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Aula 2- Malária e filariose

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Yasmim Medeiros- FITS- Terceiro período 
 
Aula 2- Malária e filariose 
Malária (gênero: Plasmodium) 
Transmissão natural: vetorial, por inseto do gênero Anopheles 
1. Transfusão sanguínea 
2. Compartilhamento de agulhas 
3. Transplante de órgãos 
4. Congênita 
A forma transmitida é o merozoíta, liberado das hemácias parasitadas. Forma evoluída que rompe 
as hemácias. 
Transmissão pelo vetor: 
No Brasil, o principal vetor é o Anopheles darlingi, depende: 
1. Umidade relatica do ar > 60% 
2. T> 16 graus 
3. Vegetação abundante 
Áreas malarígenas: doenças do trabalho, ocupação desordenada das áreas da bacia amazônica, 
casas/moradias provisórias. 
Período de incubação: 
1. Plasmodium falciparum – 9-14 dias 
2. P. vivax – 12 - 17 dias 
3. P. malariae – 18 - 40 dias 
4. P. ovale – 16-18 dias (África) 
5. P. knowesi – (Ásia) 
Ciclo biológico: 
Heteroxênico | Estenoxênico | Heterogenético. 
Reprodução: Forma Assexuada (esquizogonia) - HI – Homem 
o Ciclo pré – eritrocitário (hepático) 
o Ciclo eritrocitário (hemácia) 
Forma Sexuada (esporogonia) – HD – Mosquito 
 
 
 
 
 
 
Conferência 
Yasmim Medeiros- FITS- Terceiro período 
 
Ciclo biológicos em Humanos: 
(1) Esporozoítos infectantes são inoculados no homem pelo inseto vetor. 
(2) Após a invasão do hepatócito, os esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-
eritrocíticos. Reprodução assexuada por esquizogonia, dando origem aos esquizontes 
teciduais 
(3) e posteriormente aos merozoítos, que seguem para o sangue via merossomos (4). (5) 
Após invadir os eritrócitos, os merozoítos se transformam em trofozoítos jovens, em 
seguida, trofozoítos maduros (6). (7 e 8) Por esquizogonia, formam-se esquizontes, dando 
origem aos merozoítos (9), que invadirão novos eritrócitos. Depois de algumas gerações 
de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos 
no sangue (10). 
 
Somente gametócitos serão capazes de evoluir no inseto, dando origem ao ciclo sexuado ou 
esporogônico. O gametócito masculino (exflagelação), dá origem a 8 microgametas (11), e o 
gametócito feminino transforma-se em macrogameta (12). Cada microgameta fecundará um 
macrogameta formando ovo ou zigoto, que é móvel e atinge a parede do int. médio, encistandose 
no epitélio, sendo chamado de oocisto (13). Inicia-se, a esporogonia, a ruptura da parede do oocisto 
e os esporozoítos formados são liberados e atingirão as células das glândulas salivares do mosquito 
(14). 
OBS: os hipnozoítos não estão representados neste ciclo. 
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Profilaxia: 
Individual- visitantes em área endêmica 
o Profilaxia de contato; 
o Evitar aproximação das áreas de risco após o entardecer e ao amanhecer do dia; 
o Uso de repelentes; 
o Proteção de portas e janelas com telas; 
o Uso de mosquiteiros; 
o Uso de medicamentos ou alimentos que exalem forte odor no suor (tiamina e alho). 
o Informações sobre o horário de maior atividade de mosquitos vetores de malária, do pôr 
do sol ao amanhecer; 
o Uso de roupas claras e com manga longa, durante atividades de exposição elevada; 
o Uso de medidas de barreira, tais como: telas nas portas e janelas, ar-condicionado e uso 
de mosquiteiro impregnado com piretróides; 
o Uso de repente à base de dietilmetaloamida (DEET) de 7 – 12%, com reaplicação à cada 
12 horas. Caso de 20 – 50%, reaplicações com intervalos maiores, de até 5 horas. 
Medidas profiláticas coletivas: 
(1) Combate ao vetor adulto; 
(2) Combate às larvas; 
(3) Saneamento básico; 
(4) Melhora das condições de vida; 
Em geral: 
(1) Detecção e tratamento precoce dos infectados 
(2) Medidas de proteção individual e coletiva 
(3) Telagem de janelas e portas 
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(4) Inseticidas de ação residual 
(5) Impregnação de mosquiteiros com inseticida 
(6) Desenvolvimento de Vacina 
(7) Desenvolvimento de novos fármacos 
(8) Treinamento de Recursos Humanos 
(9) Estruturação do sistema de saúde 
Pesquisa em profilaxia vacinal: 
Imunidade naturalmente adquirida, pesquisas buscam antígenos de diferentes estágios do parasita, 
a fim de induzir a imunidade protetora, porque não há vacina! 
Testes em humanos: 
(1) Vacinas antiesporozoítos (proteína CS - Ag de superfície); 
(2) Vacinas antimerozoítos (proteína MSP - Ag de superfície); 
(3) Vacinas contra formas sexuadas (Ags de superfície envolvidos no processo de fecundação, 
no inseto vetor). (apenas em animais experimentais) 
 
Quimioprofilaxia: 
Medicamento que as pessoas tomam antes de ir para uma área endêmica 
(1) Mefloquina – ação esquizonticida na Ásia e África. 
(2) No Brasil – aplicação polêmica! 
(3) Não deve ser medida adotada indiscriminadamente. 
Prescrição, nos casos: 
P. falciparum resistente, nível de incidência, melhor estrutura nos serviços de saúde. 
Pessoas que não tem baço 
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Região Amazônica – áreas endêmicas, mas com diagnóstico e tratamento disponíveis em curto 
prazo e gratuitos. 
Áreas de intensa transmissão e tendo na comunidade: militares, missionários, diplomatas e etc, cuja 
duração não ultrapasse 2 meses. Os indivíduos esplenectomizados devem ser considerados 
prioritários. 
Recomendação é condicionada aos destinos: Amazônia Legal, cujo acesso ao diagnóstico e 
tratamento ocorre em tempo superior a 24 h, e apenas para os que permaneçam na região por 
tempo maior que o período de incubação e inferior a 6 meses. 
Quimioprofilaxia no Brasil: 
Não é irrestrita 
Quimioprofilaxia: susceptíveis em áreas endêmicas por pouco tempo, 1 semana antes e 4 semanas, 
após retorno da área endêmica. 
(1) Indivíduos não imunes, grávidas, crianças < 5ª 
(2) Cloroquina 5 mg/kg 1 x sem 
(3) Mefloquina 5 mg/kg 1 x sem 
(4) Doxiciclina 100mg/d 
 
o Área A: risco baixo, raros falciparum R: cloroquina 
o Área B: risco baixo, falciparum moderada/ R:cloroquina 
o Área C: mefloquina ou doxiciclina 
o Exposição de alto risco acrescentar, primaquina 15mg/d por 14d 
o DOXICICLINA (100mg/dia) 
o Início – 1 semana antes do deslocamento para o local de destino e interrompido após 4 
semanas do regresso à área de origem. 
o OBS: não age em esporozoítos ou hipnozoítos do P. vivax, índice terapêutico baixo (dose 
efetiva muito próxima da tóxica). 
Filariose linfática (Wuchereria bancrofti) 
Agente etiológico/vetor: 
O parasita responsável pela doença humana é o nematóide Wuchereria bancrofti, tendo como 
vetor, fêmeas do mosquito Culex fatigans e/ou Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca). 
Formas evolutivas: 
(1) Verme adulto macho* 
(2) Verme adulto fêmea* 
(3) *Vivem no hospedeiro definitivo em vasos e gânglios linfáticos, por aproximadamente 4 a 
8 anos. 
(4) Larva: Estádios L1 (salsichóide), L2 e L3. 
Modo de transmissão 
Pela picada dos mosquitos transmissores com larvas infectantes L3. 
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Ciclo biológico- Heteroxênico 
 
Período de transmissibilidade: 
Não se transmite de pessoa a pessoa. 
O ciclo se faz de homem infectado com microfilaremia picado por inseto transmissor, que transmitirá 
ao outro indivíduo, após 12 a 14 dias do repasto. 
A microfilaremia pode persistir, aproximadamente, de 5 a 10 anos. 
Periodicidade noturna nos vasos periféricos 
Para fins diagnósticos, as microfilárias são detectadas à noite, entre: 22hr e 2 hr 
O exame de sangue deve ser feito no horário correto 
Aumento de microfilárias no sangue periférico: 
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Profilaxia: 
Conduta por 3 pontos básicos: 
1 - Tratamento de todas as pessoas parasitadas 
2 - Combate ao inseto vetor 
3 - Melhoria sanitária. 
OBS: Controle biológico com bactérias entomopatogênicas, como Bacillus sphaericus ou Bacillus 
thuringiensis – seletivas: atuam apenas em larvas de Culex e Anopheles! 
Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que nas áreas endêmicas, com prevalência 
superior a 1%, seja adotada a estratégia de tratamentocoletivo respeitando as indicações 
relacionadas à idade e estado clínico do indivíduo. 
OBS: A pessoa não precisa estar doente para realizar o tratamento coletivo (quimioprofilaxia).

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