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ANAIS CURSO DE DIREITO FACULDADE ALENCARINA DE SOBRAL - FAL 22 A 25 DE JUNHO 2020 2 3 Mantenedor Daniel Rontgen Melo Rodrigues Direção Geral Nayara Machado Melo Ponte Diretoria Acadêmica Francisca Lopes de Souza Coordenação Geral da Semana Marcus Pinto Aguiar Comissão Científica Marcus Pinto Aguiar Marco César de Souza Melo Maria Vânia Abreu Pontes Rafaela Dantas de Siqueira Maria Valéria Abreu Pontes Comissão Avaliadora Marco César de Souza Melo Maria Vânia Abreu Pontes Rafaela Dantas de Siqueira Maria Valéria Abreu Pontes George Luís Costa de Paula 4 DIREITO E CONSCIÊNCIA Autora: Profa. Vânia Pontes O Curso de Direito da FAL anda sempre de mãos dadas, Com a poética das leis sistêmicas e das leis dos homens. Tudo em prosaicas ações jurídicas, mais conscientizadas, Para inserção acadêmica nos sistemas das novas ordens. Quando o direito não basta, é preciso amor e consciência, Daí surgiu o direito sistêmico para dar mais reconhecimento, Dentro do judiciário a cada sujeito que possui uma história, Batendo na porta da justiça entre dor, amor e ajuizamento. São muitos os lugares de fala dentro de um processo jurídico, E o direito sistêmico vem dar voz às partes a partir do sentir. Não se impõe um julgamento dentro do caminho sistêmico, Todos são guardiões das relações para o humano construir. No centramento e na conexão com as leis naturais e positivas, Faz-se um novo caminho para aplicação do direito sob olhares, Que mostram o que precisa ser visto nas aparições subjetivas, Quando expressadas mostram a origem e a solução às lides. É neste movimento que a formação jurídica da FAL caminha, No avanço construtivo em prol da justiça para todos, no todo, Onde não se exclui, mas se reconhece pelo aberto lugar de fala, Que é benéfico à solução de conflitos e favorável ao recomeço. 5 APRESENTAÇÃO A Faculdade Alencarina de Sobral tem buscado ao longo de sua existência, contribuir com o desenvolvimento individual e coletivo, de seus alunos e das comunidades por eles representadas, de modo que o processo ensino/aprendizagem seja significativo e amplamente transformador. Para além do campo do conhecimento e da prática jurídica, sem descuidar destas áreas, o Curso de Direito da FAL compreende que o processo de educação e de formação devem fomentar a aproximação e interação do direito com as demais ciências e saberes. Nessa perspectiva, o planejamento para a I Semana do Curso de Direito da FAL buscou expressar esses sentimentos, afetos, lógicas e campos que formam o sistema do ensino jurídico, acolhendo seu público interno e externo em um movimento de consolidação de práticas de ensino, pesquisa e extensão significativas. Além disso, buscou apresentar temática relevante para reflexões sobre caminhos de superação do momento pandêmico vivenciado pela humanidade Assim, no período de 22 a 25 de junho de 2020, foi realizada a I Semana do Direito FAL, no formato on line, pela plataforma Google Meets, contando com a presença de palestrantes, painelistas e facilitadores que partilharam com o público participante, suas experiências práticas e conhecimento acerca de temáticas tão ricas quanto o Direito Sistêmico, Mediação, Conciliação, Justiça Restaurativa, Constelação Familiar, entre outras; inclusive com a apresentação de trabalhos submetidos por alunos e professores, tanto da FAL quanto de outras instituições de ensino superior locais, e nacionais. Nesse contexto, a presente obra busca expressar por meio dos trabalhos aqui publicados, um pouco do que foi vivenciado no formato on line, mas que alcançou as mentes e os corações dos participantes, produzindo frutos que possam alimentar a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. 6 Aproveitamos o ensejo para agradecer ao professor Hamilton Vale Leitão e à professora Claudia dos Santos Costa, pelo apoio dado à realização do evento em 2020, na condição de Diretor Geral e Diretora Acadêmica, respectivamente, além da professora Tisiane Siqueira de Oliveira Guimarães, vice diretora geral. Esperamos que possam usufruir com alegria e bom proveito dos textos, e que estes possam contribuir com o fomento de reflexões críticas que permitam ações humanas capazes de fortalecer a igualdade, a liberdade e a fraternidade entre todos, contribuindo para a expansão do campo do amor que nos une. Prof. Dr. Marcus Pinto Aguiar Coordenação Geral 7 PROGRAMAÇÃO 22/06/2020 17:30 - ABERTURA DO EVENTO 18:30 – CONFERÊNCIA DE ABERTURA: Direito Sistêmico e os Desafios para as Relações Jurídicas Conferencista: Dr. Sami Storch Juiz de Direito no Estado da Bahia. Mestrado em Administração Pública e Governo (EAESP-FGV/SP). Graduado na Faculdade de Direito da USP. Autor da expressão "Direito Sistêmico" e do blog de mesmo nome. Recebeu prêmios do Tribunal de Justiça da Bahia e do Conselho Nacional de Justiça pela inovação na prática das constelações familiares e aplicação das ordens sistêmicas descobertas por Bert Hellinger na condução dos processos, obtendo alto índice de conciliações e soluções sistêmicas harmonizadoras em diversas áreas. Dá palestras e cursos no Brasil e no exterior. Docente da Escola Hellinger (Alemanha) e coordenador acadêmico da Pós-Graduação em Direito Sistêmico pela Hellingerschule/Faculdade Innovare. Formador credenciado da ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados. Pesquisador associado da UFMT - Univ. Federal do Mato Grosso. 23/06/2020 14:00 – 17:00 – MINICURSOS/OFICINAS MINICURSO 1: Guarda compartilhada em tempos de COVD 19 – 14h – 16h Facilitadora: Profa. Ma. Cláudia dos Santos Costa Advogada, Assistente Social. Mediadora e Conciliadora de Conflitos formada pelo NUPEMEC/CE. Mediadora Comunitária formada pelo Ministério Público do Ceará. Mediadora comunitária formada pelo Ministério Público do Estado do Ceará. É mestra em Gestão Pública. Doutoranda em Direitos Fundamentais pela Faculdade de Vitória. Atua como diretora acadêmica da Faculdade Alencarina em Sobral/CE e como coordenadora do curso de Gestão Pública na modalidade EAD do Centro Universitário UNINTA. Professora do curso de Direito da Faculdade Alencarina e Professora orientadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade Estadual Vale do Acaraú. MINICURSO 2: Controle de Convencionalidade e a Proteção de Direitos Fundamentais - 14h – 16h Facilitador: Prof. Dr. Marcus Pinto Aguiar Pós-Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília/Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (UnB/FLACSO Brasil); Doutor e Mestre em Direito pela Universidade de Fortaleza (CE); Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Mediador e Conciliador Judicial formado pelo NUPEMEC do TJ/CE; Coordenador e Professor do Curso de Graduação em Direito da Faculdade Alencarina de Sobral - FAL. MINICURSO 3: Técnicas e Habilidades na Negociação colaborativa - 15h às 17h Facilitadora: Emmanuela Carvalho Cipriano Chaves 8 Possui formação em Negociação e Mediação de Conflitos pela Columbia Law School, University Columbia, NYC e em Theory and Tools of the Harvard Negotiation Project, Harvard University/CMI Interser, Cambridge; e em Práticas Colaborativas pelo Institute Collaborative Law, Edina, Minnesota. Atualmente cursa doutorado no Programa de Doutorado em Direito Constitucional da Universidade de Fortaleza (Fortaleza/CE) e é bolsista CNPQ para doutorado sanduíche na Columbia University. OFICINA 1: Mediação e conciliação 16h às 17h Facilitadora: Profa. Ma. Cláudia dos Santos Costa Advogada, Assistente Social. Mediadora e Conciliadora de Conflitos formada pelo NUPEMEC/CE. MediadoraComunitária formada pelo Ministério Público do Ceará. Mediadora comunitária formada pelo Ministério Público do Estado do Ceará. 19:00 – PALESTRA: Gestão de Conflitos e os Desafios para o Poder Judiciário Palestrante: Dra. Jovina d’Ávila Bordoni Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Ceará. Doutoranda e Mestra em Direito Constitucional Público e Teoria Política pela Universidade de Fortaleza (2015). Atua, também, na área de Mediação e Conciliação como professora e instrutora do Conselho Nacional de Justiça - CNJ; Formadora da Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará (Esmec) e da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). Foi Coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), de Fortaleza. 24/06/2020 08:00 – 12:00 – APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS Apresentações nas salas virtuais via plataforma Google Meet. 14:00 – 17:00 – MINICURSOS/OFICINAS MINICURSO 1: Perspectivas para a advocacia: prevenção e solução de conflitos - 15h às 17h Facilitadora: Emmanuela Carvalho Cipriano Chaves Possui formação em Negociação e Mediação de Conflitos pela Columbia Law School, University Columbia, NYC e em Theory and Tools of the Harvard Negotiation Project, Harvard University/CMI Interser, Cambridge; e em Práticas Colaborativas pelo Institute Collaborative Law, Edina, Minnesota. Atualmente cursa doutorado no Programa de Doutorado em Direito Constitucional da Universidade de Fortaleza (Fortaleza/CE) e é bolsista CNPQ para doutorado sanduíche na Columbia University. OFICINA 1: Competências Mediativas: Técnicas Da Comunicação Positiva - 14h às 17h Facilitadora: Líllian Virgínia Carneiro Gondim 9 Mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza. É Mediadora Judicial do Centro Judiciário de Solução de Conflitos do Fórum Clóvis Bevilaqua - CEJUSC. É Instrutora em Formação em Mediação Judicial pelo Conselho Nacional de Justiça em parceria com o Tribunal de Justiça do Ceará - TJ-CE. 19:00 – PALESTRA: Cultura e Círculos de Paz para a Efetividade do Direito Palestrante: Ma. Marianna de Queiroz Gomes Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Doutoranda em Ordem Jurídica Constitucional pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2016 - 2020). Mestra em Direito Constitucional pela UFC (2015). Especialista em Direito e Processo Tributário (UNIFOR). Especialista em Direito Processual Civil (UNICHISTUS). Graduada em Direito pela UFC (2010). 25/06/2020 08:00 – 12:00 – APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS Apresentações nas salas virtuais via plataforma Google Meet. 14h – 17h – MINICURSOS/OFICINAS MINICURSO 1: Teoria e Prática de Justiça restaurativa - 14h – 16h Facilitador: Igor Barreto de Menezes Pereira Defensor público do estado do Ceará. Titular da 2.ª defensoria criminal da comarca de sobral. Graduado em direito pela universidade federal do Ceará (1999-2003). Especialista em filosofia moderna do direito (esmp.uece)(2008-2009). Cursou parcialmente mestrado em direito constitucional na universidade federal do Ceará (2009-2010). Bolsista do deutscher akademischer austauschdienst (daad). Winterkurs. Freiburg-im-breisgau universität (2004). Ex-advogado da pastoral carcerária do estado do Ceará (2003-2004; 2008-2010). Ex-membro do conselho estadual de segurança pública (2009). MINICURSO 2: Direito Sistêmico e as Constelações Familiares na Resolução de Conflitos - 14h às 16h Facilitadora: Profa. Ma. Maria Valéria Abreu Pontes Mestra em História e Culturas/UECE. Graduada em História/UVA (2009). Especialista em Gestão Educacional/INTA (2011). Psicopedagoga Clinica e Institucional/FAMETRO (2019). Atualmente é professora do Curso de Direito da Faculdade Alencariana de Sobral - FAL e diretora do Instituto de Desenvolvimento Humano Psicoalinhar - IPA que trabalha com Programação Neurolinguística, Direito Sistêmico e Constelação Familiar Sistêmica através de palestras, workshops e oficinas para professores, universitários e outros. MINICURSO 3: A Literatura como meio dialógico de formação humana no Direito - 16h às 17:30 Facilitadora: Profa. Ma. Maria Vânia Abreu Pontes 10 Graduada em Letras Português-Literatura e Especialista em Língua Portuguesa e Literatura pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão - FLF. Mestra em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará-UFC. Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará-UFC. Advogada OAB/CE. MINICURSO 4: Educação em Direitos Humanos e Cultura de Paz - 14h – 16h Facilitador: Prof. Dr. Marcus Pinto Aguiar Pós-Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília/Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (UnB/FLACSO Brasil); Doutor e Mestre em Direito pela Universidade de Fortaleza (CE); Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Mediador e Conciliador Judicial formado pelo NUPEMEC do TJ/CE; Coordenador e Professor do Curso de Graduação em Direito da Faculdade Alencarina de Sobral - FAL. OFICINA 1: Conversa em Família e Diálogos Construtivos durante a Pandemia - 14h às 17h Facilitadora: Líllian Virgínia Carneiro Gondim Mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza. É Coordenadora e Professora do Curso de Especialização em Resolução de Conflitos e Mediação da UNI7. É Mediadora Judicial do Centro Judiciário de Solução de Conflitos do Fórum Clóvis Bevilaqua - CEJUSC. É Instrutora em Formação em Mediação Judicial pelo Conselho Nacional de Justiça em parceria com o Tribunal de Justiça do Ceará - TJ-CE. 18:30 – Menção Honrosa aos alunos com trabalhos apresentados na I Semana do Direito da FAL 19:00 – CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO: Por uma nova Justiça restauradora da vida Conferencista: Dr. Renato Pedrosa Atual Presidente do Instituto Terre des Hommes Brasil, e chefe da delegação da Foundation Terre des Hommes Lausanne no Brasil, trabalhando há mais de 25 anos na instituição, que desenvolve ações nas temáticas da Justiça Juvenil Restaurativa, da prevenção à violência e execução de Políticas de Proteção à Criança. Advogado e especialista em Mediação de Conflitos, com MBA em Direito Civil e Processual Civil pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de facilitador de práticas restaurativas. Foi presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescentes de São Luís (MA) e atualmente é Conselheiro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Fortaleza e do Estado do Ceará. Integrante do Grupo de Trabalho do Protocolo Nacional de implementação da Justiça Restaurativa no Brasil. 11 EIXO TEMÁTICO 1: DIREITO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS 25/06/2020 - SALA 01 RESPONSÁVEL: Prof. Marco César TÍTULO AUTOR(ES) FAKE NEWS VERSUS LIBERDADE DE EXPRESSÃO DESAFIOS NA JUSTIÇA ELEITORAL Antonio Reudo de Amorim Mourão; Larissa Pessoa Lobo A INTERNET COMO ÁGORA DIGITAL NA SOCIEDADE EM REDE: A CIBERDEMOCRACIA E SUAS PERSPECTIVAS Augusto de França Maia Luiza Beattrys Pereira dos Santos Lima, Rodrigo Vieira A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE APLICAÇÕES DA INTERNET PELOS DANOS DE CONTEÚDO GERADO POR TERCEIROS E O DIREITO AO ESQUECIMENTO NA SOCIEDADE INFORMACIONAL Luiza Beattrys Pereira dos Santos Lima, Augusto de França Maia, Rodrigo Vieira DIREITO DIGITAL – IMAGEM, INTEGRIDADE e CYBERBULLYING Letícia Soares De Farias, Larissa Gonçalves de Souza Magalhães, Greyce Gabriella Bastos Gomes A MEDIAÇÃO ONLINE: VANTAGENS E DESAFIOS EM TEMPOS DE PANDEMIA. Ana Thamires Gomes Fideles Francisca Moara CordeiroCarneiro Maria Izabelly Morais da Silva Thais Silva Araújo de Amorim Coelho Claudia dos Santos Costa MEDIAÇÃO ON-LINE E O PERCURSO ENTRE A FALA E A ESCUTA: ADAPTAÇÕES DA GUARDA EM PERIODO DE ISOLAMENTO SOCIAL Maria Izabelly Morais da Silva Francisca Moara Cordeiro Carneiro Ana Thamires Gomes Fideles Thais Silva Araújo de Amorim Coelho Claudia dos Santos Costa MEDIAÇÃO ON-LINE COMO ALTERNATIVA PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ORIUNDOS DO DEVER DE PRESTAR ALIMENTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA Thais Silva Araújo de Amorim Coelho Francisca Moara Cordeiro Carneiro Ana Thamires Gomes Fideles Maria Izabelly Morais da Silva Claudia dos Santos Costa 12 FAKE NEWS VERSUS LIBERDADE DE EXPRESSÃO – DESAFIOS NA JUSTIÇA ELEITORAL Larissa Pessoa Lobo1; Aluna do curso de direito do Centro Universitário INTA- UNINTA Antônio Reudo de Amorim Mourão2; Aluno do curso de direito do Centro Universitário INTA- UNINTA Maria Vânia Abreu Pontes3 Orientadora. Graduação em Letras e Direito. Mestre e doutoranda pela Universidade Federal do Ceará - UFC. Professora e Gestora Pedagógica do Curso de Direito da Faculdade Alencarina de Sobral – FAL. Introdução: O presente trabalho tem como proposta de pesquisa analisar e abordar sobre as fakes News disseminadas no período eleitoral das campanhas presidenciais de 2018 e seus impactos diante das interfaces do direito de liberdade de expressão e o direito à informação. Com o aumento das divulgações das campanhas eleitorais nas redes sociais, presentes nas diversas plataformas digitais como Facebook, Instagram, entre outros meios de comunicação facilitam a propagação de notícias falsas e distorcidas conhecidas como Fake News, estão cada vez mais presentes, principalmente no âmbito das campanhas eleitorais, como ocorrido nas campanhas presidenciais de 2018. As consequências negativas trazidas trouxeram diversas ameaças à própria democracia, na medida em que podem deturpar os resultados eleitorais, o, corrompendo-se a liberdade de expressão e o direito à informação, dois dos principais trunfos da democracia ante os demais regimes políticos. A posição que atribui valor constitutivo à liberdade de expressão entende que esta deve ser amplamente protegida, mesmo quando caracterizada por falsidades. De acordo com esse ponto de vista, a proteção da liberdade de expressão justificar-se-ia não pela qualidade do conteúdo informativo ou pela qualificação de quem o emite, mas por sua existência enquanto direito individual, sem o qual não há democracia. Objetivos: O objetivo do estudo é analisar as notícias falsas (fake news), e as discussões jurídicas acerca do assunto, como os posicionamentos dos tribunais acerca do assunto, bem como se houve ou não interferências no resultado das eleições presidenciais de 2018 e a insegurança jurídica causada pelas notícias falsas nas redes sociais. Metodologia: Para o desenvolvimento do trabalho em questão será utilizado a pesquisa de natureza bibliográfica com análise de artigos científicos e na legislação eleitoral brasileira e bem como estudo de material jornalístico dos casos de notícias ocorridas contra os candidatos ao cargo presidencial, bem como publicações em redes sociais. Resultados/discussão: Diante da análise foi possível inferir a importância dos debates acerca do tema, sobretudo diante dos necessários limites ao combate do problema, bem como colocando a insegurança dos princípios constitucionais como a liberdade de expressão e direito a informação. Como forma de solucionar o problema está em pauta um projeto de Lei O PL 2.630/202014 onde vai permitir que as plataformas digitais retire o conteúdo considerados parcialmente ou integralmente enganosos. Considerações finais: Conclui-se que deve a haver um melhor combate na conscientização e a educação da população acerca da divulgação de informações sem prévias verificações da veracidade dos fatos e das medidas punitivas. 13 Palavras-chave: Eleições; Fake News; Liberdade de Expressão. [4] Projeto de lei que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, estando em fase de tramitação. A INTERNET COMO ÁGORA DIGITAL NA SOCIEDADE EM REDE: A CIBERDEMOCRACIA E SUAS PERSPECTIVAS Augusto de França Maia1; Mestrando em Direito pela UFERSA1 Luiza Beattrys Pereira dos Santos Lima2; Mestranda em Direito pela UFERSA2; Rodrigo Vieira Costa3 ; Doutor em Direito pela UFSC e professor do PPGD da UFERSA3 Introdução O avanço da tecnologia, a globalização e o surgimento das novas tecnologias da informação popularizaram o acesso à internet e a tornaram a principal forma de comunicação ao redor do mundo, superando meios tradicionais, como o rádio e a televisão, por exemplo. Ao mesmo tempo, a democracia brasileira, cujo modelo corresponde a um liame entre a participação direta e a representação política, perdeu fôlego com o distanciamento da sociedade do centro do poder decisório, sobretudo em razão de práticas políticas anacrônicas e processos de tomada de decisões que excluem a opinião e a participação da grande massa, no mais das vezes até se portando contra ela. Tal fato faz com que a participação popular direta na construção democrática brasileira se resuma, no mais das vezes, aos processos eleitorais, sendo necessária, então, a criação de um instrumento que restabeleça o elo entre o Estado e o povo. A alternativa pode estar na internet, que surgiu justamente da necessidade de estabelecer comunicação, encurtar distâncias e compartilhar soluções. É na ciberdemocracia, também chamada de democracia digital, democracia eletrônica, democracia virtual, e democracia, entre outras, que o sistema democrático, envolto a um mundo cada vez mais digital, globalizado e conectado, pode se aprimorar e encontrar resposta para os seus dilemas. Objetivos Analisar o potencial da internet como instrumento de promoção da participação direta dos cidadãos nas decisões políticas do país, com a aproximação entre a sociedade e os centros de poder, aperfeiçoando o sistema democrático pátrio e adequando-o à nova realidade mundial, de permanente e engajada atuação virtual. Metodologia Para alcançar os objetivos pretendidos, o trabalho é conduzido por uma pesquisa descritiva, de base bibliográfica e documental, observados a partir do método dedutivo. Resultados/discussão O sistema democrático representativo, caracterizado por uma ampla autonomia dos ocupantes de cargos eletivos e cuja construção, além de jurídica, é política e cultural, vive uma crise que tem como centro o sentimento de falta de representação política por parte da população. O exercício de mandatos à revelia do eleitorado e as frequentes tomadas de decisões que contrastam com o sentimento popular não têm oferecido as respostas pretendidas por uma sociedade cada vez mais heterogênea e complexa, que se vê afastada das grandes decisões nacionais e possuindo elevado descrédito em relação à classe política. Nesse contexto, se faz necessário uma urgente conciliação entre 14 representantes e representados, que pode ser possibilitada pelo estímulo a mecanismos de participação direta, que integrem com maior força a sociedade e os seus líderes políticos. Se os meios de participação direta elencados pela Constituição Federal, a exemplo dos plebiscitos, referendos e audiências públicas, não têm gerado resultados a contento, a internet, que permite aos cidadãos ocuparem um espaço onde podem verbalizar as suas dores, esperanças e exigências, além de possibilitar maior transparência da ação política e da administração pública, pode instrumentalizar o aperfeiçoamento do regime participativo, com o resgate da importante e necessária participação direta da sociedade civil nas discussões públicas. A transformação da democracia pela utilização de ferramentas e instrumentos da internet faz surgir a ciberdemocracia, na qual o cibercidadão tem potencializadoa sua capacidade de expressão, manifestação e informação. Trata-se, em verdade, de oportunizar a sociedade se debruçar sobre os problemas que lhe afligem, participar das deliberações que lhe afetam diretamente, visualizar com transparência a condução das políticas públicas e, em síntese, se auto-organizar, num processo em que a inteligência coletiva reatualiza o regime democrático. Assim, a ampla conectividade social, numa escala planetária sem precedentes, cria uma maior participação coletiva na esfera política, viabilizando uma rearticulação dos espaços públicos, cuja legitimação aumenta na medida em que a participação popular também cresce. Considerações finais: Desde o modelo ateniense, a democracia tem se transmutado e recebido novas formas e características conforme vai sendo moldada por cada sociedade. O advento da Constituição Federal de 1988, no Brasil então devastado pelo regime ditatorial militarista, é o principal marco da redemocratização do país, seja porque consagrou o retorno das eleições diretas, seja porque adotou um espírito em que o povo é tratado como centro do poder. Todavia, com o passar dos anos, esse poder distanciou-se de quem o emana, de maneira a ser imprescindível um reencontro com a essência democrática da efetiva participação popular. As novas tecnologias da informação, ao popularizarem e transformarem a internet em principal meio de comunicação do mundo, fazem brotar uma sociedade em rede na qual o cibercidadão exige passagem e voz, estando a internet mais uma vez responsável pela destruição de muros e pela criação de pontes, que nesse caso interligam o povo à refundação da democracia, na construção de uma grande ágora digital. Palavras-chave: Democracia. Ciberdemocracia. Internet. Participação popular. A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE APLICAÇÕES DA INTERNET PELOS DANOS DE CONTEÚDO GERADO POR TERCEIROS E O DIREITO AO ESQUECIMENTO NA SOCIEDADE INFORMACIONAL Luiza Beattrys Pereira dos Santos Lima1 Mestranda em Direito pela UFERSA; Augusto de França Maia2; Mestrando em Direito pela UFERSA; Rodrigo Vieira Costa Doutor em Direito pela UFSC e professor do PPGD da UFERSA 15 Introdução: Notadamente com o advento dos avanços tecnológicos, percebe-se que a comunicação e a circulação de dados na sociedade informacional ganharam proporções tão gigantescas que chegam a ser veiculadas praticamente em tempo real. Não obstante, em determinadas circunstâncias, conteúdos indexados e gerados em provedores de internet por seus usuários acabam ensejando sérios atos ofensivos e ilícitos na esfera de direitos fundamentais. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal suscitou pelo reconhecimento de repercussão geral sobre a matéria no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) nº 660.861/MG, no qual se irá discutir pela (in)constitucionalidade do art. 19 do Marco Civil da Internet (Lei n° 12.965/2014), bem como sobre a possibilidade de se condicionar uma ordem judicial específica para a retirada de perfis falsos ou tornar conteúdo infringente indisponível. Objetivos: Nesse sentido, propõe-se no presente trabalho analisar o direito ao esquecimento no contexto jurídico do atual Marco Civil da Internet (MCI), delimitado pelos tribunais, ao responsabilizar civilmente os provedores de aplicações da internet pelos danos causados por conteúdo gerado por terceiros. Metodologia: Para tanto, o trabalho é conduzido por meio de uma pesquisa qualitativa com fins descritivos e análise jurisprudencial. Resultados/discussão: Os resultados apontam que o art. 2º, caput, e o art. 3º, inciso I, do MCI, partem da premissa de que o uso da internet tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão e de muitos outros princípios, dentre eles, a garantia da liberdade de comunicação e manifestação de pensamento, conforme a Constituição Federal de 1988 (CRFB/88). O Marco Civil da Internet (MCI) trouxe a categoria dos provedores de aplicações de internet, na qual estão compreendidos os provedores de correio eletrônico, de hospedagem, de pesquisa e das redes sociais. Pode-se dizer que se confere uma proteção especial para as informações que circulam na rede digital, sendo uma delas a que diz respeito à responsabilização dos provedores de aplicações pelos danos de conteúdos gerados por terceiros, em que se evidenciam alguns precedentes emanados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), dentre eles, em conformidade com art. 19 do MCI, que aduz pela responsabilização subjetiva do provedor de aplicações de internet por omissão, quando não retira o conteúdo ofensivo após a devida notificação de uma ordem judicial específica. Frisa-se que, sob pena de nulidade, a referida notificação judicial deve conter e preencher um rol de requisitos, a exemplo da necessária indicação dos endereços eletrônicos (URLs) objeto da remoção, resguardando sempre pela garantia da liberdade de expressão, vedação da censura e demais direitos fundamentais que serão ponderados casuisticamente. Em regra, a notificação extrajudicial não enseja o dever jurídico de retirada do material questionado ou ofensivo, salvo nos casos de conteúdos protegidos por direitos autorais (§2º do art. 19 do MCI) e para os casos de divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado (art. 21 do MCI). Contudo, excepcionalmente, os provedores possuem autonomia para aplicarem os termos de uso e políticas de sua plataforma digital, e assim adotarem medidas de filtragem, bloqueios ou remoções de conteúdos aparentemente ilícitos ou ofensivos, desde que tais medidas não contrariem as disposições do MCI, nem prejudiquem outros direitos fundamentais. Não obstante, é possível esquecer na era digital? A desindexação ou a remoção de conteúdos ofensivos gerados por usuários na internet, mesmo que juridicamente possível, surtiria os seus efeitos práticos? O Enunciando 531 da VI Jornada de Direito Civil, embora não vinculante, assegura que a tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade contemporânea engloba o 16 direito ao esquecimento. A despeito da imprecisão legislativa, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento de dois célebres casos, quais sejam, o caso Chacina da Candelária (REsp 1334097) e o caso Aída Curi (RE 1334097), entendeu que o direito ao esquecimento poderia ser aplicado e garantido, desde que a liberdade de expressão fosse preservada (mesmo que em graus diferentes). Contudo, há fortes discussões no que tange à aplicabilidade prática desse mecanismo jurídico frente à sociedade informacional, dentre elas, as implicações do “Efeito Streisand” e o fácil acesso na rede digital de conteúdos que deveriam ser “esquecidos”, incluindo os dos dois casos apresentados. É de se destacar o voto proferido pelo Ministro Marco Aurélio Bellizze, do STJ, no REsp nº 1.660.168-RJ (3ª Turma), que culminou com a determinação para que sites de busca criassem formas de evitar a associação do nome de uma promotora de Justiça a notícias que envolvam suposta fraude em concurso para a magistratura. O voto dispõe a imprescindibilidade da atuação do poder judiciário em casos que denotem a quebra da vinculação eternizada dos sites de busca, com o escopo de desassociar os dados pessoais do resultado cuja relevância se tenha tornado obsoleta pelo decurso do tempo, devendo a impossibilidade técnica de implantação de filtro por palavra-chave ser objetivamente comprovada pelos provedores. Ademais, afirma que a essência do direito ao esquecimento não se trata de efetivamente apagar o passado, mas de permitir que a pessoa tenha um razoável anonimato e que fatos desabonadores não sejam corriqueiramente rememorados e perenizados por sistemas automáticos de busca. Considerações finais: Destarte, defende-se que tais implicações poderiam reforçar o quantum indenizatório da responsabilidade civil em questão. O direito à liberdade de informaçãoe os direitos da personalidade, em especial o direito à privacidade, intimidade e imagem são direitos sensíveis, razão pelas quais as ponderações devem ser minunciosamente discutidas, adequadas e aplicadas em observância às peculiaridades casuísticas e a rapidez com que as informações são propagadas na era digital. Palavras-chaves: Marco Civil da Internet; Direitos Fundamentais; Provedores de Internet; Responsabilidade Civil; Direito ao Esquecimento. DIREITO DIGITAL – IMAGEM, INTEGRIDADE e CYBERBULLYING Letícia Soares de Farias Aluna do curso de direito da Faculdade Luciano Feijão Larissa Gonçalves de Souza Magalhães Aluna do curso de direito da Faculdade Lucinao Feijão Greyce Gabriela Bastos Gomes Aluna do curso de direito da Faculdade Lucinao Feijão Introdução Este trabalho tem por finalidade realizar um estudo sobre a conectividade exagerada, que acabou por gerar diversos problemas oriundos da interação cibernética, passando a ser necessário uma norma que regulasse 17 essas relações virtuais. A essa regulação, deu-se o nome de Marco Civil, e a partir da sua aprovação procedimentos são aplicados em casos de ataque a honra e injúria a uma pessoa, sendo passiveis de sansão com reparo financeiro por danos morais. Trata ainda sobre o cyberbullying, uma prática que recorre à internet para ameaçar, humilhar e intimidar alguém. É fato que o bullying, em qualquer forma, viola direitos e princípios individuais e fundamentais, o que acaba por ser agravado com o cyberbullying, devido ao maior potencial de disseminação dos atos, fazendo com que os agressores estejam sujeitos a pagar pelos danos causados à vítima, tanto pelo que está disposto no Marco Civil da Internet, quanto pelo Código Civil. Objetivos Esta pesquisa tem como objetivo entender a relação entre liberdade de expressão e crime motivado pelo preconceito na internet, os direitos que os usuários possuem ao utilizarem uma rede social baseados em Direito Digital e na Lei número 12.965/14 (Marco Civil da Internet). Metodologia O presente trabalho apresenta método exploatório e descritivo, sendo baseado em pesquisa bibliográfica, a partir de livros, artigos e documentos legais, e também, pesquisa de campo realizada pelos autores trabalho onde aborda com alguns usuários escolhidos aleatoriamente nos cursos da Faculdade Luciano Feijão (Direito, Engenharia Civil, Administração e Psicologia), com faixa etária de 18 a 35 anos, sobre o que sabem realmente sobre seus direitos dentro das redes sociais, assim como possíveis consequências legais do uso incorreto destas redes no uso de sua liberdade de expressão. Resultados/discussão Para termos uma melhor compreensão da realidade sobre o assunto, decidimos por uma pesquisa de campo, de modo que pudéssemos comparar como as pessoas agem, sabem e pensam sobre o tema. Utilizamos de 200 questionários focando principalmente no público entre 18 a 35 anos de idade, com as seguintes perguntas: 1°) Você sabe o que é cyberbullying?; 2°) Já viu alguém cometendo cyberbullying no Facebook ou no WhatsApp?; 3°) Você concorda que o cyberbullying é responsabilidade de cada cidadão que usa a internet e não denúncia?; 4°) Se alguém comete cyberbullying contra você e sua família, difamasse sua imagem, lhe insultasse com xingamentos e espalhasse mentiras sobre você nas redes sociais, você saberia se defender judicialmente?; 5°) Conhece a cláusula do termo de adesão do Facebook e do WhatsApp sobre o backup que eles fazem de tudo que você acessa e posta?. Os resultados mostraram que das 200 pessoas entrevistadas, 184 delas, a maioria, sabe o que é cyberbullying, e 176 dessas pessoas já viram (testemunharam) esse crime sendo cometido por terceiros, além de 185 dos entrevistados concordarem que é de responsabilidade também daqueles que testemunham denunciar. No entanto, apenas 67 dessas pessoas, saberia se defender juridicamente em uma situação dessa. Isso mostra que, referindo-se a esse tipo de delito, o quanto as pessoas têm consciência desta infração e não denunciam por falta de conhecimento de como fazê-lo, além de não saberem também as providencias que tomariam juridicamente quando presenciam o ato. De acordo com o Direito Digital, um simples “print” da tela se torna uma prova, sendo essa a primeira atitude que se deve tomar por parte daquele que denuncia para que possa se resguardar. Logo em seguida, a vítima deve fazer um boletim de ocorrência na delegacia. É importante também que a vítima possa reunir o maior número de testemunhas sobre o caso, podendo fazer isso algumas maneiras, como por exemplo, marcando pessoas para que vejam o ocorrido em seus perfis e possam testemunhar quando forem solicitados pela Justiça. Deve-se ficar atento para aqueles que compartilham o conteúdo criminoso na rede, pois esses serão os cúmplices e também serão alvo da denúncia por parte da vítima. Na última pergunta da entrevista, desejávamos saber se as pessoas liam o contrato virtual que 18 assinavam quando criavam seus perfis para acessar a rede, e dessa forma tinham conhecimento das ferramentas que as próprias redes disponibilizam para que elas se defendessem quando necessitassem, a resposta quase unânime foi não. Considerações finais: É inegável a relevância do alcance das redes sociais em nosso país. No entanto, a partir daí, devemos observar também o tamanho do campo para cometimento de crimes que, assim como as redes sociais, tem se proliferado, já que muitos usuários excedem seu direito de manifestar sua opinião e passam a denegrir a imagem de outros usuários. A consequência mais trágica do bullying e sua versão virtual, está em privar e depreciar da vítima um dos seus direitos de maior caráter fundamental: a sua dignidade. Dessa forma, há grande importância de os tribunais tratarem de tal assunto com a dimensão necessária, concretizando indenizações justas, e rapidamente aplicadas. Ações que visem a cessação do cyberbullying e reparação dos danos que podem minimizar esta prática que extrai das vítimas o mais importante atributo enquanto indivíduos, o valor moral e espiritual que nos pertence: a dignidade da pessoa humana, defendida no 1º artigo da Constituição Federal. Em suma, pode-se apontar meios como a educação e a conscientização moral e civil dos cidadãos, além de incentivo à leitura do que assinam nos contratos das mídias sociais. São possíveis caminhos que nos levariam a uma sociedade mais responsáveis e consequentemente cidadãos mais conscientes dos limites que não devem ser ultrapassados nas interações sociais que continuam evoluindo com o tempo. Palavras-chave: direito digital; tecnologia; cyberbullying; A MEDIAÇÃO ONLINE: VANTAGENS E DESAFIOS EM TEMPOS DE PANDEMIA. Ana Thamires Gomes Fideles¹ Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Mediadora de Conflitos no Projeto Laços de Família. Francisca Moara Cordeiro Carneiro² Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Advogada e Mediadora de Conflitos no Projeto Laços de Família. Maria Izabelly Morais da Silva³ Bacharel em Psicologia pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Psicóloga e Mediadora de Conflitos no Projeto Laços de Família, Thais Silva Araújo de Amorim Coelho4 Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Advogada e Mediadora de Conflitos no Projeto Laços de Família, Claudia dos Santos Costa5 Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Advogada e coord. adm. do Projeto Laços de Família, Doutoranda em Direitos Fundamentais pela FDV – Faculdade de Vitória5. 19 INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, decretou a pandemia de COVID 19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars- Cov-2), sendo assim necessária a adoção de medidas de distanciamento social. O Estado do Ceará, através do decreto no 33.510, de 16 de março de 2020, decretou situação de emergência em saúde no Estado,deliberando medidas restritivas de enfrentamento da disseminação do novo coronavírus. Este novo cenário comprometeu, a princípio, os encaminhamentos que facilitam o acesso às políticas públicas com o viés de solucionar os impasses, através da promoção do diálogo. A propósito, a mediação online trouxe ao Projeto Laços de Família, a possibilidade de buscar o uso da tecnologia como meio indispensável para o atendimento as pessoas que buscam solucionar demandas familiares. OBJETIVO: Elucidar a realidade atual das demandas urgentes que não tem como aguardar a pandemia findar, adequando- se a oportunidade de realizar mediações na modalidade online. METODOLOGIA: Foi utilizado o método reflexivo, para a análise da experiência de atuação com mediação familiar online. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A realização do atendimento de forma virtual, objetiva trazer novas ferramentas de acesso e inclusão nas comunidades, afim de efetivar a resolução dos impasses, promovendo aos envolvidos comunicação de maneira simples e acessível, com maior qualidade, trazendo soluções eficazes para o público hipossuficiente. Visto a imprevisibilidade da vivência do momento, principalmente no que se relaciona a mantença e convivência dos filhos que tem pais separados, considerando o risco de contaminação pelo vírus, há maior adesão a mediação para tratar sobre as questões de visitas no período de pandemia e após. Assim, o atendimento online tem proporcionado resultados satisfatórios para os assistidos, que buscam solucionar o impasse através da mediação, chegando a um consenso, ou seja, ganho mútuo quando observada a decisão equilibrada nas propostas e na negociação. CONCLUSÃO: A mediação se confirma na promoção da pacificação e transformação social, oportunizando ainda uma nova realidade para o público, sendo aplicada com mais ênfase nos últimos meses, tendo em vista a restrição imposta pelo distanciamento social, a mesma vem proporcionar celeridade, transparência e acesso a Justiça. Trazendo mais satisfação e segurança aos assistidos em poder solucionar suas demandas. PALAVRAS-CHAVE: Mediação Online; Pacificação social; Acesso à Justiça. MEDIAÇÃO ON-LINE E O PERCURSO ENTRE A FALA E A ESCUTA: ADAPTAÇÕES DA GUARDA EM PERIODO DE ISOLAMENTO SOCIAL Maria Izabelly Morais da Silva¹ Bacharel em Psicologia pela Faculdade Luciano Feijão (FLF) e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. Francisca Moara Cordeiro Carneiro² Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Advogada e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. Thais Silva Araújo de Amorim Coelho³ Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Advogada e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. 20 Ana Thamires Gomes Fideles4 Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF) e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. Orientadora: Cláudia dos Santos Costa5 Advogada, Assistente Social, mediadora e coordenadora administrativa do Projeto Laços de Família; Doutoranda em Direitos Fundamentais pela FDV-Faculdade de Vitória/ES5 Introdução O propósito de construção desse estudo foi analisar a mediação on- line como um instrumento para resolução de conflitos, diante do quadro de isolamento social, buscando enfatizar a guarda compartilhada como enfoque dessa prática. No decorrer do texto, examinaremos o movimento de revolução de acesso a essa prática uma vez ainda mais necessária e solicitada diante do isolamento socialmente vivenciado. A mediação como instrumento célere, econômica e informal geradora de resultados positivos para ambas as partes possibilitando cuidado nos fatores jurídicos, psicológicos e sociais. Objetivo: Analisar a prática da mediação. enquanto possibilitadora de transformação social através do diálogo pacífico mesmo diante de estímulos externo estressores. Metodologia: A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, bem como sites, buscando, desta forma, uma análise geral das novas atualizações do judiciário em meio a pandemia. Quanto à metodologia utilizada na elaboração do presente trabalho, foi através da pesquisa bibliográfica. Resultado e Discussõe: Durante o período de pandemia, e perante os inúmeros desafios no campo econômicos, social e político acarretarem ao campo jurídico diversas decorrências geradas pelo confinamento social diversas possibilidades de atuação foi sendo desenvolvida. A situação preventiva já reverbera no Direito de Família. Na esfera da guarda compartilhada os efeitos são mais velozes tendo em vista a modificação diretiva da convivência dos genitores com os menores. Durante o enfrentamento do COVID-19 é necessário que surjam novas ferramentas de auxilio judicial, como a tecnologia para viabilizar a resolução de conflitos ou a resolução de disputas e a mediação on-line afim de equiparar as arestas que estão expostas. Conclusão: A mediação on-line viabiliza a possibilidade de diálogo em torno da nova logística de convivência. A mediação na guarda compartilhada é de extrema relevância para que os sentimentos e vivências sejam compreendidos além de auxiliar na melhor compreensão daquela decisão feita. Palavras-chave: Guarda; Mediação on-line; Isolamento Social. MEDIAÇÃO ON-LINE COMO ALTERNATIVA PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ORIUNDOS DO DEVER DE PRESTAR ALIMENTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA Thais Silva Araújo de Amorim Coelho¹ Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Advogada e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. 21 Maria Izabelly Morais da Silva² Bacharel em Psicologia pela Faculdade Luciano Feijão (FLF) e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. Ana Thamires Gomes Fideles³ Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF) e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. Francisca Moara Cordeiro Carneiro4 Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), Advogada e Mediadora de Conflitos Familiares no Projeto Laços de Família. Cláudia dos Santos Costa5 Advogada, Assistente Social, mediadora e coordenadora administrativa do Projeto Laços de Família; Doutoranda em Direitos Fundamentais pela FDV- Faculdade de Vitória/ES5 INTRODUÇÃO: A Carta Magna brasileira indica como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana. Assim, as leituras de Dias (2020) revelam que tal fundamento deve ser considerado sob a ótica de duas perspectivas: o direito de viver, não bastando, todavia, estar vivo, mas também gozar de uma vida pautada na dignidade. O direito de perceber alimentos, portanto, confere a preservação do fundamento em voga, haja vista ser alicerce para a manutenção da vida e da integridade física. No mesmo sentido, conforme bem indica Dias (2020) a obrigação de alimentar também decorre dos laços de parentalidade, o que reforça o princípio da solidariedade entre pais e filhos, por exemplo, embora não se resuma a este grau de parentesco. Já Farias (2015) reforça que os alimentos seriam o conjunto do necessário para a existência de um indivíduo, abrangendo o ponto de vista físico, intelectual e psíquico. Neste contexto, é possível que o encargo de prestar alimentos com relação aos filhos seja fixado por meio de título executivo judicial ou extrajudicial, podendo nesta última hipótese, ser originário do procedimento de mediação. Entretanto, os termos estabelecidos ou acordados não se mantêm engessados ante a possibilidade de mutação do contexto econômico do alimentante e do alimentado, como tem ocorrido reiteradamente no cenário pandêmico ocasionado pela COVID-19, com fundamento objetivo nos artigos 1.699 do Código Civil Brasileiro e 15 da lei 5.478/68. Assim, por conta da aludida situação, a mediação on-line tem se apresentado como uma alternativa satisfatória e célere para resolução de conflitos no âmbito familiar provenientesda necessidade de revisão ou suspensão dos valores de pensão alimentícia. OBJETIVO: Indicar a importância da mediação on-line para a resolução de conflitos no âmbito familiar em períodos de pandemia, em especial, no que for referente a desacordos ou às dificuldades no cumprimento de pensão alimentícia fixada judicialmente ou extrajudicialmente em momento anterior, e de igual maneira, enfatizar a importância do diálogo facilitado no contexto de isolamento social, como forma de conter a potencialização de conflitos. METODOLOGIA: O percurso metodológico fundamenta-se, inicialmente, em uma abordagem bibliográfica, especialmente em Dias (2020) e Farias (2015), bem como na análise no que tange à legislação vigente. De fato, a principal fonte de pesquisa possui abordagem etnográfica a partir da reflexão e observância acerca das vivências e experiências enquanto mediadora de 22 conflitos familiares no âmbito do Projeto Laços de Família. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em 11 de Março de 2020 a Organização Mundial da Saúde decretou estado de pandemia em razão do vírus Sars-Cov-2 e especificamente no Estado do Ceará, em 3 de abril foi aprovado projeto de decreto legislativo que reconheceu o estado de calamidade pública no aludido estado até o final do corrente ano. Dessarte, inúmeras são as consequências negativas derivadas da COVID-19, dentre elas a queda do número de brasileiros com vínculo empregatício. Em verdade, os índices de desemprego e de diminuição do ritmo de prestação de serviços informais subiram para 12,2%, consoante se extrai da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este acréscimo significativo representa modificação na situação econômica dos brasileiros atingidos, o que, consequentemente pode vir a comprometer o pagamento de pensões alimentícias que anteriormente haviam sido acordadas ou fixadas. Assim, considerando que a revisão dos valores ou até mesmo a suspensão dos pagamentos no que tange à pensão de alimentos não são automáticas, a mediação on-line tem desempenhado um papel relevante no sentido de propiciar o diálogo entre alimentante e alimentado ou representante legal deste, a depender do caso concreto. De fato, a interlocução virtual entre os envolvidos na demanda proporciona momentos de mútua compreensão, traduzindo-se como ocasião em que o alimentante poderá expor os motivos pelos quais está inadimplente ou justificar a motivação para alteração dos valores outrora vigentes com o fito de obter alteração dos termos da pensão alimentícia ou até suspensão dos pagamentos. Neste sentido, a mediação tem evitado o crescimento dos conflitos inseridos nessa seara, além de proporcionar um atendimento seguro, célere e completo, eis que não se faz necessário deslocamento físico dos participantes até fóruns ou núcleos de mediação, não sendo necessário, ainda, aguardar o fim do isolamento social para procurar auxílio na resolução da problemática. Ademais, tem sido possível a comunicação facilitada pelo mediador através de plataformas virtuais, como o zoom e whatsapp, sendo praticável a mediação em todas as suas fases, com o devido respeito às técnicas e aos princípios voltados para esta prática, tais como: escuta ativa, confidencialidade, oralidade, informalidade, igualdade das partes, imparcialidade, dentre outros. Ao fim do procedimento, o novo acordo acerca da pensão alimentícia, sendo esta a hipótese, é devidamente válido, eis que há comprovação da realização deste através de gravação da leitura do termo em que constam os detalhes e especificidades da negociação, bem como da anuência dos participantes com relação ao que fora escrito, sendo, finalmente, submetido à homologação judicial em seguida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A mediação on-line tem sido uma alternativa eficaz, na seara consensual, para as pessoas que a buscam no intuito de regularizar os pagamentos de pensão alimentícia nas situações em que este direito é diretamente atingido pela situação econômica dos envolvidos. De fato, não se faz necessário aguardar o fim da pandemia para buscar a solução para a aludida problemática, o que, certamente, poderia potenciar o conflito no âmbito das famílias. Entretanto, faz-se necessário que os interessados busquem núcleos de mediação que estejam realizando atendimentos virtuais, eis que a revisão ou suspensão do pagamento de uma pensão alimentícia pré determinada não ocorre automaticamente. Portanto, o procedimento tem sido um meio alternativo para garantir a dignidade da pessoa humana, sob a ótica dos laços de parentalidade que fazem surgir o dever de alimentar. 23 PALAVRAS-CHAVE: Pandemia; Crise Econômica; Resolução de Conflitos; Mediação On-line; Pensão Alimentícia; EIXO 2: FILOSOFIA, DIREITO E TEORIA DA JUSTIÇA 24/06/2020 - SALA 01 RESPONSÁVEL: Prof. Marco César TÍTULO AUTOR(ES) ÉTICA E POLÍTICA EM ARISTÓTELES Adriana da Silva Gomes; Benilo Araújo Carneiro, Laís Fernandes Lino Cruz, Yanka Arruda Maia de Freitas, Maria Nayara Xavier da Costa, Mikael Edson Vasconcelos Amorim A JUSTIÇA CONTRATUALISTA COMO RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ENTRE OS HOMENS EM THOMAS HOBBES Francisco Soares da Silva A CONCEPÇÃO DE JUSTIÇA EM THOMAS HOBBES E A LIGAÇÃO ENTRE SOCIEDADE, LEI, POLITICA E DIREITO Joaquim Wagner Teixeira do Nascimento Marco César de Souza Melo REALISMO POLÍTICO DE NICOLAU MAQUIAVEL Maria Dilene Vasconcelos Amorim Eduardo Almendra RELAÇÕES DE PODER EM AXEL HONNETH: BARBARIZAÇÃO COGNITIVA E O DISCURSO DA PÓS VERDADE Vitória Arruda Borges Ana Kelvia Capistrano Francisco Rômulo Alves Diniz O ENFRENTAMENTO À BARBÁRIE ATRAVÉS DA LUTA POR RECONHECIMENTO A PARTIR DE ADORNO E AXEL HONNETH Ana Kelvia Capistrano Vitoria Arruda Borges Francisco Romulo Alves Diniz O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E O DIREITO DEMOCRÁTICO DO ESTADO: UMA ANÁLISE DA DEMOCRACIA NA OBRA DE CHANTAL MOUFFER. Ivo Silva de Oliveira 24 UM OLHAR SOBRE O FUNCIONALISMO DA AÇÃO POPULAR ENQUANTO ELEMENTO CONSTRUÍDO PELO POVO Vinícius Pereira de Sousa Marcus Pinto Aguiar ÉTICA E POLÍTICA EM ARISTÓTELES Adriana da Silva Gomes Aluna do curso de direito da FAL Benilo Araújo Carneiro Aluno do curso de direito da FAL Laís Fernandes Lino Cruz Aluno do curso de direito da FAL Yanka Arruda Maia de Freitas Aluno do curso de direito da FAL Maria Nayara Xavier da Costa Aluno do curso de direito da FAL Mikael Edson Vasconcelos Amorim Aluno do curso de direito da FAL Prof. Me. Marco César de Souza Melo Orientador e Professor do curso de direito da FAL RESUMO: O estudo deste artigo, tem como prioridade falar como era a forma de pensar sobre a ética e política em relação a justiça, nos tempos antigos, quando se deu início a filosofia. Isto tendo em vista o pensamento de Aristóteles. Nosso roteiro tem como direcionamento uma fala inicial sobre a vida e as obras de Aristóteles, em seguida falaremos sobre o tema da ética aristotélica e por fim faremos uma reflexão sobre a política e a justiça na esteira do pensamento do estagirita. Dessa forma o artigo foi realizado através de pesquisa bibliográfica, consultando as obras Ética a Nicômaco e A Política, bem como artigos de comentadores. Ademais percebe-se que a ética se relaciona com a política, visto que esta última se divide em ética, pois ela mostra interesse pela felicidade da população, tentando suprir todas as suas necessidades básicas para que possa ser proporcionado a melhor condição de vida possível. Além disso há outro ponto em que a ética se relaciona com a política, este ponto é o fato de que a sociedade deve ser organizada e gerida com base na ética, para que haja equilíbrio da organização social, possibilitando a existência de uma sociedade ética e justa. Noutro âmbito infere-se que tanto a ética quanto a política estão diretamente relacionadas com a ciência do Direito, poisé ele quem irá assegurar a justiça legal, positivando o direito natural e sancionando os atos considerados como infrações, mantendo, dessa forma, uma sociedade pacífica. Portanto, conclui-se que a ética é essencial para a administração da sociedade, pois ela é necessária, para que 25 não haja abuso de poder, orientando os seus representantes políticos a uma administração justa, além de manter um convívio pacífico dentro da sociedade. Palavras-chave: Ética; Política; Aristóteles; Direito. A JUSTIÇA CONTRATUALISTA COMO RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ENTRE OS HOMENS EM THOMAS HOBBES Francisco Soares da Silva Acadêmico do Curso de Direito da FAL e pesquisador do Grupo de estudos e Pesquisas: O problema da Justiça na Filosofia e no Direito Orientador: Prof. Me. Marco César de Souza Melo Docente do Curso de Direito da FAL RESUMO: O objetivo desse trabalho é apresentar o conceito de contrato social no pensamento do filósofo contratualista Thomas Hobbes. Almejamos, além disso, demonstrar como o contrato social firmado entre os indivíduos pode ser capaz de não só originar o Estado, entendido por Hobbes como grande Leviatã, mas, acima de tudo, resolver a situação de conflito constante entre os homens. O homem atual vive em busca de soluções, como que buscando um abrigo, um estado de paz, algo que lhe conforte e que possa lhe dar como saída e solução, a tranquilidade de convivência com os demais semelhantes, em um contexto geral de atribuições legais assim como justas perante todas as sociedades, mas nem sempre foi assim. Nem sempre se pode contar com esse interesse de justiça e paz dentro das sociedades, com isso veio a necessidade de se encontrar uma saída para o que até então se tinha como um estado de constantes conflitos. As guerras entre os homens fazendo- se presente pelos mais diversos motivos, razões de posse onde o poder sendo a ameaça para tantas desventuras, desvirtuando pessoas onde o mais habilidoso sempre tinha a sorte de levar a melhor de alguma forma, a injustiça prevalecia naquele meio onde ninguém vinha intervir em favor ou em benefício de alguma das partes, levando o conflito a se expandir de forma autoritária dentro de cada situação encontrada. Nesse meio, surge a ideia de um consenso, algo que poderia e que viria a pôr fim a tantos conflitos, ao rompimento de tantos desacordos entre partes, uma intervenção por parte de um terceiro membro que surgiria junto com o documento onde seria visto, comprovado, testemunhado e conhecido por todos, como uma obra revolucionária que estabelecida entre os homens. Isso traria então, a obediência imposta por esse órgão regulamentador, assim também como esse compromisso conhecido como contrato social, estabelecido pelos homens em consenso dando origem ao estado, um órgão regulamentador que poria limites aos conflitos, desavenças e para melhor, estabeleceria a paz entre os homens nas comunidades dentro de uma sociedade organizada e coesa. O estado viria agora atuar diretamente como aquele ao qual todos devem obediência, no sentido de impor regras, limitar poderes, manter a ordem, assim como promover a justiça, e para que se não 26 tivessem que descumprir ou se encontrarem acima do poder do estado de direitos, não bastando somente a existência do estado, seria também necessário o contrato como forma de registro, registro esse onde se teria ali, a confirmação de que alguém aceitou ser limitado, ceder no sentido de compartilhar o direito de ser igual ao semelhante, de forma que agora, todos poderiam ser e ter direitos iguais, sendo representados por uma ordem superior onde aquele que se achando capaz de desafiar o poder do estado, agora teria que responder por seus atos, tendo em vista que o estado agora seria a força maior no sentido de manter a ordem. Palavras-chave: Hobbes; Contrato social; Estado. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E O DIREITO DEMOCRÁTICO DO ESTADO: UMA ANÁLISE DA DEMOCRACIA NA OBRA DE CHANTAL MOUFFER. Ivo Silva de Oliveira1. Graduando em Direito pela faculdade Alencarina – FAL Sobral Ceará. Professor Dr. Eduardo Almendra Martins2. Orientador 2Professor da Faculdade Alencarina Sobral Doutor em Direito Constitucional. INTRODUÇÃO: A relação entre governo e povo haverá sempre um paradoxo existente, é nesse sentido que a democracia em Chantal Mouffe se insere no centro dessa relação como pressuposto essencial de uma conditio sine qua non fundada a partir de uma ideia, um proposta inovadora de democracia remetida ao século XXI. Tem-se na tradição liberal constituída pelo império da lei, a defesa dos direitos humanos e o respeito à liberdade individual, por outro lado, a tradição democrática cujas ideias principais são a igualdade, identidade entre governantes e governados e soberania popular representa uma ascensão lógica contemporânea fundamental. Não existe uma relação necessária entre essas duas tradições distintas, somente uma imbricação histórica contingente. Diante do exposto, faz-se necessário implicações lógicas para a realização da pesquisa de modo a colocar a democracia no epicentro dessas relações políticas entre governantes e governados. A presente pesquisa tem como OBJETIVOS GERAL conhecer a Democracia como patamar central localizado entre Estado e o povo, na ótica de Chantal Mouffe proporcionando, tanto um estado democrático de direito ao povo, como moldando um Estado soberano ao promover a sensação de democracia àqueles indivíduos compartilhadores de um mesmo território fazendo uso de suas garantias individuais. O OBJETIVO ESPECÍFICO se detém sobre a ótica da democracia moderna reguladora dos atos de governo emitidos ao povo. Desta forma, a chave central aqui pesquisada é o princípio da democracia que tanto deve haver no Estado Soberano constituído por governantes, como no âmbito da população, constituído por governados levados a efetivação de um estado de direito posto mediante leis. Deste modo, justifica se este estudo na busca incessante de entender as duas vertentes do seguimento da democracia, uma, o Estado soberano, outra, a lei posta promovendo a satisfação do estado democrático de direito moderno voltados para o 27 cidadão. É nesse sentido que a democracia se torna um regime fundamental e necessário de autoavaliar-se constantemente a fim de desenvolver no cerne da sociedade uma conceituação significativa do termo demos-cracia. A pesquisa, contudo, tem como problemática principal abordar a antítese entre governante e povo onde nem sempre o Estado Político se mostra como democrático ao propor, legislar, decretar leis e por sua vez, nem sempre a lei em seu sentido puro se manifesta causando uma sensação de estado democrático entre os membros de uma sociedade. METODOLOGIA. Diante do exposto, esta pesquisa se desenvolve na análise teórica bibliográfica das obras de Chantal Moufe e faz-se necessário também a leitura das obras de John Rawl, Eduardo Bittar, Habermas e Hanna Arendt, dentre outros autores que se propõe a contribuir para o diálogo proposto. As obras analisadas de Chantal Mouffe desrespeitam a: La paradoja Democrática: El Perigo del Consenso en la politica Contemporánea publicada em Abril de 2012 em Barcelona-Espanha, e a obra Sobre o Político, dentre outras obras que direciona para o tema Democracia. Para a autora em pesquisa a necessidade que o mundo deve pensar uma condição de democracia mais efetiva consiste em negar pensamento Político tal qual está definido hoje. Pra Ela, o Pensamento democrático racional é considerado um erro. Chantal Mouffe considera o pensamento democrático do século XXI um erro, na medida em que este pensamento age como universal e racional buscando harmonia aos discursos contraditórios. Desta forma, ela apresenta as bases fundamentais pra a construção de uma harmonia democrática dos contrários seguida pelos os termos agonismo que surge a partir de suas preposições. Para Mouffe o que realmente interessa é o agonismo,ou seja uma forma de simplificar os conflitos existentes nas relações políticas sociais, onde os inimigos passam a ser adversários. RESULTADO E DISCURSÕES: A pesquisa entende que Mouffe propõe, portanto, uma nova Democracia na atuação entre governantes e governados. Para a autora, a democracia requer uma articulação entre tradições diferentes e isso é o que torna de grande relevante valor social para o Século XXI. O tema propõe salientar a pesquisa satisfatória como um meio jurídico ao aplicador do direito na sua formação. Este projeto, portanto, pretende demostrar a necessidade de compreensão da democracia centralizada nos atos de governo bem como da situação do povo frente às leis impostas para a sociedade. CONCLUSÃO: Chantal Mouffe apresenta seus pressupostos axiológicos para uma melhor estrutura das premissas práticas no cotidiano frente aos seus conflitos e isso se remete ao pesquisador de modo a desenvolver conceitos-formas, com bases estruturadas ao dia, o que leva a pressupostos irrefutáveis para o século XXI. A grande problemática principal da pesquisa é entender esta antítese entre governante e governado que se apresenta de modo peculiar na sociedade, onde nem sempre o Estado se mostra como democrático ao propor, legislar ou decretar e por sua vez, nem sempre as leis postas se manifestam causando uma sensação de estado democrático de direito no cotidiano social. Diante do exposto, entender a Democracia a partir dos elementos constitutivo da filosofia política de Chantal Mouffe consiste cada vez mais maximizar o diálogo existente a partir da premissa evolutiva nessas questões apresentadas. Portanto, considerar a questão resolvida seria um erro no que se refere a sua finalidade última. Considera-se que para Chantal Mouffe essa questão ainda se encontra em constante indagação o que levará esta proposta de pesquisa a anseios mais intensos frente ao seu tema pesquisado. Para tanto, é de fundamental importância uma recondução constante do termo, a fim de significá-lo para uma melhor adequação em âmbito político social. O presente trabalho se lança incansavelmente nas argumentações de Mouffe sobre 28 o modelo agonístico de democracia, nos princípios éticos-políticos-sociais indo contra o pluralismo político e revelando a democracia no centro entre o povo, governo, Estado e Direito. PALAVRA-CHAVE: Democracia; Estado; Direito; Lei e Povo. A CONCEPÇÃO DE JUSTIÇA EM THOMAS HOBBES E A LIGAÇÃO ENTRE SOCIEDADE, LEI, POLITICA E DIREITO. Joaquim Wagner Teixeira do Nascimento Acadêmico do Curso de Direito da FAL Me. Marco César de Souza Melo Orientador e Professor do Curso de Direito da FAL RESUMO: O presente trabalho irá tratar sobre justiça e a ligação existente entre sociedade, lei, política e direito no pensamento de Thomas Hobbes, considerado o grande filosofo e um dos principais pensadores do contratualismo, pois conseguiu expor de forma racional o direito positivo com os valores do jusnaturalismo. O trabalho se dará a partir de uma análise textual do artigo apresentado por Rodrigo Toaldo Cappellari, colocando de forma explicita as relações existentes entre esses elementos, afim de que possamos fazer ponderações sobre as relações por ele citados. No mesmo texto também encontraremos outros autores, filósofos que compartilham da mesma ideia de Hobbes mesmo fazendo algumas ressalvas, teremos outros que são contra essa concepção exposta por ele. Dentre essas concepções, Hobbes irá falar sobre o estado de natureza humano, a guerra de todos contra todos, a necessidade da Lei Civil, as leis naturais, o contrato social, justiça comutativa e distributiva. Diante dessa análise, temos como objetivo tentar compreender essas relações expostas por Hobbes dentro da ciência do Direito, para que a partir daí termos uma noção em lato sensu de como esses elementos possam estar de fato ligados, e a principal contribuição que eles podem ter pra que possamos atingir uma maior efetividade da justiça. A metodologia utilizada para o seguinte trabalho, foi uma leitura analítica do Artigo “A concepção de Justiça em Thomas Hobbes e a ligação entre sociedade, lei, política e direito de Rodrigo Toaldo Cappellari extraindo do texto informações importante no qual possibilitou alcançar os objetivos citados acima. Como resultado dessa leitura e analise desse artigo podemos perceber a forma de que Hobbes idealiza a justiça como sendo algo de valor na razão humana, principalmente após a criação do estado onde o conceito de justiça é colocado de forma a garantir a legitimidade da extrutura juridica e permitindo a estabilidae dos pactos entre os homens. Conforme o exposto acima percebemos que essa pesquisa foi de extrema importância para o campo da Filosofia do Direito além de ampliar nossos conhecimentos acerca desse filósofo, podemos conhecer um pouco de suas concepções sobre o Direito, a sociedade, a justiça, pensamentos que estão em evidência até os dias de hoje, cada vez mais presente nas sociedades ao redor do mundo. 29 Palavras-chave: Justiça; Sociedade; Estado; Lei REALISMO POLÍTICO DE NICOLAU MAQUIAVEL Maria Dilene Vasconcelos Amorim Graduanda do 3º período do Curso de Direito da FAL. Orientador: Professor Dr. Eduardo Almendra INTRODUÇÃO: Esse trabalho se dispõe em falar da filosofia política de Maquiavel, que a partir dela compreende-se que seus estudos vieram a ser de fundamenta importância em duas revoluções no campo da filosofia política. Temos como um dos entendimentos principais que foi a retomada antropológica das preocupações da filosofia política, sendo o retorno do homem para as questões filosóficas, caracterizando assim a primeira revolução. Já no que se entende como segunda revolução, vem a ser a mudança do modo como se fazia filosofia política, anteriormente a ele se preocupava com o “deve ser”, ou seja, como deveriam ser os governos, uma estrutura que pode ser chamada de deontologia. OBJETIVOS: Esse trabalho objetiva falar da filosofia política a partir de Maquiavel, visando discorrer sobre os seus elementos constitutivos, assim como também objetiva apontar seus momentos de atuação, como também traçar um histórico do que veio antes dele e de como ele possibilitou um novo olhar sobre a ideia de filosofia política. METODOLOGIA: A forma como o trabalho foi elaborado através da pesquisa bibliográfica, levantamento de debates e apontamentos de estudos sobre o tema. RESULTADOS E DISCUSSÃO: É a partir das ideias de Maquiavel que é feito a divisão entre Estado e Igreja, sobre moral e ética, criando uma nova ciência, a ciência política. Na sua teoria é voltada para o campo empírico, o Estado voltada pra ação presente, para a resolução de fatos acontecidos naquele período de tempo, falava da importância de pesquisar o passado com entender porque os governantes daquela época tomaram determinada decisão, e não utiliza as atitudes deles para resolver com os problemas enfrentado no presente. O objetivo de Maquiavel era transmitir clareza em suas ideias, e em seu pensamento político entende a política como um fim em si mesma. A avaliação das ações de um governante toma por base os fatos que se apresentam e não valorações de qualquer âmbito. Há um direcionamento assertivo quanto ao objetivo de seu príncipe conquistar e permanecer no poder. Entretanto os meios práticos de conseguir resultados satisfatórios dependiam de inúmeras circunstâncias, por isso na leitura dessa obra encontramos o conceito de fortuna e virtú. Sendo assim, para Maquiavel a virtú representaria a inteligência, a sagacidade que o governante que estivesse no poder deveriam ter.Por fortuna, entendia-se que era a sorte, que poderiam trazer benefícios ou infortúnios, mas isso nada tinha a ver com causas sobrenaturais, mas sim, do curso natural da vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esse trabalho veio a contribuir sobre um período muito importante da história da filosofia política,que foi o rompimento, uma passagem, do teocentrismo para o antropocentrismo, uma 30 mudança radical na forma de pensar as estruturas políticas que até os dias de hoje ainda são levantadas discussões nesse sentido. No mais conclui-se que se objetivou o ponto de destaque desse trabalho que é uma produção conjunta acerca do pensamento político de Maquiavel de forma a contribuir para nossa formação acadêmica como também para a própria disciplina de filosofia política. PALAVRAS-CHAVES: Virtú; Antropocentrismo; Forma de governo. RELAÇÕES DE PODER EM AXEL HONNETH: BARBARIZAÇÃO COGNITIVA E O DISCURSO DA PÓS VERDADE Vitória Arruda Borges Mestranda Especial em Filosofia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão. Ana Kelvia Capistrano Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão. Francisco Rômulo Alves Diniz Orientador: Mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba (2000) e doutorado em Filosofia (UFPB-UFPE-UFRN) (2012). Considera o filósofo e sociólogo alemão Axel Honneth os conceitos de liberdade, reconhecimento e emancipação como conceitos de grande importância na abordagem sobre a filosofia política na atualidade. Nesta finalidade, objetiva-se desenvolver a concepção elaborada por Honneth e sua articulação com processos de aprendizagem, processo de apreensão de juízos valorativos a partir de convicções partilhadas entre o ser que reconhece e o ser que é reconhecido, em oposição a práticas sociais de dominação e regressão dadas nas sociedades que levariam a uma barbarização cognitiva. Procedendo, em especial, do livro O Direito de liberdade, no qual o autor apresenta desenvolvimentos de princípios de justiça social a partir de uma análise da sociedade, demonstrando a importância das relações intersubjetivas de reconhecimento. Sendo considerável a ideia de progresso cognitivo, onde busca-se o entendimento para a autonomia. Axel Honneth (Essen, 1949) atenta que na medida em que se compreende que o ato de reconhecimento deriva da percepção de valor de uma pessoa, deve-se entender que as considerações de valor decorrem de um processo de aprendizagem. Compreende-se que na intenção de uma reconstrução normativa institucional recorrendo às relações sociais, põe-se como fundamental a clareza quanto aos valores que seriam desenvolvidos na vida social, assim, o autor argumenta que para o entendimento dos juízos de valores, estes devem advir de convicções normativas na coparticipação entre o ser que reconhece e o ser que é reconhecido. Relevante, dessa forma, a compreensão de que a reflexão acerca das concepções normativas, do fazer sobre os entendimentos dos juízos de valores desenvolvidos na vida social, trata-se de um agir humano dado pela razão, e, para Honneth, esses valores seriam os valores dados pela liberdade e garantidores da liberdade. E, para o valor liberdade de maneira justa é necessária a análise de precondições sociais e considerações 31 recíprocas entre os indivíduos (HONNETH, 2015, p.10). Honneth não assimila uma visão metafísica, como em Hegel, o que pode abrir perspectivas de que a história possa resultar em progressos, mas também podendo resultar em recaídas e até mesmo possibilitando barbáries. Desta forma o filósofo defende a ideia de um progresso gradual. O filósofo utiliza, assim, para sua reconstrução normativa, de perspectivas progressivas e positivas, reconhecendo por outro lado a existência de patologias sociais e também de desenvolvimentos equivocados, valendo-se o autor da esperança dada à solidariedade e aos cuidados compartilhados. Importante, todavia, analisar que, nas sociedades contemporâneas, ainda pode-se perceber problemas relativos a regressos. Na análise social entende-se aqui necessária a compreensão da importância da educação para o processo de desenvolvimento correto em um Estado democrático. O regresso se dá ao preço de uma barbarização cognitiva. A cognição implica acreditar que a razão pode ser um meio adequado na identificação do que é correto. Todavia, um entusiasmo pela cognição revela, por outro lado, a revolução da ignorância, aqui apresentada como a não aceitação da razão e a recusa da saída da menoridade, onde nesta o ser é incapaz de fazer uso do entendimento sem que outra pessoa oriente esse uso. Dessa maneira revelando também manipulações dadas ao conhecimento por aqueles que querem o poder, e armadilhas da linguagem praticadas por aqueles que preferem omitir a verdade e partilhar uma obediência programada. Desse modo, os ideais de justiça social e sua correspondência com a autonomia do indivíduo apenas poderiam regredir no caso da barbarização cognitiva, o que ocasionaria a todos indivíduos uma indignação moral, o que seria árduo na finalidade da liberdade socialmente mediada, uma vez que nesta barbarização já não é possível um valor garantidor de liberdade. Tem-se, assim, o objetivo de apresentar o projeto de Honneth para a reformulação de um modelo de justiça contra uma perspectiva normativa na qual esteja restrita a princípios formais, examinando a importância da relação entre a filosofia política contemporânea e a análise social, apresentando uma crítica reconstrutiva. Assim, busca-se explicar, em um primeiro ponto, sobre a atualização e diálogo de Honneth com Hegel em sua Filosofia do Direito, para melhor compreensão acerca da ideia de bararização cognitiva e sua relação com um projeto de poder. PALAVRAS-CHAVE: Liberdade. Análise social; Relações de poder; Barbarização cognitiva. O ENFRENTAMENTO À BARBÁRIE ATRAVÉS DA LUTA POR RECONHECIMENTO A PARTIR DE ADORNO E AXEL HONNETH Ana Kelvia Capistrano1 Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão. Vitoria Arruda Borges2 Mestranda Especial em Filosofia pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú. Bacharel em Direito pela Faculdade Luciano Feijão. Francisco Romulo Alves Diniz3 Doutor em Filosofia (UFPB-UFPE-UFRN) (2012). 32 RESUMO: Quando se aproximava o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo assistiu ao massacre de judeus, homossexuais, ciganos, dentre outros, encabeçados pelo Partido Nazista alemão. Theodor Adorno e Max Horkheimer (1895-1973), escreveram um livro chamado de Dialética do Esclarecimento, a qual foi publicado em 1947, dois anos após a Segunda Guerra Mundial. Para estes dois filósofos, o Nazismo provocou uma tamanha barbárie, sendo esta entendida por Adorno como a falta de educação e civilização. Com base nas contribuições de Adorno, Axel Honneth (1949) e outros filósofos dedicaram se a discutir acerca dos caminhos que guiam a sociedade à barbárie e analisar as formas e contribuições para que se evite a barbarização dos conflitos sociais entre os indivíduos e a sociedade. Em sua obra, Adorno não nega seu temor ao retorno do nazismo e por esta razão defende a educação como meio para impedir o retorno dos bárbaros. A civilização possui a sua própria contradição, a barbárie é um dos possíveis resultados, sendo assim, não há um modelo uniforme e estático de civilização, por isso faz-se necessário que haja uma nova epistemologia que abarque as adversidades das sociedades, bem como é preciso o implemento da educação para estimular os indivíduos a perceberem e interagirem com as contradições provocadas pela barbárie. Na visão de Adorno e Axel Honneth, quando há o predomínio da pressão geral sobre o particular, começa a haver a desintegração da particularidade e da individualidade, diminuindo assim a possibilidade de resistência, atitude que requer um indivíduo autônomo para o seu exercício. Atualmente, muitos acontecimentos são reconhecidos pela sociedade e pelas vias de comunicação como barbárie, pois diariamente chega ao conhecimento da população acontecimentos e crimes tidos como bárbaros, sejam eles relacionados à xenofobia, intolerância da divergência de opiniões, princípio da liberdade e da dignidade humana, entre diversos outros.
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