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SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA Resenha 1 Capítulo 4 Aluno: Carlos Jose Ramos Souza Junior Livro: Fundamentos de Energia Eólica, Milton de Oliveira Pinto - Rio de Janeiro: Editora LTC, 2014. O vento é o ar em movimento e o que gera tal movimento é a circulação das camadas de ar provocada pelo aquecimento desigual do planeta. O vento é uma grandeza vetorial. A direção do vento indica a direção de onde ele provém. Geralmente o vento sofre algumas flutuações, e o nível de perturbação vindo de tais flutuações é chamado de rajada. A convecção atmosférica é o resultado da instabilidade meteorológica em uma determinada massa de ar. A instabilidade provém principalmente da diferença de temperatura em diferentes camadas da atmosfera. A convecção atmosférica é responsável por boa parte das condições meteorológicas adversas do mundo. A atmosfera terrestre é apenas um dos cinco sistemas que determinam o clima na terra, além da criosfera, biosfera, litosfera e hidrosfera. A meteorologia faz uma divisão por camadas segundos as características térmicas. A temperatura do ar decresce com a altitude da ordem de −6,5℃/𝑘𝑚. O ar atmosférico é constituído por diferentes gases que estão ligados a superfície terrestre pela gravidade, com a rarefação do ar aumentando com altitude. Em meteorologia, considera-se que largura da atmosfera terrestre está entre 80 𝑘𝑚 e 100𝑘𝑚, sendo que apenas 1,6% do raio médio da terra. A atmosfera é dividida em quatro camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera, junto com a ionosfera e a exosfera. As primeiras são separadas por três zonas de transição: troposfera, estratosfera e mesosfera. Ver figura 1. SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA Figura 1: camadas atmosféricas do planeta terra. Nota: a unidade padrão de pressão no sistema internacional (SI) é o pascal (Pa), em que 1Pa = 1Newton/1𝑚2. Meteorologistas usam geralmente a unidade milibar (1mb = 100Pa), porém a unidade Pa é mais usada. Do ponto de vista meteorológico, a mais importante é a troposfera, pois responde por aproximadamente 80% do peso atmosférico e é onde os seres vivos podem respirar naturalmente e também é onde acontece a maior parte dos fenômenos meteorológicos. Tem cerca de 12km de altura, mas pode alcançar 17km na região tropical e 7km nos polos. Na camada limite planetária ocorrem as correntes de vento, influenciadas pelo atrito dos ventos com a superfície, os efeitos da superfície são importantes, como o ciclo diurno de aquecimento e resfriamento. A diferença de temperatura se deve a absorção solar que acontece na parte mais baixa da troposfera, ao passo que sua perda ocorre no topo da atmosfera. É isso que mantém o equilíbrio térmico geral da terra. A pouco mais de 11km de altura, a temperatura de ar para de diminuir com altura. Essa região, onde em média a temperatura do ar permanece constante com a altura, é chamada de zona isotérmica. Essa zona marca o final da troposfera e o inicio da estratosfera. A fronteira que separa a troposfera é chamada de tropopausa. SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA O vento é a movimentação é movimentação das massas de ar na atmosfera, e, para facilitar o estudo, consideramos o vento uma corrente de parcelas de ar. Há cinco forças atuando sobre as parcelas de ar: 1. Força do gradiente de pressão – ocorre quando existe uma mudança de pressão do ar de um lugar para outro, existe um dado percentual de gradiente de pressão quando a pressão assim varia. O ar tende a mover-se das áreas de pressão mais alta para as de pressão mais baixa. 2. Força de Coriolis – batizada em homenagem ao engenheiro e matemático francês, que em 1835 descreveu as leis da mecânica para um sistema de referência em rotação, é uma aceleração aparente que tende a desviar um objeto que se movimenta livremente devido a rotação da terra. É a consequência de observarmos os movimentos do ar a partir de um sistema de referência não inercial. Trata-se simplesmente de um sistema de coordenadas fixo sobre a superfície, e que gira com ela. 3. Força centrífuga 4. Força de atrito 5. Força de gravidade Em grandes altitudes, o ar se move ao longo de linhas que possuem uma mesma pressão, as isóbaras. Esse movimento das massas de a uma altitude de mais de 600 m é chamado de vento geostrófico. Considera-se que a superfície não tem influência nesse fluxo. Em baixas altitudes, as influências da superfície da terra podem ser sentidas a partir de uma região chamada de camada-limite. A área da camada-limite próxima ao solo é chamada de camada de Prandtl. Fisicamente falando, vento geostrófico é o vento horizontal que sopra ao longo de trajetórias retilíneas (paralelo as linhas isóbaras), resultante de um equilíbrio entre a força de gradiente de pressão (horizontal e perpendicular as linhas isóbaras) e a força de Coriolis. Esse equilíbrio só é aproximadamente possível em altitudes nas quais o efeito do atrito possa ser desprezado. Chama-se de vento gradiente aquele que escoa em torno de uma trajetória curva, paralelo as isóbaras, devido ao balanço entre três forças: a força de gradiente de pressão (𝐹𝐺𝑃), a força de Coriolis (𝐹𝐶𝑂) e a força centrífuga (𝐹𝐶), e ocorre para ventos em torno SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA de centros de baixas e de alta pressão em razão da curvatura do fluxo, o ar é sujeito a uma força centrífuga dada por 𝑉 2 𝑅⁄ que é dirigida para longe do centro da curvatura das trajetórias (em ambos os casos: baixa e alta e pressão), em que R é o raio local de curvatura. A importância do atrito se da obviamente nos primeiros quilômetros da atmosfera mais próximos a superfície. A figura 2 demonstra o que ocorre: Figura 2 – (a) vento em alto nível sem atrito e (b) vento na superfície com atrito. Na superfície, o vento sopra em direção aos centros de baixa pressão (convergência) ou para fora do centro de alta pressão (divergência). Ver figura 3. Figura 3 – A convergência e divergência do vento para situações de baixa e alta pressões no hemisfério norte. SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA CICLONES, ANTICICLONES E TORNADOS Uma região em que o ar relativamente quente se eleva e favorece a formação de nuvens e a precipitação. Por isso, tempo nublado, chuva e vento forte estão normalmente associados a centros de baixas pressões. Em mapas meteorológicos, são simbolizados pela letra B. À medida que o ar flui dos centros de altas pressões para um centro de baixas pressões para um centro de baixas pressões, é desviado pela força de Coriolis, provocando assim a espiral: no sentido anti-horário no hemisfério norte e no sentido horário no hemisfério sul. Ver figura 4. Figura 4 – Ciclone na superfície (B – convergência em torno de um cento de baixa pressão) e anticiclone na superfície (A – divergência em torno de um centro de alta pressão). Note que a mudança de hemisférios muda o sentido de rotação. E se ar flui dos centros de baixa pressão para os de alta pressão? Simples, chamamos de anticiclones. Em um mesmo hemisfério, ciclone e anticiclone tem sentido de giros contrários. Ver figura 5. SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA Figura 5 – Sentido das forças envolvidas no vento (a) anticiclone (hemisfério Norte) e (b) ciclone (hemisfério sul). Uma das mais famosas escalas de vento é a escala de Beaufort, criada em 1805 pelo irlandês Francis Beaufort (1774-1857), não fazendo referencia direta a magnitude da força do vento, mas sim aos efeitos deste nas velas de navio. Com o desenvolvimento dos anemômetros e da meteorologia, a escala foi sendo modificada na tentativa de torna-la mais atualizada. Ver tabela 1. Tabela 1 - A escala de Beaufort SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA Um fato comprovado é que nas regiões equatoriais a intensidade anual da radiação solar é mais do que nas regiões polares. O motivo disso é a rotaçãoda terra está inclinada 23 graus e 45 min em relação ao caminho que faz ao redor do sol (plano de órbita). Essa diferença de aquecimento tem consequências. Pressão e temperatura são grandezas diretamente proporcionais (segunda lei de Charles e Gay-Lussac). Logo, para o equilíbrio do sistema, haverá um fluxo de ar vindo de regiões de menor pressão (menor temperatura) para regiões de maior pressão (maior temperatura). As massas de ar são imensos corpos de ar que horizontalmente possuem características de temperatura e umidade praticamente uniformes. Elas podem cobrir milhares de quilômetros quadrados e estão em constante movimento devido as diferenças de pressão, partindo de uma região onde a pressão atmosférica é maior para regiões onde ela é menor (também pode haver deslocamento devido as diferenças de temperatura). Parte da previsão do tempo é uma questão de determinar as características de uma massa de ar, prevendo como e por qual motivo elas mudam e em qual direção o sistema irá se mover. São classificadas em três grupos, de acordo com sua região de origem, as influencias sofridas e o seu comportamento termodinâmico, como mostra a tabela 2. Tabela 2 – classificação simplificada das massas de ar. As frentes são zonas de transição entre duas massas de ar diferentes densidades. Uma vez que as diferenças de densidade são frequentemente causadas por diferenças de temperaturas contrastantes. Nesse ambiente, logicamente, os ventos são mais fortes. Frequentemente, as frentes também separam as massas de ar com diferentes umidades relativas. As massas tem tanto uma extensão horizontal como vertical. Quando as frentes se deslocam, o ar frio força o ar quente a subir, ocorrendo desse modo a formação de precipitação e nuvens. Uma frente pode ter uma largura entre 5 km e 50 km, comprimento entre 500 km e 5000 km e uma altura de 3 km a 10 km. Há 4 SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA tipos de frentes: fria, quente, estacionária e oclusa. É dita quente quando há um avanço da massa de fria sob a massa de ar quente, e é dita fria quando ocorre o contrário. É dita oclusa quando, por ter maior velocidade, uma frente fria ultrapassa uma frente quente, causando obstrução e fazendo com que o ar se eleve. A frente estacionária, como o próprio nome já diz, ocorre quando não há avanço do ar frio nem do ar quente. A brisa marítima e terrestre (ou continental) ocorre quando existe a diferença de temperatura entre o continente e a água. Durante dias ensolarados, a superfície do continente se aquece mais rapidamente do que a do oceano adjacente. Portanto, surge uma faixa de pressão mais baixa sobre o litoral, que produz correntes convectivas (cumulus). Acima do oceano, a pressão continua elevada. Portanto, existe um fluxo fechado. Quando o vento sopra do mar (ar frio) para o continente (ar morno), temos então a brisa marítima (que ocorre durante a noite), e paralelamente, quando o vento sopra do continente (ar frio) para o mar (ar morno), temos a brisa terrestre (que ocorre durante o dia). Ver figura 6. Figura 6 – Brisa marítima (a esquerda) e brisa terrestre (a direita). Nas regiões montanhosas, nas encostas mais inclinadas e as partes mais estreitas dos vales sofrem um aquecimento solar de modo mais forte do que as longas superfícies dos picos ou dos vales. Tal situação produz uma brisa de montanha durante a noite e uma brisa de vale durante o dia. O ar, na encosta de uma montanha, eleva sua temperatura durante o dia, o vento surge geralmente das partes mais inferiores e sem inclinação (declive), obrigando assim o ar a subir. Esse vem é a brisa do vale, cuja a denominação está ligada à sua origem. Durante a noite, as encostas das montanhas se esfriam e, devido a gravidade, o ar frio desce a montanha. Ao amanhecer, esse ar mais frio é encontrado no vale, podendo formar um nevoeiro e esse fenômeno e denominado brisa da montanha. Ver figura 7. SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA Figura 7 – Brisa do vale (a esquerda) e brisa da montanha (a direita).
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