória para toda a administração pública. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Em seus artigos 11 e 12, a Lei n. 8.112/1990 assim estabelece: Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri- ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. § 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Percebam que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, mas nunca, para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, poderá ser exclusivamente de títulos. Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorrogação, que poderá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente previsto para a va- lidade do certame. Exemplo: poderá a administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de 1 ano, estabelecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado uma única vez, por igual período. Assim, vencido o prazo do concurso, pode a administração (trata-se de uma faculdade) pror- rogar a validade do mesmo por mais 1 ano ou realizar um novo concurso. E poderá a administração publicar edital de concurso com o prazo de validade de 2 anos, improrrogáveis? Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que a adminis- tração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de prorrogação. E se fosse publicado um edital com prazo de 1 ano, estabelecendo a possibilidade de prorro- gação por 3 vezes e estando, por isso mesmo, com prazo total inferior a 4 anos, seria válido? Ainda que o prazo total de 4 anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desrespeitada a regra de uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo neste aspecto. E se tivemos um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como prazo de validade 2 anos, com a possibilidade de prorrogação por 1 ano. Estaria a administração, nesta situa- ção, respeitando a Lei n. 8.112/1990? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Aqui, temos uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total respeitado. No entanto, além destas regras, não podemos nos esquecer que a prorrogação, em todos os casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2 anos, 6 meses + 6 meses. 1.2. provimento Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos aprovados. Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem ser estabelecidas pela respectiva administração. Desta forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade com- petente de cada Poder, que deverá observar, conforme as regras estabelecidas no edital, um limite mínimo de provimentos para as pessoas portadoras de deficiência. Tal limite, atualmente, é de até 20% das vagas oferecidas no concurso. Situação interessante ocorre com a possibilidade de os estrangeiros ocuparem cargos públicos. Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 19, o artigo 37, I, da Constituição Federal passou a vigorar da seguinte forma: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requi- sitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Trata-se o inciso em questão de uma norma constitucional de eficácia limitada, carecen- do de regulamentação para que possa produzir efeitos jurídicos. No âmbito federal, coube à Lei n. 8.112/1990 estabelecer, em seu artigo 5º, § 3º, as situa- ções em que os estrangeiros poderão ocupar cargos públicos. As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os proce- dimentos desta Lei. Claramente se percebe que o objetivo da norma federal foi incentivar a pesquisa e o de- senvolvimento tecnológico nacional, possibilitando que profissionais qualificados de outros países venham incrementar o desenvolvimento nacional em determinadas áreas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVOA Lei n. 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo público, sendo elas a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recondução. Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de provimento, sendo que to- das as demais são classificadas como formas de provimento derivadas. De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as formas de provimento derivado previstas no estatuto federal podem ser classificadas em vertical, horizontal ou por reingresso. Nesta classificação, a forma de provimento derivado vertical seria aquela em que o ser- vidor, já atuando na administração pública, passa para um cargo de nível mais elevado na carreira. Trata-se, em nosso ordenamento, da promoção. O provimento derivado horizontal, por sua vez, ocorre quando o servidor não ascende nem é rebaixado profissionalmente, mas sim posicionado em um cargo com as mesmas atribui- ções e responsabilidades do anteriormente ocupado. Das hipóteses da Lei n. 8.112/1990, apenas a readaptação se enquadra em tal classificação. Por fim, temos as formas de provimento derivado por reingresso, que são aquelas em que o servidor retorna para o serviço público após ter sido dele desligado. São classificadas nesta categoria a reversão, a recondução, a reintegração e o aproveitamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Como forma de facilitar a compreensão das formas de provimento previstas na Lei n. 8.112/1990, veremos cada uma delas: Nomeação Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo público, podendo ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para os cargos em comissão. No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de provimento efetivo ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa de aprovação em concurso público anteriormente realizado. Para os cargos em comissão, uma vez que são considerados como de livre nomeação e exoneração, tal característica nem sempre está presente. E isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às funções de direção, chefia e assessoramento, podendo, por isso mesmo, ser livremente escolhidos pela autoridade nomeante, que pode optar por provê-los com um servidor de carreira ou com uma pessoa até então estranha aos quadros funcionais do serviço público. Promoção A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o pro- vimento no cargo de classe mais alta. Como resultado, ocorre simultaneamente uma vacância e um provimento, não gerando saldo a ser reposto pela administração. Vejamos o seguinte exemplo: No âmbito do Poder Judiciário, os cargos são estruturados em três classes, sendo elas denominadas de A, B e C. Cada uma destas classes é subdi- vidida em padrões, de forma que o servidor, ao entrar em exercício, ocupa a classe inicial A e o padrão inicial 1. Após o período de 1 ano de efeito exercício, o servidor passa para o padrão subsequente, permanecendo, contudo, na mesma classe. No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último padrão da classe a que pertence, no entanto, temos a passagem de uma classe para outra da carreira, opor- tunidade em que ocorre a promoção. Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar a classe B. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Readaptação A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua capacidade física ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de aposentadoria. Como exemplo, podemos citar um acidente no qual o servidor ficou impossibilitado de digitar. Se anteriormente tal servidor era responsável pela confecção das intimações e citações no órgão em que atuava, não há, com a limitação ocorrida, a possibilidade de o servidor continuar exercendo tais atividades. Mas percebam que o servidor não está impossibilitado para o serviço público, podendo perfeitamente exercer atividades que não exijam o esforço repetitivo de digitação. Nesta situação, a administração coloca o servidor em um cargo compatível com a limi- tação sofrida. No entanto, para que isso seja possível, devem ser observadas algumas características, conforme estabelece o artigo 24, § 2º, da Lei n. 8.112/1990: “A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de ine- xistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.” Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá a aposentado- ria do respectivo agente público. Questão 1 (CEBRASPE/CESPE/TJ/STM/APOIO ESPECIALIZADO/PROGRAMAÇÃO DE SIS- TEMAS/2018) Acerca do acesso à informação, dos servidores públicos e do processo admi- nistrativo no âmbito federal, julgue o item que se segue. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Se sofrer um acidente que o leve à incapacidade física, o servidor público federal poderá ser readaptado em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as suas limita- ções, ficando em disponibilidade até a vacância do cargo adequado. Errado. Inicialmente, vejamos as disposições do artigo 24 da Lei n. 8.112/1990, que apresenta a regra acerca da readaptação. Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com- patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins- peção médica. § 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado. § 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. Logo, em caso de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como exce- dente, não ficando em disponibilidade, conforme erroneamente afirmado pela questão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Reversão Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, desde que aten- didas as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que o servidor não tenha atingido a idade de 70 anos. Tal forma de provimentopode ocorrer de duas formas: 1) Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da apo- sentadoria. 2) No interesse da administração, desde que, neste caso, o servidor obedeça a uma série de regras: a) tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c) estável quando na atividade; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; e) haja cargo vago; Como não poderia deixar de ser, a reversão será feita para o mesmo cargo anteriormente ocupado pelo servidor, ou então para o cargo resultante de uma possível transformação. Com a reversão, o servidor volta a receber a remuneração que anteriormente recebia, com todas as vantagens de caráter pessoal eventualmente existentes. No caso de reversão por invalidez, tendo a junta médica declarado que os motivos ale- gados pelo servidor, para aposentar-se, são insubsistentes, deverá ele retornar para o serviço público ainda que não haja cargo vago, em plena sintonia com o princípio da indisponibilidade do interesse público. Nesta situação, deverá o servidor exercer suas atribuições como excedente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Aproveitamento O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela administração pública, para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades. Tal forma de provimento encontra previsão no artigo 30 da Lei n. 8.112/1990, que assim dispõe: “O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.” Não entrando em exercício no prazo legal, a disponibilidade será cassada e o respectivo aproveitamento será tornado sem efeito. Recondução Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servidor ao cargo ante- riormente ocupado. Duas são as situações, de acordo com o artigo 29 da Lei n. 8.112/1990, que ensejam a recondução do servidor, sendo que ambas decorrem da estabilidade por ele alcançada no serviço público. “Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II – reintegração do ante- rior ocupante.” Em ambas as situações apresentadas, o servidor público federal já é estável no serviço público, de forma que uma possível inabilitação em estágio probatório relativo a outro concurso por ele prestado não possui o efeito, por si só, de acarretar a exoneração do servidor. Da mesma forma, caso ele passe a exercer as atribuições de um cargo até então ocupado por um servidor demitido, e este, posteriormente, consiga anular a sua demissão na jus- tiça, sendo reintegrado ao cargo que ocupava, não poderá o servidor estável ser exone- rado, devendo ser reconduzido ao cargo onde adquiriu a estabilidade. Ressalta-se que a possibilidade de recondução não é um direito extensível, por analogia, aos servidores estatutários das demais esferas federativas. Desta forma, para que a recondução seja possível, deverão os entes estabelecer tal previsão nos respectivos estatutos funcionais de seus servidores, conforme entendeu o STJ no julgamento do RMS 46.438, realizado em 2015: Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art. 29, I, da Lei n. 8.112/1990/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordena- mento jurídico do estado for omisso acerca desse direito. Isso porque a analogia das legislações estaduais e municipais com a Lei n. 8.112/1990/1990 somente é possível se houver omissão no tocante a direito de cunho constitucional autoaplicável que seria necessário para suprir a omissão da legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao aumento de gastos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Reintegração A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao cargo ante- riormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas as vantagens. Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa ou judicial. Grande controvérsia reside nos efeitos da reintegração para o servidor eventualmente ocupante da vaga decorrente de demissão. Isso porque a Lei n. 8.112/1990 determina que “encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade”. Vejamos: Um servidor X é demitido e entra com uma ação judicial de reintegração. A administração pública nomeia o servidor Y para o cargo vago, que passa a exercer nor- malmente suas atribuições. Posteriormente, o servidor X ganha na justiça o direito de ser reintegrado com todas as vantagens. E o que acontece com o servidor Y, caso este ainda não seja estável e, por isso mesmo, não puder ser reconduzido ou posto em disponibilidade? Durante muito tempo, a doutrina chegou a afirmar que caberia a cada ente federativo disciplinar os efeitos desta situação, sendo que diversas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas afirmavam que o servidor deveria ser exonerado. Nos dias atuais, percebe-se que a possibilidade de exoneração não é viável, haja vista que o novo servidor é um terceiro de boa-fé que não pode ser prejudicado por atos anteriores da administração. Desta forma, em caso de reintegração, o eventual servidor não estável deverá ser mantido como excedente. Questão 2 (CEBRASPE/CESPE/AJ/STM/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2018) Acerca das regras aplicáveis aos servidores públicos do Poder Judiciário, e considerando o que dis- põe a Lei n.º 8.112/1990 e a Lei n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir. Provimento é o ato emanado da pessoa física designada para ocupar um cargo público, por meio do qual ela inicia o exercício da função a que fora nomeada. Errado. O provimento não implica o início da função para o qual a pessoa eventualmente foi nomeada. Isso na medida em que a nomeação se trata de uma mera convocação do particular aprovado em concurso público. 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Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados e anterior- mente nomeados têm o primeiro contato coma administração pública, passando, a partir de então, a serem servidores públicos e estando legalmente investidos em cargo público. Neste sentido, merece destaque os conceitos de cargo e de servidor público apresentados pela Lei n. 8.112/1990, conforme se observa da leitura dos artigos 2º e 3º da norma: Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura orga- nizacional que devem ser cometidas a um servidor. Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente aprovada em con- curso público, nomeada (ato de provimento) e que dentro do prazo legal (30 dias) tomou pos- se perante a autoridade competente. Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que é o conjunto de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora agente público terá na sua carreira profissional. Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo exercício, po- dem também ser utilizados para provimento em comissão. O provimento em comissão é utilizado pela administração pública para as funções de direção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas designadas poderão ou não já ser integrantes do serviço público. 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A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribui- ções, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. § 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. A Lei n. 8.112/1990, em seu artigo 5º, relaciona os requisitos que devem obrigato- riamente ser exigidos para que possa ocorrer a investidura em cargo público. Tais re- quisitos devem ser comprovados no momento da posse, sendo inconstitucional norma O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO que estabeleça outro momento para a sua exigência, tal como a inscrição ou a data da realização das provas. Nos termos da lei, são os seguintes os requisitos exigidos na data da posse: I – a naciona- lidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V – a idade mínima de dezoito anos; VI – aptidão física e mental. Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em virtude das atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a comprovação de ex- periência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso de formação. Questão 3 (CEBRASPE/CESPE/ASS ADM/EBSERH/2018) Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir. A investidura em cargo público ocorre com a nomeação devidamente publicada em diário oficial. Errado. De acordo com o artigo 7º da Lei n. 8.112/1990, “a investidura em cargo público ocorrerá com a posse”. 1.4. exercício Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais da administração pública federal. E como forma do servidor conhecer o local da repartição para onde foi nomeado e se organizar-se melhor com relação a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a Lei n. 8.112/1990 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse, para a entrada em exercício. Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal, teremos, ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor, uma O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO vez que, conforme anteriormente mencionado, a posse é o momento em que o particular passa a constar nos assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, servidor público. Com a nomeação isso não ocorre, tratando-se esta, apenas, de uma forma de “chamar” o candidato nomeado. Por isso mesmo, caso o particular não atenda ao chamado público, o ato apenas será tornado sem efeito, acarretando, como consequência, a nomeação do candidato classificado na posição subsequente. Tais institutos podem ser mais bem visualizados, com os seus respectivos efeitos, por meio do gráfico a seguir: Constitui o exercício o efetivo desempenho do cargo público ou da função de confiança. Nos termos da Lei n. 8.112/1990, compete à autoridade para onde foi nomeado o servidor todas as instruções e orientações necessárias para que o servidor preste suas atividades adequadamente. É durante o exercício do servidor que todas os demais institutos se fazem presentes, de forma que passa ele a contar com uma série de direitos e de obrigações, submetendo-se a um período de estágio probatório e adquirindo, caso cumpra os requisitos previstos em lei, a estabilidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 1.5. estágio probAtório A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo efetivo, o estágio probatório, período de avaliação onde diversos fatores são levados em con- ta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público. O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da eficiência, sendo um dos momentos em que a administração pode verificar se o servidor atende às condições por ela exigidas. Tais condições, de acordo com a Lei n. 8.112/1990, são as seguintes: a) assiduidade; b) disciplina; c) capacidade de iniciativa; d) produtividade; e) responsabilidade. Ainda que o texto da Lei n. 8.112/1990 afirme que o período de estágio probatório é de 24 meses, deve-se ressaltar que, com a entrada em vigorda Emenda Constitucional 19, ocorrida em 1998, o período para aquisição da estabilidade passou a ser de 3 anos. Assim, ainda que a Constituição Federal nada mencione acerca do período necessário para a aquisição de estabilidade, o entendimento esposado por toda a doutrina majoritária é de que o período de estágio probatório deve ser de 3 anos, sendo este o prazo utilizado, atu- almente, no âmbito do serviço público federal. Durante o estágio probatório, o servidor faz jus a uma grande quantidade de direitos, tais como as licenças e os afastamentos. As exceções, como não poderia ser diferente, são muito exigidas pelas bancas organizadoras. Para facilitar a assimilação, relaciona-se a seguir as licenças e os afastamentos que podem ou não ser usufruídos pelos servidores públicos fede- rais que se encontrem em estágio probatório. Licenças e afastamentos passíveis de utilização no estágio probatório Licenças e afastamentos que não podem ser utiliza- dos no estágio probatório Licença por motivo de doença em pessoa da família. Licença para capacitação. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro. Licença para tratar de interesses particulares. Licença para o serviço militar. Licença para desempenho de mandato classista. Licença para atividade política. Afastamento para exercício de mandato eletivo. Afastamento para estudo ou missão no exterior. Afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Uma forma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas é por meio das licenças e afastamentos que não podem ser concedidas ao servidor, que, em conjunto, for- mam o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, mandato classista, tratamento de interesses par- ticulares e capacitação. A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódica e de acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. Quatro meses antes de findo o período do estágio, a avaliação de desempenho do servidor, que será realizada por comissão constituída para esta finalidade, será submetida à homologação da autoridade competente. Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a estabilidade, que, ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas para o cargo público que o servidor eventualmente ocupa. Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois: • caso o servidor já seja estável, terá ele direito de ser reconduzido ao cargo anteriormen- te ocupado. Nesta hipótese, caso o cargo anteriormente ocupado já esteja preenchido por outra pessoa, o servidor inabilitado será aproveitado em outro, a critério da admi- nistração; • caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório acarreta a exone- ração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com o Poder Público é rompido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 1.6. estAbiLidAde A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos esta- tutários. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atri- buições sem a coação das autoridades superiores, que, não fosse a estabilidade, pode- riam condicionar determinados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público. Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e não do cargo em que o servidor se encontra investigo. Neste sentido, merece destaque o en- tendimento de José dos Santos Carvalho Filho: A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana daí que, se o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, não precisará de novo estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos patamares são alcançados nor- malmente pelo sistema de promoções. Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem direitos e garantias com esta qualidade. Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do serviço público, com a possibilidade surreal de termos servidores praticando faltas graves contra a administração sem a possibilidade de demissão. Para que isso não ocorra, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, em seu artigo 22, as hipóteses em que o servidor público federal estável poderá perder o cargo: O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Além delas, temos duas outras possibilidades extraídas do texto da Constituição Federal, sendo elas o procedimento de avaliação periódica e a redução de despesas quando os entes federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 1.7. vAcânciA As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de caráter definitivo, oportunidade em que o agente estatal rompe o seu vínculo com o Poder Público, ou então tratar-se de hipó- teses em que ocorre a simples troca dos cargos ocupados pelo servidor. Vejamos, tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de vacância pre- vistas no estatuto federal, que podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela adiante: Exoneração A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, mas sim do rompimento do vínculo mantido entre o servidor e a administração pública federal. Tal forma de vacância pode ocorrer de maneira voluntária ou involuntária. É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-se de exo- neração de ofício, de iniciativa do Poder Público, estaremos diante da exoneração involuntária. De acordo com a Lei n. 8.112/1990, apenas em duas situações teremos a exoneração involuntária (de ofício) do servidor público ocupante de cargo efetivo: a) Quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; b) Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabe- lecido, que é de 15 dias. Quando se tratar de cargo em comissão, tendo em vista que estes são de livre nomea- ção e exoneração e possuem a característica da transitoriedade, a exoneração poderá ocorrer, a qualquer tempo, à pedido do servidor (voluntária) ou de ofício, no interesse da administração (involuntária). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br24 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Demissão Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do servidor, as situações que acarretam a demissão são hipóteses previstas em lei em que o servidor comete alguma infração disciplinar ou não observa determinadas normas previstas no esta- tuto funcional. A depender da gravidade da conduta, conforme será visto oportunamente, a demissão acarretará a impossibilidade de o servidor retornar ao serviço público dentro do prazo de 5 anos ou até mesmo indefinidamente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Aposentadoria Trata-se da forma de vacância natural, onde o servidor, após atender as condições previstas na Constituição Federal, rompe o seu vínculo com o Poder Público, passando a receber proventos decorrentes da inatividade. Falecimento Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a publicação no diário oficial, objeto de preenchimento por novo servidor público. Posse em cargo inacumulável A posse em cargo inacumulável trata-se da hipótese de vacância em que o servidor público deixa de ocupar um cargo público para ingressar, sem quebra de vínculo com o Poder Público, em outro órgão ou entidade do mesmo ente federativo. Como exemplo, podemos apresentar um particular que tenha sido aprovado para o cargo de Técnico Judiciário de um tribunal do Poder Judiciário federal. Posteriormente, o servidor é aprovado para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Fede- ral do Brasil, cargo que, ainda que integrante do Poder Executivo, pertence à mesma esfera federativa. Nesta situação, como forma de não perder o tempo de serviço público prestado como Técnico Judiciário, bem como utilizar os dias trabalhados na contagem de férias e demais verbas acessórias, o servidor solicita vacância no órgão de origem com base em posse em cargo inacumulável. Caso, em sentido oposto, ele apenas tivesse solicitado exoneração, haveria a quebra do vínculo com Poder Público, sujeitando-se o servidor às eventuais regras instituídas antes da sua investidura no novo cargo. Promoção Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção o servidor é alçado a uma nova classe na carreira, de forma que o cargo anteriormente ocupado fica vago. Por isso mesmo, esta é uma das hipóteses em que ocorre, simultaneamente, um pro- vimento e uma vacância. Readaptação Da mesma forma como ocorre com a promoção, a readaptação é uma forma tanto de provimento quanto de vacância. Vejamos: Se o servidor sofreu uma limitação (física ou mental) e tem que ser aprovei- tado em um cargo compatível com a limitação sofrida, é certo que o cargo anterior- mente ocupado pelo servidor ficará vago. Dessa forma, a administração coloca o servidor em um cargo compatível com a limita- ção sofrida (provimento), ao passo que o cargo anteriormente ocupado fica vago para ser ocupado por outra pessoa (vacância). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Das hipóteses apresentadas pela Lei n. 8.112/1990 como situações de vacância, duas delas constituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, sendo elas a readaptação e a promoção. 2. remoção, redistribuição e substituição 2.1. remoção A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”, conforme determina o artigo 36 da Lei n. 8.112/1990. Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provimento em cargo público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quanto por iniciativa do Poder Público. Neste mesmo sentido, poderá a remoção dar-se com ou sem a mudança da sede onde o ser- vidor desempenha suas atribuições. Na remoção de ofício, é o interesse da administração que é levado em conta, sem margem de opção para a análise da vontade do servidor. Na remoção a pedido, em sentido oposto, é a vontade do servidor que é levada em conta, tratando-se de um ato, via de regra, discricionário do Poder Público. Por isso mesmo, a admi- nistração deve levar em conta a conveniência e a oportunidade para deferir ou não o pedido de remoção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Em determinadas situações, no entanto, teremos a remoção por iniciativa do servidor sem que possa a administração analisar o mérito da questão, tratando-se, por isso mesmo, de um ato vinculado e que deve, obrigatoriamente, ser deferido pelo Poder Público. Três são as situações, de acordo com a Lei n. 8.112/1990 (art. 36, III), que ensejam o de- ferimento da remoção independente da vontade da administração: • para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; • por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; • em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interes- sados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. Da análise das hipóteses de remoção, verifica-se que quando a administração, de ofício, resolve remover o servidor, o que está sendo levado em conta é apenas a vontade do próprio poder estatal, independentemente do servidor concordar ou não com tal procedimento. Já na remoção a pedido, temos duas possibilidades: o pedido ter sido formulado pelo servidor e haver a possibilidade da administração aceitar ou não tal situação, com base no interesse desta, e a situação em que o pedido de remoção ocorre por parte do servidor, não restando alternativa para a administração pública que não seja o seu deferimento. Nesta última hipótese, ou seja, quando a administração se encontra vinculada ao pedido do servidor público, princípios basilares como a saúde e a manutenção do núcleo familiar são levados em conta. Exemplo: na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que tenha sido removido no interesse da administração, objetiva-se assegurar a manutenção do núcleo familiar, evitando-se que uma remoção de iniciativa do Poder Público torne inviável a relação até então existente. 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No caso, estávamos diante de uma funcionária da Caixa Econômica Federal (empresa pú- blica) que fora removida de ofício. Ainda que tal funcionária não seja regida pelas disposições da Lei n. 8.112/1990, mas sim pelas regras previstas na CLT, o seu cônjuge, que é servidor do TCU (regido pelo estatuto federal) tem direito à remoção de ofício. Tal hipótese de remoção, no entanto, não deve ser confundida com as hipóteses em que um dos cônjuges ou companheiros é aprovado em concurso público para outro órgão ou entidade. Nestes casos, como a quebra do vínculo familiar não se deu em função de uma ação do Poder Público, mas sim como decorrência da vontade de um dos membros do casal, não há que se falar em direito à remoção para acompanhar cônjuge, conforme entendimento do STJ (REsp 616.831): Hipótese em que não há falar em deslocamento do servidor público no interesse da Administração, uma vez que se trata de primeiro provimento de cargo e o servidor tinha conhecimento de que seu exercício seria, necessariamente, no Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista a natureza estadual do órgão para o qual foi nomeado. Inexiste, portanto, direito líquido e certo da recorrente à remoção. Por fim, ainda no âmbito da remoção para acompanhar cônjuge, o STJ possui entendi- mento de que não há direito à remoção quando o casal não morava, inicialmente, na mes- ma localidade. Neste sentido, destaca-se a pedagógica decisão proferida no âmbito do REsp 1.209.391: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar a esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de prote- ger a unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e diário de um dos seus integrantes. Questão 4 (CEBRASPE/CESPE/AJ/STM/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2018) Acerca das regras aplicáveis aos servidores públicos do Poder Judiciário, e considerando o que dis- põe a Lei n.º 8.112/1990 e a Lei n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir. A legislação que dispõe sobre o regime estatutário prevê a possibilidade de o servidor públi- co, em determinadas hipóteses, pedir remoção para outra localidade, independentemente do interesse da administração pública. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Certo. Assim como informa a questão, o texto da Lei n. 8.112/1990 elenca três situações em que o servidor público federal poderá pedir remoção para outra localidade independente do interes- se da Administração Pública. Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no in- teresse da Administração; b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. 2.2. redistribuição A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocu- pado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou entidade, mas sempre no âmbito do mesmo Poder. Exemplo: determinado servidor foi aprovado em um concurso público da esfera federal, sendo lotado em uma repartição onde o número de servidores que ocupavam o mesmo quadro que ele totalizava 15 pessoas. Neste órgão, as lotações são definidas com base no total de atendimentos realizados por semestre. Assim, se a sua repartição não tiver atendido, no semestre atual, um número supe- rior de pessoas que no semestre anterior, perderá alguns dos cargos da lotação padrão. 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Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns requisitos sejam atendidos, sendo eles: • interesse da administração; • equivalência de vencimentos; • manutenção da essência das atribuições do cargo; • vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; • mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; • compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. A redistribuição também poderá ocorrer com a finalidade de ajuste de lotação ou nos casos de reorganização e extinção do órgão ou entidade. Tratando-se de cargos efetivos que se encontrem vagos, a realização da redistribuição deverá ser realizada em conjunto entre o SIPEC (Sistema de pessoal civil da administração pública) e os órgãos ou entida- des envolvidas. Caso, no entanto, ocorra a extinção de um órgão ou entidade e os servidores não sejam redistribuídos, deverão os mesmos ser mantidos em disponibilidade. Caso não sejam colo- cados em disponibilidade, deverão ser mantidos sob responsabilidade do SIPEC até o seu adequado aproveitamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00,vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Tanto nas situações de remoção quanto de redistribuição, quando ocorrer a mudança de Município onde o servidor passe a desempenhar as suas atribuições, deverá ser a ele assegu- rado um prazo de trânsito para a entrada em exercício, que, nos termos da Lei n. 8.112/1990, será de no mínimo 10 dias e de no máximo 30 dias. Os institutos da remoção e da redistribuição podem ser diferenciados por meio da seguin- te tabela: Remoção Redistribuição Não se trata de uma forma de provimento. Não se trata de uma forma de provimento. Não altera o contingente funcional. Não altera o contingente funcional. Trata-se do deslocamento de servidor. Trata-se do deslocamento de cargo. Destina-se a assegurar a preservação de valores como a saúde do servidor e o núcleo familiar. Trata-se de uma forma de organização da adminis- tração pública. Quando ocorrer a mudança de Município, deve ser conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada em exercício. Quando ocorrer a mudança de Município, deve ser conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada em exercício. 2.3. substituição A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuidade dos serviços públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja interrompido em razão da ausência do titular da função. Caso assim não fosse, a coletividade usuária do serviço prestado é que seria prejudicada pela sua interrupção. Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de direção, sendo que os servidores que ocupam tais funções, além de receber um adicional pelo exercício desem- penhado, exercem atividades que exigem um maior nível de responsabilidade. Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exemplo, nas férias, licenças ou afastamentos admitidos pela Lei n. 8.112/1990), o substituto, que deve ser ante- riormente designado, assume cumulativamente, ou seja, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício temporário das atribuições do titular. Como contrapartida, recebe um adicional durante o período em que durar a substituição. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO As regras acerca da substituição estão expressas nos §§ 1º e 2º do artigo 38 da Lei n. 8.112/1990, que assim dispõe: Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, pre- viamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercí- cio do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedi- mentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de car- go de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superio- res a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. Da análise dos dispositivos mencionados, percebe-se que o servidor, quando substituir o titular, pode, quando o período não exceder a 30 dias, optar pela remuneração que deseja receber, se aquela do cargo em que originalmente atua ou a do servidor substituído. Após o prazo de 30 dias, e tendo continuado a substituição, o servidor substituto passa a receber a remuneração do titular da função, sem a possibilidade de optar por uma das duas remunerações. 3. direitos e vAntAgens Os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990 possuem uma série de prerrogativas para as mais diversas situações que podem ocorrem na sua vida profissional. Basicamente, são as seguintes as classes de direitos e vantagens que o servidor público civil federal poderá ter direito: • vencimento e remuneração; • indenizações; • gratificações e adicionais; • férias; • licenças; • concessões; • direito de petição. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 3.1. vencimento e remunerAção O vencimento e a remuneração são, sem dúvida alguma, duas das mais importantes van- tagens concedidas aos servidores. E como estamos no âmbito da administração pública, em plena consonância com o prin- cípio da legalidade, é a própria Lei n. 8.112/1990 que estipula as diversas regras referentes ao assunto, dentre as quais se destaca a que determina que “é proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos estipulados em lei” (art. 4º). Devemos guardar a diferenciação existente entre vencimento e remuneração. Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecuniária pelo exer- cício do cargo público. Remuneração, por outro lato, apresenta um conceito mais amplo, compreendendo os ven- cimentos e as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. De acordo com o artigo 41, § 5º, da Lei n. 8.112/1990, temos a previsão de que “nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo”. No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra geral ao estabe- lecer que: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. Os praças militares são os indivíduos recém-incorporados ao serviço militar. Ainda que não sejam abrangidos pela Lei n. 8.112/1990, trata-se de importante entendimento do STF que já foi cobrado diversas vezes em provas de concurso. Frisa-se que o vencimento do servidor público federal pode perfeitamente ser inferior ao salário mínimo. Como mencionado, o que não pode ser inferior ao salário é a remuneração, conceito que abrange o vencimento e as vantagens de caráter permanente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Outra importante garantia assegurada às verbas recebidas pelos servidores é a que es- tabelece a impossibilidade de termos, em regra, o arresto, o sequestro e a penhora do ven- cimento, da remuneração e dos proventos recebidos pelos servidores públicos federais. Tais institutos, oriundos do Direito Civil, apenas poderão ser utilizados nas hipóteses de prestação de alimentos, e ainda assim quando decorrerem de decisão judicial. Neste sentido é o teor do artigo 48 da Lei n. 8.112/1990: O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora,ex- ceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. Como vimos, as parcelas recebidas pelo servidor, de caráter pecuniário, objetivam conferir a este uma retribuição pelos serviços prestados ao Estado. Tal remuneração, entretanto, não poderá exceder aos valores recebidos pelos detentores de Poder, em plena consonância com a disposição constitucional que estabelece a obrigatoriedade de observância, por toda a ad- ministração pública, do teto remuneratório. Assim, estabelece o artigo 42 do estatuto federal a seguinte regra geral: Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Inicialmente, deve-se observar que o teto remuneratório estabelecido pela Lei n. 8.112/1990 não é o mesmo daquele estabelecido pela Constituição Federal. Da mesma forma, ainda que os tetos sejam diferentes, o limite da Lei n. 8.112/1990 não é inconstitucional, haja vista que apresenta uma regra mais restrita do que a estabelecida pela constituição. É correto afirmar, com isso, que temos três limites remuneratórios a serem observados pelos servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, sendo que cada um deles toma como base um cargo de cada um dos Poderes da República. O motivo para tal é que as disposições da mencionada norma se aplicam, indistintamen- te, a todo o funcionalismo público civil federal, independente de estarmos diante de carreiras pertencentes ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo ou ao Poder Judiciário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Desta forma, caso o servidor ocupe um cargo público pertencente à estrutura do Poder Executivo, não poderá receber, a título de remuneração, importância superior aos subsídios recebidos pelos respectivos Ministros de Estado. Caso ocupe um cargo do Poder Legislativo, o limite remuneratório será o subsídio recebido pelos membros do Congresso Nacional (De- putados e Senadores). Caso pertença à estrutura do Poder Judiciário, o limite utilizado como teto será o subsídio dos Ministros do STF. 3.2. indenizAções Duas são as principais peculiaridades das parcelas de caráter indenizatório: • A não incidência de imposto de renda e de contribuição previdenciária sobre os valores recebidos, de forma que o total líquido recebido a título de indenização é idêntico ao valor estabelecido em lei ou regulamento; • O fato destas verbas não se incorporarem ao vencimento ou ao provento do servidor, sendo que o recebimento é cessado tão logo as causas que ensejaram o recebimento desapareçam. Tal característica é um diferencial em relação às verbas remuneratórias, tais como os adicionais e as gratificações, que, nos casos e condições previstos em lei, incorporam-se ao vencimento e ao provento. Neste sentido é o teor do artigo 49 da Lei n. 8.112/1990: Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I – indenizações; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 205www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.112/1990 – Servidores Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO II – gratificações; III – adicionais. § 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e con- dições indicados em lei. Quatro são as indenizações expressamente previstas no estatuto federal, sendo elas a ajuda de custo, as diárias, o transporte e o auxílio-moradia. 3.2.1. Ajuda de Custo Trata-se a ajuda de custo de verba de caráter compensatório, cujo objetivo é ressarcir as despesas de instalação do servidor que, por interesse da administração, passou a ter exercí- cio em nova sede. E aqui temos uma grande novidade, incluída pela Lei 12.998, de 2014, que alterou o texto da Lei 8112. De acordo com a nova redação, mais precisamente no § 3º do artigo 53, temos a seguinte disposição: Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos II e III do pa- rágrafo único do art. 36. Ambas as possibilidades são casos de remoção a pedido do servidor público federal, con- solidando o entendimento de que a ajuda de custo, no âmbito da remoção, apenas será devida quando ocorrer de ofício, no interesse da administração. A ajuda de custo é calculada com base na remuneração do servidor, não podendo exceder a importância correspondente a três meses de remuneração. Caso o servidor tenha sido eleito para um cargo eletivo e, com o término do mandato, re- torne para o cargo público anteriormente ocupado, não terá direito ao recebimento de ajuda de custo, uma vez que o retorno decorreu exclusivamente da vontade do agente, e não por interesse do Poder Público. Situação oposta ocorre com o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão, que, ainda que não integre a carreira da administração pública antes da sua nomeação, passa, com a realização do ato, a exercer uma função pública. 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Estabelece a Lei n. 8.112/1990, ainda, que “à família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito”(art. 53,§2º). 3.2.2. Diárias As diárias são utilizadas com a finalidade de compensar os gastos do servidor que se ausentar da sua sede em caráter transitório ou eventual. Nota-se, de imediato, que a principal distinção entre a ajuda de custo e as diárias trata-se do caráter de eventualidade no exercício da atividade desta última. Em outras palavras, as situações que dão direito ao recebimento de ajuda de custo são aquelas em que o servidor passa a ter exercício em outra sede, com caráter de definitividade. Em sentido oposto, as hipóteses de diárias são aquelas em que o exercício da atribuição ocorre em outro local que não o da repartição, mas de forma eventual ou transitória. Termina- da a atividade, o servidor retorna para a sede da repartição pública. A Lei n. 8.112/1990 estipula as seguintes regras para as diárias (art. 58 e 59): Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar O conteúdo deste
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