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PATOLOGIAS NA RADIOLOGIA DE TÓRAX PADRÕES BÁSICOS NO RX DE TÓRAX - São os 03 padrões patológicos mais comuns: alveolar (acinar), intersticial e hilar. - Padrão alveolar: caracterizado por opacidade homogênea que varia de acordo com a extensão da lesão (pequena, segmentar, todo espaço). - Padrão hilar (ou adenopatias hilares): aumento dos gânglios no hilo pulmonar. - Etiologia: inflamações, neoplasias, infecções, etc. - É importante diferenciar acometimento vascular (que aumenta o diâmetro do hilo) do padrão hilar típico. - Padrão intersticial: atinge o tecido de sustentação do pulmão. - Afeta vasos, paredes dos brônquios, alvéolos, vasos linfáticos, septos interlobulares, etc. - 05 divisões o interstício: peribroncovascular, centrolobular, subpleural, septos interlobulares, intralobular. - O padrão intersticial pode ainda se mostrar: reticular (formato de rede), micronodular (nódulos pequenos) e reticulonodular (misto). - Padrão nodular está relacionado à tuberculose miliar. - Padrão reticular lembra uma rede ou trama. - Padrão misto HEMITÓRAX OPACO - Pode ser por consolidação, material purulento, tumor, derrame pleural, atelectasia, agenesia pulmonar, pneumectomia, próteses mamárias. - O normal é ser transparente. - Ex: derrame pleural, pneumectomia, atelectasia. HEMITÓRAX HIPERTRANSPARENTE - Também é preocupante se fugir do fisiológico. - Pode ser causado por ausência de tecido mole, sd de Poland (agenesia do m. peitoral), mastectomia, enfisema lobar congênito, pneumotórax colabando o pulmão, bronqueolite obliterando gerando pulmão radiolucente, aspiração de CE, etc. - Ex: sd de Poland - Ex: mastectomia esquerda. CONSOLIDAÇÕES - Se mostram como atenuação do parênquima pulmonar, escurecendo margens de vasos e paredes de VAs. - Confundido com o padrão de vidro fosco na TC, mas nesse podemos ver os vasos e componentes pulmonares. - Consolidação x vidro fosco: - A consolidação (na esquerda) não permite visualizar nada através do aumento de densidade, enquanto no vidro fosco podemos ver vasos e brônquios. - O início da consolidação pode ser confundido com o padrão de vidro fosco. Daí diferenciamos pelo broncograma aéreo, presente na consolidação. - Setas (consolidação); cabeças de seta (vidro fosco). BRONCOGRAMA AÉREO - Ocorre quando existem brônquios/bronquíolos pérvios no meio de uma lesão pulmonar. - Mais comum em consolidações e atelectasias e em pcts que fizeram grande grau de expiração no exame, edema pulmonar, membrana hialina, contusão pulmonar, etc. - Visto tanto no Rx como na TC. NÓDULO E MASSA PULMONAR - Principal diferença é em relação ao tamanho. - O nódulo (NPS) é uma única opacidade pulmonar arredondada, bem circunscrita, envolta em parênquima com diâmetro menor ou igual a 3cm. - Lesões maiores que 3cm são consideradas massas. ESCAVAÇÃO/CAVITAÇÃO - Lesão no interior do parênquima pulmonar, com parte central necrosada, e que foi expelida pela árvore brônquica, deixando espaço com conteúdo aéreo. - Principais diagnósticos a se pensar são tuberculose pulmonar e neoplasias pulmonares. - Ex: tuberculose (E) e tumor pulmonar com necrose (D). - O tumor de pulmão que mais gera cavitações é o de células escamosas. - Ex: cavitação formada por infarto pulmonar. - Ex: pneumatocele (cisto pulmonar) encontrado em pneumonias pode ser confundido com cavitação. SINAL DA SILHUETA - Utilizado quando não existe incidência de perfil para localizar a lesão. - Imagens com densidades semelhantes no mesmo plano terão um contorno único ou compartilham o contorno borrado. - Ex: lobo médio do pulmão D está em contato com os contornos cardíacos, logo se uma lesão e o contorno tiverem o mesmo contorno, a lesão estará no lobo médio. PRINCIPAIS PATOLOGIAS DA RADIOLOGIA DE TÓRAX PNEUMOTÓRAX - Acúmulo de ar entre as pleuras parietal e visceral, aumentando a pressão intratorácica, com colapso do tecido pulmonar, levando à hipóxia. - Pode ser aberto, fechado, traumático, espontâneo e iatrogênico. - O ar na cavidade pleural tende a empurrar o pulmão adjacente até colapsar o mesmo. O pneumotórax é percebido no Rx ao olhar as periferias e é observada a perca da trama vascular pulmonar. - Cuidado com Rx muito penetrados, que podem fazer com que haja perca da trama vascular. - Cuidado com pneumotórax hipertensivos, que desviam estruturas mediastinais, que precisam de intervenção rápida. - Algumas vezes é possível ver o folheto visceral separado do parietal. - Na TC o pneumotórax é uma lesão hipodensa. PNEUMOPERICÁRDIO E PNEUMOMEDIASTINO - Se tratam de ar no saco pericárdico e ar na cavidade mediastinal. - No pneumopericárdio, há uma diferença de opacidades notável (ar radiopaco e pericárdio radiotransparente). - Pneumomediastino é uma lesão descontínua e que traz consigo outras patologias a base de ar, como o enfisema subcutâneo. - Ex: pneumopericárdio x pneumomediastino. - O pneumopericárdio é mais bem delimitado e contínuo, enquanto o pneumomediastino é descontínuo. O ar altera a disposição conforme se muda a posição. Normalmente o ar se delimita apenas ao pericárdio. - O pneumomediastino não muda pela posição, e geralmente acompanha enfisema subcutâneo. Pode haver extensão da lesão para outros sítios anatômicos. - Podem coexistir no mesmo paciente em vítimas de trauma. - Em pacientes pediátricos com pneumomediastino é observado o sinal da asa de anjo, onde o ar desloca o timo e provoca formato de asa. DERRAME PLEURAL - É o acúmulo normal de líquido na cavidade pleural. É formado por mecanismos que aumentam a entrada ou diminuem a saída de líquido do espaço virtual, decorrendo de um desequilíbrio hidrostático e osmótico. - Fatores que aumentam o fluxo de líquido no espaço: - Aumento da pressão hidrostática na microcirculação sistêmica (Insuficiência cardíaca congestiva); - Diminuição da pressão oncótica plasmática (síndrome nefrótica); - Aumento da permeabilidade vascular pleural (pneumonia); - Diminuição da pressão no espaço pleural; - Redução da função linfática pleural (tumores e inflamações infiltrantes); - Situações de ascite, geralmente por cirrose hepática. - As manifestações clínicas são dispneia, dor pleurítica e tosse seca. O hemitórax correspondente se encontra abalado, com percussão maciça, MV diminuído ou ausente, e redução ou ausência do FTV. - O estudo do derrame inicia-se com o Rx de tórax, se possível em ortostase e PA, porém nem todos aparecem nesse exame. - Derrames livres menores que 170mL dificilmente obliteram o seio costofrênico lateral. - Em pcts de UTI, acamados, também é difícil ver. Nesse caso o seio costofrênico posterior é obliterado. Usar TC. - Os derrames podem ser livres, intercissurais (tumor fantasma), loculados e subpulmonares. - O derrame é avaliado em 03 incidências: PA, AP e Lawrell (DL). - Na incidência em PA, é formada a parábola de damoiseau ou sinal do menisco. Isso ocorre porque o líquido na pleura vai gerar uma pressão positiva na parte inferior e negativa na parte superior, fazendo com que a água “escale” e dê aspecto de parabola. - Sinal presente no Rx e na TC. - Lembrar de 03 fatores: - A água gera compressão passiva dos pulmões. - O maior derrame pleural tende a fazer o deslocamento contraletral de estruturas do mediastino. - Somente a TC pode dizer a natureza do derrame pleural. - Há também ausência de broncograma aéreo na parte radiopaca, o que serve de diferenciação de consolidações grandes. - Atentar para o apagamento dos seios costofrênicos, formando parábolas compatíveis com derrames pleurais. - Ex: volumoso derrame pleural que desloca estruturas contralaterais. - Ex: atelectasia passiva (vermelho) por derrame pleural. - Ex: derrame percebido apenas em Rx de perfil, por apagar o seio costrofrênico posterior. - O Rx em Lawrell só será utilizado para separar o que é líquido do que é espessamento pleural. - A TC permite distinguir facilmente a distinção entre derrame pleural e lesões sólidas, especialmente após contrastevenoso. - Permite também identificar qual a etiologia do derrame. - Espessamento pleural completo, espessamento nodular e envolvimento de pleura mediastinal sugerem derrame neoplásico. - Alto coeficiente de atenuação sugerem hemotórax. - Hiper-realce da pleura após injeção de contraste sugere exsudato infeccioso. - Ex: área de hiperatenuação que sugere sangue de um hemotórax. - USG tem alta sensibilidade para detectar derrames pleurais e quantificar o volume. - Detecta também septações, espessamentos da pleura e a presença de grumos de fibrina no líquido indicam exsudato. - Permite distinguir lesões líquidas de sólidas e que não mudam com decúbito. - Permite localizar o derrame na hora da toracocentese. DERRAME PERICÁRDICO - É a existência excessiva de líquido entre os folhetos do pericárdio. - Pode causar repercussões hemodinãmicas graves, como o tamponamento cardíaco. - Lembrar da tríade de Beck ingurgitamento de jugular, hipofonese de bulhas e hipotensão. - No trauma, o derrame representa hemopericárdio. - No Rx “coração em formato de moringa” - Há aumento do índice CT. - No USG há líquido (lesão anecóica ou preta) no saco pericárdico. - Na TC é possível avaliar a densidade da lesão para identificar o hemopericárdio. - O tratamento básico é a drenagem. - A TC identifica a densidade da lesão. ATELECTASIA - É a condição de expansão incompleta do pulmão. Refere-se ao colapso parcial ou completo de um pulmão. - Pode ser obstrutiva, compressiva, restritiva, cicatricial, tensional, adesiva, etc. - No Rx, há hiperdensidade (opacidade), deslocamento das cissuras interlobares (retração), elevação do diafragma, redução dos EIC, hiperinsuflação compensatória e deslocamento do hilo. Na TC, ocorre perca da densidade de ar (torna-se hiperdensa). - Ex: atelectasia de lobo superior D na imagem da esquerda, com desvio traqueal e aumento da opacidade. À direita, atelectasia de lobo inferior direito. - Ex: atelectasia no pulmão esquerdo pode puxar a hemicúpula, deixando uma área opaca (asteriscos). Há também desvio da traqueia e outros componentes (setas). - Ex: na TC vemos uma área totalmente hiperdensa (segmento pulmonar que colabou). - Existem atelectasias cicatriciais (sequelas de tuberculose) e compressivas (pneumotórax). ENFISEMA PULMONAR/DPOC - Doença crônica de destruição e dilatação alveolar. É irreversível e lentamente progressiva. Há hiperinsuflação (por rotura dos alvéolos) e obstrução ao fluxo de ar nas VAs, resultando em obstrução pulmonar crônica. A principal causa é o tabagismo. - No Rx, encontramos: retificação diafragmática, aumento dos EIC e aumento do espaço retroesternal. - Na TC encontramos: destruição do parênquima pulmonar (bolsões de ar que prendem o ar). - No Rx em perfil, observamos aumento do espaço retroesternal e retificação do diafragma. - Alguns achados indiretos: aumento da transparência pulmonar de forma difusa e aumento do diâmetro AP do tórax. - Na TC são vistos vários aprisionamentos aéreos alterando a hipodensidade pulmonar. Os vasos acompanham esses bolsões. - Ex: pulmão normal x DPOC TUBERCULOSE - Doença infecciosa causada pela Mycobacterium tuberculosis. Os achados radiológicos incluem granuloma residual calcificado até opacidades em ápices pulmonares e pneumonias cruzadas. - Podem haver escavações, padrões miliares e adenopatias. Na tuberculose primária podem haver alterações hilares (padrões hilares) e infiltrados. - A manifestação inicial da doença é o foco de Gohn no lobo inferior direito. - Ex: observar opacidade em ápices. - As opacidades podem evoluir e se agrupar, dando origem a cavitações com nódulos acinares de permeio. - Ex: cavitações na região apical do pulmão D com lesões acinares permeando. - Infestações podem advir tanto da primoinfecção como de focos latentes não tratados. Em pcts que não desenvolveram a doença é comum achar granulomas calcificados residuais. - Ex: observar padrão difuso (tuberculose miliar), com padrão micronodular. PNEUMONIA - Inflamação pulmonar causada por agente microbiano. Pode ocorrer nos alvéolos, alterando a transparência, ou nos bronquílos e brônquis (broncopneumonia). Podem ser lobar, redonda, aspirativa, etc. - Na radiologia, observamos opacidades consolidativas, além de broncograma aéreo. - Na broncopneumonia, há uma grande disseminação de opacidades e de aspectos consolidativos. Na pneumonia alveolar, há apenas um pequeno foco consolidativo e restrito. A broncopneumonia será sempre mais difusa. BRONQUIECTASIA - Dilatação e distorção irreversível dos brônquios, destruindo os componentes da parede. - Pseudobronquiectasia dilatação brônquica que surge de processos inflamatórios agudos, mas é reversível. - Na radiografia, o que ocorre é que o diãmetro da árvore respiratória não irá diminuir conforme chega à periferia. - Pode ser cilíndrica, cística e varicosa. - Ex: dilatações saculares causadas por bronquiectasia. - Na TC, há perca da proproção entre brônquio e vasos, identificando o sinal do anel de sinete.
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