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Miomas Docentes: Adriana Olimpia Christianne Alves Patricia Scotini Discentes Aline Santos Amanda Gonçalves Isabela Santos Isabella Torres Jhulia de Melo Lara de Freitas Savana Oliveira Miomas Os Miomas Uterinos são neoplasias benignas monoclonais, de crescimento lento. Considerados os tumores mais comuns do sistema reprodutor feminino. BOCLIM e FAERSTEIN, 2013. Os miomas são mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva; Habitualmente de natureza benigna, bem circunscritas e não infiltrativas; Origem na camada muscular lisa do miométrio; Formado por músculo liso e matriz extracelular (colágeno, proteoglicanos e fibronectina); FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos YouTube: Canal Dr. ajuda Apesar de estarem raramente associados à malignização ou à mortalidade, os miomas uterinos podem ter impacto significativo na qualidade de vida de mulheres em idade reprodutiva. Google imagens Podem ocasionar: Sangramento uterino excessivo; Período menstrual prolongado; Sensação de pressão pélvica; BOCLIM e FAERSTEIN, 2013. Aumento do volume abdominal; Dor durante relação sexual; Incontinência urinária. Impactos Os Miomas Uterinos podem ainda causar alguns impactos desfavoráveis: Infertilidade; Abortos espontâneos; Anomalias fetais; Partos prematuros; Aumento na indicação de cesarianas. BOCLIM e FAERSTEIN, 2013. Tipos Mioma Submucoso Mioma Subseroso Mioma Pediculado Mioma Intramural Classificados de acordo com sua localização na camada muscular do útero São tumores que crescem logo abaixo do miométrio (camada que reveste a parede interna do útero). Se estende até a cavidade uterina, podendo ocupar boa parte dessa cavidade. Mioma submucoso Google imagens FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos São tumores que crescem logo abaixo da serosa (camada que cobre a parte externa do útero). Os miomas subserosos dão ao útero uma aparência nodular. Mioma subseroso FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Google imagens São tumores subserosos que crescem e acabam se destacando do útero, sendo sustentado por um fino cordão, chamado pedículo. Pode crescer para dentro da cavidade uterina ou para fora do útero Mioma pediculado FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Google imagens São tumores que crescem dentro da parede muscular do útero. Quando são grandes, podem distorcer a parede externa (miomas subserosos) e/ou a parede interna (miomas submucosos). Mioma intramural FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinosGoogle imagens As alterações genéticas encontradas nestes tumores são possivelmente desencadeadas por anormalidades intrínsecas do miométrio, elevações do número de receptores de estrogênios no miométrio, alterações hormonais ou por resposta a uma lesão isquémica que ocorra durante a menstruação. Etiologia Genética e histórico familiar Hormônios (estrógeno e progesterona) Fatores de crescimento Google imagens (DA SILVA, et. al., 2005) É a quinta causa de hospitalização por problemas ginecológicos não relacionados com a gravidez, em mulheres com idade entre os 15 e os 44 anos. (DA SILVA, et. al., 2005) Anualmente são gastos aproximadamente 3 a 5 bilhões de dólares no diagnóstico e tratamento dos miomas. Epidemiologia O aumento da paridade diminui a incidência e o número de miomas. Google imagens Os miomas são raramente observados antes da puberdade. A sua incidência varia com a idade e tipos (localização), sendo a probabilidade de ser diagnosticado um mioma aumenta até aos 50 anos e depois diminui. FIGURA: Incidência dos miomas de acordo com a localização (DA SILVA, et. al., 2005) Fatores de risco ETNIA IDADE REPRODUTIVA NULIPARIDADE DIETA HIPERTENSÃO LESÃO TECIDUAL TABACO E ÁLCOOL Cerca de 75% das pacientes são assintomáticas. Aproximadamente 62% das mulheres com miomas sintomáticos têm miomas múltiplos e os sintomas correlacionam-se normalmente com a localização, número, tamanho ou alterações degenerativas concomitantes. Sinais e sintomas menorragia e/ou metrorragia massa pélvica efeitos compressivos efeitos urinários e intestinais dispareunia infertilidade dor (controverso) Google imagens Google imagens FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Diagnóstico O diagnóstico exato do tamanho, número e localização dos miomas é fundamental para que as doentes tenham acesso ao tratamento e acompanhamento mais adequado para cada caso. Google imagens FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Inspeção e palpação do abdome Toque bimanual Exame físico Exames por imagem Ecografia pélvica transvaginal Tomografia computadorizada Ressonância magnética Google imagens FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Exames por imagem FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Veja, 2017 Necessários para definir com exatidão as características, localização e mapeamento dos miomas. Os exames de imagem dão uma maior precisão e podem diferenciar as lesões potencialmente malignas das benignas. Ecografia pélvica transvaginal Ecograficamente, os miomas surgem tipicamente como lesões nodulares sólidas com origem na camada miometrial. FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Na vasta maioria dos casos, a ecografia pélvica é suficiente na identificação e no diagnóstico diferencial entre miomas uterinos e outras patologias pélvicas FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Vantagem: É fácil de usar, é segura, tem baixo custo (comparativamente a outros exames de imagem) e está facilmente disponível. A sensibilidade da ecografia diminui nos casos de úteros muito volumosos, nos que contêm múltiplos nódulos de miomas e também quando os miomas são pequenos ou subserosos. Ecografia pélvica transvaginal Google imagens Ecografia pélvica transvaginal FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Tem um papel muito limitado no diagnóstico de miomas uterinos. Não permite o diagnóstico diferencial com segurança entre miomas uterinos e outras massas uterinas ou cervicais. O achado mais frequente é o aumento do tamanho uterino ou deformidade dos seus contornos. Tomografia computorizada (TC) Tomografia computorizada (TC) Incursos, 2019 Ressonância magnética (RMN) FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos É o método de imagem mais fidedigno no diagnóstico, mapeamento e caracterização dos miomas uterinos, tendo-se tornado um complemento da ecografia em casos selecionados. Uma das maiores preocupações é distinguir condições benignas das malignas FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Desvantagem: Devido ao fato de ter um custo muito elevado, a realização deste exame de imagem só se justificará em casos selecionados de massas pélvicas que suscitam dúvidas no exame ecográfico. Ressonância magnética (RMN) Doctoralia Lab, 2020 Ressonância magnética (RMN) Tratamento Deve ser sempre individualizado, de acordo com as manifestações clínicas, desejo de preservar a fertilidade e características da paciente. Medicamento Cirúrgia Anti-inflamatório não esteroides (AINE’s) Visam o alívio das dores pélvicas. Redução do fluxo menstrual em caso de menorragia. FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos A terapêutica estroprogestativa combinada ou progestativa isolada tem sido usada no controle da hemorragia associada aos miomas. É feita indução de atrofia ou estabilização endometrial, além de reduzir o tamanho uterino, o que consequentemente diminui o sangramento. Terapêutica hormonal estroprogestativa/progestativa FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos DIU medicado com Progestativo Redução do fluxo menstrual em caso de menorragia e prevenção de concepção. FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Google Imagens Induz uma diminuição dos níveis de estrogênios e progesterona antes da menopausa. Diminuição do volume dosmiomas e volume uterino, tendo redução de 43% em 19 dias de tratamento. Tratamento hormonal com GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofina) FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Embolização das Artérias Uterinas (EAU) Técnica que consiste na punção da artéria femoral direita, para que seja introduzido cateter e, em seguida, cateterizar as artérias uterinas com auxílio de contraste. Após identificação da artéria uterina, micro-esferas de Álcool Polivinil(PVA) são lentamente injetadas até que a oclusão vascular seja completa. AVELINO, Lorena Glória Braga. Miomas uterinos: formação, diagnóstico e tratamento. Ao final, o controle arteriográfico é realizado para confirmar a eficácia na redução da vascularização dos fibromas. A técnica produz alterações isquêmicas pela redução do fluxo arterial sem causar lesão permanente no restante do útero, basendo-se no fato de que miomas são suscetíveis à degeneração, pois seu crescimento é proporcional ao suprimento sanguíneo. Embolização das Artérias Uterinas (EAU) AVELINO, Lorena Glória Braga. Miomas uterinos: formação, diagnóstico e tratamento. Miomectomia É uma remoção cirúrgica do mioma uterino, sendo uma opção para mulheres que pretendem preservar o seu útero. Relata-se uma diminuição das menorragias em 80% das mulheres, mas um risco de recorrência de 25- 51%, com 10% dos casos necessitando re-intervenção. FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Consiste na retirada cirúrgica do útero podendo ser total na qual o corpo e colo do útero são removidos, subtotal onde apenas o corpo do útero é removido e radical quando se extrai todo o útero, os tecidos e ligamentos adjacentes, o colo do útero e a parte superior da vagina. É o único tratamento definitivo para mulheres com miomas uterinos sintomáticos que não respondem ao tratamento conservador. Histerectomia FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos AVELINO, Lorena Glória Braga. Miomas uterinos: formação, diagnóstico e tratamento. Desvantagem de comprometer definitivamente a fertilidade e de ser uma intervenção cirúrgica maior. A abordagem deve ser individualizada, podendo a via ser vaginal ou abdominal (laparotomia ou laparoscopia) ou, ainda, uma combinação das duas abordagens, chamada de histerectomia vaginal assistida por laparoscopia (LAVh). Histerectomia FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos Google Imagens Google imagens. YouTube Você Bonita (Minuto 6:50 até 8:15) Conclusão Miomas são tumores uterinos formados por tecido muscular, geralmente são benignos. Em sua grande maioria, os miomas não ocasionam nenhum sintoma. Entretanto, podem causar aumento do fluxo menstrual, aumento do abdômen, dor pélvica e, em alguns casos, até mesmo infertilidade. O diagnóstico pode ser realizado pelo exame físico, mas a ecografia pélvica vaginal deve ser solicitado pra confirmação. O tratamento deve ser individualizado, através de medicamentos ou cirurgia. Sua causa ainda é desconhecida e acomete mulheres principalmente na fase reprodutiva. Por isso é muito importante durante a consulta ginecológica abordar o assunto, principalmente se houver antecedentes familiares, para que a paciente receba orientação e tratamento adequado, evitando maiores complicações. Referências FARIA, J. GODINHO, C. RODRIGUES, M. Miomas uterinos – revisão da literatura. Acta Obstet Ginecol Port. v. 2, n. 3, p. 131-142, 2008. STEWART, E. A.; LAUGHLIN-TOMMASO, M.D.S.K.; Uterine fibroids (leiomyomas): Epidemiology, clinical features, diagnosis, and natural history. DA SILVA, A. L. B., SEIBEL, S. A., CAPP, E., CORLETA, H. V. E. Miomas e infertilidade: bases fisiopatológicas e implicações terapêuticas. AVELINO, Lorena Glória Braga. Miomas uterinos: formação, diagnóstico e tratamento. 2015. 19 f. Monografia (Graduação) - Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2015. BOCLIN, Karine de Lima Sírio; FAERSTEIN, Eduardo. Prevalência de diagnóstico médico auto-relatado de miomas uterinos em população brasileira: Padrões demográficos e socioeconômicos no Estudo Pró-Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia [online]. 2013, v. 16, n. 2, pp. 301-313.
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