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Pneumologia - Resumo da prova

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO 
ANAMNESE – AULA 1 
 Sintomas 
Tempo Características 
Intensidade Evolução 
Localização Fator de melhora e piora 
 
 Sintomas principais 
Dor torácica, dispneia, tosse, expectoração, vômica (secreção vinda 
dos pulmões), hemoptise (sangramento da via aérea), sibilância 
(chiado), dor pleurítica (ventilatória-dependente). 
 
 Sintomas vias aéreas superiores: 
Obstrução nasal, rinorreia anterior e posterior, prurido nasal e 
ocular, espirros, epistaxes, dor de garganta, rouquidão 
 
 História ocupacional 
Profissão do passado e de agora 
 
 Exposições 
Ex- fogão de lenha → DPOC, enfisema 
 
 Presença de animais, mofo e/ou livros velhos guardados 
em casa 
Pombo → pneumonia de hipersensibilidade. 
Cachorros, gatos → piora da asma, rinite 
 
 Contactantes: 
Ex: coronavírus, tuberculose (intra e extradomiciliar) 
 
 Tabagismo 
Doença que deve ser sempre abordada. Carga tabágica (número de 
maços de cigarro fumados por dia X número de anos que o paciente 
fumou = carga tabágica na unidade * ano-maço*. Considerar um 
maço com 20 cigarros. Em geral, as pessoas têm DPOC após fumar 
20anos/maço. 
 
AVALIACAO DEPENDÊNCIA A NICOTINA – 
ESCORE DE FAGERSTROM 
 
 
NICOTINA E GRAU DE DEPENDÊNCIA 
 
Formas de consumo do tabaco: 
Charuto cachimbo, eletrônico, narguilé 
TABAGISMO PASSIVO 
Ler sobre. 
EXAME FÍSICO 
Inspeção, palpação, percussão, ausculta. 
INSPE ÇÃO ESTÁTICA 
 
Formato do tórax Tipos de tórax 
Deformidades ou assimetrias Baqueteamento digital 
Cianose 
 
ANATOMIA 
 
FORMATOS E TIPOS DE TÓRAX 
 
Normal Tonel → DPOC 
Funil → Peito escavado Tórax de pombo 
Peito em quilha Escoliótico 
 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
 
 
INSPE ÇÃO DINÂMICA 
 
Frequência respiratória Padrão respiratório 
Expansibilidade torácica Utilização da musculatura 
acessória 
Ruído audível sem estetoscópio 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
 
Normal (14-20 incursões/min) 
 
Taquipneia (>20 incursões/min) – Rápida e superficial 
Doença pulmonar restritiva 
Dor torácica pleurítica 
Elevação diafragmática 
 
Bradipneia (< 14 incursões/min) 
Depressão respiratória 
Hipertensão intra-craniana 
PADRAO RESPIRATÓRIO 
 
Tipo respiratório: costal superior, toracoabdominal 
Ritmo respiratório 
 
 
 
OBS: Não é a imagem da aula! 
 
PAL PAÇÃO 
 
Estrutura da parede torácica 
Expansibilidade ou mobilidade 
Frêmito toracovocal 
 
LOCAIS PARA VERIFICAÇÃO DO FTV 
 
 
Pneumotórax → afasta o pulmão da parede (cria uma camada de 
ar que não tinha) → diminui o frêmito 
Consolidação (preenchimento do parênquima pulmonar com 
conteúdo patológico – líquido) → aumenta o frêmito. Ex: 
Pneumonia 
 
 
 Consolidação – RX de tórax TC de tórax 
 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
PERCU SSÃO 
 
Som claro pulmonar 
Submacicez 
Macicez 
Hipersonoridade pulmonar 
Timpanismo 
 
 
Método da percussão 
 
Pontos de percussão e ausculta 
 
 
AUSCULTA 
SONS RESPIRATÓRIOS NORMAIS 
Som Local da ausculta Intensidade 
 Inspiraçã
o 
Expiraçã
o 
Som traqueal Área de projeção da 
traqueia 
+++ ++++ 
Respiração 
brônquica 
Área de projeção 
dos brônquios 
principais 
+++ +++ 
Respiração 
broncovesicul
ar 
Região esternal 
superior 
interescapulovertebr
al direita 
++ ++ 
Murmúrio 
vesicular 
Periferia dos 
pulmões 
+++ ++ 
SONS RESPIRATÓRIOS ANORMAIS 
Descontínuos Contínuos 
Estertores finos Sibilos 
Estertores grossos Roncos 
 Estridor 
 
Sibilo: agudo e contínuo. Sibilo de um lado só → corpo estranho, 
tumor 
Ronco: grave e contínuo → secreção em via aérea 
Estridor: obstrução de via aérea alta 
Estertores (Crépitos): Fino: parece cabelo passando. Grosso: 
parece bolha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX – AULA 2 
Descoberta do raio X: Wilhelm Conrad Roetngen 
Alemanha – 1895 
 
O nome correto para o exame é radiografia de tórax. Raio X, na 
verdade, é a radiação ionizante que gera a imagem. 
PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO DA IMAGEM 
 
Há um tubo de raios X por onde sai a radiação ionizante. O feixe 
passa pelo corpo humano, e cada tecido possui densidades 
diferentes (ossos, partes moles, ar). Assim, haverá estruturas que 
reterão mais ou menos os raios. Consequentemente o file ficará 
mais ou menos queimado a depender da densidade do que está 
sendo radiografado. 
IMAGEM CLÁSSICA DE RADIOGRAFIA DE TÓRAX 
Incidência posteroanterior. 
O osso é o mais branco. O 
pulmão é o que é mais próximo 
do preto. Tem as partes moles 
que são cinza clarinho. As 
densidades são diferentes 
dependendo da estrutura do 
órgão em questão. 
 
VANTAGENS 
Baixo custo. Facilidade de realização. 
Disponibilidade. Baixa dose de radiação. 
 
A TC é o padrão-ouro para a avaliação do tórax. Entretanto, esse 
exame é muito mais caro que a radiografia, usa muito mais radiação 
ionizante e é muito menos disponível. 
 
RADIOGRAFIA 
CONVENCIONAL X 
DIGITAL 
Hoje em dia e cada vez mais, a tendência é que se abandonem as 
imagens impressas e adotem as imagens digitais, principalmente 
pela questão ambiental (Reciclagem), pela resolução e pelo 
menor custo. Você pode fazer uma radiografia digital (mais detalhe, 
mensuração das estruturas) e imprimir em papel. 
INCIDÊNCIAS 
 O que eu quero ver? Lado, frente, 
costas? 
Incidências principais: 
Posteroanterior (PA) e perfil. 
O ideal é que se faça as duas. 
Os pulmões são órgãos tridimensionais. Se eu peço em uma 
incidência só, eu deixo der ver coisas Pedindo as duas, há um 
aumento na chance de encontrar alterações. 
INCIDÊNCIAS PRINCIPAIS 
POSTEROANTERIOR (PA): 
 
É quando o raio passa de trás pra frente. Na frente fica o filme, 
encostado na parte anterior do tórax. O aparelho de raio fica atrás. 
A posição é braços abertos, para tirar as homoplatas do caminho. 
Pede ao paciente para inspirar ao máximo e manter-se em posição 
vertical sem se movimentar. 
PERFIL: 
O ideal é que os braços fiquem para 
cima e o paciente de lado. 
Perfil esquerdo: O filme fica do 
lado esquerdo e a radiação vem da 
direita para a esquerda. 
 
RADIOGRAFIA NO LEITO 
INCIDÊNCIA ANTERO POSTERIOR 
Faz muito nos hospitais e emergências. 
Levanta o tórax do paciente, coloca o 
filme atrás, e com um aparelho portátil, 
faz a radiografia de cima para baixo. 
Geralmente a qualidade não é tão boa. 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
A principal imagem que aparece no 
tórax é o coração. 
O raio X em AP (paciente deitado), 
o coração fica longe do filme e a 
imagem mostrada não é real. 
A gente quer que a estrutura esteja o 
mais próximo da realidade possível, e 
a simples mudança de AP e PA causa alteração. 
Distância mínima para a sua realização: 1,50m 
A distância ideal é de 1,80m. 
INCIDÊNCIA ANTERO - POSTERIOR (AP) 
Amplia a imagem do coração e mediastino. 
Aparelhos portáteis – menor potência 
Efeitos do decúbito: DP ¨escore¨, pneumotórax região anterior, 
redistribuição vascular, diafragma eleva. 
Só o fato da pessoa estar deitada, um monte de coisa muda, o efeito 
da gravidade muda. 
 
Se eu tenho um derrame pleural, por exemplo, e eu faço uma 
radiografia em pé, o derrame fica embaixo. Se eu faço uma 
tomografia deitada, o derrame fica espalhado pela região posterior 
do tórax. 
 
Se eu tenho um pneumotórax. Em pé, o pneumotórax tá em cima. 
Deitado, o pneumotórax tá na frente.A pessoa deitada, o diafragma sobe. 
 
PA X AP 
 
As radiografias são do mesmo paciente. 
PA 
Ortostatismo: Melhor pra ver pequenos derrames e pneumotórax. 
Maior nitidez. 
Menor magnificação de estruturas. 
Inspiração profunda. 
AP 
Pacientes debilitados. 
 Decúbito dorsal ou sentado. 
Inspiração insuficiente prejudica a avaliação do parênquima. 
Magnificação do coração; 
Diafragma elevado. 
OUTRAS INCIDÊNCIAS 
Apico-lordótica. 
Decúbito lateral com raios horizontais. 
Oblíqua. 
Expiração. 
 
Quando se tem dúvida de radiografia, se pede ultrasson ou 
tomografia. 
 
ÁPICO LORDÓTICA 
Lesões que podem estar escondidas pelo arcabouço ósseo. O feixe 
de raios X entra anteriormente e as costas estão em contato com o 
filme. O paciente assume uma posição em hiperlordose, retirando 
as clavículas de campo. Tem grande valor para a avaliação dos ápices 
pulmonares, lobo médio e língula. 
 
DECÚB ITO LATERAL COM RAIOS HORIZONTAIS – 
INCIDÊNCIA DE L AURELL 
 
Radiografia feita com o paciente deitado de lado. 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
Feita quando há dúvidas se tem 
derrame pleural ou não. Solicita que 
o paciente deite do mesmo lado em 
que há dúvida se há DP. Se for DP, 
o líquido irá escorrer. Se não for DP, 
a imagem não sofrerá modificações 
(Coisa fixa). 
QUALIDADE TÉCNICA 
Dose de radiação (muito penetrado? Pouco penetrado? Preto 
demais? Branco demais?), centralização (simétrico?), grau de 
inspiração (Tem que ser em apneia. Inspira, segura e faz), presença 
de artefatos (cuidado com tranças). 
DOSE DE RADIAÇÃO 
O próprio aparelho calcula qual vai ser a dose de radiação. 
 
1- Branco demais. 2 -Preto demais (parece que eu tô vendo mais a 
coluna do que o pulmão em si). 3 – Ideal. 
CENTRALIZ AÇÃO 
As bordas mediais das clavículas 
devem estar equidistantes do 
centro da coluna. 
As escápulas devem estar fora do 
campo. 
Às vezes tem uma deformidade 
torácica (Ex.escoliose) que não 
permite a simetria. 
G RAU DE INSPIRAÇÃO 
Imagem 1: Espiração. 
Imagem 2: Inpiração. 
O correto é encher o 
peito, segurar, e fazer a 
radiografia. 
A gente pode contar as 
costelas pra ver quantas 
aparecem. 
 
Existem 2 formas de contar as costelas: 
Anterior: espera-se aproximadamente 8 – 9 arcos costais visíveis. 
Posterior: espera-se 10 a 11 arcos costais visíveis. 
 
Deve ser realizado em apneia inspiratória máxima. 
Ex. Se tiver um paciente hiperinsuflado, com DPOC clássica, 
padrão enfisematoso, a gente vê mais arcos costais do que deveria. 
ARTEFATOS 
Exemplos: Paciente em UTI, cheios de 
cateter, sondas. 
Objetos que podem ficar por cima do tórax: 
Cabelos, materiais metálicos. 
 
 
COMO INTERPRETAR 
SEQU ÊNCIA PARA AVAL IAÇÃO 
Partes moles → arcabouço ósseo → Coração e vasos → Mediastino 
→ Hilos → Pleura/seios costofrênicos → Diafragma/andar 
infradiafragmático → Campos pulmonares. 
O pulmão deve ser o último a ser visto. A avaliação acontece de 
fora para dentro. 
PARTES MOLES 
É possível saber se o paciente é 
magro ou gordo, do sexo feminino 
ou masculino. 
Exemplo da imagem 1: Presença 
de mamas, bilateralmente, bem 
definidas, tecido escasso (mulher magrinha). 
Exemplo da imagem 2: Paciente 
mastectomizada do lado direito. 
Exemplo da imagem 3: Presença de coisas 
pretas (ar) fora do pulmão. Tem ar no tecido 
celular subctuâneo → Enfisema subcutâneo. 
Tem um dreno tóracico também. 
Pneumotórax → Ar escapou do pulmão → 
Pleura → Subcutâneo. 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
ARCAB OUÇO ÓSSEO 
Arcos costais esterno (no 
meio) vértebras, clavícula, 
escápula. 
Eu consigo ver a coluna 
(atrás) bonitinha. 
 
 
No perfil, a coluna fica 
facilmente identificável. 
 
Assimetria da clavícula → 
Clavícula esquerda insuflada 
(grande, alada). 
Calo ósseo, deformidade, lesão 
neoplásica? 
 
 
 
 
Fratura de arcos costais. 
 
 
 
CORAÇÃO E VASOS 
É 
preciso medir o coração, o índice cardiotorácico. 
Essa bolinha do lado esquerdo é a aorta. 
Ventrículo esquerdo, átrio esquerdo, tronco da artéria pulmonar, 
botão aórtico. 
Imagem em perfil: Coração na frente. Diafragma, coluna 
vertebral, aorta superiormente, veia pulmonar. 
 
Índice cardiotorácico 
Checar 
se foi uma radiografia em pé ou deitada. 
A medida do coração tem que ser <50% da medida do tórax. 
Imagens 2 e 3: 
Cardiomegalia. Silhueta deformada. O 
coração tem mais da metade do tamanho 
do tórax. Hipertensão pulmonar severa 
(Artéria pulmonar bem dilatada. A aorta tá 
bem pequenininha e o tronco pulmonar 
cresceu). Aumento do calibre dos vasos à 
direita. 
O paciente foi submetido a uma cirurgia 
cardíaca. Esterno suturado com fios 
metálicos. Tem um marcapasso e seus 
fios lá em cima. 
Aorta dilatada (gigantesca). A parte de 
cima da aorta tá muito maior do que a 
parte de baixo. 
HILOS PULMONARES 
Região central, do lado do 
coração. De onde saem os vasos 
e brônquios. Região mais 
branquinha. 
Devem ser simétricos, 
aproximadamente da mesma 
altura. Em condições normais, 
o hilo esquerdo pode ser um 
pouco mais alto que o hilo direito. 
O que dá o branco do pulmão são os vasos. Os alvéolos e os 
brônquios tem ar. 
 
Perfil: Coração, aorta, veias e artérias pulmonares. 
 O hilo é a região central. 
 
 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
Sarcoidose 
Aumento dos hilos pulmonares em pacientes com sarcoidose 
linfonodal (linfonodos aumentados bilateralmente). Reparar no 
clássico aspecto de ¨Hilos em barata¨. 
MEDIASTINO 
É a porção central do tórax, onde se localizam coração, grandes 
vasos e nervos. 
 
Mediastino superior e inferior: Divididos pela 5º vértebra 
torácica. 
Anterior: Borda posterior do esterno 
até a borda posterior do coração. 
Médio: Borda posterior do coração 
até a borda anterior da coluna 
vertebral. Onde se localizam os 
vasos. Pode haver tumores neurais. 
Posterior: A partir da borda anterior 
da coluna vertebral. 
Existe ar entre o coração e o esterno. Se tiver branco, pode ser uma 
massa no mediastino inferior (linfoma teratoma, tireoide 
mergulhante). 
Pleura e os seios costofrênicos. Lembrar que as duas pleuras 
estão encostadinhas, fininhas, e possuem um espaço virtual. Se eu 
não tenho doença pleural nenhuma, as pleuras não são pras serem 
vistas. 
Totalmente assimétrico. 
Hipodensidade à esquerda. 
→Sugere Derrame pleural. 
Quando é líquido no pulmão, 
condensação, geralmente é 
mais heterogênio. Essa coisa branca, uniformidade, clássica 
parábola sugere pleura. 
 
Volumoso derrame 
pleural ocupando 
2/3 do tórax 
esquerdo. 
Formação da 
parábola → Imagem 
clássica de líquido. 
Pneumotórax direito 
Atelectasia. 
O pulmão tá murcho. Entrou ar no 
espaço pleural e o pulmão ficou 
pequenininho (colabado, 
atelectasiado). 
O pulmão direito murchou e a 
circulação toda (dos dois lados) 
teve uma redistribuição do fluxo. 
O pulmão esquerdo ficou mais perfundido do que deveria 
(Hiperfluxo esquerdo). 
Pneumotórax é sangue no espaço pleural. 
Derrame pleural pode ser sangue, pus, secreções (Ex. exsudato) no 
espaço pleural. 
DIAFRAG MA E ANDAR INFRADIAFRAG MÁTICO 
Diafragma direito, 
diafragma 
esquerdo, seios 
costofrênicos 
 
Branco do lado direito → Fígado. 
 
Branco do lado esquerdo → Bolhas gástricas. 
 
Em perfil, é comum o diafragma 
esquerdo ser UM POUCO mais 
baixo que o diafragma direito. 
Pneumoperitônio (Preto). 
Paciente com úlcera perfurada. 
Tem ar entre o diafragma e o 
fígado. 
Se for um pós operatório de 
cirurgia abdominal, pode ser normal. 
 
 
 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
LOBOS PULMONARES 
 
3 lobos à direita: 
Superior, médio e 
inferior. Cissuras 
horizontal e oblíqua. 
2 lobos à esquerda: 
Superior e inferior. 
Cissura oblíqua (Separa 
os lobos) 
 
É possível ver a incisura horizontal na radiografia PA. 
No perfil, a gente consegue ver muitasvezes as 2 linhas que separam 
um lobo do outro. 
 
 
Divisão – Pulmão direito 
 
 
Pulmão esquerdo branco. Radiografia muito penetrada. 
Presença do broncograma 
aéreo (linhas dos 
brônquios). Os alvéolos 
estão fechados e os 
brônquios estão abertos? 
A base tá livre. Em geral, no 
derrame pleural, a base tá 
branca. Derrame pleural 
não tem broncograma aéreo. 
Diferenças do derrame pleural: DP começa SEMPRE de baixo 
pra cima e é um branco mais intenso. 
 
Consolidação do 
lobo médio 
 
 
Broncograma no 
centro. 
Consolidação no 
lobo inferior 
direito (está 
atrás). 
 
PA mostra frente e atrás. 
Perfil mostra esquerdo e direito. 
Consolidação da 
língula (parte 
anterior do lobo 
superior 
esquerdo). 
Sinal da silhueta 
→ quando há uma 
imagem no 
mesmo plano que outra. 
Mesmo plano → Apaga o contorno. 
Planos diferentes → Não apaga o contorno. 
Perda da borda cardíaca, pois uma região no mesmo plano do 
coração consolidou. 
 
Massa pulmonar (tem um limite). 
Massa → é qualquer lesão definida 
maior que 3 cm. 
Nódulo → < 3cm 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
 
Pulmão de um grande fumante que já fez cirurgia cardíaca de 
revascularização do miocárdio. 
Massa → Câncer de pulmão. 
Enfisema (preto) 
Pulmão da TC → Cinza claro. 
 
Exame PETz3: exame da imagem 3. 
 
 
Massa de origem pleural (fora 
do pulmão) que empurra o 
parênquima pulmonar. 
Presença de placas calcificadas. 
 
 
Cavidade com 
algum nível 
hidroaéreo 
(abcesso, tumor 
necrosado). Lesão 
definida. 
 
 
 
Atelectasia – Pulmão esquerdo 
Traqueia desviada 
para a esquerda. 
Desvio do coração 
pra esquerda. Subiu 
diafragma. 
Atelectasia total do 
pulmão esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
Atelectasia – Pulmão direito 
 
Hemitórax opaco. O coração 
não foi puxado. 
 
 
 
 
 
Atelectasia LSD – Sinal S 
de Golden 
Linha com seta → cissura 
horizontal (subiu, portanto o 
lobo superior está fechado) 
Massa central que fechou o 
brônquio do lobo superior 
direito (Sinal do S). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
FUNÇÃO PULMONAR – AULA 3 
Para a avaliação da função pulmonar existem alguns exames para 
checar se o pulmão, as vias aéreas, se a mecânica respiratória 
está funcionando bem. Se fala muito em espirometria, mas 
existem outros exames que podem ser feitos. 
COMPONENTES 
Existem vários componentes em relação à função pulmonar: 
A mecânica (tem a ver muito com caixa torácica, músculo, 
diafragma, musculatura intercostal, força muscular...), depois 
vem a ventilação em si, que é o ar entrando e o ar saindo 
passando pelas vias aéreas, chegando nos alvéolos e voltando, a 
questão da perfusão pulmonar que tem a ver com fluxo 
sanguíneo, então para existir troca gasosa tem que existir 
ventilação e perfusão (relação V/Q) e ter uma boa difusão 
também (capacidade de troca), o O2 sai dos alvéolos e entra para 
o capilar no sangue o CO2 sai do sangue para o alvéolo e é 
eliminado no ambiente. Existem exames que podem ser 
realizados para checar cada um desses pontos da função. 
Na aula se detendo mais na ventilação pulmonar: volumes 
pulmonares, fluxo aéreo que é o que a espirometria mostra. 
 
VENTILAÇÃO PUL MONAR 
Vias aéreas segundo Weibel: 
• Zona de condução: espaço morto 
anatômico é a região em que há 
apenas a condução, passagem de 
ar, não há troca. 
• Zona respiratória: onde acontece a 
troca gasosa. 
As vias aéreas mais centrais são 
mais calibrosas, a traqueia vai se 
dividindo, brônquios principais, 
bronquíolos respiratórios, zona de 
troca gasosa. 
 
VOLU MES PUL MONARES 
Esse gráfico representa primeiro o volume corrente. Quando se 
respira normal a curva é menor. Mas em caso de manobra 
forçada de encher o peito a curva chega lá em cima na 
capacidade funcional total, daí se faz a mesma coisa na 
expiração, com força, coloca-se para fora todo o ar que tem no 
pulmão e se chega em baixo, no volume residual. 
Volume de reserva inspiratório (VRI), volume corrente (VC), 
volume de reserva expiratório (VRE), volume residual (VR). A 
capacidade pulmonar total é a soma dos quatro volumes que 
é todo ar do pulmão. 
Volume residual é o que não sai, o pulmão não se fecha por 
completo devido ao sufactante, de uma força interna que 
mantem os alvéolos minimamente abertos. Se colapsar, a 
força para abrir é muito alta, então existe toda uma mecânica, 
uma fisiologia para manter sempre o volume residual presente. 
 
CAPACIDADES PUL MONARES 
Capacidade é a soma de pelo menos dois volumes: 
 Cap. Inspiratória (CI) = VC + VRI. 
 Cap. Residual Funcional (CRF) = VRE + VR. 
 Cap. Vital (CV) = VRE + VC + VRI. 
 Cap. Pulmonar Total (CPT) = VR + VRE+ VC+ VRI. 
 Na espirometria vai se medir a capacidade vital VRE + 
VC + VRI. O paciente vai expirar por completo e inspirar 
por completo e assim consegue-se medir todo o ar que ele 
mobiliza. 
VOLU MES + CAPACIDADES 
 
No gráfico: Volume corrente → inspirou ao máximo → volume de 
reserva inspiratório → expirou ao máximo → volume de reserva 
expiratório → volume corrente. CPT é tudo e CV é tudo menos 
o volume residual. 
 
12 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
ESPIROMETRIA 
Exame que mede a quantidade e a velocidade do ar que entra 
e sai dos pulmões. Ele não avalia volume residual, o que acaba 
atrapalhando um pouco por limitar o exame. 
A pletismografia que consegue medir o volume residual 
(padrão ouro). Assim, a espirometria é o exame mais 
disponível, porém limitado. Ela vai dizer a quantidade de ar se 
mobiliza e a que velocidade esse ar entra e sai, avaliando o fluxo. 
A imagem mostra um 
espirômetro, aparelho simples, 
relativamente portátil, tem um 
circuito, existe um bocal onde a 
pessoa que está fazendo o 
exame coloca a boca e coloca-se 
um clipe no nariz. Então, todo o 
ar que a pessoa inspira e expira será pela boca. O software 
então faz a leitura desse ar que foi mobilizado, então o aparelho 
vai ler tudo que aconteceu em relação à entrada e saída de ar. 
CURVAS ESPIROMÉTRICAS 
O laudo da espirometria é impresso com vários números e essas 
duas curvas principais. Uma curva é de fluxo x volume e a 
outra curva é de volume x tempo. É importante avaliar nessas 
curvas o formato, se foram bem feitas (para saber se o exame foi 
bem feito), também dá algumas pistas se o paciente tem alguma 
doença ou não. 
Curva fluxo x Volume: é possível ver 
que ela tem uma alça superior e uma 
inferior. Representa uma expiração e 
uma inspiração forçada. 
• Superior: é a expiração, parece um 
triângulo. O paciente sopra forte, 
fazendo um pico, mais ou menos no 
número 12, representando o pico de 
fluxo expiratório. Depois a alça desce. 
• Inferior: quando a alça inverte, 
representa a inspiração, alça inspiratória. É quando o paciente 
inspira ao máximo e começa a expirar. 
A principal alça a se olhar na espirometria é a expiratória, 
apesar da inferior dizer algo sobre a condição do paciente (p. 
ex. se ela estiver achatada pode significar alguma coisa patológica). 
Curva volume x tempo: o 
paciente sopra 6 segundos, o 
tempo que é solicitado ao 
paciente para fazer uma 
expiração forçada. Ao final de 
6 segundos saiu todo o ar do 
pulmão que o paciente 
conseguiu mobilizar, que é a 
capacidade vital. Então essa 
curva representa o quanto de ar está saindo do pulmão ao longo 
do tempo. VEF1: volume expiratório forçado do primeiro 
segundo. CVF: capacidade vital forçada. Em um indivíduo 
normal, que não tem obstrução do fluxo aéreo o VEF1 
representa praticamente quase todo o ar que existe no 
pulmão. Todo o ar é mais ou menos 5 L, no primeiro segundo 
o paciente normal já expira praticamente 4 L. Então, no 
primeiro segundo quando o paciente sopra forte sai a maior 
parte do ar que existe no pulmão, ele continua soprando, o 
restante tá saindo até completar esse tempoque a gente pediu a ele 
que soprasse. 
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO E REPRODUTIBIL IDADE 
Quando a gente está fazendo o exame, 
tem esse sofrimento da foto. Existe 
um técnico que faz esse exame, 
orientando o paciente a fazer as 
manobras, pedindo o paciente para 
encher o peito com força, para 
encher o máximo que o paciente conseguir e depois para soprar 
com força o máximo que conseguir. Exigi manobras 
adequadas, com força e no tempo certo. Se o paciente não 
entender o que está sendo pedido o exame não vai dar certo. Tem 
que ser um bom técnico nas orientações corretas para no final 
de ter a gente ter na mão valores e curvas adequadas para o 
médico que vai laudar conseguir extrair informações corretas. 
São necessárias algumas manobras de sopro para o exame ser 
dado como Ok. Essas manobras têm que se parecer, porque se 
cada hora ele sopra sai uma curva diferente, um valor diferente, 
significa que ainda não está reprodutível. Então, no geral, pensando 
em ser perfeito tem que ter três curvas igualzinhas com valores 
próximos para se considerar que aquela curva reflete 
realmente o parâmetro daquele paciente. 
Depois disso tudo, imagine fazer esse exame numa criancinha, num 
idoso que não ouve bem, num paciente com sequela neurológica... 
Por isso que esses exames, espirometria, pletismografia, não se 
consegue fazer para todo mundo, só dá para se fazer na 
parcela da população que consegue entender como o exame é 
feito e que consegue fazer as manobras necessárias. 
CURVAS INACEITÁVEIS 
Aqui tem a representação só da 
parte de cima da curva fluxo x 
tempo, só a parte expiratória. A 
curva “a” está representada 
como uma curva normal, a curva 
representa um triângulo com 
pico de fluxo máximo e ele segue a inspiração até começar 
expiração. Mas aí tem também curvas ruins... na curva “b” o 
paciente soprou com força no início, mas ele deu uma 
engasgadinha no caminho, deu uma pausa no restante da 
expiração, o que deu esse entalha na curva que não está adequada. 
O paciente “c” expirou com força só que no final da expiração 
ele amputou a curva, é como se ele estivesse interrompendo o 
final da expiração antes da hora. A curva “d” já mostra uma 
curva diferente do formato que deveria ser, é uma curva 
 
13 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
lentificada onde o pico de fluxo não acontece como deveria, 
bem precoce e alto. E a curva “e” é outro exemplo, o paciente 
hesitou, ele encheu o peito e na hora de soprar ele deu uma 
pausa para iniciar o sopro. 
A aula é para entender como o exame é feito, quais são os principais 
parâmetros que se olha e entender um pouquinho o laudo... 
INDICAÇÕES 
• Diagnóstico de doenças pulmonares: Ex - suspeita de asma. 
• Investigação de dispneia, tosse, sibilância, opressão 
torácica. 
• Avaliação de gravidade. 
• Avaliação de progressão de doença. 
• Avaliação de pré-operatório: paciente que vai fazer cirurgia, uma 
história de tabagismo e que vai fazer cirurgia para câncer de pulmão 
eu tenho que saber se tem DPOC ou não, até para saber se vai 
aguentar a cirurgia ou não. 
• Rastreamento – exposição ocupacional. 
OBS.: Num quadro de crise de asma não se faz espirometria, 
até porque pode agravar o quadro do paciente. Numa 
urgência/emergência o que se faz é um exame bem simples de 
relação de pico de fluxo expiratório, um aparelho portátil bem 
simples em que o paciente faz um único sopro. Alguns consensos 
colocam o pico de fluxo expiratório como parâmetro de 
gravidade da crise. 
OBS.: Paciente asmático fora da crise pode ou não ter 
alteração de espirometria. Mas se um paciente que é suspeito 
de asma com o pico de fluxo ou a espirometria completa 
normal, não exclui a possibilidade desse paciente ter asma. 
Até porque a função pulmonar no asmático oscila muito, a 
broncoconstrição é variável, em alguns momentos pode detectar 
uma redução do pico de fluxo, uma redução do VEF1, uma 
obstrução do fluxo aéreo e em outros momentos pode não 
identificar tais alterações. 
OBS.: Em relação à remodelação... Na DOPC diferente da asma 
a obstrução não é tão reversível, é mais fixa, então em geral a 
espirometria no paciente com DPOC tende a não diferenciar 
quando feita em momentos diferentes. 
VALORES DE REFERÊNCIA 
Quando se faz o exame, vão ser encontradas as curvas e os valores 
do paciente. E qual seria o valor normal do VEF1, da CVF, do 
pico de fluxo expiratório? Não existe um valor normal único, 
existe um valor de referência para aquele paciente. 
Então, os valores de referência vão variar de acordo com as 
variáveis: 
• Sexo: homens têm pulmões maiores. 
• Idade: os pulmões crescem até a idade do adulto jovem, 
cerca de 20 e poucos, depois disso eles começam a diminuir. 
Então a CVF em um indivíduo mais velho é menor que a CVF 
de uma pessoa jovem. 
• Estatura 
• Peso 
• Raça 
• Populações 
No Brasil existe uma escala, feitas a partir de trabalhos anteriores, 
com valores de referência. Quando o técnico vai fazer o exame 
ele cadastra, coloca nome do paciente, sexo, idade, estatura e 
o peso. E o técnico também escolhe o autor de referência, no 
Brasil se usa muito as referências de Dr. Pereira, médico de SP que 
fez uma escala de normalidade, mas tem também a referência 
americana, canadense... 
INTERPRETAÇÃO 
Principais medidas: Esses são os três principais parâmetros... 
• Capacidade Vital Forçada (CVF) 
• Volume Expiratório Forçado 1s (VEF1) 
• Relação VEF1 / CVF 
Outras medidas: 
• Pico de Fluxo Expiratório (PFE) 
• Fluxo Expiratório Forçado 25-75% (FEF 25-75%) 
• Fluxo Expiratório Forçado 75% (FEF 75%) 
 
DOENÇA OBSTRUTIVA 
Os copos são como os pulmões e 
o canudo é a via aérea. Se para 
esvaziar o copo for usado um 
canudo fino, vai demorar mais 
do que se fosse usado um canudo 
grosso. Assim é a via aérea, se o 
caminho está estreito vai demorar mais para o ar sair, o ar vai 
sair com dificuldade e vai demandar mais esforço. Se a via está 
pérvia o ar não vai encontrar dificuldade para sair. A passagem 
de ar tem a ver com obstrução ao fluxo aéreo. 
Aqui tem a 
representação de uma 
via aérea que tem uma 
constrição e a outra 
bem estreita. Aí seria a 
via aérea de um 
paciente asmático, é 
inflamada com 
parede bem espessa, 
com o lúmen bem 
reduzido, representando também a via da DPOC. DPOC e asma 
são os dois grandes grupos de doenças obstrutivas. Nesses 
casos o ar vai passar com dificuldade, com velocidade 
reduzida, fluxo aéreo reduzido. 
DOENÇA PUL MONAR OB STRUTIVA CRÔNICA – DPOC 
Radiografia clássica 
de um paciente com 
DPOC: tórax hiper 
insuflado, pulmão 
grande, onde existe 
uma dificuldade 
 
14 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
grande de esvaziar esse tórax. O paciente consegue inspirar, 
consegue colocar o ar para dentro, mas na hora de expirar... 
com as vias aéreas estreitas ele começa aquele fenômeno de 
alçaponamento aéreo, o ar entra, mas não sai, aumentando 
assim o volume residual. Assim fica tórax em barril, diafragma 
vai descendo e ficando a imagem clássica do tórax insuflado. 
OBS.: Na bronquite crônica é um brônquio mais espessado. Já 
a DPOC seria os dois, ela é a doença do brônquio e do alvéolo, 
o cigarro altera tanto as glândulas que se inflamam e estreitam 
a via, quanto estraga o parênquima, então aqui tem o 
componente de enfisema e o componente de bronquite. A 
imagem da bronquite na radiografia é mais difícil de ver, seria 
só mesmo um brônquio mais espessado e ainda assim não fica 
tão claro, fica mais visível à tomografia. O enfisema no início 
não dá para ver muito na radiografia, só dá para ver quando 
tem muito enfisema, hiperinsuflação, pulmão muito preto, que 
aumenta os espaços intercostais, o diafragma fica mais 
retificado. O enfisema no início dá para ver na tomografia. 
OBS.: A questão da inspiração, envolve a mecânica, tem uma 
pressão negativa interna que faz com que os brônquios se 
alarguem, então a inspiraçãoé mais possível que a expiração. 
Tem a tendência de colabamento de vias aéreas quando 
existem pressões pulmonares mais baixas. Então acaba que o 
ar entra com mais facilidade e o ar sai com mais dificuldade, 
até a sibilância aparece mais na expiração que na inspiração. 
Mas existe um estreitamento na inspiração e na expiração, só 
que é mais relevante na expiração. Também tem a questão 
muscular, a inspiração é ativa a expiração é passiva. 
DOENÇAS RESTRITIVAS 
Na doença restritiva é 
como se o canudo 
tivesse um bom 
calibre, mas o copo 
está pequeno. Doença 
que se pensa quando fala em restrição é a fibrose em que o pulmão 
está duro. Existem inúmeras causas que podem levar à fibrose 
do pulmão, nesse caso o pulmão fica menor do que o normal. 
Outro exemplo de causa restritiva é paciente que fez cirurgia no 
passado, tirou o pulmão inteiro, fez uma pneumonectomia, 
então ele tem um pulmão pequeno... Derrame pleural também é 
uma causa. Esclerose Lateral Amiotrófica em que a musculatura 
está parada, o paciente inspira mas o pulmão não consegue se 
encher, porque a musculatura está parada, o pulmão está 
restrito, pequeno. Então na doença restritiva a via aérea tá Ok, 
mas pulmão pequeno. 
Na espirometria se consegue diferenciar os dois polos: 
pacientes com padrão mais obstrução de fluxo aéreo daquele 
paciente em que a via aérea está normal com volume 
pulmonar reduzido como um todo. 
Na radiografia a seguir existem várias linhas na periferia que não 
deveriam existir, que não são vasos. Então existe um infiltrado 
reticular bilateral com predomínio talvez mais nas bases, mas 
por todo parênquima. E em relação ao volume pulmonar, 
talvez dê para dizer que está reduzido... As linhas também 
podem ser os vasos linfáticos espessados, p. ex. paciente com 
linfandite, num cenário de câncer. As linhas também podem ser 
o próprio interstício espessado com fibrose, essa rede fina que 
sustenta os alvéolos, que forma o interstício, é praticamente 
invisível na radiografia, mas nas doenças intersticiais, essa 
rede aparece. No geral, essas linhas representam conteúdo 
anormal. 
FIB ROSE PUL MONAR 
 
A TC é muito melhor que a radiografia para avaliar um quadro 
de fibrose. Pode ser visto com muito mais detalhes como o 
pulmão está doente. O pulmão normal é a área mais pretinha. Esse 
pulmão está muito alterado em termos de imagem e vai estar 
alterado também em termos de função. O pulmão vai estar 
endurecido, com grande restrição. A via aérea dele está 
aparentemente saudável, os brônquios estão normais. 
Abaixo tem o exemplo dos três parâmetros: o paciente normal, 
o obstrutivo e o restritivo. 
VEF1, CVF e VEF1/CVF ou Índice de Tiffeneau. 
 
Linha azul: CVF / Linha vermelha: VEF1 
• Normal: Em uma pessoa normal o VEF1 é mais ou menos 
80% da CVF. Quando o paciente enche o peito e sopra com 
força o volume que sai no primeiro segundo é quase tudo, 
80%. Tem VEF1 normal, CVF normal e relação normal. VEF1 
/CVF normal (0,8). 
• Obstrutivo: O VEF1 dele está reduzido porque a via está 
estreita, existe uma doença de via aérea. Esse paciente ao final 
dos 6 segundo vai conseguir eliminar tudo, mas no primeiro 
minuto ele não consegue eliminar o que precisa. Tem VEF1 
reduzido, relação reduzida e uma CVF normal. Obs.: nem 
sempre é assim, mas para esse momento é isso. VEF1 /CVF 
reduzida (0,5). 
• Restritivo: VEF1 reduzido, CVF reduzida e relação 
preservada. A relação está preservada porque o VEF1 reduzir 
 
15 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
proporcionalmente a CVF. Paciente tem um pulmão reduzido, 
então ao invés de a capacidade desse paciente ser de 4 L é de 
3 L. VEF1 /CVF normal (0,8). 
OBS.: A grande pista, a sugestão quando for olhar uma 
espirometria é que se comece a olhar pela relação que é o 
principal parâmetro. Se na espirometria a relação estiver 
reduzida já pode se dizer de antimão que deve ter uma obstrução 
ao fluxo aéreo, SUGERE-as, deve ser olhado os demais 
parâmetros. Se a relação estiver normal ou a espirometria está 
totalmente normal ou esse paciente tem uma restrição, para 
distinguir se olha os outros parâmetros. 
OBS.: Primeiro olhar se as curvas estão certinhas, se estão 
reprodutíveis, ver o que o técnico colocou, se o exame foi bem 
feito. Depois olhar a relação VEF1/CVF. Depois olhar os 
valores um por um para analisar se os valores estão normais ou 
alterados. Para no final concluir alguma coisa. 
 
Nada impede de um paciente ter as duas condições. Um 
paciente pode ter DPOC e fibrose ou DPOC e derrame pleural 
ou DOPC e doença neuro muscular. 
PADRÕES FUNCIONAIS 
• Espirometria normal. 
• Distúrbio ventilatório obstrutivo. 
• Distúrbio ventilatório restritivo. 
• Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida: é como 
se fosse um laudo indefinido. O médico coloca que tem uma 
redução, mas tem uma obstrução, por aquele exame ele não sabe 
dizer o que está acontecendo ao certo, será que tem duas doenças 
misturadas ou só uma... 
• Distúrbio inespecífico: também é confuso, tem redução de 
alguns parâmetros, mas não é possível classificar. 
• Distúrbio combinado. 
PRINCIPAIS PADRÕES 
A primeira coluna seria o 
normal, tem o volume 
residual de mais ou 
menos 30% e a CV é o 
restante e o todo é a 
CPT, 100%. 
Na segunda e terceira 
coluna o VR está grande, mais ou menos 60% do todo. Na 
segunda coluna existe um conceito “aprisionamento de ar”, é o 
paciente que está alçaponando, paciente que inspira e não 
consegue esvaziar, asmático, DPOC. Na terceira o VR está 
grande, mas o pulmão está todo grandão, a CPT está acima de 
100%, ela representa o hiper insuflado enfisematoso, tórax em 
barril, DPOC. 
Na quarta está representado o paciente do pulmão pequeno, a 
CPT está em 80%, é a fibrose pulmonar por exemplo, paciente 
restrito. O VR é pequeno também, proporcionalmente ao todo. 
A quinta é um paciente meio misto, ele tem o VR grande, então 
ele deve ter o componente de obstrução do fluxo aéreo, paciente 
que tem DPOC e asma. 
A espirometria não mede o VR, então ela não consegue dar as 
informações desse gráfico. Então, por exemplo, o paciente da 
coluna dois, quando faz uma espirometria fica parecendo que 
ele tem um restrição ao fluxo aéreo, mas ele não tem, por isso 
que a espirometria é limitada. Em um grupo de pacientes ela 
não vai conseguir diferenciar se tem restrição e obstrução 
misturado ou se tem só uma obstrução pura com VR 
aumentado dando uma falsa impressão de volume pequeno. 
RESPOSTA AO B RONCODILATADOR 
Outra coisa que é testada durante a espirometria é a resposta ao 
broncodilatador (BD). Após todo o exame, obtenção dos 
números e das curvas, é dado ao paciente medicamento. O 
paciente recebe salbutamol ou fenoterol que é um 
brocodilatador de ação rápida. Alguns minutos depois as 
manobras são repetidas e é comparada o pré com o pós para 
avaliar se houve melhora dos parâmetros após o uso do 
broncodilatador. 
Então, se o médico quer ver se há resposta a broncodilatador 
ele tem que pedir uma espirometria completa ou espirometria 
com brocodilatador. Se for pedida apenas espirometria 
simples, não será avaliada a resposta a broncodiatador. 
Se for um paciente com DPOC ou asma faz sentido pedir uma 
completa, mas se for um paciente com fibrose, que não tem 
nenhuma doença de via aérea, que não tem componente de 
broncoespasmo pode ser solicitado apenar um simples. 
Então, é avaliado se houve mudança na VEF1 e a CVF pré e 
pós broncodilatador. Olhar o valor absoluto e o valor 
percentual. Para dizer que houve uma resposta ao 
broncodilatador é preciso ter um ganho significativo, porque 
se for um ganho pequeno é apenas uma variação de 
normalidade. Se houve um aumento de mais de 200 ml na 
VEF1 ou CVF e um ganho percentual de 7% do previsto é dito 
que houve resposta. 
 
 
16 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
CLASSIFICAÇÃO DE G RAVIDADE 
Se o paciente é obstrutivose olha a VEF1, se o paciente for 
restritivo, CVF. Então vai se graduar a gravidade a partir do 
percentual do VEF1 ou da CVF. 
 
HOMEM, 61 ANOS, A :166CM, PESO:87 KG. SU SPEITA: ASMA. 
 
É importante saber a suspeita, saber o porque o médico clínico 
pediu. 
Na coluna 1 está representada as variáveis, na 2 as unidades que 
está sendo representada (L, %, L/sec..), na 3 tem os valores 
médios de referência para esse caso (existe uma tabela de 
normalidade, no caso dele que é um homem de 61 anos que tem 
essa altura e esse peso...), na 4 tem a faixa de normalidade. Os 
parâmetros CVF, VEF1 e relação são os principais para fazer 
o laudo, os outros não serão focados. 
Coluna 5 é a coluna pré BD e a coluna 6 é sua referência média 
percentual, a coluna 7 é a pós BD e a 8 sua referência. 
Então, a CVF (FCV em inglês) era previsto um valor médio de 
4,1, mas está normal se estiver entre 3,2 e 5,0. A VEF1 (FEV1) 
média para esse paciente é de 3,3, mas está normal se estiver 
dentro do intervalo de 2,5 a 4,0. A relação VEF1/CVF 
(FEV1/FVC), em percentual, está normal se estiver em torno de 
79%, nas faixa de 71,6-86,8. 
CASO: Nesse caso a CVF prévia do paciente desse caso é de 4 
L, o VEF1 é de 3,4 L e a relação é de 83. Começando a analisar 
pela relação... a relação está normal, o VEF1 e a CVF também 
estão normais. Na pós nada mudou praticamente. 
LAUDO: espirometria normal. 
OBS.: Um exame como esse não exclui asma, é preciso ver o 
quadro clínico dele, se é compatível com asma e se for, cabe 
ao médico apenas informar que a função pulmonar dele 
parece normal nesse momento, mas que se for feito em outro 
momento não se sabe o que vai encontrar. Dá para ser feito 
outro exame de laboratório, a broncoprovocação, em que o 
paciente recebe um medicamento para ele fazer 
broncoconstrição, induzindo brocoespasmos. É um exame que 
tem seu risco. É uma espirometria pré e pós broncoprovocação 
na presença do médico, vai dando doses crescentes do 
medicamento e repetindo a espirometria para ver se ele faz 
broncoespasmo. Esse exame é para confirmação da asma. Esse 
exame não é muito pedido, pois é encontrado em poucos lugares. 
Para confirmação é mais usado o quadro clínico e uma futura 
espirometria. 
HOMEM, 29 ANOS, A :17 5CM, P :7 8 KG. SU SPEITA: ASMA. 
 
CASO: A curva está pequena, não está na amplitude que 
deveria, a barriga é para dentro, essas alterações dizem que ele 
pode ter uma obstrução do fluxo aéreo. Tem duas curvas que 
não estão se sobrepondo, tudo indica que uma é pré BD e a 
outra é pós BD. A outra curva, volume x tempo, dá para ver que 
o paciente soprou bem mais que os 6 segundos, isso pode ter 
a ver com alguma coisa obstrutiva. A relação está reduzida 
(52), então já se pode dizer que é um distúrbio ventilatório 
obstrutivo. VEF1, 2,1, está reduzido e a CVF está quase 
normal, 4,2. O pós BD mudou: o VEF1 saiu de 2,1 para 2,7 L, 
600ml, o que é mais que os 200ml, e a porcentagem (continha **) 
deu 13%, mais que os 7%, indicando resposta positiva ao BD. 
**2,7 – 2,1 = 0,6 → 0,6 / 4,4 = 0,13 → 0,13 X 100 = 13%. 
LAUDO: Distúrbio ventilatório obstrutivo moderado com 
resposta positiva ao broncodilatador. 
OBS.: Esse paciente lembra muito asma. Paciente asmático 
responde muito bem (mais que 10%) ao BD, o com DPOC se 
espera que ele responda ao BD, mas a resposta em geral é 
menor (7-8%), esse é um parâmetro que pode diferenciar um 
pouco a asma da DPOC. 
HOMEM, 72 ANOS, A : 172CM, P :8 6KG. SUSPEITA: AVAL IAÇÃO. 
 
 
17 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
CASO: A relação está aumentada, 93, acima da faixa. Esse 
paciente não tem obstrução ao fluxo aéreo. O canudo está 
grande demais, está saindo ar do que deveria no primeiro 
segundo. O VEF1, 1,7, 53%, baixo... CVF 1,8, 43%, baixa... Para 
classificar a gravidade, como é restritivo olha a CVF que está 
43%, abaixo de 50%, o que o classifica como grave. Considerando 
o BD, não há resposta, o que é esperado para um quadro 
restritivo. 
LAUDO: Distúrbio ventilatório restritivo grave. 
OBS.: Para chegar a uma conclusão é preciso juntar a 
informação clínica com imagem. 
FEMININO, 61 ANOS, A : 148 CM, PESO: 41 KG, SU SPEITA: DPOC 
 
CASO: A curva está toda estranha, a curva inspiratória não 
fecha com a curva expiratória. A curva V x T também está 
estranha, não tem a conformação da normal, são curvas que 
chamam até que tem algo estranho. A relação está muito baixa 
(28%), VEF1 está baixo (0,6L), a CVF está na faixa de 
normalidade (2L). No pós BD não houve alteração 
praticamente. 
LAUDO: Distúrbio ventilatório obstrutivo grave sem resposta 
ao brocodilatador. 
TESTE FUNÇÃO PULMONAR 
• Espirometria. 
• Medida de volumes pulmonares. 
 × Pletismografia. 
 × Diluição dos gases inertes. 
• Difusão de monóxido de carbono (DLCO). 
 
PLETISMOG RAFIA 
É o padrão ouro. Um aparelho 
bem mais complexo, a cabine é 
hermeticamente fechada, o 
paciente entra, é feita uma 
calibração e é como se a cabine 
maior representasse o pulmão 
do paciente, daí todo 
movimentação que vai ter na cabine é o paciente inspirando e 
expirando e tudo que ele faz de manobra é registrado no bocal 
e consequentemente no computador. Esse exame consegue 
avaliar o volume residual, VEF1 e CVF. Consegue entregar 
uma informação muito mais completa dos volumes e 
capacidades pulmonares que a espirometria. 
MÉTODO DE DILUIÇÃO DE G ASES 
Pouco disponível. Esse 
exame também consegue 
medir o VR e a CPT. O 
paciente respira uma 
solução que tem um gás 
inerte, em geral o gás hélio, o que vai ter uma diluição, um 
equilíbrio do gás, nessa concentração. Nesse exame é possível 
saber quanto de ar tem verdadeiramente dentro do pulmão. 
DIFUSÃO DE MONÓXIDO DE CARB ONO ( DLCO) 
Outro exame pedido quando há 
dúvidas na espirometria. Aqui o 
paciente também respira uma 
mistura de gases com 
monóxido de carbono e ver em 
quanto tempo o monóxido de 
carbono sai do alvéolo e vai 
para o capilar e quanto tempo o 
monóxido de carbono sai do 
capilar e vai para o alvéolo. 
Então, nesse exame não se avalia 
volumes e capacidade 
pulmonares. Nesse exame se 
avalia o tempo que o monóxido de carbono atravessa a 
membrana alvéolo-capilar, já avaliando uma outra parte da 
função pulmonar. 
Em geral um paciente com asma tem uma difusão normal, 
não tem nenhuma doença de alvéolo. Já o paciente com fibrose 
tem uma barreia alvéolo-capilar aumentada, terá uma difusão 
reduzida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
ASMA – AULA 4 
DEFINIÇÃO 
 Doença inflamatória crônica de vias aéreas: Significa que 
o mecanismo de base é o processo inflamatório que envolve 
uma cascata de etapas, células e mediadores. A 
sintomatologia flutua, mas a doença existe de forma 
arrastada. 
 A inflamação crônica está associada à hiper-responsividade 
das vias aéreas. É uma via aérea que é sensível e reativa 
demais, reagindo de forma exagerada à alguns estímulos. 
 Existe episódios recorrentes de sibilos, dispneia, 
opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início 
da manhã. 
Isso é o clássico, a pessoa se queixa que percebe que chia, tem 
falta de ar, peito aperta, tosse seca, ou com expectoração clara, 
mucoide, em horários da noite ou início da manhã. 
 Esses episódios são uma consequência da obstrução ao 
fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, reversível 
espontaneamente ou com tratamento. 
EPIDEMIOL OGIA 
Estudo ISACC 
 Prevalência por faixa etária: 
 
 Serviços de urgência: 
Pediatria: 16% dos atendimentos 
Adulto: 12% dos atendimentos 
 
 Hospitalizações (Brasil – 1996) 
 
4º causa - Nordeste e Sul - 3º causa – 350.000 (2,3% dos casos) 
 
• Em relação a custos, por ser uma doença prevalente e ser 
uma causa frequente de hospitalizações, é uma doença que 
custa muito a sistema de saúde. Falava-se em 200 
reais/doente. 
• Quemgasta mais é o paciente mais grave, que vai mais 
vezes ao hospital, quem interna mais. 
• Existia um esforço do SUS, ainda pequeno, em compensar os 
pacientes em casa. O ideal era que esses pacientes tivessem 
acesso à médico pneumologista, clínico, e fizessem 
acompanhamento de forma rotineira para não deixar 
descompensar, porque quando descompensa vai pra 
emergência, aí onera o serviço, pois o paciente fica acamado. 
• De 2000 a 2011, no levantamento do Ministério da saúde, se 
fala que houve uma queda de gasto, talvez por conta dos 
programas que surgiu para tentar reduzir o número de 
pacientes que vão ao hospital. 
Asma brônquica – Custos (SUS) 
1993 a 1995: 60 milhões de reais (RS - 200,00/doente) 
1996: 76 milhões de reais (2,8% do gasto anual total) 
 
 
FATORES DE RISCO 
 
Lembrar que a asma tem uma questão hereditária. 
Tem a questão dos fatores indutores. Um exemplo é o cigarro, 
pois crianças que tiveram exposição a cigarro na infância tem 
maior predisposição a desenvolver asma na idade adulta. 
Processo inflamatório de vias aéreas; hiperresponsividade; 
limitação ao fluxo aéreo; hiperinsuflação. 
FISIOPATOL OGIA 
1- Bronconstrição aguda 
- IgE dependente (alérgenos) 
- IgE independente (AINH, exercício, inalação de ar 
frio/seco, irritantes) 
Ocorre uma melhora e piora ao longo do tempo. 
Quando se fala em fisiopatologia, se fala muito em eosinófilo, 
atopia e IgE que são uma das vias fisiopatológica. 
Se fala hoje, que a asma não é uma única doença, mas são 
várias doenças com o nome asma. Não está muito claro ainda se 
tem um mecanismo fisiopatológico único, parece que tem aqueles 
indivíduos que tem mais IgE, outros menos. Tem aquele 
paciente que tem a asma mais alérgica, outros menos alérgica. 
Pacientes que tem mais IgE identificam melhor os alérgenos 
que causam sintomas. Por exemplo a mudança de tempo, 
exercícios... 
 
19 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
2- Edema de vias aéreas: Aumento na permeabilidade 
microvascular (mediadores inflamatórios) 
3- Formação crônica de rolhas de muco (formação anormal de 
muco, fazendo a oclusão de vias aéreas) 
4- Remodelamento de vias aéreas (fibrose, estreitamento 
crônico há longo prazo). 
Na imagem mostra acima 
uma via aérea normal, 
calibrosa, com um 
lúmen amplo. Mais 
abaixo mostra a via aérea 
de um paciente com 
asma, com a parede 
espessada, lúmen 
restrito e muco no seu 
interior. 
Lembrar que existe Cascata de células envolvidas. Tem o 
alérgeno como algo desencadeante que recruta macrófagos, 
eosinófilos, mastócitos, linfócitos. Na sequência vem muco em 
excesso, estreitamento da via aérea, hipersecreção causando 
obstrução, dilatação de vasos por causa do processo 
inflamatório que causa edema de paredes, esse excesso nos 
eventos vai fazer os sintomas aparecerem. 
 
Quando se fala em tratamento da asma, é importante conhecer essa 
fisiopatologia. A ideia é que produzam drogas que consigam 
bloquear a função dos eosinófilos, dos linfócitos, interleucinas 
tentando interromper a cascata de inflamação. 
 
AL TERAÇÕES HISTOLÓG ICAS 
1. Hipertrofia e hiperatividade de glândulas submucosas 
(frequentemente infiltradas por eosinófilos). 
2. Vasodilatação. 
3. Hipertrofia da musculatura lisa. 
4. Espessamento da membrana basal por deposição de 
colágeno e neoformação vascular. 
5. Edema de mucosa e submucosa. 
6. Infiltrados de eosinófilos, macrófagos, linfócitos, 
plasmócitos e neutrófilos. 
 
DIAGNÓSTICO 
Sintomas que sugerem asma: 
 Mais de um sintoma: sibilância, dispneia, desconforto 
torácico e tosse. 
 Principalmente: pioram à noite e no início da manhã. 
 Em resposta a exercício, exposição a alérgenos, poluição 
ambiental e ar frio. 
 Desencadeados por AAS ou betabloqueadores. 
 Melhoram com broncodilatadores ou corticoides 
sistêmicos. 
 
• História de atopia 
• História familiar de asma ou atopia 
 
 Sibilância difusa audível na ausculta torácica 
No exame físico pode ter sibilos. Não há outro dado relevante. 
Se o paciente tiver compensado, não será encontrado nada de 
anormal. 
O chiado é uma informação clínica, pode ser um sintoma 
relatado pelo paciente ou flagrado no exame físico. 
 Eosinofilia não explicada. 
 Sintomas episódicos – A falta de ar é um sintoma muito 
frequente. Cardiopatia, DPOC, ansiedade. Uma lista enorme 
de doenças causam dispneia. O importante é caracterizar 
a dispneia desse paciente. Se for uma dispneia que 
aparece e desaparece, flutua, de cara é característico de 
asma. 
PERGUNTAS A SEREM REALIZADAS 
▪ Você tem ataques ou episódios recorrentes de sibilância? 
▪ Você tem tosse persistente, particularmente à noite ou 
acordar? 
▪ Você acorda por tosse ou falta ar? 
▪ Você tem tosse, aperto no peito ou sibilância após 
atividade física? 
▪ Você tem tosse, aperto no peito, chiado após contato com 
mofo, poeira, animais ou irritantes (ex: cigarro)? 
▪ Você usa algum remédio quando os sintomas ocorrem? Usa 
algum broncodilatador? Melhora quando usa? 
 
 
20 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Lembrar de pensar nas outras doenças que parecem asma. 
1- Doenças obstrutivas pulmonares 
➢ Obstrução de vias aéreas centrais 
➢ DPOC (paciente mais idoso, que fumou ao longo da vida, 
tem dispneia, chiado. A DPOC pode ser um possível 
diagnóstico diferencial de asma) 
➢ Broquiolites 
➢ Fibrose cística 
➢ Bronquiectasias 
2- Rinites, sinusites, reflexo gastroesofágico 
3- ICC 
4- Embolia pulmonar 
5- Discinesia de laringe (a corda vocal por algum motivo deixou 
de funcionar bem, o paciente tem dispneia, pressão torácica). 
6- Síndrome de hiperventilação, inibidor da ECA, etc. 
7- Ansiedade 
 
A idade não exclui o diagnóstico de asma, existem pessoas 
que não tiveram os sintomas na infância e começam a ter os 
sintomas na fase adulta. 
 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL 
Geralmente vai ter uma radiografia e tomografia de tórax sem 
alterações. Pode até evidenciar um aprisionamento aéreo, mas 
exame de imagem não ajuda tanto no diagnóstico de 
pacientes com asma. A função pulmonar vai ajudar muito 
mais. 
ESPIROMETRIA 
 
Na espirometria será avaliado se o paciente tem obstrução ao 
fluxo aéreo. 
Curva fluxo X volume, curva volume X tempo. Tem duas curvas: 
uma preta e uma cinza. Em preto, é antes do broncodilatador, em 
cinza mais claro é depois do broncodilatador. Mostrando 
claramente a diferença da curva pré e pós broncodilatador. 
Uma espirometria normal não exclui asma, pois a obstrução 
ao fluxo aéreo é variável com o tempo. 
PICO DE FLUXO SERIADO 
O paciente compra esse 
aparelho da figura ao lado, 
e faz uma manobra 
parecida com a da 
espirometria, enchendo 
o peito de ar e sopra 
forte, fazendo com que 
desloque a alavanca do aparelho. Tem 3 faixas: verde, amarelo 
e vermelho. Se a alavanca parar no verde quer dizer que o 
paciente tem um pico de fluxo aéreo bom, ele não tem 
obstrução. É uma medida simples e pouco esforço 
dependente. 
• O pico de fluxo deve ser seriado, ou seja, ser feito várias 
vezes. 
• Deve ser feito com monitorização domiciliar, não no 
consultório. 
• Quem tem asma, o pico de fluxo é variável. 
• Esse aparelho pode ser usado em emergência para ver o 
parâmetro de melhora do paciente que tem crise de asma. 
TESTE DE BRONCO PROVOCAÇÃO 
 Farmacológico: 
Metacolina, Histamina, 
Carbacol. Indução do 
broncoespasmo. 
 Exercício. Indução do 
broncoespasmo. Bicicleta 
ou esteira. 
 Queda de 20% no VEF1 
após inalação de agente, se interrompe o teste. Teste 
positivo, compatível com asma. 
-Vai o exame pré e pós broncoespasmo e avaliar se houve 
queda do VF1. 
Não é um exame muito disponível, mas é interessante para 
diagnóstico 
AVAL IAÇÃO DE ATOPIA 
Testes de hipersensibilidade imediata. 
-Eritema ou pápula após 10 a 15 min de aplicação do alérgico. 
-Correspondência com a clínica! A referência que ele faz sobre 
mofo, poeira,mudança de clima é mais valiosa. 
 
OU TROS EXAMES 
- Hemograma (checa o número de eosinófilos circulantes) 
- Dosagem de IgE sérica 
- Lavado nasal – Citologia diferencial (é feito mais para 
caracterização de rinite ou rinosinusite em pacientes com 
asma) 
 
 
21 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
Na asma os exames apenas complementam o diagnóstico, o 
quadro clínico ainda é soberano! 
 
ASMA BRÔNQUICA 
 A asma é muito variável pessoa a pessoa. Tem gente que 
é muito sintomático, outros tem crise uma vez ao ano, 
outros tem várias crises ao mês. 
 Precisa saber se o paciente tem uma asma controlada, ou 
parcialmente controlada ou não controlada. 
 Deve-se saber os sintomas diurnos, noturnos, limitação da 
atividade, uso de medicamento de alívio, avaliar função 
pulmonar, ver o PFE e VF1. 
TESTE DE CONTROLE DA ASMA 
Asthma Control Test (ACT) 
 O escore do questionário é calculado a partir da soma dos 
valores de cada questão. 
 Questões valem de 1 a 5 pontos. 
 Resposta que indicam maior controle de asma devem 
receber maior pontuação. 
 Escore varia entre 5 e 25 pontos. 
 Quanto maior o escore, mais controlada é a asma. 
 
O ACT leva em conta o último mês do paciente. 
As perguntas do ACT são: 
 Durante as últimas quatro semanas, com que frequência sua 
asma impediu você de fazer coisas no trabalho, na escola 
ou em casa? 
 Durante as últimas quatro semanas, com que frequência você 
teve falta de ar? 
 Durante as últimas quatro semanas, com que frequência seus 
sintomas de asma acordaram você a noite ou de manhã 
mais cedo do que de costume? 
 Durante as últimas quatro semanas, com que frequência 
usou medicamento de alívio como inalador ou seu 
nebulizador (como o salbutamol ou formoterol)? 
 Como você avalia o controle da asma durante as últimas 
quatro semanas? 
O médico vai dar a nota ao paciente. Se for menor que 5 a asma 
é não controlada. Se for maior que 25 a asma é controlada. Se 
for no intervalo entre 5 e 25 é uma asma parcialmente 
controlada. 
TRATAMENTO DA ASMA 
OB JETIVOS DO TRATAMENTO 
 Controlar os sintomas. 
 Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo. 
 Permitir atividades normais. 
 Manter a melhor função pulmonar possível. 
 Evitar crises, idas a serviços de emergências e hospitalizações. 
 Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio. 
 Minimizar efeitos adversos dos medicamentos. 
 Melhorar a qualidade de vida. 
 Reduzir o risco de morte. 
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓG ICO 
 Abordagem educativa. 
 Conhecimento da doença. 
 Importância do ambiente. 
 Tabagismo e asma. 
 Tipos de medicamentos. 
 Como utilizar seu dispositivo inalatório. 
 Como reconhecer os sintomas de sua gravidade. 
 Importância da equipe multiprofissional da asma. 
 
Medidas que precisam ser tomadas: trocar travesseiro com 
maior frequência, colocar ao sol o travesseiro e o colchão, 
limpar ventilador, ar condicionado... 
 
 
 
DISPOSITIVOS INAL ATÓRIOS 
Dispositivos inalatórios: spray dose mediado, aero bleiser, 
inaladores de pó seco... 
Se o paciente não usar direito o 
remédio, não vai funcionar. Na 
hora da consulta deve ser orientado 
como se usa corretamente o 
medicamento. 
Quando o paciente chegar no 
consultório falando que a bombinha 
não está funcionando, deve ser 
perguntado qual bombinha(dispositivo) ele usa, qual dose. 
 
22 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
A aero câmara é usada para lentificar o jato, na hora da 
expiração se aumenta a medicação que chega aos pulmões. A 
aero câmara aumenta a deposição pulmonar. 
Se orienta que o paciente use o medicamento com o uso da 
aero câmara, mas muitos pacientes acabam não seguindo. 
Na criança, é mais importante que se use o dispositivo com a 
aero câmara, pois eles têm uma maior dificuldade para usar esses 
dispositivos. 
NEBULIZ ADORES 
 
O nebulizador é orientado para quem não sabe usar os 
dispositivos inalatórios. Os dispositivos inalatórios são 
melhores que o nebulizador. 
Agora, em momento de pandemia do Covid-19, é uma grande 
polêmica, pois ele cria aerossóis, aumentando o risco de 
contaminação no ambiente. Com isso, os pacientes que tem crise 
de asma não estão sendo mais tratados com nebulizador, mas 
sim, com spray (berotec, aerolin) para evitar o uso do 
nebulizador. 
A nebulização não é mais eficaz que o dispositivo inalatório. 
Se souber fazer a manobra corretamente de inspiração sua eficácia 
é tão boa quanto do nebulizador, embora o nebulizador 
apresenta maior segurança na eficácia no uso em pessoas que 
tem dificuldade de realizar essa manobra como crianças 
pequenas, idosos e pessoas com sequelas neurológicas. 
Em geral, o medicamento é colocado no nebulizador 
juntamente com soro fisiológico. Outras já vem pronta para 
nebulizar, como a beclametazona. 
 
 
RESUMO DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO GINA 
• O GINA é o grande guia de tratamento mundial da asma. 
• O GINA usa o STEP ou fase para classificar o estágio de 
tratamento em cada paciente. Vai do 1 ao 5. 
• Vai escalonar, pular etapa por etapa a depender se o 
paciente é mais sintomático ou não controlado que outro. 
Vai caminhar para cima ou para baixo a depender da 
resposta que o paciente tem em relação ao medicamento. 
• Sempre fazer esse ciclo da figura: aborda o paciente, dá o 
diagnóstico de asma, avalia clinicamente o grau de 
sintomas, faz o ACT, vê o quanto ele está sintomático ou 
não, medica o paciente, escolhe em que etapa se encaixa, 
reavalia com 1 mês no mínimo ou 3 meses a depender do 
acesso e da gravidade de cada caso. 
➢ Ao reavaliar vai checar se ele tá bem no STEP em que ele 
foi colocado, se evolui para um STEP maior ou se volta 
para um STEP com menos dose de medicação. 
➢ Se o paciente só é tratado em emergência, não tem como 
avaliar o estágio de asma em que o paciente se encontra. 
O plantonista vai tratar a crise, ele não tem condição de 
avaliar o tratamento para a asma na sequência. 
➢ Essa avaliação precisa ser sistemática, sequenciada, 
colocando o paciente na etapa de tratamento que ele merece 
estar. Isso é um conceito muito importante em que os pacientes 
não fazem isso. Eles melhoram e somem na maioria das 
vezes, e só voltam em uma nova crise. 
STEP 1 
Uso de broncodilatador de ação rápida (SABA) e corticoide, 
mesmo em paciente mais velhos. 
Isso mudou de um ano pra cá, até o ano passado só era usado 
broncodilatador de alívio se necessário. Agora o uso do 
broncodilatador é junto com corticoide inalatório também. 
Pois, a asma é hiper-reatividade e inflamação. A hiper-
reatividade é tratada com o broncodilatador e a inflamação 
com o corticoide. 
Orientar paciente que tem sintomas esporádicos para usar se 
necessário. Uso em baixa dose de corticoide e formoterol. 
STEP 2 
Uso diário de baixa dose de corticoide + broncodilatador de 
ação rápida (SABA), duas vezes ao dia, um jato pela manhã, 
um jato à noite. 
STEP 3 
Uso diário de baixa corticoide + (se necessário) 
broncodilatador de ação prolongada (LABA), uso 2 vezes ao 
dia, dois jatos pela manhã e dois jatos à noite. 
STEP 4 
Uso diário de média dose de corticoide + broncodilatador de 
ação prolongada (LABA). 
STEP 5 
Uso diário de alta dose de corticoide + broncodilatador de 
ação prolongada (LABA) + Tiotropio (anticolinérgico de ação 
prolongada). Pode também lançar mão do Anti-IgE, Anti-
interleucina 4, Anti-interleucina 5. 
 
 
23 
Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
A maioria dos broncodilatadores de ação rápida (SABA) tem 
meia vida de 4 horas, os de longa duração (LABA) tem meia 
vida de 12 horas. Tem outra medicação nova que é o Relvar, sua 
ação é de 24 horas, só usa uma vez ao dia. 
O que mais se varia é a dose do corticoide que são doses 
crescentes e o uso do BETA-2 de longa duração (LABA), a 
partir do STEP 3 que será usado de forma sistemática. 
Tem alguns pacientes que vão precisar usar corticoide oral 
que é o Prednisona de formacontínua, que é muito ruim. 
A gente sabe que o uso contínuo de corticoide causa diabetes, 
osteoporose, glaucoma. Tudo que o médico quer é que o 
paciente não use corticoide de forma continuada, por isso 
lançam mão de outras drogas mais novas evitando o uso de 
corticoide frequente por conta dos efeitos colaterais. 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Principais corticoides 
 
 Os três mais conhecidos são: Beclometasona, 
Budesonida, Fluticasona. A mesma coisa é para criança. 
São os três mais antigos. 
 Tem as dosagens: baixa, média e alta. 
Sempre usar o mínimo de droga possível para manter o 
paciente bem. 
Medicação diária ou não? O médico visa o controle da asma do 
paciente. Se ele estiver totalmente controlado há um mês ou 
três meses sem usar nada, não tem necessidade de indicar 
nenhum medicamento. Porém, deve ser orientado ele evitar 
cigarro, exposição, fazer vacinação da influenza anual, levar 
medicação mesmo sem ele ter crises se ele for viajar para 
algum local diferente e outras medidas educativas. 
A criança que não pode brincar porque tem asma é um crime! 
Deve-se tratar essa asma, controlar e fazer atividade física. Porque 
atividade física é saudável. A não ser que o paciente esteja em 
crises diárias. Mas não existe restringir atividade física para o 
paciente asmático. 
A natação é um ótimo esporte, porém às vezes prejudica o 
paciente com asma pois eles também têm rinite ou 
rinosinusite, podendo predispor o paciente à infecções de vias 
aéreas, otite... 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ASMA NA 
FARMÁCIA POPULAR 
 
Embora exista muito medicamento pra asma, pro paciente mais 
pobre existem poucas opções disponíveis na farmácia 
popular. A rede pública é bem restrita, tem apenas uma opção 
de broncodilatador que é Salbutamol, corticoide que é a 
Betametasona. 
Existem programas de pacientes asmáticos que conseguem pegar a 
medicação de graça, mas paciente da rede básica de saúde não 
consegue pegar as medicações mais caras. Só tem essas opções 
acima disponíveis. 
Pacientes que também tenham rinite também devem ser 
tratados, pois é um fator que piora as crises de asma. 
CONSEQUÊNCIA DO TRATAMENTO INADEQUADO 
1. Permanência dos sintomas, com cronificação da limitação 
ao fluxo aéreo. 
2. Limitação social e física significativa 
3. Morte por crises de maior gravidade. 
GRAVIDADE DA ASMA 
Checar: exclusão de causas importantes de descontrole, tais 
como comorbidades não tratadas, o uso incorreto do 
dispositivo inalatório e não adesão ao tratamento. 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Pneumologia 
 Asma leve – para ser bem controlada, necessita de baixa 
intensidade de tratamento (etapa 1 e 2) 
 Asma moderada – Necessita de intensidade intermediaria 
(etapa 3 e 4) 
 Asma grave – Alta intensidade de tratamento (etapa 5) 
COMO CONHECER UMA CRISE DE ASMA 
 Sensação de aperto no peito. 
 Crises de tosse seca. 
 Respiração rude e bem audível. 
 Sibilos (principalmente à expiração). 
 Taquipneia (FR> 24 irpm). 
 Taquicardia. 
 Hipertensão sistólica leve. 
GRAVIDADE DA EXACERBAÇÃO DA ASMA 
Numa crise grave o paciente pode chegar com rebaixamento 
de sensório, batimento de asa de nariz, musculatura 
intercostal, que muitas vezes precisa até de ventilação 
mecânica para se manter vivo. E tem aquele que chegam com 
sinais leve, que ele consegue falar, lúcido, orientado, mas está 
com sibilância... Em geral, o paciente com crise de asma 
responde bem à terapia com broncodilatador de ação rápida, 
corticoide. 
A crise grave que preocupa. Se não tiver uma atitude enérgica da 
equipe de priorizar o atendimento de forma sequenciada, esse 
paciente pode caminhar para precisar de uma ventilação não 
invasiva ou até invasiva. Mas, em geral, a resposta do 
tratamento é muito boa.

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