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INTERIORES. Guia útil para estudantes e profissionais. Jenny Gibbs

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Jenny Gibbs
DESIGN DE 
INTERIORES
Guia útil para estudantes e profissionais
GG®
Introdução
A quem este livro se destina 6 / O papel do designer de interiores 8 / Outros
profissionais do setor 10 / Como utilizar este livro 12 
1. Contexto
A importância da análise histórica 14 / A profissão através do tempo 14 / O
design de interiores no século xxI 26 / Segmentação do mercado e especialização
26 / Globalização 34 / O papel da mídia 35 / Aspectos ambientais 39 /
A linguagem do design de interiores 39
2. Atividades prévias ao projeto
A relação cliente-designer 42 / Questões ambientais 46 / O programa de
necessidades 46 / O diagnóstico 49 / Estudos preliminares 58 / Formulação
de um conceito 62 / A proposta de design 66
3. Planejamento e design
Princípios do design 70 / Princípios de ordem 76 / Planejamento prático 79 /
Integração das instalações 82 / A elaboração dos desenhos 93 / Desenhos
de apresentação 99
4. Harmonização dos elementos
Cor 110 / Psicologia da cor 114 / Fornecedores e fidelização 120 / Texturas 121 /
Estamparia 122 / Materiais e acabamentos 123 / A escolha do mobiliário 137 /
Detalhes e acessórios 140 / Painéis de amostras 140 / Preparação da
apresentação 140
5. Coordenação e gerenciamento 
de projetos
As fases de um projeto 146 / Primeira fase 146 / Segunda fase 149 / Terceira fase
153 / Quarta fase 159 / Honorários 166
6. Formação em design e inserção
no mercado
Aptidões necessárias 170 / A escolha do curso 171 / Requisitos 173 / A grade
curricular 173 / Trabalho de conclusão de curso 178 / Avaliação 178 / O futuro da
educação em design 180 / A importância da qualificação 185 / Inserção no
mercado 186 / Candidatando-se a um emprego 187
7. Especializações
Design residencial 194 / Design comercial 194 / O futuro do setor 204
Apêndices Glossário 212 / Leituras recomendadas 215 / Endereços úteis 216 /
Índice analítico 218 / Créditos e agradecimentos 223
Título original: Interior Design, 2ª edição publicada por
Laurence King Publishing, Londres, 2009
Versão em português: Cláudia Ardións
Espasandin/Itinerário Editorial, Ltda.
Edição: Flavio Coddou
Design da capa: Toni Cabré/Editorial Gustavo Gili, SL
Fotografia da capa: © Vicky Smith
Frontispício: Mirabelle Restaurant, Londres, reformado pelo
arquiteto e designer David Collins
Design: Robin Farrow
Coordenação das imagens: Claire Gouldstone e Jennifer
Hudson
Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação
pública ou transformação desta obra só pode ser realizada
com a autorização expressa de seus titulares, salvo
exceção prevista pela lei. Caso seja necessário reproduzir
algum trecho desta obra, entrar em contato com a Editora. 
A editora não se pronuncia e não se expressa, nem
implicitamente, quanto à exatidão da informação contida
neste livro, razão pela qual não assume nenhum tipo de
responsabilidade em caso de erro ou omissão. 
© da tradução: Cláudia Ardións Espasandin/Itinerário
Editorial, Ltda.
© do texto: Jenny Gibbs 2005, 2009
© Laurence King Publishing Ltd., 2005, 2009 
e a edição em português
© Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2010
ISBN: 978-85-65985-70-3 (digital PDF)
www.ggili.com.br
Editorial Gustavo Gili, SL
Rosselló 87-89, 08029 Barcelona, Espanha. Tel. (+34) 93 322 81 61
Editora G. Gili, Ltda
Av. José Maria de Faria, 470, Sala 103, Lapa de Baixo 
CEP: 05038-190, São Paulo/SP - Brasil. Tel. (+55) (11) 3611 2443
introdução
6
Esta introdução apresenta o objetivo deste livro e indica como deve ser utilizado.
Também esclarece o papel do designer de interiores e introduz os demais profis-
sionais com quem o designer costuma colaborar ao longo do desenvolvimento de
um projeto.
A quem este livro se destina
O homem segue o instinto natural de embelezar seu entorno desde as primeiras pintu-
ras rupestres. Para muitas pessoas, o design, a decoração e a reforma de uma casa
representam um excelente meio de expressão de criatividade. Nos últimos anos, os
meios de comunicação desempenharam um papel fundamental na educação e na
informação do grande público sobre todos os aspectos do design de interiores. Este
fenômeno estimulou um grande interesse sobre esse segmento, gerando compradores
e clientes do mercado de design de interiores mais conscientes e exigentes. Com a
crescente aceleração do ritmo de vida, a casa tem sido cada vez mais interpretada
como refúgio, e a aparência e ambiência de seu entorno passaram a adquirir maior
importância para os indivíduos. Em alguns setores da sociedade, a casa também é con-
siderada um símbolo de status, a maior expressão de riqueza e estilo. Não é surpreen-
dente, portanto, que as pessoas cada vez mais requisitem os serviços de designers de
interiores e que esta carreira tenha se tornado uma opção de trabalho tão popular.
Em todo o mundo, o design de interiores é considerado uma indústria em cresci-
mento, apesar de, inevitavelmente, sofrer com a instabilidade da economia, por perten-
cer ao mercado de luxo. A indústria da construção civil sempre foi um bom parâmetro
para a avaliação da economia de um país e, quando esse setor é prejudicado por uma
recessão, a indústria de design de interiores costuma sofrer as consequências. No
entanto, isto não deve desestimular os que pretendem iniciar-se na profissão de desig-
ner de interiores, pois sempre há excelentes oportunidades de desenvolvimento profis-
sional e de especialização. Além disso, os conhecimentos práticos e o desenvolvimen-
to da criatividade, adquiridos na formação em design de interiores, habilitam esses
profissionais para a atuação em diversos campos.
Apesar de este livro se destinar principalmente aos aspirantes a designers de inte-
riores (estudantes, graduandos ou aqueles que pretendem mudar de profissão), tam-
bém pode ser útil para todos que se interessam pelo assunto. Além disso, este livro
constitui uma importante fonte de referências práticas tanto para os profissionais do
setor que desejam ampliar seu campo de trabalho e procurar novas oportunidades,
quanto para aqueles que ensinam ou orientam quem está se iniciando ou pretende se
iniciar na indústria de design de interiores. Ao longo de todo o livro, ganham destaque
os comentários e opiniões de importantes profissionais da área.
Muitos dos livros sobre design de interiores são edições de luxo que se limitam a
determinados estilos ou tipos de interiores e incluem poucas explicações sobre a pró-
pria indústria do segmento, a formação profissional necessária ou como o designer
concebe uma solução criativa para atender as necessidades de um cliente. Este livro,
no entanto, abrange todo o processo de design, do início ao fim, no contexto do desen-
volvimento global da própria indústria.
Além disso, apresenta uma visão equilibrada do ensino de design de interiores e
descreve as qualidades e aptidões necessárias aos estudantes que pretendem se
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À esquerda
O homem sempre sentiu a necessidade de
embelezar seu ambiente. Nesta imagem,
desenhos parietais, realizados com pigmento
preto, decoram as famosas cavernas
Chauvet, situadas no vale Ardèche, na França
(cerca de 25.000 a 17.000 a.C.).
Abaixo
O design de interiores tornou-se uma
linguagem verdadeiramente global. As linhas
puras, limpas, e a espontaneidade do design
escandinavo, por exemplo, influenciaram
internacionalmente o projeto de interiores ao
longo do século XX e no início do XXI. A casa
Ranängen em Djursholm, Suécia, projetada
nos anos 1950, continua sendo muito
admirada.
8
dedicar a esse mercado. Este livro também expõe um panorama das diferentes possibili-
dades de atuação profissional do designer de interiores. Sua intenção não é servir como
um manual didático, mas oferecer uma ampla visão da formação dos profissionais desse
setor e de como os designers de sucesso alcançam suas metas.
O papel do designer de interiores
A função de um designer de interiores é definida pela Associação Internacional de Design
de Interiores:
Através de sua formação acadêmica, experiênciae especialização, o designer de inte-
riores profissional deve estar qualificado para aprimorar a função e a qualidade dos
espaços interiores. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, aumentar a pro-
dutividade e proteger a saúde, a segurança e o bem-estar público, o designer de inte-
riores profissional:
• analisa as necessidades do cliente, seus objetivos e as exigências de segurança e
de seu estilo de vida;
• associa suas conclusões ao seu conhecimento como designer de interiores;
• formula conceitos preliminares de design adequados, funcionais e estéticos;
• desenvolve e expõe recomendações finais de design através de mídias apropriadas
para a apresentação;
• elabora o projeto executivo e as especificações de elementos construtivos não
estruturais, materiais, acabamentos, layout, mobiliário, instalações e equipamentos;
• colabora com os serviços de outros profissionais qualificados das áreas técnicas de
mecânica, elétrica e cálculo estrutural de acordo com as normas para aprovação do
projeto nos órgãos competentes;
• organiza e administra orçamentos e contratos como representante do cliente;
• revisa e avalia as soluções de design durante sua implementação até sua finali -
zação.
O papel de um designer de interiores é polivalente. Para obter bons resultados o desig-
ner precisa ser eficiente e disciplinado, possuir tanto aptidões comerciais como ser flexí-
vel, criativo e ter senso artístico.
A indústria do design de interiores é voltada para o público e envolve a relação não ape-
nas com clientes, mas também com outros profissionais, especialistas e fornecedores,
sendo fundamental, portanto, que o designer seja um bom comunicador.
Há certas qualidades comuns a todos os designers de sucesso. Obviamente, uma condição
sine qua non é possuir um grande domínio do funcionamento do ofício: o planejamento do
espaço, a combinação dos materiais, a compreensão da cor. Mas todas essas qualidades são
inúteis se não estiverem relacionadas a um rigoroso controle dos detalhes e à habilidade
tenaz de materializar as ideias. Grandes projetos caem rapidamente no esquecimento quando
não são construídos dentro do prazo e do orçamento previstos.
Martin Waller (Grã-Bretanha), diretor da Andrew Martin Designs e organizador do prêmio
internacional anual Designer of the Year
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O trabalho do decorador de interiores é semelhante ao do designer de interiores,
mas está mais voltado para a disposição dos móveis, as cores, o estilo e a seleção, e a
aplicação de materiais e acabamentos. Um decorador de interiores pode projetar um
layout de mobiliário, mas não se responsabiliza pelo planejamento espacial de maiores
proporções. Em projetos de maior escala, o decorador de interiores pode integrar uma
equipe de trabalho composta por um arquiteto ou um designer de interiores, ou até
mesmo desenvolver seu próprio projeto focalizado nas questões decorativas, mas
nunca se responsabilizará pela supervisão de execução de obras. Um decorador de
interiores pode integrar a equipe de um escritório ou trabalhar como autônomo.
Abarcando desde a elaboração de um
programa de necessidades do cliente
e o desenvolvimento de desenhos até a
supervisão da execução de um projeto,
pelo acompanhamento da instalação
de mobiliário, obras de arte e acessórios,
o trabalho do designer de interiores é
multifacetado. Casa Berthé, França,
de Moussafir Architectes Associés.
10
Outros profissionais do setor
Nesta época marcada pela tecnologia e a controvérsia, é muito difícil que o designer
de interiores desenvolva qualquer projeto sem a colaboração de outros profissionais.
Um projeto que exija alterações estruturais deve envolver o trabalho de um perito para
o diagnóstico da edificação e, se necessário, conduzir possíveis negociações com os
proprietários de edificações adjacentes afetadas pelas obras. Em alguns casos, esse
técnico também se responsabiliza pela aprovação do projeto nos órgãos competentes.
A prefeitura deve ser informada sobre qualquer intervenção que envolva alterações
estruturais, mesmo quando não é exigida a aprovação do projeto. Nos casos de obras
que envolvam reformas de maiores proporções, alteração da função original ou amplia-
ção da edificação também é necessária a aprovação do projeto técnico na prefeitura e
no corpo de bombeiros.
Um arquiteto deverá intervir nos casos em que sejam necessárias alterações
estruturais importantes ou ampliações de edificações existentes. A atuação de um
Acima
No início de um projeto, o designer deve
formular uma resposta criativa ao programa
de necessidades do cliente. Painéis conceituais,
como este, costumam ser utilizados para evocar
a essência de um projeto de design.
Na página seguinte
O profissional especializado em design de
escritórios deve garantir que os ambientes
de trabalho sejam confortáveis e saudáveis
ergonomicamente, como o showroom Vitra, em
Los Angeles, de Seville Peach Gence Associates.
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engenheiro civil será necessária para a verificação das condições de segurança da
estrutura original da edificação e para a realização de novos cálculos estruturais. Os
projetos de instalações, como elétrica, hidráulica e esgoto, elevadores, sistemas de
aquecimento, exaustão, ar-condicionado, som, telefonia e rede de informática, devem
ser desenvolvidos por engenheiros especializados.
Para o designer de interiores é sempre importante contar com a assessoria de um
especialista em luminotécnica para o desenvolvimento de seus projetos. Especialistas
em outros serviços, como aquecimento, ventilação, ar-condicionado e sistemas de som
e informática, também colaboram com a equipe. Técnicos em projeto de banheiros e
cozinhas também podem ser incorporados.
Ao longo da execução de um projeto, o designer de interiores se relacionará com dife-
rentes profissionais, como construtores, bombeiros, técnicos em aquecimento, eletricistas,
gesseiros, pintores, especialistas em pintura decorativa, colocadores de papel de parede,
instaladores de pisos, cortineiros, estofadores, marceneiros e muitos outros.
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Como utilizar este livro
Ao longo de sete capítulos, este livro expõe o contexto da indústria de design de interio-
res, apresentando uma grande quantidade de informações, conceitos e processos que o
designer de interiores deve conhecer. Além disso, são apresentadas diferentes possibili-
dades de trabalho e informações úteis para a obtenção do primeiro emprego.
O capítulo 1, Contexto, apresenta uma visão geral do desenvolvimento histórico
do design de interiores e as principais mudanças de estilo através dos séculos.
Abrange, sob uma perspectiva global, a dinâmica dessa indústria, destacando os dife-
rentes segmentos de mercado e as possíveis especializações da profissão.
O capítulo 2, Atividades prévias ao projeto, aborda as fases preliminares de um
projeto de design: relacionamento com o cliente, metodologia e coleta de dados.
Demonstra como a pesquisa pode ser utilizada para a obtenção de soluções criativas
que resultem em projetos inovadores.
O capítulo 3, Planejamento e design, expõe os princípios do bom design e deta-
lha as formas de integração das complexas instalações exigidas pelos atuais projetos
de interiores residenciais e comerciais. Uma das mudanças mais significativas na pro-
fissão é o fato de que, atualmente, os designers de interiores precisam possuir um con-
siderável conhecimento técnico para que consigam colaborar com outros especialistas
na aplicação das tecnologias mais modernas em seus projetos. Este capítulo também
aborda as diferentes formas de apresentação de conceitos e soluções de design.
O capítulo 4, Harmonização dos elementos, apresenta as diferentes formas
de seleção de materiais, acabamentos, mobiliário e acessórios, e de desenvolvimento
de projetos de interiores. Aborda tanto os aspectos teóricos quanto psicológicos da cor
e demonstra comoos designers elaboram seus painéis de amostras para transmitir ao
cliente o conceito de um projeto. Finalmente, exemplifica formas de preparação da
apresentação de um projeto ao cliente.
O capítulo 5, Coordenação e gerenciamento de projetos, proporciona uma expli-
cação abrangente das principais fases de um projeto de interiores, desde o início até a
conclusão, e os processos relacionados, incluindo a diferenciação entre a coordena-
ção de pequenos projetos residenciais e a administração de grandes projetos comer-
ciais.
O capítulo 6, Formação em design e inserção no mercado, expõe as qualidades
e atitudes que um designer de interiores deve ter, assim como as aptidões e o conhe-
cimento que precisa adquirir através da prática da profissão. Apresenta os tipos de for-
mação e de prática profissional e a estrutura dos cursos de formação. Também contém
recomendações importantes para a elaboração de um currículo e de um portfolio ade-
quados para a candidatura a um cargo de trabalho. Por último, orienta sobre as expec-
tativas do primeiro emprego.
O capítulo 7, Especializações, analisa os diferentes caminhos profissionais den-
tro da indústria do design de interiores e as oportunidades de especialização e desen-
volvimento pessoal. Além disso, apresenta um panorama do futuro desenvolvimento
do setor.
Na parte final do livro, há um glossário, recomendações de leitura e uma relação de
fornecedores, organizações e centros de pesquisa.
1. Contexto
14
Este capítulo aborda a evolução do design de interiores, as principais mudanças
estilísticas através da história e a dinâmica atual do setor. Inclui uma breve análise
dos diferentes segmentos e especializações do mercado, decorrentes das
referências do design internacional e da globalização de oportunidades e
influências, considerando-se o papel da mídia no setor.
A importância da análise histórica
No âmbito acadêmico tem havido um intenso debate sobre a importância da análise
histórica para o estudo do design de interiores. Atualmente, considera-se, de uma for -
ma geral, que a evolução dos principais estilos arquitetônicos e de interiores constitui
um importantíssimo campo de estudo para os estudantes de design. Obviamente, um
designer de interiores deve possuir um conhecimento razoavelmente sólido de sua área
e ser capaz de reconhecer as figuras mais relevantes que contribuíram para sua evolu-
ção e os principais estilos. No entanto, não se deve subestimar a compreensão de
como os estilos evoluíram através do tempo. Além disso, é o contexto em que esses
estilos mudaram e as influências geográficas, históricas e políticas que promoveram tal
evolução que tornam esse estudo tão fascinante e ajudam a estabelecer uma com-
preensão mais completa das relações entre as diferentes culturas e as influências inter-
nacionais.
A profissão através do tempo
A profissão do designer de interiores é relativamente nova, pois, do ponto de vista his-
tórico, as diferenças entre arquitetos, artesãos e decoradores não eram bem definidas.
Quando observamos a interação entre essas diferentes profissões através dos séculos,
percebemos um interessante padrão de relações.
O século XVII
Na Itália do século XVII, o classicismo do Renascimento começou a evoluir para o es tilo
barroco, caracterizado por sua teatralidade e exuberância dos ornamentos. A partir da
Itália, esse estilo difundiu-se em toda a Europa, florescendo particularmente no sul
da Alemanha, na Áustria, na Espanha e em Portugal. Quando o estilo barroco começou
a se manifestar na França e na Inglaterra, eram poucos os arquitetos que definiam os
interiores das edificações que projetavam, e os projetos de maiores proporções costu-
mavam ser desenvolvidos por artesãos especializados, que os realizavam a partir de
gravuras de arquitetos italianos.
Durante o século XVII, os mecenas foram fundamentais para o desenvolvimento do
design de interiores e da arquitetura, especialmente na França, onde Henrique IV con-
cedeu proteção real aos artesãos, Luís XIII promoveu um estilo próprio francês e Luís XIV
encomendou as extraordinárias intervenções no Palácio de Versalhes a arquitetos como
François Mansart, Louis Le Vau e Charles Le Brun. Os aposentos projetados por Le Vau
foram decorados por Le Brun, que os transformou em algo extraordinário. Pode-se afir-
mar que Le Brun foi, verdadeiramente, o primeiro decorador de interiores da história.
A elegância e o conforto dos interiores franceses, que primeiramente se destinavam
à aristocracia, passaram a ser admirados em todo o mundo, influenciando países
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O ESTILO DO SÉCULO XVII
O interior do palácio Charlottenburg, em Munique, foi projetado pelo
arquiteto holandês Arnold Nering, entre 1695 e 1699, e constitui um
magnífico exemplo da riqueza e dramaticidade do estilo barroco.
O barroco era especialmente adequado aos edifícios públicos, como
igrejas e palácios.
Decorado por Charles Le Brun, o espetacular Salão dos Espelhos
do Palácio de Versalhes, nas proximidades de Paris, tornou-se
um dos exemplos mais significativos da arquitetura palaciana
da Europa do século XVII.
Os pisos e tetos foram criados como partes integrantes do
projeto de Inigo Jones para a Queen’s House em Greenwich,
Inglaterra.
Projetado por Gian Lorenzo Bernini entre 1624 e 1633, o enorme
baldaquino da basílica de São Pedro, em Roma, confere um forte
caráter barroco ao espaço.
16
europeus, como a Suécia. Na Holanda, onde uma versão mais simplificada do estilo
francês foi desenvolvida para atender à emergente classe média, surgiu uma deman-
da muito importante de diferentes produtos importados.
Quando os Stuart retomaram o trono da Inglaterra por volta do final do século XVII,
Carlos II e sua corte favoreceram o estilo barroco continental. O posterior reinado de
Guilherme e Maria de Orange intensificou, ainda mais, a influência continental nos estilos
ingleses. Através de seus casamentos reais, as princesas da Casa de Orange difundiram
seu entusiasmo por detalhes decorativos, como espelhos, porcelanas e laqueados.
Guilherme e Maria encomendaram o projeto de interiores de partes do Palácio de
Hampton Court ao talentosíssimo Daniel Marot, que fugira da corte francesa devido à
perseguição religiosa. Nesse trabalho, Marot combinou com muito êxito suas aptidões
como designer e decorador, como Le Brun já havia feito, e a coerência de seus interio-
res ainda pode ser admirada atualmente. Os huguenotes refugiados exerceram um
papel importante na evolução do design de interiores inglês, pois muitos eram artesãos
altamente qualificados. Inigo Jones, muitas vezes lembrado como fundador da arquite-
tura clássica inglesa, também desenvolvia os interiores de suas edificações como parte
integrante de seus projetos.
A Guerra dos Trinta Anos acarretou um alto prejuízo para Espanha e Alemanha e,
portanto, a arquitetura desses países pouco se desenvolveu durante esse período. No
entanto, quando ambas as economias se recuperaram o suficiente para que a cons-
trução civil se restabelecesse, as tendências estilísticas mudaram de forma considerá-
vel. As primeiras versões do barroco alemão ainda apresentavam influências italianas,
mas gradualmente um novo estilo próprio, rico e complexo, surgiu no sul da Alemanha
e na Áustria. A decoração exuberante de superfícies era uma característica da arquite-
tura espanhola do século XVII, como se vê na fachada da Catedral de Santiago de
Compostela ou no Palácio do Marquês de Dos Aguas em Valência, enquanto o Palácio
Real de Madri e o Palácio Real de La Granja, de Filippo Juvarra, foram mais influencia-
dos pelo estilo barroco francês, mais austero.
O século XVIII
Do início a meados do século XVIII, o rebuscado e exuberante estilo rococó — que sur-
gira em Paris a partir da necessidade de maior informalidade como maneira de con-
testar a rigidez da vida cortesã — ainda era particularmente dependente do talento dos
artesãos para a execuçãode seus interiores. Um desses profissionais foi o mestre enta-
lhador belga Jacques Verberckt, embora Ange-Jacques Gabriel talvez tenha sido o
arquiteto mais estreitamente associado ao rococó francês. O estilo rococó foi muito
bem recebido pela aristocracia europeia e pelas casas reais estrangeiras; a realeza
recorria aos arquitetos franceses para a construção e decoração de seus edifícios mais
emblemáticos. A Alemanha, de forma particular, identificou-se com o estilo rococó e
gerou arquitetos como Johann Balthasar Neumann, que projetou palácios e catedrais
ricamente ornamentados. Na Espanha, os arquitetos incorporaram elementos do roco-
có francês em suas obras, mas os desenvolveram para criar diferentes estilos regionais
característicos.
Outro grande movimento do século XVIII foi o ressurgimento do estilo paladiano, que
floresceu na Inglaterra. Foi introduzido por Lorde Burlington, arquiteto que em uma
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Ilustração do inspirador livro Household Furniture
and Decoration, de Thomas Hope, que exerceu
grande influência sobre o design de interiores
desse período.
Esta bela lâmina de Recueil de décorations intérieures
ilustra o estilo inconfundível de Charles Percier e Pierre
Fontaine, que os converteu nos designers favoritos
de Napoleão Bonaparte.
viagem à Itália adquirira algumas gravuras de Andrea Palladio, arquiteto clássico vene-
ziano do século XVI. Esse estilo foi então adequado ao gosto inglês através da adapta-
ção comedida de elementos decorativos barrocos aos rígidos critérios paladianos.
O estilo resultante foi muito influenciado por William Kent, cujos projetos de interiores,
como Houghton Hall em Norfolk, demonstraram que ele era um excepcional designer
de interiores, assim como um talentoso arquiteto, designer de móveis e paisagista.
Um dos mais importantes expoentes do estilo neoclássico foi Robert Adam, que tra-
tava seus interiores como parte intrínseca do projeto arquitetônico, chegando a conju-
gar o design de tapetes ao de tetos altamente rebuscados. Influenciado por seus estu-
dos na França e na Itália, Adam tinha a habilidade particular de desenvolver ideias
originais a partir de estilos antigos. O estilo neoclássico era racional e de uma elegân-
cia contida, caracterizado pelo uso de formas geométricas simples, decorações
em superfícies planas e lineares, e ornamentos com motivos gregos e romanos.
Desenvolveu-se na Europa a partir da década de 1750, como uma reação aos exces-
sos do estilo rococó, e difundiu-se da França para Espanha, Holanda, Alemanha e
Escandinávia. Na Itália e na Espanha predominava o estilo barroco, embora no final do
século XVIII o arquiteto italiano Piranesi tenha produzido alguns dos projetos neoclássi-
cos mais exemplares. Um dos arquitetos neoclássicos mais notáveis da Alemanha foi
Karl Friedrich Schinkel, que projetou diversas edificações emblemáticas em Berlim,
entre elas o Altes Museum, o Schauspielhaus e a Neue Wache. Nos Estados Unidos,
os interiores neoclássicos foram muito influenciados pelos catálogos de estilos arqui-
tetônicos e, principalmente, pelos móveis criados por designers como George
Hepplewhite e Thomas Chippendale. O terceiro presidente da nova república, Thomas
Jefferson, difundiu as formas clássicas simples ao utilizá-las em sua própria residência
em Monticello, na Virgínia.
18
O ESTILO DO SÉCULO XVIII
A utilização de formas hexagonais e de ornamentos em gesso policromados
e dourados no salão central do palácio Stupinigi (1729–33), nas imediações
de Turim, combina elementos dos estilos barroco e rococó.
As formas sinuosas dos apliques em gesso e os cupidos decorativos
presentes no salão oval do Hôtel de Soubise, em Paris, são elementos típicos
do estilo rococó francês.
O salão branco de Houghton Hall, na Inglaterra
(1726–30), é um magnífico exemplo das belas
proporções que caracterizam o trabalho de William
Kent. A decoração está em harmonia com o
projeto arquitetônico e inclui um conjunto de
móveis desenhados especialmente para o salão.
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O interior da Malmaison, em Paris, projetada pelos arquitetos Percier
e Fontaine para o imperador Napoleão e sua esposa Josefina.
A sacristia de La Cartuja, em Granada, é um grandioso exemplo dos interiores
ornamentados em profusão, que predominaram na Espanha do século XVIII.
A magnífica escada e os espaços que a
circundam, do Palácio de Würzburg, na Alemanha,
foram desenhados por Neumann em 1735 e
constituem excelentes exemplos da rica decoração
com apliques de gesso e esculturas, típica do
estilo rococó alemão.
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1 Segundo o catálogo da Biblioteca Nacional de Paris, a primeira edição é de 1801 e a segun-
da de 1812, ambas custeadas pelos autores. Houve outra em 1827. 
Entre o final do século XVIII e o início do XIX, ebanistas ingleses, como Thomas
Sheraton e George Smith, exerceram um papel cada vez mais importante na decora-
ção e no design dos interiores da Europa e dos Estados Unidos, e quase sempre eram
responsáveis pela reforma ou construção das mais importantes edificações. Uma das
empresas mais destacadas de decoração de interiores e fabricação de móveis foi
Crace & Co, enquanto publicações como o livro de Thomas Hope, Household Furniture
and Decoration (1807), e a revista de Rudolph Ackerman, Repository of Arts, causaram
um grande impacto no design de interiores, fazendo com que o público obtivesse maior
conhecimento dos estilos e das diferentes possibilidades de decoração.
Após a campanha do Nilo de 1798, o prestígio de Napoleão alcançou seu ápice na
França. Grande admirador da arte da Roma imperial, Napoleão esforçou-se em pro-
mover as artes na França, estabelecendo o sistema de mecenato que passou a ser
reproduzido pelos nouveaux riches. Convidou os arquitetos Charles Percier e Pierre-
François-Léonard Fontaine para trabalharem nos palácios reais. Esses arquitetos
desenvolveram nos interiores dessas edificações o original estilo império, utilizando ele-
mentos como cortinas inspiradas em tendas de campanha e outras referências às guer-
ras napoleônicas. Seus trabalhos tornaram-se referência internacional através de seu
livro Recueil de décorations intérieures (1801).1
O século XIX
Ao longo do século XIX, a disputa entre diferentes estilos fez com que a arquitetura e o
design de interiores se tornassem cada vez mais excessivos na Europa e nos Estados
Unidos. Enquanto os arquitetos eram responsáveis por uma grande diversidade de
estilos arquitetônicos, os estofadores e decoradores mais uma vez foram fundamentais
para a vestimenta dos interiores. Como reação aos interiores exageradamente rebus-
cados, ressurgiram os estilos mais simples e limpos. Nesse mesmo período, surgiram
importantes movimentos reformistas, como o Arts and Crafts na Inglaterra, que valori-
zava o design honesto, o uso de materiais de qualidade, o trabalho dos artesãos e os
ofícios tradicionais, e a beleza do entorno. William Morris foi o grande líder desse movi-
mento e desenhava seus próprios tecidos, papéis de parede e mobiliário. Suas ideias
influenciaram também os Estados Unidos, onde surgiu o estilo conhecido como
Craftsman, que posteriormente passou a ser defendido por designers como Elbert
Hubbard e Gustav Stickley, e pelo arquiteto Frank Lloyd Wright.
No final do século XIX, surgiu na Europa um estilo decorativo original e complexo,
que passou a ser denominado Art nouveau. A assimetria e as formas curvilíneas pró-
prias desse estilo influenciaram a arquitetura e o design de interiores de países como
Bélgica, Áustria, Alemanha, Itália e Espanha. Os principais defensores desse estilo
foram Victor Horta na Bélgica, Antoni Gaudí na Espanha, August Endell na Alemanha e
Charles Rennie Mackintosh na Escócia.
O eclético estilo Beaux Arts surgido nos Estados Unidos marcou uma nova e impor-
tante etapa de evolução do design de interiores no século XIX. Assim denominado por
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O uso constante de formas curvas e ornatos na decoração do vestíbulo da
casa Calvet, em Barcelona, Espanha, é característico do estilo inconfundível
da arquitetura e do design de Antoni Gaudí.
A ornamentação dos interiores da mansão Morse-Libby em Portland,
Maine, incorporou as mais avançadas tecnologias da época, como
iluminação a gás e aquecimento central.
William Morris foi um dos mais influentes
representantes do movimento Arts and Crafts,
defendendo a alta qualidade, a manufatura
moveleira e os tecidos tingidos de forma natural.
Este pequeno dormitório da casa Kelmscott,
na Inglaterra, é um exemplo típico de seu estilo.
O ESTILO DO SÉCULO XIX
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No design de interiores de sua casa em Taliesin, Wisconsin, Frank Lloyd Wright
introduziu dramaticidade através da elevação dos pés-direitos e do uso
intenso de materiais em estado bruto.
Roquebrune, na França, foi o lar de Eileen Gray, a influente
designer de interiores e móveis art déco.
A casa Tugendhat em Brno, na República Tcheca, foi projetada por Mies van der Rohe, um dos arquitetos mais proeminentes da escola Bauhaus.
O ESTILO DO SÉCULO XX
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Projetado por Adolf Loos em 1908, o American Bar, em Viena, constitui um
exemplo indiscutível do design de interiores do início do modernismo.
Acima, superior
Le Corbusier se retroalimentou dos princípios da
Bauhaus. Na Villa Savoye, na França, instalou
divisórias retráteis em vidro para conectar o interior
ao exterior da casa.
Acima, inferior
A sala de jantar privativa do Colony Club em Nova
York, projetada por Elsie de Wolfe, tal como aparece
em seu livro The House in Good Taste, de 1913.
Desde o final do século XX, o design de
restaurantes tem se tornado cada vez mais
sofisticado. Os projetos de Terence Conran
situam-se na vanguarda dessa tendência.
Neste exemplo, o restaurante Plateau em
Canary Wharf, Londres, possui o teto
envidraçado, que maximiza a iluminação
natural e a sensação de amplitude espacial.

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