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CADERNO - Terapêutica Veterinária

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Terapêutica Veterinária – João Victor Ennes – MV6M – 2020/2
Terapêutica Veterinária
Professor Rodrigo Sepulveda
Dia 10/08/2020
“Introdução a terapêutica, receituário e prescrições”
Segunda feira – Quinzenal.
Terça feira – Aula fixa.
Avaliações marcadas com antecedência e feitas no google forms
Livros:
CONCEITOS
Farmacologia: Estuda as fontes, as propriedades físicas e químicas a combinação, os efeitos bioquímicos e fisiológicos, o mecanismo de ação, a absorção, a distribuição, a biotransformação, a excreção e os usos terapêuticos dos fármacos 
Terapêutica: É um ramo da farmacologia, também denominada Farmacologia clinica. É dividida basicamente em duas partes:
· Terapêutica geral (Primeiro bimestre) : Prescrição de receitas, regulamento dos medicamentos, quimioterápicos específicos e procedimentos terapêuticos importantes.
· Terapêutica especifica (Segundo bimestre) : Aborda a terapêutica dos diversos sistemas.
O sucesso do esquema terapêutico, depende de três fatores principais:
· Espécie: 
- Dosagem correta para a espécie, cada espécie tem suas especificidades e singularidades, ate mesmo o tipo do fármaco muda de espécie para espécie.
· Raça:
-Reações adversas relacionadas a raça, algumas raças tem particularidades como os bulldogs, collies...
· Proprietário:
-Peça fundamental no sucesso do esquema terapêutico, visto que eles que cuidam do animal, ou seja, ele que vai dar os remédios na hora que foi posto e as vezes o proprietário erra na execução e com isso o protocolo usado fica falho e acaba não atingindo o sucesso terapêutico, devemos adequar o tratamento a realidade do proprietário e acima de tudo precisamos que o proprietário seja verdadeiro e fale a verdade sobre ter feito ou não a medicação na hora certa
TERMOS
· Bioequivalência: 
-Termo usado quando dois produtos farmacêuticos são equivalentes e mostram a mesma biodisponibilidade, principio ativo
· Dispensação:
-É o ato profissional do farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta á apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado... costumam fazer isso em medicina humana, caso seja uma receita veterinária costumam ligar para o medico veterinário já que não tem esse costume. 
· Droga:
-É qualquer substancia química que, em quantidade suficiente, age sobre um organismo vivo produzindo alterações que podem ser benéficas ou maléficas. Não usaremos esse termo pois estamos sempre procurando os efeitos benéficos da drogas.
· Farmácias magistrais:
-Farmácias autorizadas a manipular medicamentos, inclusive os que contem psicotrópicos ou entorpecentes (necessita de autorização especial). Também conhecidas como farmácia de manipulação.
· Farmacopeia brasileira;
-Conjunto de normas e monografias de farmoquimicos, estabelecidos por e para um pais, no caso, o brasil. Ela é controlada pelo governo e a entrada de qualquer medicamento nessa lista deve ser votada em nível senado e congresso.
· Fármaco:
-Substancia química que é o principio ativo do medicamento.
· Farmoquimicos: 
-Todas as substancias, ativas ou inativas, usadas na fabricação de produtos farmacêuticos.
· Formulação farmacêutica:
-Relação quantitativa de Farma químicos que compõe um medicamento
· Medicamento:
-Produto farmacêutico empregado em um organismo vivo, visando obter efeito benéfico, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou diagnostica. 
· Medicamento de referencia:
-Produto, registrado em órgão competente (ANVISA), comercializados no pais com nome de marca, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas. Geralmente é mais caro que os genéricos. 
· Medicamento genérico:
-É aquele que, ao expirar a patente da marca de um produto, é comercializado sem nome de marca. Exemplo Viagra... depois de 20 anos a patente foi quebrada e outras empresas puderam mexer com o citrato de sildenafila, sendo assim foi liberado e vários outros medicamentos como o Viagra foram criados.
· Medicamento similar:
-Medicamento com o mesmo principio ativo, concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referencia.
· Medicamento tarjado:
-Medicamento cujo uso requer a prescrição profissional. Possuem na embalagem a tarja preta ou vermelha.
· Medicamento de venda livre:
-Medicamento cujo uso não requer a prescrição profissional.
· Nutraceutico:
-Produto nutricional, que pode ter certo valor terapêutico, além do valor nutricional, ou seja, nutrientes que, em certas doses tem efeitos benéficos.
· Posologia:
-É o estudo da dosagem dos medicamentos.
Dose de ataque – dose inicial, geralmente, o dobro da dose de manutenção... podendo ter mais efeitos colaterais e usamos menos tempo, no máximo uma semana.
Dose de manutenção – dose necessária durante certo período de tempo para que haja o efeito desejado.
Dose única – Uma única tomada do medicamento é capaz de proporcionar a eficácia.
Pulsoterapia- Terapia usada quando se tem longa exposição a medicamentos nocivos, como por exemplo quimioterápicos, que além de fortes são de longo uso.
· Prescrição:
-Ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente com a respectiva dosagem e duração pela elaboração de uma receita medica.
· Prescritores:
-Profissional, devidamente inscrito no conselho de classe de sua profissão, que realiza a prescrição. CRMV, CRM, CRO
· Remédio:
-Toda substancia ou procedimento que cura, alivia ou evita uma enfermidade. Nessa lista podemos botar banho de gelo, fluidoterapia, massagens, dietas...
“Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento”
MEDIDAS UTILIZADAS NA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS:
Utilizasse o sistema métrico decimal na prescrição de medicamentos:
· Medicamentos sólidos - Múltiplos ou submúltiplos do grama (g)
· Medicamentos líquidos - Múltiplos ou submúltiplos do mililitro (mL)
Abreviaturas ou vocábulos latinos utilizados em terapêutica:
CALCULOS
Dose (mL) X peso (Kg)
Concentração ([ ])
Não fazer a conversão direta, sempre fazer essa regra:
[ ] 10% = 10g/100mL = 10.000mg/100mL = 100mg/mL
[ ] 20% = 20g/100mL = 20.000mg/100mL = 200mg/mL
…
Exemplo 1: Cão:10kg, dose: 5mg/kg, [ ]=2mg/mL
5mg-----1kg. 2mg----1mL
X--------10kg. 50mg—X
X=50mg. X= 25ml
O animal ira precisar de 25mL do medicamento.
Usando a formula:
10kg X 5mg/kg
 2mg/mL
Corta tudo que é igual
10 X 5
 2mL
=25mL
Dia 11/08/2020
Exemplo 2: Calcular a dose do medicamento injetável.
Dose: 20mg/Kg
[ ] 1% em frasco de 20ml
Peso: Equino de 500Kg
[ ] 1%/100mL = 1g/100mL = 1000mg/100mL = 10mg/mL
500Kg x 20mg/Kg
 10mg/mL
500 x 20
 10mL
Dose = 1000mL
PRESCRIÇÃO
· Conceito:
-É uma ordem escrita de um professional devidamente cadastrado no conselho regional da sua profissão e essa ordem é para o farmacêutico, isso na pratica não se da visto que nos veterinários que explicamos e reexplicamos como o medicamento deve ser administrado, algumas pessoas não conseguem entender de primeira, ou seja, com uma explicação detalhada a pessoa acerta e faz o tratamento correto e na maioria das vezes ate desenhar é uma boa para ajudar o entendimento da receita.
· Objetivo:
-Fornecimento de um ou mais medicamentos a um determinado paciente como parte de seu tratamento, também podemos escrever recomendações como uso de colar, local aonde o animal deve ficar entre outros...
· Deve conter obrigatoriamente:
-Dosagem
-Quantidade exata de frascos ou caixas
-Instrução de administração
-Via de administração
-Intervalo entre doses
-Duração do tratamento 
· Confecção:
-É de responsabilidade inteiramente do medico veterinária;
pode ser manuscrita (legível, tinta azul ou preta) ou digitada – a assinatura deve sempre ser a tinta; não é permitido rasuras ou uso de corretivos.
	
· Medicamentos prescritos:
-Oficiais – encontrados na farmacopeia brasileira
-Magistrais – são manipulados pelo farmacêutico conforme a prescrição 
Exemplo de como manipular medicamentos: 
“Manipular meloxicam 0,2 mg q.s.p1 comprimido”
· Especialidades farmacêuticas:
-Referencia – escrever a marca especifica do remédio (nome comercial).
-Similar - escrever a marca especifica do remédio (nome comercial).
-Genérico – escrever apenas o principio ativo, porque tanto faz qual medicamento o proprietário comprar, todos vão ter o mesmo efeito. 
*Não existem genéricos na medicina veterinária, todos são feitos para medicina humana
· Intercambialidade de medicamentos:
Só é permitida para os medicamentos da linha humana.
Não aborda os medicamentos similares.
· Partes da receita:
- Cabeçalho
Localiza-se na porção superior da receita
Deve conter: Nome do profissional, numero de registro (CRMV), endereço e telefone, CPF (opcional), logotipo da firma (clinica, hospitais, universidades, haras, etc).
*Colocando o telefone pessoal pode trazer alguns problemas, visto que botando o mesmo o proprietário pode te ligar a qualquer momento 7 dias por semana, 24horas por dia, ou seja se algum animal morrer e você não atender pode ser que um processo role e o veterinário venha a perder
- Supersecreção 
Localiza-se abaixo do cabeçalho 
Deve conter: Nome, espécie. Raça e idade do paciente
Nome e endereço do proprietário. (OBRIGATORIO POR LEI) 
- Inscrição
Localizasse na abaixo da supersecreção
Deve conter: Onde se indica o uso (oral, oftalmológico, otológico, injetável), nome do medicamento e concentração, quantidade a ser comprada.
- Subscrição
Usado nos medicamentos magistrais, apenas os manipulados
- Indicação ou instrução
Aqui é a parte onde devemos ser mais específicos e claros, onde vai ser a instrução que o proprietário vai ler para dar para o animal, nisso deve conter modo administração, via, evitar abreviaturas...
- Assinatura ou rubrica 
Logo abaixo da instrução
Deve conter: Local e data, assinatura do profissional, inscrição no conselho (CRMV)
Exemplo:
REGULAMENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS E NOTIFICAÇÕES DE RECEITAS:
Portaria n 344 de 12 de maio de 1998 do ministério da saúde
Regulamenta o uso de substancias e medicamentos sujeitos a controle especial
Notificação de receitas A, B e de controle especial em duas vias
Sofreu algumas atualizações ao longo dos anos 
Notificações de recita:
Documento padronizado destinado as notificações da prescrição de medicamentos
Entorpecentes
Psicotrópicos
Resinoides e imunossupressores (APENAS CRM)
*Na matéria de farmacologia fizemos um trabalho onde falamos sobre o tipo de receita A, B e receita especial e ainda botamos quais remédios precisam de qual receita, qualquer informação sobre receitas só pesquisar no trabalho.
Dia 12/08/2020
Revisão aula 1 - “Introdução a terapêutica, receituário e prescrições”
Dados do paciente:
Animal: Bob, canino
Peso: 10kg
Diagnostico: erlichia sp, erlichiose (doença do carrapato)
	A)	 Dose (mL) X peso (Kg)
Concentração ([ ])
Dose: 5mg/Kg
Peso: 10Kg
[ ]: 5% em ampola de 5mL
5g/100mL = 5000mg/100mL = [ ] = 50mg/1mL
5mg/Kg X 10Kg
50mg/mL
5 X 10
50mL
X = 1mL
B) O animal tem 10Kg, e a dose do medicamento é 10mg por Kg, ou seja ele precisa tomar 100mg por vez e como cada comprimido do remédio tem 100mg ele precisa tomar um (1) comprimido por dose.
C) B.I.D = duas vezes ao dia, por 28 dias, logo vai precisar de 56 comprimidos.
Uma caixa contem 14 comprimidos, logo vai precisar de 4 caixas
D) Receita C, branca de duas vias, antibiótico
 HOSPITAL VETERINÁRIO UVV
Rua Viana, s/n. Boa vista, Cabeçalho 
Vila Velha - ES, CEP 29.106-091
Telefone (27)3421-2176
Para: Bob, canino, macho, 8 anos
Proprietário (a): Sr. Roberto de Souza Rocha. Superscrição	
Endereço: Rua Jair de Andrade, 39, Itapuã, Vila Velha - ES
		USO ORAL
Inscrição
Doxiclina 100mg (Doxifin) ------------------------------------------------------------ 4 caixas
Administrar um (1) comprimido, por via oral de 12 em 12 horas por 28 (vinte e oito) dias.
Instrução
Vila Velha 12 de ago. de 2020
	
	 Assinatura	____________________
	João Victor Martins Ennes
CRMV-ES 201775893
Dia 18/08/2020
“Equilíbrio, acido, básico”
O corpo humano e o corpo animal sempre tentam se manter em equilíbrio e o pH sanguíneo entra diretamente nessa balança
Qual a importância desse equilíbrio?!
· Qualidade das reações bioquímicas, o que influencia na sua velocidade como polarização e despolarização, transporte de substancias...
· Desnaturação das proteínas 
Proteína normal e funcional
Proteína desnaturada acaba ficando disfuncional
Além dessa disfunção das proteínas serem acarretadas pelo aumento da temperatura o desequilíbrio acido/básico também afeta em muito as proteínas.
As proteínas trabalham em quase todas nossas funções celulares, ou seja, lá do básico ate os sistemas começam a ser afetados... celular – tecido – órgão - sistema afetando todo o organismo animal, além disso a desnaturação é sistêmica sendo assim todos os sistemas param de funcionar e temos a disfunção múltipla dos órgãos e a tendência é que rapidamente se não for reversiva o animal venha a óbito. 
Essa disfunção é silenciosa e quase imperceptível o exame é demorado e sua analise também é bem complicada. 
Exemplo: 
Uma alimentação rica em proteína faz uma liberação de H+.
 H+ + HCO3- = H2CO3- = CO2- + H2O+
O corpo faz um tamponamento com o bicarbonato, fazendo uma reação que surge o acido carbônico que com contado com a agua se dissocia formando CO2 e agua. Esse CO2 é eliminado pelo pulmão sendo eliminado após 2-3 minutos para fazer a eliminação enquanto o rim leva horas para fazer a eliminação de H+.
Podemos então chamar o pulmão de trunfo do corpo.
Exemplo: 
Estamos lidando com um animal com síndrome choque, que é a diminuição da perfusão tecidual, o corpo entra em estado de anaerobiose e termos com isso a formação de acido lático que acaba acarretando o acumulo do H+, porem esse acumulo de H+ é um acumulo muito alto e acaba consumindo todo o bicarbonato resultando em uma acidose metabólica primaria e aumentando a quantidade de CO2- no organismo o corpo com esse aumento tenta equilibrar as coisas e elimina muito CO2-, ficando em níveis bem baixos acarretando uma alcalose respiratória compensatória. Esse processo segura o pH do animal por um tempo, porem se os níveis continuarem desequilibrados o pulmão não consegue mais compensar e o animal acaba descompensando (pH alterado) e em casos extremos vir a óbito (12/16h após a alteração do pH).
 H+ + HCO3- = H2CO3- = CO2- + H2O+
*O bicarbonato é limitado no corpo. 
Esses casos são tão graves que conseguimos ver nos exames laboratoriais, lembrando que isso não ocorre de uma hora pra outra... o animal para chegar a esse ponto já deve ter uma evolução do quadro.
É sempre necessário dar nomes aos bois, falar o que é primeira e o que é compensatório, porque assim se trata a fonte primaria e com isso a compensatória vai se resolver fisiologicamente. Lembrando que cada caso é um caso, e no exemplo acima o primeiro foi a acidose metabólica enquanto a alcalose foi compensatória. 
Acidose metabólica:
Absoluta = muito H+ 
Relativa = pouco HCO3 
Etiologia: acidose diabética, desnutrição, jejum prolongado, anorexia, exercício intenso, convulsões e outros 
➔  O catabolismo de proteínas, ácidos nucleicos, glicídios e /ou hidrolise da oxidação de gorduras e ácidos graxos leva ao aumento da absorção de ácidos fixos no sangue 
➔  Outras etiologias: aporte excessivo de acido na dieta ou por via parenteral (mais raro), aumento da produção de ácidos (acidose lática por hipóxia – comum, principalmente em cavalos), redução da eliminação de ácidos por doença renal aguda ou crônica, consumo excessivo de bicarbonato causado pela produção excessiva de ácidos (hipovolemia) 
➔  A hipóxia tecidual mais comum de causar a acidose lática é por sepse 
➔  Cetoacidose diabética: ocorre o acumulo de cetoacidose. 
➔ Diarreia = acidose metabólica hiperclorêmica 
Fisiopatologia compensatória: 
 Acidose metabólicaprimaria. Alcalose respiratória compensatória
	
*Comum em cavalos*
A diabetes é um ciclo vicioso.
Alcalose metabólica: 
A compensação é feita com a diminuição da ventilação alveolar – aumentando a pCO2 
Etiologias: perda de ácidos fixos (vômitos por exemplo), administração de substancias básicas e alterações duodenais 
Exemplo: 
Animal que foi atropelado há 2 horas, apresentando dificuldade respiratória, após exames foi constatado pneumotórax que é a impossibilidade da função fisiológica do pulmão o que acarretou no acumulo de CO2-. Resultando em uma Acidose respiratória primaria como o H+ esta sendo eliminado para tentar fazer o compensamento da via o corpo acaba fazendo uma alcalose metabólica compensatória
Isso só vai acontecer se o pneumotórax for aberto... se for um pneumotórax fechado o rim que vai tentar compensar o que pode levar ate horas trazendo o animal a óbito.
 H+ + HCO3- = H2CO3- = CO2- + H2O+
Com essa analise podemos chegar a conclusão que a pior acidose é a respiratória pois o órgão que compensa nesse caso é o rim que é ineficiente e na maioria dos casos o animal morre pois descompensa com muita intensidade.
Dia 24/08/2020
· Qual exame fazemos para se constatar uma acidose?!
Hemogasometria que é a analise dos gases sanguíneos (CO2 e O2). O exame custa na UVV 70 reais e o equipamento custa 40 mil reais.
· Mas qual sangue usar? Arterial ou Venoso?
Primeiro precisamos pensar o que queremos... nos queremos o sangue que o pulmão esta trabalhando já que o mesmo é o trunfo do corpo, ou seja, precisamos do sangue arterial!
Podemos usar sangue venoso em ultimo caso visto que não conseguimos pegar nenhuma artéria, porem ele não funciona para todos os parâmetros que queremos fazer, apenas informa se esta em desequilíbrio.
A hemogasometria é feita pelas artérias femorais ou caudais, esse sangue deve ser coletado de forma anaeróbica (para evitar contaminações e termos um exame fidedigno), botamos o sangue em um cartucho e depois na maquina que faz a leitura.
*O H+ não é contemplado na hemogasometria*
Informações básicas que uma maquina de hemogasometria apresenta:
· Ph – 7,35/7,45
· Valor de HCO3 – 20/21mmol/L
· Valor de PCO2 – Pressão parcial de CO2 no sangue do animal – 35/45mmHg
· Valor de PO2 – pressão parcial de O2 no sangue do animal – 80/100mmHg
· Valor de BeCF – Mais ou menos 10.
	Distúrbios
	HCO3-
	PCO2+
	pH
	Acidose metabólica
	BAIXO, menor que 20. 
Primário
	BAIXO, menor que 35. 
Compensatório
	Normal ou Menor que 7,35
	Alcalose metabólica
	ALTO, maior que 21. 
Primário
	ALTO, maior que 45. 
Compensatório
	Normal ou Maior que 7,45
	Acidose respiratória
	ALTO, maior que 21. 
Compensatório
	ALTO, maior que 45. 
Primário
	Normal ou Menor que 7,35
	Alcalose respiratória
	BAIXO, menor que 20. Compensatório
	BAIXO, menor que 35. 
Primário
	Normal ou Maior que 7,45
Impossível avaliar uma hemogasometria sem saber o que houve com o animal, não serve apenas olhar o exame sem ter pelo menos uma historinha sobre o animal...
A analise deve ser feita imediatamente após a coleta caso contrario pode haver interferência nos resultados
No caso de não ter a maquina na mão e precisar fazer o deslocamento ate o HV, se guarda a amostra em gelo em um tempo máximo de 3 horas... mais tempo que isso o resultado não vai ser fidedigno.
Exemplo:
Canino, macho, 7 meses
Diarreia sanguinolenta há 4 dias.
Foi feita a hemogasometria:
· pH = 7,38.NORMAL
· HCO3 = 16,3 mmol/L. BAIXO. ACIDOSE METABOLICA. PRIMARIO.
· PCO2 = 33,4 mmHg. BAIXO. ALCALOSE RESPIRATORIA. COMPENSATORIO.
· PO2 = 93,2 mmHg. NORMAL
· BeCF = -3. BAIXO
Tratando a via metabólica (primaria) tratamos a respiratória, ou seja, temos que tratar a diarreia.
?!?!?!?! SERA MESMO ?!?!?!
Existem sim os DISTURBIOS MISTOS.
E como respondemos essa pergunta? Fazendo o famigerado calculo de compensação. 
Faremos o calculo para acidose metabólica, pois a suspeita é que ela é primaria.
*A cada 1 mmol de HCO3 cai na pratica dentro dos valores de padrão 0,7 mmHg de PCO2, essa é uma regra no caso de uma acidose metabólica.
1mmol / HCO3 ------- 0,7 mmHg / PCO2 	 (REGRA)
3,7 mmol / HCO3 ---- X
X = 2,59 mmHg de PCO2 
Analisando o calculo que fizemos o máximo de PCO2 que pode cair para ser compensatória seria 2,59 mmHg... e como o valor esta em 33,4 – 35 = 1,6 esta dentro da faixa de compensação.
Temos ainda uma faixa de compensação que é de 3 + (REGRA) o valor que deu o X, ou seja, a faixa compensatória desse animal será de 2,59 + 3 = 5,59.
0--------5,59
Se o valor desse mais de 5,59 seria uma acidose mista.
Dia 25/08/2020
Caso real do HV-UVV
Felino, macho, 3 anos de idade
Histórico de anuria (não urina) a 3 dias e foi trazido para o hospital.
· pH = 7,33 BAIXO
· HCO3 = 14,9mmol/L. BAIXO ACIDOSE METABOLICA. PRIMARIO
· PCO2= 28,2mmHg. ALTO. ALCALOSE RESPIRATORIO. COMPENSATORIO
· PO2= 97 NORMAL
· BeCF = -11 ...
1mmol / HCO3 ------- 0,7mmHg /PCO2	 REGRA
5,1 ---------------------- X
X = 3,57 PCO2 foi o que podia cair + 3 = 6,57 é a faixa que ele pode variar máxima.
0-------6,57
28,2 PCO2 – 35 Mínimo = 6,8 foi quanto caiu na realidade.
0--------6,57. !
 6,80
Como podemos ver, o valor que o gato caiu passou do limite, ou seja, o animal apresenta um distúrbio misto. Sendo assim a via metabólica e a via respiratória estão sendo afetadas.
Regras para sabermos se o distúrbio é misto.
Acidose metabólica BAIXA 1mmol/L HCO3 ------- BAIXA 0,7mmHg PCO2
Alcalose metabólica ALTA 1 mmol/L HCO3 ------- ALTA 0,7 mmHg PCO2
Acidose respiratória Aguda (ate 12h) ALTA 1 mmHg PCO2 ---- ALTA 0,15 mmol HCO3
Acidose respiratória Crônica (Apos 12 h) ALTA 1mmHgPCO2– ALTA 0,35mmol HCO3
Alcalose respiratória Aguda (ate 12h) BAIXA 1 mmHgPCO2– BAIXA 0,25 mmol HCO3
Alcalose respiratória crônica(Após12h)BAIXA 1mmHgPCO2–BAIXA0,55mmol HCO3
Canino, 8anos, SRD
Histórico de vomito há 15 dias
Diagnostico de neoplasia gástrica
· pH = 7,44. OK 
· HCO3 = 26,6. ALTO. ALCALOSE METABOLICO. PRIMARIO. MISTA
· PCO2 = 73,4. ALTO. ACIDOSE RESPIRATORIO. COMPENSATORIO. MISTA
· PO2 = 92. OK
· DeB = 6.
ALTA 1 mmol/L HCO3 ------- ALTA 0,7 mmHg PCO2
5,6 ---------------------------------- X
X= 3,92 é o que pode variar + 3 = 6,92
0------------6,92 !
 28,4
45 mmHg PCO2 – 73,4 mmHg PCO2 = 28,4 mmHg PCO2 foi quanto o animal variou, logo é um distúrbio misto, duas alterações primarias ao mesmo tempo.
Tratamento dos distúrbios acido / base
A base do tratamento é identificar a causa do distúrbio e tratar a causa primaria ou no caso de um distúrbio misto tratar dos dois problemas
Terapia de alcalinização ou alcalinizante
- Indicado para os pacientes que apresentam acidose metabólica grave, que estejam com qualquer uma dessas anomalias citadas a seguir: 
· pH menor ou = a 7,2
· Valor de HCO3 menor que 14 mmol/L
· Déficit de base = ou superior a -10 mmol/L
Apenas para a acidose metabólica existem um tratamento especifico, os outros distúrbios não tem uma coisa especifica. É apenas eliminar a causa primaria. 
Para os casos mais graves usamos bicarbonato de sódio NaHCO3
V= P x DeB x 0,3
!!!! CUIDAO !!!! Essa conta tem que ser perfeita, caso contrario podemos fazer uma: 
Alcalose metabólica halogênica.
E o que seria essa alcalose metabólica halogênica? É o aumento absurdo do HCO2 que vai acabar reagindo com +H resultando em H2CO3 e resultando um aumento brusco do CO2 + H2O o que levaria uma diminuição da frequência respiratória do animal (o animal chega a parar de respirar) e troca gasosa o que faria um aumento absurdo do CO2 na corrente sanguínea do animal levando a um quadro de hipóxia e com isso degeneração celular e intoxicação no SNC e acarretando a morte do animal, uma morte bem rápida em questão de minutos.
Exemplo de como utilizar o bicarbonato para tratar uma acidose metabólica.
Felino, SRD, 3 anos, Peso, 3,8Kg. Animal apresenta anuria a 3 dias(não urina).
· pH = 7,33 BAIXO
· PCO2 = 28, 2 BAIXO, ALCALOSE RESPIRATORIA
· PO2 = 97 OK
· DeB = - 11 ALTO
· HCO3 = 14,9 BAIXO, ACIDOSE METABOLICA.
Como podemos ver o animal tem o numero de DeB dentro de um dos 3 pontos que nos deixa realizar a terapia de alcalinização. Sendo assim segue a conta para a terapia:
NaHCO3 = P x DeB x 0,3
NaHCO3 = 3,8 x 11 x 0,3 
NaHCO3 = 12,54mmol
· NaHCO3 3% = 0,36mmol/ml – valor de referencia que sempre vai ser esse.
1ml ---- 0,36mmol REGRA
X ------ 12,54mmol
X= 34,83 ml. NÃO PODEMOS USAR ESSE VALOR INTEIRO NO PACIENTE.
Dividimos por 2 esse valor.
X= 17,41ml. 
É o valor que usamos para administrar no animal. Na literatura se fala em 15/30 minutos de forma bem lenta... mas na pratica quanto mais lento melhor para não ocorrer um descompensamento maior do que antes e o animal vir a óbito, essa morte vem em minutos. (No HV UVV essas aplicações demoram em media uma hora ou mais... tome estagiário kkkkkkk)
Dia 01/09/2020
A aula foi uma revisão do conteúdo distúrbios ácidos-básicos, completei as anotações.
Dia 08/09/2020
“Revisão aula 2 - Equilíbrio, acido, básico”
1) Sasuke
P= 3,0Kg
Diarreia fétida sanguinolenta há 8 dias, animal não se alimenta e não esta vomitando
Animal não vacinado.
Diagnostico - Parvovirose
pH – OK
Valor de HCO3 – BAIXO. ACIDOSE METABOLICA PRIMARIO
Valor de PCO2 – BAIXO. ALCALOSE RESPIRATORIA COMPENSATORIO
Valor de PO2 – OK
Valor de DB – OK
*Vamos descobrir se é um distúrbio misto.
20 – 10,1 = 9,9 HCO3
1mmol / HCO3 ------- 0,7 mmHg / PCO2 	 (REGRA)
9,9 ----------------------- X
X= 6,93 mmHg PCO2 + 3 = 9,93 é o numero que o animal deve ultrapassar para ser um distúrbio misto.
0------------------------9,93
 !
35 – 30,3 = 4,7 é quanto o animal variou
Ou seja, esse animal não apresenta um distúrbio misto, ele realmente tem uma acidose metabólica primaria.
a) O animal apresenta uma acidose metabólica primaria.
b) O animal apresenta uma alcalose respiratória com caráter compensatório.
c) Para fazer uma intervenção com bicarbonato o animal precisa ter pelo menos um desses problemas:
pH menor ou = a 7,2
Valor de HCO3 menor que 14 mmol/L
Déficit de base = ou superior a -10 mmol/L
Como podemos ver o animal apresenta valor de HCO3 menor que 14, esta com 10,1, dessa forma faria a intervenção com bicarbonato da seguinte forma:
V= P x DeB x 0,3
V = 3Kg x 10 x 0,3
V = 9mmol
1ml NaHO3 ---- 0,36mmol REGRA
Xml ---- 9mmol
X = 25mL
*Nunca Podemos usar esse valor total, devemos usar a metade desse valor, ou seja:
25/2 = 12,5ml de bicarbonato
Faria uma aplicação de 12,5ml de bicarbonato IV, em um tempo de 15 a 30 minutos, podendo ser mais.
*Essa medicação deve ser feita de forma muito lenta.
Uma outra alternativa é o tratamento da parvovirose, visto que esse é o problema principal que o animal apresenta se a tratarmos de maneira correta o animal vai parar de vomitar e em contra partida vai para também de ter o distúrbio compensatório, pois tratando o primário o compensatório se ajusta.
d) O animal esta com o pH dentro do normal pois os distúrbio que ele esta tendo esta conseguindo compensar o problema que esse animal tem, talvez se esse animal continue tendo essa diarreia/parvovirose por muito mais tempo ele acabe descompensando e morrendo. Mesmo sendo um distúrbio considerado grave o corpo esta compensando muito bem.
2)Tobi 
P= 12Kg
Animal atropelado, apatia, sem vomito nem diarreia.
Diagnostico – Hemoabdomen por ruptura esplênica 
· Ph – OK
· Valor de HCO3 – BAIXO. ACIDOSE METABOLICA PRIMARIA 
· Valor de PCO2 – BAIXO. ALCALOSE RESPIRATORIA COMPENSATORIA 
· Valor de PO2 – OK
· Valor de DB – OK
*Vamos descobrir se é um distúrbio misto.
20 – 17,2 = 2,8 mmol HCO3
1mmol / HCO3 ------- 0,7 mmHg / PCO2 	 (REGRA)
2,8mmol --------------- X
X= 1,96 PCO2 + 3 = 4,96 é quanto o animal pode variar
0-----4,96
 !
35 – 19,8 = 15,2 é quanto o animal variou
OU SEJA temos aqui um quadro de distúrbio misto.
a) Acidose metabólica primaria. 
b) Alcalose respitoria primaria.
*O animal esta tendo um distúrbio misto, ou seja, a acidose e a alcalose estão ocorrendo juntas.
c) Pois os distúrbios se compensam, enquanto um quer um pH alto o outro quer baixo, no caso quando esses distúrbios saírem de competição ele vai descompensar 
3) Itachi
P= 2,7Kg
Animal não urina a 2 dias, negou vomito e diarreia.
Diagnostico – obstrução uretral
· Ph – BAIXO
· Valor de HCO3 – BAIXO - ACIDOSE METABOLICA PRIMARIO.
· Valor de PCO2 – BAIXO- ALCALOSE RESPIRATORIA COMPENSATORIO.
· Valor de PO2 – OK
· Valor de DB – ALTO
20 – 14,3
1mmol / HCO3 ------- 0,7 mmHg / PCO2 	 (REGRA)
5,7----------------------- X
X= 3,99 + 3 = 6,99
0-----------------------------------6,99
 !
35 – 33 = 2
O animal tem um distúrbio compensatório. 
a) Acidose metabólica primaria
b) Alcalose respiratória compensatória 
c) Mesmo o gato tendo uma alcalose compensatória, ele não esta conseguindo compensar. O que acarreta na queda do pH. 
Além disso ele é candidato a fazer a terapia de alcalinização pois seu DB esta dando -13 e precisamos de pelo menos um dos fatores.
4) Madara
Peso = 2,2Kg
Caiu de uma altura de 4 metros
Diagnostico – Pneumotórax aberto
· Ph – OK
· Valor de HCO3 – ALTO – ALCALOSE METABOLICA COMPENSATORIA
· Valor de PCO2 – ALTO – ACIDOSE RESPIRATORIA PRIMARIA
· Valor de PO2 – OK
· Valor de DB – EXCESSO DE BASE
a) Acidose respiratória primaria
1 mmHg PCO2 ---- 0,15 mmol HCO3 (REGRA)
37,4 ----------------- X
X= 5,61 + 3 = 8,61 foi quanto o animal pode variar
0---------------------8,61
 !
27,7 – 21 = 6,7
Estamos dentro, ou seja a alcalose é compensatória. Não temos um distúrbio misto
b) Alcalose metabólica compensatória 
*Como o corpo teve um tempo para compensar após o acidente os valores de pH estão dentro do normal, caso fizéssemos a hemogasometria no momento do acidente o animal estaria todo descompensado, pois o rim ainda não haveria conseguido compensar (ele precisa de um tempo maior, não funciona como o pulmão que precisa apenas de minutos).
c) Hiperventilar seria a melhor opção frente as duas, porem a opção que seria a correta mesmo é a normoventilacao, que aos poucos vai eliminar CO2 o que da tempo do CO2 cair e do bicarbonato cair o que voltaria o animal pros seu equilíbrio normal
“Fluidoterapia”
· Introdução
 
Consiste na reposição e na restauração a normalidade do volume e componentes dos líquidos corporais, ou seja não é so a simples hidratação do animal.
*Fluidoterapia não é so dar soro para o animal, a transfusão sanguínea também é um tipo de fluidoterapia que iramos abordar.
Também pode ser utilizada para manutenção de um acesso e administração de medicamentos em pacientes internados ou sob cuidados pre, trans. e pós operatórios.
*Vemos isso no caso de cirurgias eletivas, mesmo o animal sem problema algum canulamos para facilitar caso precise de medicamentos com rapidez ou qualquer outra coisa nesse sentido 
**Heparinizamos o cateter para não perde-lo com tanta facilidade, no caso de animais internados, com a heparinizacao a cascata de coagulação não ocorre, sendo assim o animal pode ficar com um acesso sem soro por mais tempo, é ótimo no caso de medicamentos que precisam de ação rápida pois entram direto IV.
Precisamos de um conhecimento em fisiologia e semiologia para uma boa fluidoterapia.
60% do peso corporal em adultos e 80% em neonatos consiste em agua. A agua é considerada o solvente universal.
A agua encontrasse em constante movimento entre os compartimentos para manter a osmolaridade, capilaridade e outros... a agua por ser o solvente universal consegue dissolver solventes que são os íons e deixando assim o corpo em equilíbrio hídrico.
· Compartimento intracelular
70% do total de agua no organismo
· Compartimento extracelular
30% do total de agua no organismo
Dividida em 3:
Compartimento plasmático, também chamado de vascular
Compartimento intersticial, 14% do total, adjacente ascélulas, corresponde a maior quantidade de liquido extracelular.
Compartimento transecular, 1% do total, representado pela agua nas vias digestivas, urinarias, liquor, humor aquoso, cavidade peritoneal e liquido sinovial.
*Em herbívoros, pode corresponder a ate 10 a 15% do peso do animal, pois fica armazenado no trato digestório.
**O primeiro a perder agua quando o animal desidrata é do meio extracelular e dentro desse é o compartimento intersticial que perde primeiro, se fosse de outro compartimento o animal entraria em hipotensão severa e morreria.
· Movimento da agua entre os compartimentos:
Ocorre devido ao gradiente osmótico existente entre a membrana celular;
Dependem do numero de partículas osmoticamente ativas entre um lado da membrana e outro;
Principais íons do LEC – Na+ e Cl-.
Principais íons do LIC – K+ e íons de fosforo.
Alterações de volume nos compartimentos podem alterar a pressão e osmolaridade nos compartimentos.
Redistribuição de agua entre os compartimentos.
· Desidratação 
Perda fisiológica de agua:
· Urina, perda sensível
· Fezes, Perda insensíveis
· Respiração, Perda insensíveis
· Transpiração, Perda insensíveis
E por que o animal não desidrata mesmo com essas perdas fisiológicas ?!
*Fazemos a ingestão de agua, da agua na comida e agua metabólica. Equilíbrio hidratado é zero (em animais saudáveis), ou seja, perdemos e ganhamos porem compensamos essas perdas.
**Desidratação é o equilíbrio negativo, quando as perdas hídricas superam o ganho hídrico.
Pode ocorrer por dois motivos principais:
· Hipodipsia – Diminuição do acesso a agua, alterações neurológicas ou doenças sistêmicas que impeçam o animal de ingerir agua, ou animais que estão privados de agua (maus-tratos e outros).
· Aumento das perdas – Causa mais comum (vomito, diarreia, poliúria, queimaduras extensas e perdas para o terceiro espaço).
*Queimaduras extensas são extremamente graves, pois faz perda em 3 compartimentos de vez, desidratando muito rápido, ou seja. Quanto maior e mais extensa é pior pro animal.
Exemplo: animais com 70% de queimaduras de 3 grau é extremamente grave pro animal, queimaduras de 3 grau são aquelas que chegam ate o musculo
**Terceiro espaço são espaços que normalmente não tem agua como espaço abdominal, torácico e outros espaços desses gênero.
Dia 15/09/2020
· Classificação:
Baseia-se na tonacidade do fluido que permanece no organismo após a perda de agua e eletrólitos.
- Hipotônico
- Hipertônico
- Isotônico 
Solução isotônica 
· Não tem uma saída nem entrada de agua, a agua fica livre, podendo tanto ir quanto vir sem precisar ir contra ou a favor do gradiente
· Não existe essa solução.
Solução hipertônica 
· A agua sai da matriz extracelular e vai para o sistema circulatório do animal.
Solução hipertônica
· A agua sai do sistema circulatório do animal e vai para o espaço extracelular 
Exemplo de uso de solução hipertônica:
*Sempre saber exatamente qual o estado de hidratação do animal... caso o animal esteja desidratado nunca poderemos fazer uma solução hipertônica o que seria catastrófico e levaria o animal a morte. Ou seja se o animal estiver realmente desidratado nos hidratamos o mesmo e depois entramos com a solução hipertônica.
**Essas mesmas técnicas são feitas nos animais!
Desidratação hipotônica
Ocorre quando a perda de sal é maior do que a de agua, ou seja, a perda de fluido hipertônico
· Comumente causa hiponatremia
· Consequência:
Transposição da agua extracelular para dentro do espaço intracelular
Aumento de hematócrito e proteína total
· Causas:
Diarreia
Uso de diuréticos
Pancreatite
Peritonite
Desidratação hipertônica
Ocorre quando a perda de agua é maior do que a de sal, ou seja, a perda de fluido hipotônico
· Comumente causa hipernatremia
· Consequência
Transposição da agua intraocular para dentro do espaço extracelular
Alterações mínimas de hematócrito e proteína total
· Causas:
Diminuição da ingestão de agua
Queimaduras**
Doenças renais, cardíacas e hepáticas.
Desidratação isotônica
Ocorre quando a perda de agua é proporcional a perda de sal, ou seja, a perda de fluido isotônico
· Consequência: 
Não há transporte da agua entre os compartimentos
Alterações de hematócrito e proteína total
Pontos chaves:
Anamnese
· Questionar quanto a possíveis perdas (vômitos, diarreia, poluiria e outras)
· Questionar quanto a ingestão de agua
· Questionar quanto a ingestão de alimentos; 
· Questionar quanto a evolução. 
*O proprietário nunca vai falar de cara que o animal esta desidratado, por isso fazemos essa seria de perguntas, para termos certeza do que esta rolando com o animal.
Exame físico
· Turgor cutâneo (elasticidade da pele); 
Um dos principais exames a se fazer e muito simples, consiste em puxas a pele e se dentro de 3 segundos ela volta ao seu estado de antes de puxar.
· Tempo de preenchimento capilar TPC;
Pressionar a mucosa da boca e observar se de volta a cor normal com rapidez. (dentro de 2 segundos)
· Coloração e ressecamento de mucosas; 
Temos que observar varias mucosas para constatar a desidratação como a do olho, oral, vaginal...
· Retração do globo ocular. 
Um dos últimos a desidratas, quando o animal esta com olho fundo já esta em estado critico.
Exames laboratoriais:
· Hematócrito vs. Proteína total; 
· Hemogasometria;
· Urinálise
· Bioquímica sérica para funções renal e hepática; 
· Albumina.
Resumindo todos os pontos anteriores temos a classificação a seguir que damos a cada animal:
Tipos de fluidos
Divididos em três categorias:
Cristalóides: 
São soluções que contem solutos eletrolíticos e não eletrolíticos capazes de penetrar em todos os compartimentos corporais.
São baratos e correspondem a primeira linha de escolha para fluidoterapia (na maioria dos casos); 
Exemplos:
· Solução NaCl 0,9%; 
· Solução de Ringer lactado; 
· Solução de glicose a 5%. 
São divididos em duas categorias: 
· Manutenção: 
- Usados para repor as perdas diárias de fluidos hipotônicos e eletrólitos; 
- A concentração de eletrólitos é muito diferente do plasma. 
· Reposição:
- Tem concentrações de eletrólitos semelhantes ao plasma;
- Deve ser adicionado potássio (no caso de pacientes com função renal íntegra). 
Coloides: (não é indicado na hidratação, não tem sido usado)
São soluções que contém substancias com alto peso molecular que se mantém exclusivamente no plasma, ou seja, ela puxa a agua para dentro do sistema circulatório... é indicado em casos de animais com hipotensão e para fazermos no animal o mesmo deve estra hidratado, caso contrario não da bom.
Exemplos: 
· Plasma; 
· Dextram;
· Hidroxietilamido. 
*Foi criado para humanos em estado critico com muita perda de sangue.
Outros fluidos: 
Correspondem ao sangue e seus derivados e substitutos (oxiglobina) e soluções para nutrição enteral. 
Exemplos:
Não existe uma solução que é igual ao plasma, o que seria o ideal e o sonho dos clínicos, visto isso usamos na maioria das vezes a solução ringer.
Dividida em três tipos de cálculos:
· Reanimação: (não é feito em todos animais, só naqueles que estão em choque)
Necessária em casos de emergência, onde se deve repor perdas ocorridas devido ao processo patológico existente. 
· Reidratação ou reposição:
É a etapa de reposição, onde a perda dos compartimentos é reposta. 
· Manutenção: 
É utilizada em paciente com hidratação normal, mas que são incapazes de inferir volume adequado. É usada para manter o equilíbrio hídrico. 
Volume de infusão e velocidade: (Contas).
Reanimação: V = 90 mL/kg/h; (REGRA)
Taxa máxima durante a primeira horas de fluidoterapia; 
Reduzir a velocidade nas próximas horas e/ou a medida que o paciente apresente melhora clínica; 
Pacientes idosos, com doenças cardíacas ou felinos apresentando choque, não ultrapassar 40 a 60 mL/kg/h (média de 55 mL/kg/h). 
Reidratação ou reposição: 
Volume = % de desidratação x peso (kg) x 1000 (volume em mL); 
 100
Para facilitar vamos utilizar a formula:
V= % de desidratação X peso (kg) X 10 (volume em mL) REGRA
Deve ser realizado em até 12 horas (usualmente faz-se em quatro horas);
A taxa de administração não deve exceder 88 mL/kg/h. 
Manutenção:
Volume sem perdas = 40 a 60 mL/Kg
 24 horas
*Sem perdas patológicas.
*Os animais maiores tem reservas maiores... ou seja não precisamos usar uma manutenção tem alta
**Animais filhotes precisam de uma reposição maior
***Quando não sabemos exatamente o tamanho do animal botamos uma media, podemos usar 50ml/Kg nesses casos.
Volume com perdas = (40 a 60 mL/Kg) + 40 a 60 mL/Kg
 24 horas
*Animal com vomito, diarreia...
Equipos: 
Macrogotas ou macrométrico (adulto): - 20 gotas correspondem a 1 mL. 
Microgotas ou micrométrico (pediátrico): - 60 gotas correspondem a 1 mL. 
Exemplo:
Cão, 10Kg
Sinais de choque + 10% de desidratação 
Reanimação – 90ml/Kg/h
1Kg ------ 90mL
10Kg ------ X
X= 900mL/hora
Divide por 60 para saber por minuto
900/60
X= 15ml/minuto
*O animal tem mais de 10Kg, ou seja, utilizamos o equipo macro... 20gotas/mL
20 gotas ---- 1 mL
X ------------- 15 mL
X= 300gotas/minuto
Divide por 60 para saber por segundo
300/60
X= 5gotas/segundo
Reidratação ou reposição 
V(mL) = peso X % de desidratação X 10
	 1
V = 10 X 10 x 10
V= 1000mL
Vamos usar sempre 4 horas de reposição 
V=100mL/4hora
V= 250mL/1hora
V= 4,16mL/minuto
20 gotas – 1 mL
X. --------- 4,16mL
V = 83gotas/minuto
V= 1,38gotas/Segundo, arredondamos para 2 gotas por segundo.
Manutenção s/perdas
V= 40 a 60 ml/Kg
 24
V= 50 X 10Kg
 24
V= 21ml/hora
Divide por 60 para saber minuto
V= 0,35mL/min
Usamos o equipo macro
20 gotas ---- 1 ml
X gotas. ----- 0,35ml
Xv= 7 gotas/minuto
*Não transformamos em gotas por segundo porque o numero é fácil de contar... nos casos que transformamos em segundos era porque eram números muito altos.
Manutenção c/perdas
V= 50ml X 10Kg + 50 X 10
 24horas
V= 1.000ml
 24h
V= 42ml/hora
Divide por 60 para saber minuto
V= 0,7ml/minuto
20 gotas ---- 1 ml
X gotas. ----- 0,7 ml
V= 14 gotas/minuto
Os fluidos podem ser administrados pelas vias:
Venosa
É a mais comum, é uma via de eleição para pacientes emergenciais, pacientes muito doentes, com desidratação seria ou perda aguda de fluidos. Animais de grandes porte como equinos e bovinos praticamente só se usa IV na veia jugular.
Principal vantagem: administração diretamente no espaço vascular fornecendo rápida expansão do volume circulante (principalmente nos pacientes emergenciais).
Utilizada veias periféricas... veias cefálicas, safena ou jugular
Requer tricotomia e assepsia... para evitar a contaminação por bactérias, sempre tomando cuidado para deixar sempre limpo e higienizado
O cateter deve ser trocado a cada 48-72horas... sempre anotar tudo e ate mesmo anotar no próprio curativo que vai estar junto com o cateter botando dai e hora (MUITO IMPORTANTE).
Principais complicações – trombose, flebite, embolia e super-hidratação 
*Trombose e flebite costumam acontecer com animais que ficam mais de 10 dias canulados...
**Embolia é causada por ar e a falta de atenção é o que sempre leve a esse problema.
Oral 
Reservada para pacientes estáveis que não apresentam qualquer tipo de perda anormal de líquidos, não vamos abordar.
Subcutânea
Principal indicação, cães pequenos e gatos
Técnica mais fácil e barata
Absorção mais lenta... se o fluido ainda estiver no subcutâneo seis horas após a administração, outra via devera ser utilizada. (usamos isso como regra)
Causa desconforto, muito desconforto...
Pode ocorrer redução da temperatura corpórea , por isso que esquentamos a fluido na temperatura do animal.
Não se deve usar fluidos sem eletrólitos:
Subcutâneo ficara hipotônico em relação ao LEC.
*Não se usa agua de torneira em hipótese alguma em nada... NADA, se usa apenas para lavar prato e pia.
Não deve ser utilizada em pacientes com vasoconstrição periférica:
Limitação da aborcao do fluido no espaço subcutâneo 
A conta para o SC é o mesmo que os outros, porem se dilui o total durante o dia...
Intraóssea.
Técnica mais difícil
Pode ser utilizada em pacientes muito jovens ou animais pequenos, pacientes com trombose ou vasos colapsados... e são amplamente usado na clinica de aves (papagaios, araras, cacatuas...)
Pode ser útil em pacientes muito desidratados (que não estejam em choque) porque o canal ósseo não colapsa como os vasos sanguíneos. 
Requer rigorosa assepsia, ao nível cirúrgico... tricotomia, luva estéril, seguir exatamente o protocolo cirúrgico.
Procedimento doloroso, o animal precisa estar anestesiado ou sedado.	
Locais mais utilizados:
Tuberosidade da tíbia, fossa trocantérica do fêmur, asa do íleo e tubérculo maior do úmero.
Risco de lesões nervosas iatrogênicas, todos esses lugares passam nervos do membro... o que significa que uma lesão nervosa pode levar a perda de movimento do membro.
Rápida absorção.
 
Intraperitoneal
Raramente utilizada, mais em pets exóticos como hamster e ratos
Absorção adequada;
Contraindicada em animais que apresentam peritonite; 
Redução da temperatura corpórea;
Risco BAIXO de lesão em órgãos abdominais, Os órgãos parenquimatosos que são fígado, rim e baço. O baço é o que mais facilmente pode ser atingido pela agulha, porem é difícil fazer essa lesão
Os órgãos ocos são os que menos podemos causar lesões... eles constumam desviar quando se “sentem ameaçados” não sabemos como explicar isso mas ocorre.
Regras básicas da fluidoterapia ******** NÃO TINHA NO SLIDE QUE TAVA NA MAO 
4 passos
Cuidados com a fluidoterapia
Cuidados para evitar complicações...
Monitorar o paciente para que não ocorra super-hidratação:
· Pele e tecido subcutâneo com textura gelatinosa; 
· Secreção serosa nasal ou ocular;
· Edema (principalmente pulmonar);
· Efusão pleural; 
· Ascite;
· Taquipnéia ou crepitação pulmonar; 
· Vômitos ou diarreia. 
*Os três últimos pontos são os pontos finais... caso o animal chegue nelas e não houver uma reversão do quadro o animal com toda certeza vai vir a óbito.
*A furosemida atua na alça de henry de forma rápida... 5 minutos é o tempo de ação com pico de ação em 30 minutos e o seu tempo de ação é de 5 horas.
Monitorar o paciente para que não receba fluidos em quantidade insuficiente: 
Conferir se o sistema está funcionando perfeitamente e não qualquer obstrução, em grandes animais é mais fácil de ser perceber essa falha. 
Já em Cães e gatos podem flexionar o cotovelo e obstruir o sistema, dai devemos puxar a pata do animal e mantê-la esticada.
Conferir se a via utilizada ainda está patente: 
Extravasamento para o tecido subcutâneo quando se utiliza a via venosa.
*Conferir se não houve interferência no sistema (paciente, tutor, estagiário), o animal se mexe e perde o acesso, arranca o acesso ou qualquer coisa do tipo... o tutor que se ficar perto do equipo vai mexer para fazer com que saia mais rápido da internação, visto que ele só vai embora quando a fluido acabar, ou seja, sempre tente deixar o animal sozinho, fazer com que o proprietário vá para casa e não atrapalhe no tratamento do seu animalzinho... o estagiário que conta as gotas errado ou faz alguma coisa de estagiário.
Hipocalemia:
Pode ser feita o exame de Hemogasometria (aparece o nível de Potássio) ou mandar amostra de sangue pro laboratório para ser feito o Potássio sérico, o potássio não tem diferença... o cálcio tem por causa da heparina do tubo.
Ocorre sempre quando não há suplementação de potássio na fluidoterapia:, principalmente se a fluidoterapia ocorrer por vários dias ou no caso de quimioterapia que o animal vai receber muita fluido: 
As necessidades diárias de potássio são maiores do que a concentração de potássio nos fluidos: 
Necessidade diária: 15 a 30 mEq/L;
Solução NaCl 0,9% (0 mEq/L) e solução de Ringer com lactato (4 mEq/L) 
A reidratação aumenta o fluxo tubular renal, aumentando a excreção depotássio, significa que o animal vai urinar mais nesse tempo.
Reposição de potássio:
Solução a ser utilizada à cloreto de potássio (KCl) a 19,1% (2,56 mEq/mL) 
com 10 mL no total;
Velocidade máxima de infusão à 0,5 mEq/kg/h. 
*Ninguém sabe da onde esses valores saíram... os professores fizeram contas, mandaram e-mail pra quem fez o livro e tudo mas não levou em nada.
Exemplo:
Cão, 10 Kg
[ ] k+ = 2,7mEq/L
Dose= 0,5 mEq/kg/h
ETAPA 1, fazer a solução para esse paciente
2,6 – 3 ---- 20mEq/500ml essa é a regra que temos na tabela.
20 mEq ---- 500ml
Dividi um pelo outro pra saber a concentração da solução
Solução tem = 0,04mEq/ml
ETAPA 2, saber quanto o animal precisa.
1kg ----- 0,5mEq
10Kg----- X
X= 5mEq/hora
Divide por 60 para saber quanto precisa por minuto
5/60. ** Potássio sempre arredonda para baixo
X= 0,08mEq/minuto
ETAPA 3, saber quantos ml o animal precisa
1ml ----- 0,04mEq/ml
Y ml-------- 0,08mEq/min
Y= 2ml/min
ETAPA 4, descobrir o equipo a ser usado e a quantidade de gotas
20gotas ---- 1 ml
Z------- 2ml/min
Z= 40gotas/min
Quando terminar a fluidoterapia?!
Causa da desidratação estiver corrigida e o paciente estiver ingerindo água e alimentos normalmente; 
Deve ser suspensa gradualmente (em torno de 24 a 48 horas), o aumento do volume plasmático já esta “acostumado” no organismo do animal, ou seja essa retirada precisa ser gradual para o volume ir se normalizando, caso contrario ele pode ter taquicardia e hipotensão.
**Principalmente em paciente com doença renal que tem dificuldade para adaptação súbita a mudanças de volume. 
Tipos especiais de fluidoterapia.
COLOIDES 
Uso emergencial quando se deseja expansão rápida de volume, o paciente precisa estar hidratado... caso contrario acaba matando o animal (queimaduras, hemorragias): 
Apresentação:
Hidroxietilamido (Voluven®, Plasmin®) - mais utilizado; 
Polímeros de gelatina (Gelafundin®);
Dextranos (Rheomacrodex®). 
Doses:
*Não é muito usado na veterinária, por isso nem falamos tanto deles.
TRANSFUSÃO SANGUÍNEA E SEUS DERIVADOS
É uma terapia intravenosa exclusiva, com sangue total ou produtos sanguíneos é a forma mais simples de transplante. 
Indicação:
· Necessidade do restabelecimento da capacidade de transporte de oxigênio, paciente que esta anêmico 
· Deficiências na hemostasia, pacientes com doenças autoimunes e alguns tipos de câncer
· Transferência da imunidade passiva, animais que não mamaram o colostro.
· Hipoproteinemia;
· Reposição de volume, pacientes que perderam volume de sangue por qualquer motivo que seja
Pode-se utilizar o sangue total ou seus derivados: 
*ideal é usar os derivados: 
· Conserva os estoques; 
· Permite que sejam transfundidas grandes quantidades de um componente; 
· Diminui o risco de sobrecarga circulatória. 
Tipos sanguíneos: 
· Cada espécie animal tem um tipo de hemácias essas por sua vez possuem antígenos próprios na sua membrana - tipos sanguíneos; 
· A consequência desses antígenos próprios é a formação de anticorpos anti- hemácias no receptor, o que pode causar problemas...
· Dependendo da espécie, os anticorpos já́ estão presentes no individuo (antes de qualquer transfusão GATOS) ou serão produzidos após sensibilização (apos uma transfusão CAES, BOVINOS, EQUINOS). 
Cães:
Antígenos eritrocitários caninos 1 (1.1, 1.2, 1.3), 3, 4, 5, 6, 7 e 8; 
*Cada um desses acima é um tipo sanguíneo canino, um total de 9 tipos sanguíneos.
Maior potencial antigênico (maior chance de criar problemas, não são considerados bons coadores e não usamos) - 1.1, 1.2 e 7;
Doador ideal é aquele negativo para 1.1, 1.2 e 7. 
Gatos:
Três tipos sanguíneos - A, B e AB; 
A espécie possui altos títulos de anticorpos naturais:
É imprescindível a realização de tipificação sanguínea e prova de ração cruzada. 
Maior prevalência é de A (> 95%);
Os animais AB aparentemente não apresentam reações cruzadas. 
Equinos: 
Antígenos agrupados em sete sistemas: A, C, D, K, P, Q e U (cada um possui vários subgrupos - mais de 400.000 possibilidades); FUDEU
**Praticamente impossível uma transfusão sanguínea totalmente compatível; 
Apenas os antígenos Aa e Qa são imunogênicos e existe uniformidade dentro das raças. 
*Porem temos algumas regras que seguimos como seguir a mesma raça, animais de mesma raça podem doar entre si... e melhor ainda parentesco, animais pai, mãe podem doar para filhos (usamos mais os machos por causa da isoelitrose neonatal que ocorre de mães para filhos). Porem nenhumas dessas duas modalidades tem 100% de chance de dar certo, resumindo a chance de dar errado é bem alto.
Ruminantes: 
Bovinos - pelo menos 13 grupos; 
Ovinos - de 7 a 8 grupos; 
Caprinos - pelo menos 5 grupos; 
Os ruminantes não possuem ou possuem poucas hemolisinas à primeira transfusão é segura. 
Seleção dos doadores: 
Cães:
Idade - entre 2 e 8 anos; 
Peso - acima de 25 kg; 
Ser AEC 1.1, 1.2 e 7 negativo; 
Cães com essas características podem doar 450 mL de sangue a cada três semanas (o ideal é que a doação aconteça com intervalo de três a quatro meses). 
*Animais para doação precisam ter uma carteira de vacinação completa
**No caso da transfusão de um animal vacinado para um não vacinado... uma certa imunidade passaria para o outro animal, porem como não foi produzido pelo corpo não vai ter um efeito duradouro.
***Animais que já receberam transfusões sanguíneas e gestantes não podem doar;
Antes da doação: 
Exame clinico geral + hemograma + perfil bioquímico (função renal e hepática); 
Sorologia negativa à Brucela canis; Erlichia sp.; Dirofilaria immitis; Borrelia burgdorferi (muito raro no Brasil); Babesia sp.; Leishmania sp. 
Gatos: 
Idade - entre 2 e 5 anos; 
Peso - acima de 4 kg (é preferível entre 5 e 7 kg); 
Gatos com essas características podem doar de 11 a 15 mL/kg a cada 21 dias, porém, apresentam maior risco para desenvolvimento de hipotensão pós-coleta (pode-se administrar 2 a 3 vezes o volume coletado de solução de NaCl 0,9% para minimizar os efeitos da hipotensão).
Antes da doação: 
Exame clinico geral + hemograma + perfil bioquímico (função renal e hepática); 
Animais vacinados contra rinotraqueíte, calicivírus, panleucopenia, clamídia e raiva (ou animais de vida restrita, aqueles animais que não tem chance alguma de ir na rua); 
Sorologia negativa - Micoplasma sp.; Dirofilaria immitis; FeLV (feline leukemia virus); FIV (feline immunodeficiency virus). 
Cães e gatos (regras para os dois):
O ideal é que tenham temperamento dócil e tranquilo: 
*Evita a necessidade de sedação;
**Diminui a relutância do tutor em trazer o animal; 
***Reduz o tempo da coleta. 
Equinos:
Peso - no mínimo 450 kg; 
O ideal é que seja da mesma linhagem ou raça do receptor; 
Sexo masculino, castrado ou não (fêmeas – multíparas, risco da isoelitrose neonatal)
Hematócrito e proteínas plasmáticas em valores normais.
 
Sorologia negativa para anemia infecciosa equina; 
Não seja dos grupos sanguíneos Aa e Qa;
*Um equino de 500 kg pode doar de 6 a 8 litros de sangue a cada 30 dias. 
Ruminantes:
Não devem possuir doenças bacterianas, virais e hemoparasitárias; 
Podem doar de 10 a 15 mL/kg de sangue a cada duas a quatro semanas; 
Animais gestantes não podem doar sangue. 
*CUIDADO com assepsia do local de coleta do animal... sempre deixar tudo o mais limpo possível, visto que ninguém quer perder o animal por infecção decorrente de uma coleta de sangue que era pra salvar a vida de outro animal.
**Isso serve tanto para bovinos, equinos, suínos ou qualquer animal de vida livre e afins... devemos lembrar que as bolsas de coleta são padronizadas para usamos, armazenando 900ml e tendo uma coletor um agulha enorme, essa agulha pode ser porta de entrada de bactérias possível mente mortais OU SEJA, SEMPRE LIMPE MUITO BEM O CAMPO DE COLETA!!!!!!.
Colheita do sangue:
 
· Usar bolsas própria contendo anticoagulantes adicionados fatores nutricionais ou preservativo para hemácias: 
Citrato fosfato dextrose adenina 1 (CPDA-1); 
Ácidocitrato dextrose (ACD)
Citrato de sódio;
Heparina. 
Cães e gatos:
Dar preferência pela veia jugular (pode-se usar a cefálica). 
Equinos e ruminantes: Usar a jugular. 
Cuidados: Tricotomia + antissepsia cirúrgica. 	
*Após a punção do vaso e o estabelecimento do fluxo, a bolsa deve sempre ser movimentada suavemente com objetivo de homogeneizar sem causar hemólise, se tiver a maquina bota caso não tenha o estagiário que se fode kkkkk
A bolsa deve ser mantida em local mais baixo que o doador; 
O tempo de coleta não deve ser maior que 15 minutos. 
Cuidados pós-colheita
Comprimir o vaso por 2 a 4 minutos para evitar sangramento e formação de hematoma; 
Evitar a contaminação do equipo com ar após a retirada da agulha, após a coleta já dar um no equipo...
O sangue e seus derivados devem ser armazenados em geladeira e freezer exclusivos. 
**Nada de geladeira aonde botamos comida e afins...
Sangue fresco total: 
Sangue colhido em até, no máximo, oito horas;
Contém hemácias, leucócitos, plaquetas, todos os fatores de coagulação e proteínas plasmáticas;
Pode ser utilizado diretamente ou feita a separação de seus componentes. 
*Após 8 horas não podemos mais fazer essa separação das partes do sangue, o ideal é fazer a coleta e já fazer a separação.
Sangue total estocado: 
É o sangue fresco total colhido com CPDA-1 ou ACD e armazenado a temperatura de 1 a 6oC (pode ser estocado por 28 a 35 dias se utilizado o CPDA-1); 
Contém hemácias, proteínas plasmáticas e fatores de coagulação estáveis. 
*Esse controle da temperatura deve ser extremamente rigoroso. Visto que qualquer variação pra cima ou pra baixo pode trazer problemas para o animal recptor.
Papa de hemácias: 
É o sangue fresco total centrifugado e separado do plasma;
Deve ser armazenada a temperatura de 1 a 6oC (pode ser estocado por 14 dias);
Contém hemácias. 
Plasma fresco congelado: 
É o sangue fresco total centrifugado e separado da papa de hemácias;
Deve ser armazenado a temperatura de -18oC em até 8 horas após a colheita; 
Contém todos os fatores de coagulação, além de todas as proteínas plasmáticas e imunoglobulinas. 
Plasma congelado: 
É o sangue fresco total centrifugado e separado da papa de hemácias, porém que não foi congelado dentro do período de oito horas; 
Contém os fatores de coagulação dependentes de vitamina K (II, VII, IX e X), além de proteínas plasmáticas e imunoglobulinas. 
*Para sabermos o que usar devemos conhecer o paciente e qual seu problema principal
Indicações para o uso de sangue total e papa de hemácias: 
Recuperação da capacidade de transporte de oxigênio e volemia: 
· Anemias graves por perda aguda de sangue: 
Hematócrito abaixo de 10% no cão, 8% no gato e 20% no equino devem receber transfusão 
Quando 30% do volume for perdido (30 mL/kg no cão e 20 mL/kg no gato). 
*Em caso de cirurgia temos como fazer algumas contas, cada compressa absorve mais ou menos 200ml de sangue... ou seja se fizermos uma conta sabemos quanto foi a perda total de sangue. 
**No caso fora de centro cirúrgico é muito difícil sabermos exatamente qual foi a perda do animal... podemos ter estimativa, como por exemplo uma poça de sangue, muito sangue...
***Rupturas de tumores como tumores hepáticos, esplênicos, tumores que rompem artérias e veias (esses são mais raros)
· Anemias decorrentes da não produção ou perda de hemácias: 
Hematócrito entre 10 e 17% devem receber transfusão. 
*Animais com Babesiose, animais com problemas renais crônicos que não produzem eritropoietina 
Limitações:
É um procedimento emergencial com objetivo de aumentar a sobrevida e a qualidade de vida, ou seja, é uma medida considerada paliativa visto que precisamos solucionar o problema principal do animal...
*Não promove cura, a causa da anemia deve ser tratada; 
As hemácias transfundidas tem vida curta: 
Cães - 21 dias;
Gatos - 70 dias;
Equinos - 2 a 6 dias; 
Ruminantes - 2 a 3 dias (bovinos) e 2 a 4 dias (caprinos). 
*Caso o problema principal que atinga o animal não ser solucionado, após esses períodos ele pode voltar a ter a anemia...
Teste de compatibilidade: 
Usado para verificar a compatibilidade entre o plasma e hemácias de doadores e receptores e identificar a presença de anticorpos responsáveis por hemólise ou hemoaglutinação; 
O objetivo é diminuir o risco de reações transfusionais hemolíticas imunomediadas, se isso acontecer é vela e caixa.
É obrigatória a realização na segunda transfusão em cães e sempre no gato 
*Morre de sobrecarga hepática quando ocorre a aglutinação 
Calculo do volume a ser transfundido: 
Sangue total:
V (mL) = Peso (Kg) x fator x. ( Hemat. % desejado – Hemat. % recptor )
 Hemat. % doador 
Hemat: Hematócrito 
Fator para cada espécie 
· Cães: 90
· Gatos: 70
· Grandes animais (exceto potros): 80
Aumento do hematócrito pós-transfusão: (Hemat.% desejado)
· Cães - 25 a 30%. 
· Gatos - 15 a 20%. 
· Grandes animais - volumes muito altos - na prática, transfusão de 6 a 8 litros de sangue (10 a 15 mL/kg) - elevação do hematócrito em 3 a 4%.
*Só podemos começar uma transfusão se a fonte da hemorragia for resolvida... no caso de um animal atropelado que teve um baço rompido. Devemos entrar na mesa com ele mesmo em hipovolemia e após o ligamento dos vasos vamos assim começar a transfusão sanguínea, caso contrario vai ser um desperdício de sangue.
Papa de hemácias:
V (mL) = peso (Kg) x Hemat.% pretendido – Hemat% do paciente x 2,2 ou 1,1
Plasma:
V (mL) = VPR x PPT pretendida – PPT do recptor
 PPT do doador
VPR = volume plasmático do receptor:
· Volume plasmático = volemia x %plasma no sangue x peso (kg); 
· Volemia - 90 em cães, 70 em gatos e 80 em animais de grande porte;
· % plasma no sangue - 0,6 em cães e gatos e 0,65 em animais de grande porte.
Exemplo de transfusão com sangue total:
Cão, 10Kg
H%; 8%
H%: 45%
V = 10 x 90 x (30 – 8)
 45
V= 900 x 0,5
V = 450mL
Usamos o tempo máximo de 4 HORAS / 240 minutos DE INFUSAO (REGRA)
*Mesmo que animal seja positivo, pode acontecer do animal ter algum tipo de reação anafilática durante o processo de infusão... ou seja, durante a infusão devemos fazer testes em serie...
Primeiro parte da transfusão é feito dentro de 30 minutos
Podemos usar de 0,25 – 0,5mL/Kg (isso envolve a pratica de transfusão)
*No caso exemplo estamos usando 0,5mL/Kg
1Kg ------ 0,5ml
10Kg--------X
X = 5mL em 30 minutos
Calcular quantos mL por minuto
5mL / 30minutos
V= 0,16mL/minuto
Calcular a infusão no equipo (gotas/minuto)
*O equipo da transfusão sanguínea sempre vai ser o equipo Macrogotas que é 20gotas/ml
20 gotas ----- 1mL
X gotas ------ 0,16mL
X= 3,2 gotas/ minuto
Arredondamos para 3 gotas por minuto.
Antes da transfusão vamos anotar os seguintes parâmetros:
· FC
· FR
· Temperatura
*De 5 em 5 minutos vamos fazer novamente a avaliação do animal... caso nos 5 primeiros minutos não ocorra uma diferença muito grande com os números basais não esta tendo reação... 
Caso a temperatura aumente, ele tenha edema de mucosa, face, aumento de FC e FR (pode ocorrer de uma ou outra ocorrer, por isso devemos observar o que esta acontecendo com o animal) significa que o animal esta tendo uma reação anafilática com a transfusão... caso isso ocorra fechamos o equipo e esperamos 15 minutos e checamos tudo de novo, caso o animal esteja estabilizado retomamos a transfusão... se em 5 minutos ele apresentar novamente uma reação anafilática cancelamos a transfusão e vamos procurar outro doador.
· FC
· FR
· Temperatura
Segunda parte da transfusão é feita dentro de 210 minutos. (3 horas e 30 minutos), caso não tenha nenhuma reação na primeira parte.
Agora temos um total de 445ml/210min
O que resulta em 2,11mL/min
Calcular a infusão no equipo (gotas/minuto)
*O equipo da transfusão sanguínea sempre vai ser o equipo Macrogotas que é 20gotas/ml
20gotas ----- 1 ml
X ----------- 2,11mL
X = 42gotas/minutoCuidados com a transfusão: 
Usar equipos próprios (com filtro); 
Aquecer a 37oC antes do uso; 
*Nunca usar o mesmo cateter para administração de soluções que contém cálcio (Ringer-lactado ou Ringer simples). 
	
Velocidade transfusional: 
Deve ser feito em no máximo 4 horas:
Aumento do risco de contaminação em 70%; 
Perda funcional dos componentes sanguíneos. 
Cães e gatos:
· Lenta nos primeiros 30 minutos - 0,25 mL/kg a 0,5 mL/kg; 
· Caso não apresente reações - 4 a 5 mL/kg/h;
· Pacientes muitos desidratados - 10 a 15 mL/kg/h;
· Pacientes com doença renal ou cardíaca - 1 a mL/kg/h;. 
· Hemorragias severas - 22 mL/kg/h. 
Grandes animais:
· Lenta nos primeiros 10 a 15 minutos - 0,1 mL/kg; 
· Caso não apresente reações - 20 mL/kg/h; 
*Em bovinos, pode-se administrar 200 mL de sangue e observar se alguma reação ocorre. 
**É bem difícil um bovino ter reação.
Reações transfusionais: 
Reações transfusionais agudas:
Ocorre durante ou dentro de 24 horas após a transfusão; 
*A maioria ocorre no início da transfusão; 
Podem ser:
· Hemolíticas - hemólise intravascular (grave);
· Não hemolíticas - hipersensibilidade aguda (anafilática/alergias). 
Sinais clínicos: 
· Aumento da temperatura, em relação a temperatura basal do animal.
· Aumento da frequência cardíaca e pulso;
· Aumento da frequência respiratória;
· Alteração da coloração das mucosas. 
Cuidados: 
· Monitorar os sinais vitais no pré, trans. e pós-transfusão;
· Caso haja qualquer alteração, a transfusão deve ser interrompida por, no mínimo, 15 minutos e o paciente avaliado; 
· Checar a velocidade de transfusão. 
*Cada paciente é um caso... mas devemos sempre fazer as checagens e ser chato com isso, pois ai que esta o ponto da transfusão dar certo ou dar errado
Reações transfusionais tardias:
Ocorre após as 24 horas seguintes a transfusão; 
Podem ser:
· Imunomediadas - hemolítica (hemólise) e não hemolítica 
· Não imunomediadas - transmissão de doenças e hemossiderose. 
*Os animais precisam SEMPRE ser testados para uma transfusão segura 
Dia 05/10/2020
“Antimicrobianos”
Conteúdo
· Introdução;
· Fatores determinantes na prescrição de antimicrobianos; 
· Associação de antibióticos;
· Regras de ouro no uso de antimicrobianos;
· As principais falhas no uso de antimicrobianos;
· Mecanismo de ação. 
Introdução
Antimicrobiano: 
São substancias usadas para combater micro-organismos, podendo ser específicas ou inespecíficas. 
Antimicrobiano inespecíficos: 
Atuam nos micro-organismos em geral, quer sejam patogênicos ou não. 
· Antissépticos: 
Empregados sobre a pele e mucosas. 
Exemplo: enxaguamte bucal, sabonetes para pele...
· Desinfetantes
Empregados em superfícies e objetos. 
Exemplo: iodeto.
Antimicrobiano específicos: 
Atuam nos micro-organismos responsáveis pelas doenças infecciosas que acometem os animais. 
· Quimioterápicos:
*Não é o quimioterápico que usamos em controle de ciclo celular em casos de neoplasias...
Produzidos por síntese laboratorial. 
Termo criado por Paul Erich (1854-1915): 
Substancia química produzida por síntese laboratorial que, quando introduzida no organismo humano ou animal, age de forma seletiva no agente causador do processo infeccioso, sem causar dano ao hospedeiro; 
Atualmente: Termo que se refere a modalidade terapêutica de neoplasias. É um termo usado para diferenciar as modalidades (quimioterapia vs. radioterapia); 
Existe uma grande tendência a abandonar o uso do termo para substâncias usadas para combate de processos infecciosos. 
· Antibióticos 
*Vamos usar esse termo para tudo! Para não a ver convulsão na clinica. 
Produzidos por seres vivos. 
Termo criado por Selman Abraham Waksman (1888-1973): 
Substância química produzida por micro-organismos que tem a capacidade de, em pequenas doses, inibir o crescimento ou destruir micro-organismos causadores de doenças; 
Atualmente: Necessidade de ampliação do conceito, acabamos englobando os dois conceitos, por isso vamos usar antibióticos par todas as expressões.
Medicamentos produzidos por micro-organismos, ou seus equivalentes sintéticos, que têm a capacidade de, em pequenas doses, inibir o crescimento ou destruir micro-organismos causadores de doenças. 
*A maioria dos antibióticos é produzido 100% de forma laboratorial.
Os antibióticos podem ser: 
- Biossintéticos;
- Semissintéticos;
- Sintobióticos. 
Antibióticos biossintéticos: 
Obtidos a partir da cultura de micro-organismos, ao qual se acrescenta substâncias química capazes de alterar a estrutura molecular do antibiótico que está sendo produzido. 
*É a forma mais cara e menos usada hoje em dia de produção de antibióticos.
Antibióticos semissintéticos: 
Obtidos em laboratório acrescentando-se radicais químicos ao núcleo ativo de um antibiótico isolado de uma cultura no qual cresce um micro- organismo. 
Antibióticos sintobióticos: 
Produzidos exclusivamente por síntese laboratorial, porém a partir do estudos dos precursores obtidos de micro-organismos. 
*Maioria dos antibióticos é produzido de tal forma... a indústria farmacêutica é um monstro que movimenta trilhões anualmente e conseguem facilmente fazer essa produção em massa. 
Uso de antimicrobianos na Medicina Veterinária:
*Finalidades mais amplas quando comparado a Medicina Humana: 
- Uso de desinfetantes em instalações zootécnicas;
- Uso de desinfetantes em equipamentos que entram em contato com 
produtos de origem animal; 
Além da modalidade terapêutica, usa-se nas modalidades profilática (se faz em um animal especifico, não se avalia o rebanho como um todo...como por exemplo um animal que vai passar por uma cirurgia), na metafilaxia (animal com doença infecciosa que pode passar para outros animais do rebanho, existe apenas um animal com sinais clínicos...os outros animais são apenas contactantes (sem sinais clínicos) mas mesmo assim se faz o antibiótico em todos os animais... famoso tratamento de rebanho) e aditivo zootécnico. 
· Uso terapêutico: 
É aquele no qual o antimicrobiano é administrado ao animal ou rebanho que apresenta uma doenças infecciosa; 
Visa controlar a infecção existente. 
· Uso profilático: 
É aquele no qual o antimicrobiano é administrado como medida preventiva, na qual quer se garantir a proteção contra uma possível infecção; 
Pode ser feito em um único individuo ou em um grupo de animais;
É amplamente aceito na modalidade de profilaxia da infecção cirúrgica. 
· Uso metafilático: 
É aquele no qual o antimicrobiano é administrado quando em um rebanho há alguns animais com determinada doença infecciosa; 
Visa prevenir a instalação da doença clínica em todos os animais; 
Também é chamado de tratamento de animais em risco ou tratamento de animais de contato. 
· Uso como aditivo zootécnico: 
*Modalidade mais polemica na medicina veterinária, muito utilizado em avicultura.
É aquele no qual o antimicrobiano é usado como melhorador do desempenho; 
Visa diminuir a mortalidade, melhorar o crescimento e a conversão alimentar; 
Uso polêmico favorece a resistência microbiana massiva...
*Daqui uns anos talvez essa modalidade pare de existir devido ao risco da resistência.
**A resistência bacteriana nos últimos anos é um dos maiores vilões da medicina como um todo, não se deve usar antibióticos sem um devido estudo, sem ter feito um antibiograma e cultura e enfim, existem dezenas e dezenas de casos dessa resistência.
Atividades bacteriostática e bactericida:
· Bacteriostática: 
Inibe a multiplicação, mas não a destrói. Com a suspensão do uso do antimicrobiano, a bactéria volta se proliferar. 
*Quem vai matar a bactéria é a imunidade do corpo (resposta inflamatória), não pode ser usado em animais com infecções sistêmicas, esse por sua vez já esta com o sistema imune bem debilitado e não teria capacidade de combater a bactéria mesmo com ela sem se multiplicar (animais imunosuprimidos)
**A indicação para o uso desse antibióticoé em animais com feridas cutânea, como por exemplo um cavalo que se lesionou e esta com uma ferida aberta... porem seu sistema imune esta perfeito o uso desse medicamento iria diminuir o tempo de cicatrização do animal.... limparíamos a ferida com uma boa assepsia e deriamos o antibiótico.
***Em sua maioria não é esse o antibiótico que usamos.
· Bactericida:
Exerce efeito letal sobre a bactéria, sendo esse efeito irreversível. 
*É o mais usado na medicina como um geral.
Dependem: 
CIM: Concentração inibitória mínima;
É a concentração mínima para que se tenha efeito bacteriostático. 
CBM: Concentração bactericida mínima;
É a concentração mínima para que se tenha efeito bactericida. 
· CIM vs. CBM:
Quanto mais próximo for o CIM do CBMefeito bactericida; 
Quanto mais distante for o CIM do CBMefeito bacteriostático. 
*As doses superiores a dose terapêutica mata os animais, ou seja, sempre a respeitamos, independente.
Fatores determinantes na prescrição de antimicrobianos
Envolve a tríade: 
*Devemos analisar sempre os três pontos, se os três pontos estiverem alinhados sempre será prescrito o melhor antibiótico.
· Agente etiológico:
Quando possível, deve ser identificado... ser feito cultura e antibiograma
*Idealmente, deve-se realizar antibiograma, fazer a coleta de amostras do animal com o processo infeccioso, porem esse processo demanda tempo (as vezes, não se tem esse tempo, no casos de animais em estado grave).
Quando não for possível, deve ser presumido, com os seguintes passos:
Quadro clínicos; 
· Localização do processo infeccioso;
· Faixa etária;
· Achados epidemiológicos e laboratoriais. 
*Essa presunção em alguns casos pode ser uma presunção errada, o que na realidade não daria em nada... o recomendado é que se não souber realmente a bactéria não sair tentando vários antibióticos, devemos testar um e ao mesmo tempo já pedir a cultura e antibiograma.
**NÃO SOMOS ESPECIAIS Devemos lembrar que casos raros não são frequentes, devemos sempre ir pelo clássico de cada infecção e não fazer alarde de pouca coisa.
Resultado:
· Suscetível
· Intermediário; 
· Resistente. 
*Devemos lembrar que a posologia influencia MUITO nessa escolha e na ação do antibiótico, ou seja, sempre ter na cabeça que a má ação do antibiótico pode ser causado pelo proprietário (não da o remédio na hora certa, não da do jeito certo... entre outras coisas erradas que os proprietários podem fazer), mesmo receitando o antibiótico que é suscetível.
· Organismo do animal
Devemos ter noção que cada animal é um organismo único e que idade, proprietário, tipo da lesão, temperamento e ate mesmo tipo de alimentação pode influenciar nessa tríade.
· Antimicrobiano: 
Deve ser fundamentado no conhecimento de suas propriedades e estas devem se aproximar do antimicrobiano ideal: 
- Ter efeito bactericida;
- Apresentar amplo espectro de ação;
- Ter alto índice terapêutico;
- Exercer atividade na presença de fluidos orgânicos; 
- Deve ser fundamentado no conhecimento de suas propriedades e estas devem se aproximar do antimicrobiano ideal: 
- Não perturbar as defesas do organismo;
- Não produzir reações de hipersensibilidade;
- Distribuir-se por todos os tecidos e líquidos corporais; 
- Ser barato e ter comodidade posológica. 
Portanto, deve-se considerar: 
Características farmacocinéticas via de administração, propriedades físico-químicas, distribuição e eliminação, meia-vida, barreiras para penetração e outros; 
Características farmacodinâmicas CIM, CBM, concentração, tempo e efeito pós- antibiótico; 
Riscos toxicidade, interação medicamentosa, promoção de resistência, resíduos e outros; 
Custosdo tratamento, valor zootécnico do animal e perda da produção.
 
Associação de antibióticos
O uso isolado é o método mais recomendado na maioria dos casos, porém, existem situações em que a associação é necessária: 
· Infecções graves, casos de infecções generalizadas (sepse), usamos a bomba de antibióticos, termo utilizado no HV-UVV para casos graves de sepse
· Infecções mistas;
· Para obter sinergismo e aumentar a eficiência, caso da amoxilina e clavulanato (A amoxilina não funciona sozinha, por causa de muitos anos de uso)
· Pacientes imunossuprimidos, caso de pacientes oncológicos.
Tipos de efeito: 
· Antagonismo: RUIM
Quando a atividade antimicrobiana da associação é inferior à aquela obtida quando cada um deles é usado isoladamente. 
Associações de antimicrobianos com efeito de antagonismo:
- Competição pelo mesmo sitio de ação; 
- Inibição de mecanismos de permeabilidade celular;
- Indução de betalactamases por antibióticos betalactâmicos. 
· Sinergismo: BOM
Quando a atividade antimicrobiana da associação é maior do que aquela 
obtida quando cada um deles é usado isoladamente.
Associações de antimicrobianos com efeito sinérgico:
- Inibição sequencial das etapas sucessivas do metabolismo da bactéria; 
- Inibição sequencial da síntese da parede celular;
- Facilitação da entrada na célula bacteriana de um antimicrobiano por outro; Inibição de enzimas inativadoras;
- Prevenção do surgimento de resistência bacteriana. 
· Efeito aditivo: 
Quando a atividade antimicrobiana da associação é indiferente, ou seja, é igual a soma das atividades isoladas. (nesse caso é melhor não fazer a associação... visto que sobrecarrega o fígado e tudo mais, porem se for uma infecção mista usamos o aditivo)
A associação leva em consideração a ação biológica do fármaco e seu mecanismo de ação: 
Bactericida + bactericidasinergismo;
Bacteriostático + bacteriostáticoantagonismo; 
Exceção: sulfa + trimetropina. 
Bactericida + bacteriostáticoantagonismo. 
Exceção: Clorafenicol + polimixinas 
Sulfas + polimixinas 
*Essas funções só vão funcionar se ao antibióticos não disputarem o mesmo sitio de ação... caso contrario vai acontecer uma disputa por aquele sitio de ação e o que estiver em maior quantidade vai acabar se sobressaindo... o que resultaria em um antagonismo.
Regras de ouro no uso de antimicrobianos
· Regra no 1: 
A escolha do antimicrobiano deve se basear na identificação e caracterização do patógeno, incluindo sua sensibilidade e pelas Características da afecção: 
Cultura e antibiograma; *No caso de não ter como fazer a cultura e antibiograma vamos sempre pensar no mais comum, lembrar que casos raros são um na vida um na morte
Característica e localização da afecção; 
Espectro de ação do antimicrobiano. 
· Regra no 2:
Obtenção de concentrações efetivas: 
Esquema terapêutico correto, respeitando dose, como dar o antibiótico...
Localizar a infecção, em qual tecido ele esta em sua maioria.
Respeitar as barreiras fisiológicas que possam impedir a penetração de alguns antimicrobianos:
*Quanto mais lipossolúvel ele for mais fácil ele atravessa a membrana
**Quanto mais hidrossolúvel ele for mais fácil ele é carreado pela corrente sanguínea.
· Regra no 3: 
Respeitar as contraindicações e analisar os possíveis efeitos colaterais do antimicrobiano: 
Avaliar o estado geral do paciente, respeitar e conhecer seu o paciente e suas limitações... cardiopata, hepatopatas, doente renal crônico.
Metabolização diferenciada dependendo da idade, filhotes, idosos...
Cuidado com o uso do antimicrobiano na gestação e na lactação. (se deposita no leite de todas as espécies... vacas, equinos, gatos, cachorros...), no caso da carne tambem se acumula (caso do boi de corte)
· Regra no 4:
Fornecer terapêutica suporte: (caso ele precise, uma boa anamnese vai responder essas perguntas e o que devemos fazer no animal)
Apoio nutricional;
Fluidoterapia;
Oxigenoterapia;
Correção de comorbidades. 
As principais falhas no uso de antimicrobianos
Falhas mais comuns são: 
· Diagnóstico incorreto, achar que é uma coisa mas na verdade é outra... os anos de técnica na área vão ser muito importante para não errar o diagnostico, porem as vezes é possível

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