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Determinantes Sociais de Saúde

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DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
16/08/2021 
O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E SUA DETERMINAÇÃO SOCIAL 
 A doença não pode ser compreendida por meio das medições 
fisiopatológicas; 
 Segundo o conceito de 1947 da Organização Mundial da Saúde (OMS), com 
ampla divulgação e conhecimento em nossa área, a saúde é definida como: “Um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência 
de doença ou enfermidade”. 
 A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em sua plenitude; na 
maior parte das vezes apenas a identificamos quando adoecemos. Não existe 
um limite preciso entre saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade 
entre ambas. 
Entre a normalidade e a patologia “os mesmos fatores que permitem ao 
homem viver (alimento, água, ar, clima, habilitação, trabalho, tecnologia, 
relações familiares e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem controle”. 
 Em relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos 
determinantes biológicos, psicológicos e sociais. 
Tal constatação nos remete à reflexão de o processo saúde-doença ocorrer 
de maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo 
influencia direta do local que os seres ocupam na sociedade, 
O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
 Para Gadamer (1997), saúde e doença não são dias faces de uma mesma 
moeda. 
O processo saúde doença, está diretamente atrelado à forma como o ser 
humano, no decorrer de sua existência, foi se apropriando da natureza para 
transformá-la, buscando o atendimento às suas necessidades. (GULDA e 
BERGAMASCO, 2004). 
 Assim vários autores afirmam que “a saúde deve ser entendida em sentido 
mais amplo, como componente da qualidade de vida, ou seja, um direto social”. 
 Em síntese, pode-se dizer, que o processo saúde-doença representa o 
conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde 
e doença de uma população, que variam em diversos momentos históricos e do 
desenvolvimento científico da humanidade. 
O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
Segundo relatório da CNDSS (2008) a analise da situação de saúde 
compreende os seguintes itens: 
• Situação e tendencias da evolução demográfica, social e 
econômica do país; 
• A estratificação socioeconômica e a saúde; 
• Condições de vida, ambiente e trabalho; 
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• Redes sociais, comunitárias e saúde; 
• Comportamentos, estilos de vida e saúde; 
• Saúde materno-infantil e saúde indígena. 
A análise dos determinantes sociais de saúde nos permite intervenções no 
sentido de ampliar políticas publicas que possam reduzir as iniquidades, 
desigualdades consideradas injustas, e avançar para políticas de saúde com mais 
equidade. 
O PAPEL DA EQUIPE NA ATUAÇÃO NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
 A equipe da Estratégia de Saúde da Família precisa ter consciência do seu 
papel de educador em saúde e conjuntamente saber o resultado que quer atingir 
em cada situação. 
 É preciso contribuir com a autonomia dos sujeitos no sentido de que cada 
um seja protagonista de sua produção de saúde. 
 Deve-se considerar quem é ou quem são os usuários, como se apresentam 
na situação de necessidade de saúde, seus direitos, deveres e valores; 
 Deve-se levar em consideração o meio ambiente que é o local onde a pessoa 
se encontra com as coisas ao seu redor e que exercem nela influências, 
afetando-a várias maneiras. 
DOENÇAS 
 Desajustamento ou uma falha nos mecanismos de adaptação do organismo 
ou uma ausência de reação aos estímulos cuja ação está exposta. O processo 
conduz a uma perturbação da estrutura ou da função de um órgão. 
 DUAS CATEGORIAS DE DOENÇAS: 
• DOENÇA INFECCIOSA – Manifestação resultante de uma 
infecção; 
• DOENÇA NÃO INFECCIOSA – Todas aquelas que não resultarem 
de infecção – chamadas também de doenças não 
transmissíveis. 
AUMENTO NA EXPECTATIVA DE VIDA 
 O Brasil está mudando muito rapidamente 
a sua estrutura etária, reduzindo a proporção 
de crianças e jovens aumentando a proporção 
de idosos e sua expectativa de vida. 
Essa mudança se faz de forma acelerada 
e, em breve, teremos pirâmides estarias 
semelhantes às dos países europeus. 
 
 
 
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DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS 
 São decorrentes de múltiplos fatores de risco, apresentam longos períodos 
de latência, são de curso prolongado e levam a deficiências e incapacidades 
funcionais. 
 A carga de DCNT cresce rapidamente e tem sido acelerada pelos efeitos 
negativos da globalização, da urbanização rápida, da vida sedentária e da 
alimentação com alto teor calórico, além do marketing do tabaco e do álcool. 
ALGUMAS DELAS SÃO: 
• Diabetes; 
• Doenças respiratórias 
crônicas; 
• Câncer; 
• Acidente vascular cerebral; 
• Hipertensão arterial; 
• Infarto. 
COMPÕE-SE DE 4 ELEMENTOS: 
1. BIOLOGIA HUMANA: Compreende características dos indivíduos, 
marcadores/fatores de risco – idade, sexo, raça, herança genética, 
processo natural do envelhecimento. 
2. ESTILO DE VIDA: Inclui hábitos e comportamentos adquiridos social 
ou culturalmente – tabagismo, alcoolismo, preferencias dietéticas 
(sódio, quantidade de calorias), medicações, drogas, sedentarismo, 
não utilizar equipamentos de proteção – individuo tem controle 
sobre seus hábitos e atitudes prejudiciais a saúde 
3. AMBIENTE: Eventos externos ao corpo – divido em 3 dimensões: 
a. FÍSICA: Características do relevo, hidrografia, clima etc. – 
poluentes ambientais do ar e do solo, pesticidas; 
b. SOCIAL: Nível socioeconômico, escolaridade; 
c. PSICOLÕGIA: Estresse e as tensões sociais. 
4. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE: Disponibilidade 
quantitativa e qualitativa e a abrangência da medida preventiva, 
curativa e de reabilitação para toda a população, dependem do 
sistema de atenção a saúde. 
DOENÇAS TRANSMISSIVEIS 
INFECÇÃO - Penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente 
infeccioso no organismo. 
• INFECTIVIDADE: Capacidade de certos organismos de penetrar 
e de se desenvolver ou multiplicar-se no hospedeiro, 
ocasionando infecção. 
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• PATOGENICIDADE: É a qualidade do agente infeccioso de, uma 
vez instalado no organismo do homem, produzir sintomas 
em maior ou menor proporção dentre os hospedeiros 
infectados. 
DOENÇAS DE ISOLAMENTO – Exigem a segregação dos indivíduos doentes 
durante o período de transmissibilidade da doença. 
• EX: TURBECULOSE – Isolamento respiratório – uso de 
mascaras. 
• EX2: CÓLERA – Isolamento entérico – luva para lidar com as 
fezes. 
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE – Período durante o qual o agente 
infeccioso pode ser transferido de uma pessoa infectada a outra. 
INCUBAÇÃO – Período de exposição ao agente, ao aparecimento de sinais e 
sintomas 
 VIRULÊNCIA – É a capacidade de um bioagente produzir casos graves ou 
fatais. 
 DOSE INFECTANTE – É a quantidade do agente etiológico necessária para 
iniciar uma infecção. 
 PODER INVASIVO – Capacidade que tem o parasita de se difundir, através de 
tecidos, órgãos e sistemas do hospedeiro. 
 IMUNOGENICIDADE - Também chamado de poder imunogênico, é a 
capacidade que tem o bioagente para induzir imunidade no hospedeiro. 
 DOENÇA CONTAGIOSA – Doenças infecciosas cujos agentes etiológicos 
atingem os sadios através do contato direto desses com os indivíduos 
infectados. 
• EX: SARAMPO. 
DOENÇA TRANSMISSÍVEL – Qualquer doença causada por um agente 
infeccioso, que se manifesta pela transmissão deste agente, de uma pessoa ou 
animal infectados ou de um reservatório a um hospedeiro suscetível. 
TRASMISSÃO – Transmitir significa levar ou fazer passar algo de um para o 
outro. 
ESTUDO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 
 Os veículos de transmissão são objetos ou materiais contaminados que 
sirvam de meio mecânico, auxiliando um agente infeccioso a ser transportado e 
introduzido em um hospedeirosuscetível. 
SÃO VEÍCULOS: 
• A água; 
• Leite; 
• Outros alimentos; 
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• Objetos contaminados: peças de vestuário, roupas de cama, 
utensílios de cozinha, instrumentos cirúrgicos e fômites 
(objeto de uso do doente); 
• Partículas de solo, poeira, ar, produtos biológicos, sangue 
para transfusão, soro e plasma. 
EXEMPLOS: 
• ALIMENTOS: Teníase – Taenia solium, Taenia saginata. 
• FÔMITES: Infecções hospitalares – ex: cândida, 
staphylococcus. 
• ÁGUA ULTILIZADA COMO BEBIA: Cólera, hepatite A, 
poliomielite. 
• AR ATMOSFÉRICO: Caxumba, tuberculose, sarampo, 
rubéola. 
• SANGUE PARA TRANSFUSÃO: AIDS, sífilis, doença de chagas. 
MECANISMOS DE ELIMINAÇÃO 
• Respiratório; 
• Fecal-oral; 
• Fômite – objetos 
• Sexual; 
• Contato direto. 
SAÍDA DO BIOGENTE PATOLOGICO - Pode ser por um dos mecanismos de: 
• POR ELIMINAÇÃO NATURA - Processo pelo qual um organismo 
infectado expele para o exterior, por ação natural. Ex: Saliva, 
sêmen, secreções vaginais. 
• POR EXTRAÇÃO MECÂNICA – Processo pelo qual bioagentes 
patogênicos são retirados do seu hospedeiro. Ex: seringas, 
mosquitos. 
• POR MORTE DE INDIVÍDUOS INFECTADOS: Só pode ocorrer com 
a morte do hospedeiro infectado e com o uso, como 
alimento, de parte do seu corpo. Ex: taenia saginata e solium 
veiculadas no musculo de porco e gado abatidos. 
MECANISMOS DE PENETRAÇÃO 
• Ingestão; 
• Inflação através das vias respiratórias; 
• Mãe para feto por via transplacentária; 
• Penetração através das mucosas; 
• Penetração através da pele; 
• Deposição sobre a pele e em seguia de propagação localizada; 
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• Introdução nos organismos com auxílio de objetos e 
instrumentos; 
• Introdução em tecido muscular ou na corrente sanguínea, 
por picadas de insetos ou por mordedura de animais; 
• Ingestão com tecido animal utilizado como alimento. 
TRANSMISSÃO DIRETA IMEDIATA 
 O bioagentes patogênico, sem passagem pelo meio ambiente, irá até o 
meio interno do indivíduo, onde se desenvolve ou se multiplica, estabelecendo 
a infecção. 
 Ex: DST, gonorreia, sífilis, herpes genital, AIDS, candidose, hepatite B.

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