Buscar

Relatório I Pronto

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
FACULDADE DE QUÍMICA 
CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA 
LABORATÓRIO DE QUIMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – (QM01018) 
 
 
 
EXTRAÇÃO DE MATERIAL ORGÂNICO DA AMÊNDOA DO BACURI 
 
PROF. DRª. ELOISA HELENA DE AGUIAR ANDRADE 
 
 
 
 
BLENDA KEROLLIN GOMES DIAS – 201710840030 
MICHEL DE MAGALHAES MARINHO DOS SANTOS – 201710840006 
WENDELL DA SILVA GOMES – 201710840071 
WERLLEY DENISON LIMA DE LIMA – 201810840031 
 
 
 
BELÉM-PA 
2021 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
FACULDADE DE QUÍMICA 
CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA 
LABORATÓRIO DE QUIMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – (QM01018) 
 
 
 
EXTRAÇÃO DE MATERIAL ORGÂNICO DA AMÊNDOA DO BACURI 
 
 
BLENDA KEROLLIN GOMES DIAS 
MICHEL DE MAGALHAES MARINHO DOS SANTOS 
WENDELL DA SILVA GOMES 
WERLLEY DENISON LIMA DE LIMA 
 
 
Relatório apresentado ao curso de 
Química, da Universidade Federal do 
Pará, como requisito para obtenção 
de nota da disciplina de Laboratório 
de Orgânica Experimental I. 
 
BELÉM-PA 
2021 
1. INTRODUÇÃO 
O Bacuri (Platonia insignis, Mart.) é um fruto produzido pelo bacurizeiro. 
A fruta mede cerca de 10 cm e apresenta uma casca dura e resinosa, 
com polpa branca, de aroma agradável e sabor intenso. As sementes são 
grandes e oleaginosas, normalmente de 1 a 4 em cada fruto, forma oblongo-
angulosas. As aplicações fitoterápicas desse óleo são popularmente difundidas 
no Marajó como um remédio eficaz contra picadas de aranhas, de cobras, e no 
tratamento de problemas de pele e contra dor de ouvido, além de ser 
considerado um remédio miraculoso contra reumatismos e artrites 
Encontra-se em estado silvestre na região amazônica, estendendo-se ao 
Maranhão, Goiás e Mato Grosso. Seu centro de dispersão é, entretanto, o estado 
do Pará, ocorrendo em quase todos os municípios, em áreas mais ou menos 
descampadas ou de vegetação baixa. Proliferam com muita facilidade, tanto de 
sementes abandonadas como de brotações de raízes. Florescem regularmente 
entre junho e julho. A queda dos frutos tem início em dezembro, prolongando-se 
até maio do ano seguinte. São comercializados nos mercados de Belém e em 
municípios próximos (CAVALCANTE, 1976). 
O endocarpo carnoso do fruto do bacuri possui um sabor ácido peculiar 
que ο torna apreciadíssimo para ο consumo in natura ou sob a forma de 
compotas, doces, sucos, sorvetes e licores. O preparo e consumo destes 
produtos é praticamente restrito à Amazônia. Sua exportação para fora do país 
e, mesmo para outras regiões do Brasil, verifica-se ainda na forma quase 
artesanal. A análise do endocarpo do bacuri, por cromatografia líquida de alta 
pressão em fase reversa, evidenciou a presença de vitamina C (1,3 mg/100mg) 
e vitamina Ε (0,3 mg/100 mg). A amêndoa contém 57,0% de gordura, segundo 
PECHINIK & CHAVES (1945) merecendo, portanto, estudo mais acurado. 
2. OBJETIVO 
Empregar as principais técnicas de um laboratório de Química Orgânica 
utilizando-se matéria-prima da região (Amazônica) e, preferentemente, aquela 
que normalmente é descartada. Como por exemplo, caroços de bacuri. Esse tipo 
de material botânico é rico em triacilgliceróis, o que permite que várias técnicas 
sejam empregadas. 
3. MATERIAIS UTILIZADOS 
3.1. Materiais para preparação 
- 40 Caroços de Bacuri 
- Faca 
- Processador 
- Balança 
3.2. Materiais utilizados em extração em extrator soxhlet 
- Extrator de Soxhlet 
- Manta aquecedora 
- Papel de filtro 
- Pedras de porcelana porosa 
- Solventes orgânicos (Hexano) 
- Material botânico 
3.3. Materiais utilizados em extração por maceração 
- Frasco de Erlenmeyer 
- Solventes orgânicos (Hexano e Metanol) 
- Funil 
- Papel de filtro 
- Material botânico 
 
4. METODOLOGIA EMPREGADA: 
Inicialmente separou-se os caroços de bacuri da polpa, e depois foram 
retiradas as amêndoas com auxílio de uma faca, e trituradas utilizando um 
triturador (apenas as amêndoas). Após a trituração, o material ficou exposto ao 
sol por 2h para secagem. 
4.1. Extração por Soxhlet 
Após a secagem, utilizou-se 90g do material botânico seco para extração 
a quente; foram adicionados as 90g ao cartucho de papel e inserido ao extrator 
de soxhlet, e em seguida feita as adaptações: balão/extrator e 
extrator/condensador. Onde foram verificados os tubos de borracha e o fluxo de 
água do condensador. 
Logo após, foi adicionado ao copo do extrator, o solvente (hexano) com 
um volume de duas vezes o volume do sifão. Ao iniciar o aquecimento da manta, 
o solvente entra em ebulição e libera vapores onde irão subir ao tubo condutor 
de vapor, chegando ao condensador onde irá resfriar e cair em cima do cartucho 
de papel, enchendo o tubo de soxhlet junto com o sifão e retornando ao balão 
ocorrendo um processo de refluxo, onde é necessário no mínimo três passagens 
para extração completa do material, e por fim deixar em repouso para a 
evaporação do solvente. 
 
Figura 1: Sistema extrator de soxhlet montado. 
 
 
4.2. Extração por maceração 
Foi transferido para um Erlenmeyer, 150g do material botânico seco e 
triturado. Em seguida, adicionado o solvente (hexano) de maneira que fique 
acima do material. Logo após, o frasco foi tampado e deixado em repouso por 
sete dias, sendo agitado de vez em quando. Após esse período, separou-se a 
parte líquida pelo processo de filtração simples utilizando a capela, onde 
retornamos o mesmo solvente ao Erlenmeyer com o material botânico para 
continuar a extração por mais sete dias e por fim, juntar os filtrados e concentrá-
los parcialmente em evaporador rotativo ou por destilação simples. 
 O próximo passo foi resfriar a solução hexânica parcialmente concentrada 
e verificar a formação de sólido, repetindo o procedimento de filtração do sólido, 
concentração da solução e pesagem do extrato. Após a extração com hexano, o 
procedimento da extração continuou utilizando-se metanol. E em seguida, a 
separação do sólido, terminar a concentração e pesar o extrato. 
 
 
Figura 2: Extração a frio do material botânico. 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Com base na tabela 1, é possível fazer a análise comparativa de dois 
métodos de extração e de dois solventes utilizados em um desses métodos. 
Tipo de 
extração 
Quantidade 
utilizada 
Solvente Componente 
sólido 
Extrato Rendimento 
(%) 
Extração a 
quente 
(Soxhlet) 
 
90,0 g 
 
Hexano 
 
10,0 g 
(tripalmitina) 
 
15,0 g 
 
11,1 
Extração a frio 
(maceração) 
 
150,0 g 
 
Hexano 
 
8,0 g 
(tripalmitina) 
 
3,0 g 
 
5,3 
Extração a frio 
(maceração) 
 
150,0 g 
 
Metanol 
 
9,0 g 
 
- 
 
6,0 
Sobre os métodos de extração por maceração e soxhlet, o soxhlet 
apresentou um rendimento bem maior em relação à maceração, além de ser 
realizado em um tempo mais curto também. O processo de evaporação e 
condensação do hexano no método soxhlet permite uma extração mais eficiente 
e um melhor aproveitamento do solvente que permanece dentro de um ciclo. 
A extração a frio (maceração) que é realizada a partir de dois solventes 
diferentes nos mostra que a composição dos extratos obtidos é 
predominantemente de compostos polares, como mostra na tabela acima. 
Comparando os métodos de extração a frio e a quente, os rendimentos 
apresentados na tabela nos mostram que as técnicas e sistemas utilizados foram 
mais influentes do que a composição química dos solventes no processo de 
extração. 
6. CONCLUSÃO 
Maceração é um método de imersão pelo qual as substâncias são 
suavizadas e extraídas em um líquido, enquanto a percolação é um método de 
fermentação no qual o líquido passa por um filtro com o composto seco e moído. 
A maceração leva muito tempo do que a percolação. A principal diferença entre 
maceração e percolação é o método de extração de substâncias. 
7. QUESTÕES 
7.1. Como funciona o extrator de Soxhlet? 
O extrator Soxhlet faz partedas vidrarias para laboratório e foi criado para 
a extração de lipídios e outras substâncias sólidas que são insolúveis em água, 
mas solúveis em compostos orgânicos. O funcionamento desta peça começa 
com a introdução do sólido no reservatório, é importante que este material esteja 
envolto por um papel filtro. A extração acontece com o uso de solvente que fica 
no balão e é aquecido com o auxílio de uma manta aquecedora. 
7.2. Qual a finalidade de se versar o cartucho com algodão na 
extração soxhlet? 
Para absorver com mais propriedade o aquecimento da manta. 
 
7.3. Por quê a altura do cartucho deve ser menor do que a do sifão? 
Considerando o funcionamento do sistema sifão e os objetivos ao se 
realizar a extração por meio do método soxhlet, o cartucho deve ser mantido 
abaixo do topo do sifão para que o solvente consiga “cobrir” o material a ser 
extraído com mais eficiência antes que o extrato seja drenado. Deste modo, o 
solvente possui maior contato com o material orgânico que está imerso e a 
extração das substâncias de nosso interesse são melhor extraídas. 
7.4. Qual a finalidade da pedra de porcelana porosa? 
A função da porcelana porosa é evitar uma ebulição tumultuosa durante 
o aquecimento do líquido dentro do balão de destilação e só depois que se inicia 
de fato o processo de destilação. Ajudam a liberar ar na solução, o que causa 
uma quebra da tensão superficial do líquido, impedindo que o este sofra uma 
ebulição tumultuosa 
7.5. Comparar as técnicas de maceração por extração e por 
percolação 
Maceração refere-se ao processo de tornar-se amolecida por imersão em 
um líquido, enquanto a percolação se refere ao processo de um líquido passando 
lentamente por um filtro. O objetivo principal da maceração é obter substâncias 
mais suaves em meio líquido, enquanto o objetivo principal da percolação é 
extrair substâncias específicas em um líquido. 
 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARAUJO, E. C. E.; VALOIS, E. C.; FERREIRA, V. M. Bibliografia do bacuri 
(Platonia insignis, Mart.). Embrapa Meio-Norte-Documentos (INFOTECA-E), 
1999. 
CAVALCANTE, P. B. Frutas Comestíveis da Amazônia 3. 1976. 
GUEDES, Z.B.L.; ORIÁ, H.F.; SANTOS, M.S.S.A. Estudo da fração lipídica da 
amêndoa do bacuri (Platonia insignis, Mart.) Boletim do Centro de Pesquisa e 
Processamento de Alimentos, v.8, n.1, p.23-27, jan/jun. 1990. 
LACERDA, M.; LORENZI, H. Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas (De 
Consumo In Natura). Nova Odessa: Plantarum, 2006. 
SILVA BENTES, M. H. et al. Estudo químico das sementes de bacuri. Acta 
amazônica, v. 16, p. 363-368, 1986. 
SILVA LEMOS, A. F. Obtenção do extrato das folhas do cajueiro (anacardium 
occidentale L.) a partir de diferentes técnicas de extração. 2018.

Continue navegando