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ALUNA: MARIANA AFONSO COSTA AULA 11 Insuficiência Cardíaca INTRODUÇÃO Quadro importante com grande morbilidade/mortalidade. Resulta em qualquer condição que reduza a capacidade de bombeamento cardíaco. Grande impacto na ejeção, débito cardíaco não ideal. * DEFINIÇÃO: Falência – ou incapacidade – do coração de bombear sangue suficiente para satisfazer as necessidades do corpo. CAUSAS Contratilidade diminuída – por redução de fluxo coronariano; Lesão valvular; Pressão externa; HAS; Doença muscular cardíaca primária; Outras anormalidades que prejudiquem a bomba. EFEITOS AGUDOS DA IC MODERADA Em situações súbitas: PÓS INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO – IAM - Redução da capacidade de bombeamento: débito cardíaco reduzido e acúmulo de sangue em território venoso; - Alterações progressivas: Débito cardíaco (DC) em repouso de 5 L/min (A); DC muito reduzido de 2 L/min: pressão atrial aumentada para 4 mmHg, estase, pode acontecer desmaios (B). Estágio agudo dura poucos segundos, reflexos simpáticos; Reflexos simpáticos podem aumentar em até 2x o DC --> aumento do retorno venoso, maior volume, maior DC – DC 4,2 L/min (C); Reflexos simpáticos com efeito máximo em 30s, quadro moderado: DOR = DESMAIO curto; DC volta próxima ao ideal (compatível com a vida desde que mantenha repouso). Uma semana após IAM; líquido ainda retido e aumento do RV; pressão atrial direita aumentada (D). DC normal de 5L/min com pressão de 6 mmHg --> dinâmica vascular normal se permanecer em repouso --> reduz estimulação simpática. COMPENSAÇÃO DA IC PELOS REFLEXOS NERVOSOS SIMPÁTICOS O débito cardíaco reduz a níveis precários; Reflexo barorreceptor; Reflexo quimiorreceptor; Resposta isquêmica do SNC – estimulação simpática e sinais parassimpáticos inibidos; Reflexos do ?? coração lesado * ESTIMULAÇÃO SMPÁTICA: coração e vasculatura periférica. - Fortalece a musculatura danificada; - Estimula o músculo normal residual de forma intensa (bomba cardíaca mais forte). ESTÁGIO CRÔNICO DA INSUFICIENCIA CARDÍACA Após os primeiros minutos do quadro agudo inicia-se o estado semicrônico prolongado: → Retenção de volume pelos rins; Variados graus de recuperação do próprio coração (de semana a meses). RETENÇÃO RENAL DE LÍQUIDO E O AUMENTO DO VOLUME SANGUÍNEO Baixo DC tem efeito intenso sobre a função renal; ANURIA: se DC reduz a 50 a 60%; Esperado: débito urinário abaixo do normal, DC e PA significativamente abaixo do normal; Débito urinário só volta ao normal em quadros agudos somente quando DC e PA voltam ao normal ou muito próximo do normal. RETENÇÃO MODERADA DE VOLUME → O aumento do volume sanguíneo é fator importante na compensação pela diminuição do bombeamento --> RETORNO VENOSO --> Aumenta o gradiente da pressão; Distende veias reduzindo a resistência venosa (facilita o fluxo sanguíneo para o coração). → Coração com lesão não tão grave --> aumento do RETORNO VENOSO --> pode produzir DC próximo do normal desde que em repouso. EXCESSO DE RETENÇÃO DE LÍQUIDO NA IC GRAVE → Coração com lesão mais grave --> fluxo sanguíneo renal baixo para excreção de sal e agua --> RETENÇÃO DE LÍQUIDO --> não terá mais efeito benéfico: aumenta carga de trabalho sobre o coração. → Aumento de carga no coração lesado; → Edema pulmonar; → Edema corpóreo extenso. RECUPERAÇÃO DO MIOACARDIO APÓS IAM Restauração imediata da função cardíaca; Circulação colateral nas áreas periféricas do IAM; Hipertrofia da área não lesada; Depende do tipo de lesão. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COMPENSADA - Ocorre após o quadro cardíaco agudo e moderado; - Efeito instantâneo da lesão cardíaca; - Compensação simpática: 30s a 1min; - Compensações parcial do coração e da retenção renal de líquido. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA - Lesão grave não permite mecanismos compensatórios efeitos; - Nem por reflexos simpáticos ou pela retenção de líquido; - Consequência: DC não se ajusta para manter a função renal excretora normal --> retenção de líquido --> edema --> morte. Situações com DC reduzido de modo acentuado em diferentes momentos: - PONTO A: Antes de qualquer compensação; - PONTO B: Minutos após estimulação simpática com compensação em seu nível máximo, mas antes da retenção de líquido: → DC elevou para 4 L/min com pressão arterial direita 5 mmHg; DC insuficiente para manter excreção renal de líquido; → Retenção de líquido contínua; → Pode levar a morte. - PONTO C: DC eleva para 4,2 L/min e pressão atrial 7 mmHg: → DC ainda suficiente para manter a excreção renal de líquido; → Após cerca de mais um dia a pressão arterial se eleva a 9 mmHg – PONTO D. - Dias após: aumento da pressão atrial direita - Declínio da função cardíaca: → Distensão excessiva do coração; → Edema do músculo cardíaco etc. - Retenção de líquido não é mais benéfica; cai DC e PA atingindo o ponto F - PONTO F: DC de 2,5 L/min e pressão atrial de 16 mmHg = MORTE TRATAMENTO - Melhorar a função cardíaca – digitálicos; - Diuréticos - Função cardiotônica digitálica: → Pode aumentar a força de contração de 50 a 100%; → Aumenta a concentração de cálcio. INSUFICIENCIA CARDÍACA UNILATERAL IC ESQUERDA Deslocamento de grande volume de sangue da circulação sistêmica para a pulmonar; Aumenta a pressão capilar pulmonar; Líquido para fora dos capilares – espaços intersticiais – alvéolos – EAP. IC DIREITA Congestão e acúmulo de líquidos em outras partes do corpo, como pernas e fígado. IC ESQUERDA + IC DIREITA = IC CONGESTIVA IC DE BAIXO DÉBITO – CHOQUE CARDIOGÊNICO - Em situações após quadros agudos ou períodos prolongados de incapacidade de bombeamento; - Morte tecidual em horas ou dias, inclusive do tecido cardíaco, acelerando a morte – choque cardiogênico - Sobrevida menor que 30%. - Círculo vicioso: reduz fluxo coronariano --> coração ainda mais fraco --> PA cai ainda mais; - Pior em pacientes com IAM por já possuir obstrução coronariana. CAUSAS DE MENOR FUNÇÃO RENAL NA IC - Reduz a filtração glomerular: → PA reduzida; → Constrição de arteríola aferente do rim. - Ativação do SRAA: → Reduz o fluxo de sangue para os rins; → Reabsorção de sal e agua. - Aumento da secreção de aldosterona; - Ativação simpática: → Todas as funções acima + liberação de hormônio antidiurético. EDEMA AGUDO DE PULMÃO - Causa frequente de morte me pacientes com IC crônica; - Normalmente secundário a sobrecarga temporária: exercícios/ emoções/ IVAS; - CÍRCULO VICIOSO: → Aumento temporário de carga sobre o VE já enfraquecido com o acúmulo de líquidos nos pulmões; → Eleva a pressão capilar pulmonar e o líquido começa a transudar para o pulmão e alvéolos; → Líquido nos pulmões reduz o grau de oxigenação; → Hipoxemia reduz ainda mais a função cardíaca e arteríolas vasodilatadas; → Vasodilatação periférica aumenta o retorno venoso da circulação periférica; → Aumento do retorno venoso aumenta o acúmulo de sangue nos pulmões. ATIVIDADES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ATIVIDADE 1 Fabiano, 47 anos, trabalhador rural do município mineiro de Simão Pereira, sua cidade natal, esteve em Juiz de Fora há cerca de dois meses para sacar o dinheiro do auxílio emergencial. Cinco dias depois, apresentou quadro de febre (38,4ºC), tosse seca, mialgia, anosmia e ageusia. Compareceu ao posto de saúde de sua cidade e recebeu orientações quanto à necessidade de isolamento domiciliar, medidas de higiene pessoal e tratamento sintomático com analgésicos e antitérmicos. Após três dias, o paciente retornou à Unidade Básica de Saúde (UBS) com queixa de dificuldade respiratória e astenia. Fabiano é sabidamente hipertenso e faz tratamento medicamentoso regular. Ao exame físico, afebril, agitado, taquidispneico, saturação de oxigênio em ar ambiente de 78%, com uso de musculatura acessória. O paciente foi encaminhado ao serviçode urgência e emergência de referência mais próximo, o Hospital Therezinha de Jesus, em Juiz de Fora/MG. Exames laboratoriais: leucopenia, linfocitopenia, discreta plaquetopenia, RT-PCR e sorologia IgM positivo para Covid-19, indicando fase ativa da doença. Foi internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado e intubado para receber suporte ventilatório invasivo e iniciado corticoterapia com dexametasona. No décimo dia de internação em UTI, o paciente teve deterioração do quadro clínico com rebaixamento do nível de consciência, dessaturação de oxigênio e irregularidade do ritmo cardíaco. O eletrocardiograma associado aos biomarcadores cardíacos e exames de imagem identificaram um quadro de miocardite aguda e insuficiência cardíaca de rápida progressão, com disfunção sistólica. Foi iniciada a propedêutica para a compensação do sistema cardiovascular. A doença causada pelo novo coronavírus está associada à alta carga inflamatória, podendo acometer diferentes sistemas. A miocardite geralmente é causada por uma infecção viral. Um caso grave, como o apresentado, pode enfraquecer o coração, causando insuficiência cardíaca, arritmias e morte súbita. a) Supondo que você esteja de plantão, explicar a família que é uma insuficiência cardíaca (IC). Insuficiência cardíaca é a incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para suprir as necessidades do organismo, causado por diversos motivos. b) Citar outras cinco causas que desencadeiam esse quadro de IC. Hipertensão Arterial Sistêmica, Valvulopatias, Infarto Agudo do Miocárdio, Doença Arterial Coronariana, Cardiomiopatia etc. c) Em relação à dinâmica circulatória, discutir os efeitos agudos, ou seja, nos primeiros minutos, da insuficiência cardíaca e como se dá a compensação pelos reflexos simpáticos. Nos primeiros minutos da insuficiência cardíaca, devido a redução da capacidade de bombeamento do coração, há a diminuição do débito cardíaco e o acúmulo do de sangue me território venoso. Os reflexos simpáticos de compensação são o estímulo mais intenso da bomba cardíaca e o fortalecimento da musculatura danificada. d) Analisar os efeitos do estágio crônico. No estágio crônico, logo após o agudo, há a retenção de líquido pelos rins que pode ser tanto benéfica quanto maléfica. Quando há uma retenção moderada, aumenta o gradiente de pressão diminuindo a resistência venosa facilitando o fluxo sanguíneo para o coração e pode produzir um débito cardíaco próximo ao normal estando em repouso. Em um coração com lesões mais graves, a retenção excessiva de líquido aumenta a carga sobre o trabalho do coração além de poder causar edemas pulmonares e corpóreos externos. ATIVIDADE 2 Maria Aparecida, 71 anos, negra, natural e residente em Juiz de Fora, bairro Teixeiras, casada, do lar, encaminhada ao ambulatório de Cardiologia do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus – HMTJ para controle de hipertensão arterial sistêmica (HAS) descompensada. Em uso de hidroclorotiazida e nifedipino – um diurético e um antagonista dos canais de cálcio. Portadora da morbidade há trinta e cinco anos, descoberta durante um episódio de cefaleia intensa e epistaxe. Na ocasião, segundo relatos, seus níveis pressóricos chegaram em 190 x 150 mmHg, sendo iniciada terapia medicamentosa além das mudanças de estilo de vida – atividade física aeróbica, com caminhadas de trinta minutos pelo menos três vezes por semana, cessação do tabagismo e acompanhamento nutricional. História patológica pregressa de infarto do miocárdio. Há dez anos, foi internada com quadro de dispneia aos mínimos esforços. O ecocardiograma solicitado evidenciou uma insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), sendo adicionado à prescrição médica o carvedilol – alfa/beta bloqueador – e a espironolactona – antagonista de aldosterona. Há cinco dias, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Luzia com descompensação do quadro clínico. Ao exame, saturação de oxigênio em ar ambiente de 84%, pressão arterial de 70 x 40 mmHg, sudorese, taquicardia e taquipneia, crepitações nos terços inferiores em ambos os hemitórax, em franca anasarca – edema global – sendo diagnosticada com Edema Agudo de Pulmão (EAP). A paciente foi imediatamente para a sala de emergência, onde recebeu oxigênio suplementar com CPAP – pressão positiva contínua das vias aéreas – e infusão endovenosa de furosemida – um potente diurético. A HAS, uma das doenças mais prevalentes na população em geral, encontra-se frequentemente associada à insuficiência cardíaca, quer como causa, quer como fator de agravamento da doença. a) Explicar como a hipertensão arterial pode levar a um quadro de insuficiência cardíaca. b) Descrever as principais manifestações clínicas de uma insuficiência cardíaca. As principais manifestações clínicas da insuficiência cardíaca são a presença de edemas corpóreos extensos devido a retenção de líquido, falta de ar, cansaço etc. c) Discutir a fisiopatologia do edema agudo de pulmão bem como analisar a importância do diurético no tratamento. O edema agudo de pulmão é causado pelo acúmulo de líquidos nos pulmões geralmente já afetados por alguma doença cardíaca, principalmente insuficiência cardíaca. Esse líquido nos pulmões reduz a oxigenação reduzindo ainda mais a função cardíaca além de estimular a vasodilatação periférica que permite o aumento do retorno venoso aos pulmões fazendo deste um ciclo vicioso. O diurético é de grande importância pois ajuda o organismo a eliminar o excesso de líquidos no organismo, assim, permitindo a diminuição dos edemas. ATIVIDADE 3 – QUESTÃO 3 A2 VSR, sexo masculino, 33 anos, obeso, natural e procedente do interior de MG, com história prévia de hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia e tabagismo em tratamento com IECA, digitálico, betabloqueador, diuréticos e hipoglicemiante. O paciente deu entrada ao HMTJ se queixando de falta de ar, sensação de pés frios e inchaço nas pernas. Ao exame físico, verifica-se que o paciente se encontra em mau estado geral, dispneico aos mínimos esforços, com sudorese fria. PA: 90 x 60 mmHg; FC: 88 bpm. Estase jugular presente. Ritmo cardíaco regular, em três tempos, terceira bulha presente, sopro mitral. Hepatomegalia dolorosa. Presença de edema mole, depressível (sinal do cacifo presente), até terço superior de ambas as pernas. Em exames complementares, o ECG evidenciou sobrecarga ventricular esquerda e a radiografia de tórax evidenciou cardiomegalia global e congestão pulmonar. a) Apontar uma provável hipótese diagnóstica e citar 3 fatores de risco apresentados pelo paciente para tal condição. O provável diagnóstico do paciente é insuficiência cardíaca descompensada, e os principais fatores de risco apresentados pelo paciente são hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e tabagismo. b) Explicar as queixas do paciente e relacione cada queixa com a câmara cardíaca afetada. A insuficiência cardíaca é a incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para satisfazer as necessidades do corpo, uma vez de suas consequências é o acúmulo de sangue nos pulmões, que dificulta as trocas gasosas, provocando a falta de ar do paciente. Além disso, a circulação do sangue é mais lenta, chegando com dificuldade as extremidades, provocando a sensação de pés frios, e, pelo fato de o débito cardíaco não se ajustar para manter a função renal normal, há o acúmulo de líquido no organismo provocando o inchaço do paciente.
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