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Desenho Arquitetônico -Cap 1

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- -1
DESENHO ARQUITETÔNICO
CAPÍTULO 1 – COMO AS TÉCNICAS DE 
REPRESENTAÇÃO DO DESENHO 
ARQUITETÔNICO SÃO IMPORTANTES NO 
PROCESSO DE PROJETO?
Inara Pagnussat Camara
- -2
Introdução
No ensino das profissões que envolvem o projeto, as representações para compreensão são por meio do mundo
visual em que há uma inter-relação entre mensagem (projeto) e linguagem (gráfica). O processo de projeto inclui
estas duas linguagens que buscam se comunicar entre os diferentes agentes e atores envolvidos, seja no
desenho, leitura ou execução de um projeto.
É através da linguagem que as pessoas aprendem a se comunicar, ainda quando crianças. Mas, em qualquer
trabalho de projeto, o principal meio de comunicação é o desenho. Esta linguagem representada por desenhos,
ou seja, a linguagem gráfica, emprega todas as funções do cérebro: analíticas, intuitivas, sintéticas e emotivas.
As pessoas devem ter acesso às informações que elas necessitam, de forma clara e bem objetiva, visando a
compreensão de um projeto e sua correta execução. Então, como é possível utilizar as técnicas de representação
do desenho arquitetônico para isto? Qual a importância destas técnicas no processo de projeto? Como obter
resultados práticos e eficientes, agilizando todos os processos de modo a conceber projetos bem detalhados e
execuções rápidas e eficientes?
Neste capítulo, serão apresentados os fundamentos do desenho arquitetônico e as suas características
fundamentais. Ainda, abordaremos o desenho no processo de projeto, através dos meios de expressão e
representação e os instrumentos, materiais e técnicas de desenho (técnico e croquis). Vamos partir da
abordagem inicial de compreensão de todo processo, para a avaliação de boas técnicas de representação e
processos projetuais eficientes e claros.
Por fim, as técnicas de representação do desenho arquitetônico são importantes no processo de projeto pois
tornam o desenho arquitetônico claro e legível, sendo fundamental para que as tarefas e execuções sejam
desempenhadas de forma eficiente e com alto nível de confiabilidade.
Vamos estudar esse conteúdo a partir de agora, acompanhe!
1.1 O desenho arquitetônico
Em plena era da tecnologia onde existem máquinas que desenham levantamentos topográficos, projetos de
arquitetura, falar de desenho arquitetônico é quase como falar em artesanato (MONTEGEGRO, 2017). Porém, o
desenho arquitetônico como representação única, não é a representação ideal para um projeto, pois ele
apresenta apenas pedaços de um projeto (planta, corte ou fachadas) e, para que o projeto seja visualizado por
completo, necessita de uma síntese ou imagem mental.
- -3
Figura 1 - O início do processo de projeto, representado por desenhos.
Fonte: Fonte: Roman Motizov, Shutterstock, 2018.
Para conhecer outros aspectos gerais relacionados ao desenho arquitetônico, clique nas abas abaixo.
Plano de ideias
O desenho arquitetônico é simbólico, bidimensional, não reflete a escala humana, não mostra cores, luzes ou
cheiros. Deste modo, é apenas um plano preconcebido com uma ideia que pode sofrer eventualidades e ser
modificada. Por isso, necessita de um processo de projeto para que possa passar do simbolismo ao técnico e
dominar a linguagem simbólica, pensando criticamente as normas e convenções.
Fundamental para o projeto
Não queremos dizer aqui que ele não é importante, muito pelo contrário. O desenho arquitetônico (foto) é
fundamental no processo de projeto, pois é por meio dele que as primeiras simbologias e ideias de projeto são
lançadas pelo projetista e onde, através de uma ideia que outras surgem até o amadurecimento final.
Breve história
O desenho começou a ser usado como meio de representação para projetos arquitetônicos ainda no período do
Renascimento. Porém, nesta época não haviam conhecimentos sistematizados da geometria descritiva, tornando
o processo simples, livre e sem nenhuma normatização ou padronização. Com a Revolução Industrial, as
máquinas que executavam projetos demandavam maior rigor e precisão, sendo necessária a padronização de
informações projetuais, visando evitar erros grosseiros na execução de produtos. Surge então, a partir do século
XIX, as primeiras normas de representação gráfica de projetos, incorporando a geometria descritiva, estudada no
século anterior (CHING, 2011; YEE, 2016; MONTENEGRO, 2017).
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1.1.1 Técnicas de representação e etapas de processo de projeto
A representação é importante em qualquer disciplina relacionada com o projeto, pois é a forma visual de
apresentar uma ideia de arquitetura. Estas ideias são o que originam as edificações, partindo de um conceito de
projeto, que se traduz em croquis e se transformam em maquetes ou em um conjunto de desenhos explorados
em seus detalhes.
Existem diversas técnicas de representação de projetos de arquitetura. Atualmente, o mercado expande para
projetos em maquetes eletrônicas e realidade virtual aumentada, em que cada vez mais confunde-se a imagem
real com a imagem eletrônica. Porém, muitos profissionais trabalham com a representação manual, uma técnica
mais artesanal de representação de projeto.
Para representar cada uma das etapas do desenvolvimento de um projeto de arquitetura que serão explanadas
na sequência, são necessárias habilidades práticas e treinamento constante por parte dos projetistas. Conforme
mencionamos acima, estes desenhos podem ser informais, feitos à mão livre ou em maquetes eletrônicas, de
acordo com a habilidade do desenhista. Em alguns casos, são necessários desenhos mais precisos, a fim de
explicar como uma arquitetura se articula e deve ser executada em seus mínimos detalhes.
Deste modo, segundo Andrade, Ruschel e Moreira (2011), o processo de projeto pode ser dividido em quatro
etapas: (1) análise; (2) síntese; (3) avaliação e; (4) representação. Para conhecê-las, clique nas abas a seguir.
• Análise
A primeira delas, que corresponde à análise, é o momento de identificar os problemas do projeto. Nesta
etapa, são definidas diretrizes, objetivos, critérios e possíveis soluções ou impactos que o projeto irá
causar para o cliente, ambiente etc. Ainda, é a fase de levantamento e assimilação de condicionantes do
VOCÊ QUER VER?
O documentário procura se pautar na clareza das linhas utilizadas peloA vida é um sopro
Arquiteto e Urbanista Oscar Niemeyer (1907 – 2012), que viveu 104 anos. Niemeyer foi um
ícone da Arquitetura Moderna Brasileira, com obras muito conhecidas, com destaque para a
cidade de Brasília, onde as linhas retas e rígidas contrastam com linhas orgânicas e suaves,
conferindo a Capital, referencia em arquitetura.
VOCÊ SABIA?
Chamamos de “croquis”, desenhos analíticos que buscam representar uma ideia ou proposta
de um projeto. Estes croquis buscam representar graficamente uma paisagem, um ambiente ou
um elemento de forma a transmitir a essência de um local de forma rápida e precisa. É uma
forma de documentar o que vemos, sem seguir regras ou padrões formais de desenho (CHING,
2011; YEE, 2016).
•
- -5
causar para o cliente, ambiente etc. Ainda, é a fase de levantamento e assimilação de condicionantes do
projeto.
• Síntese
A segunda etapa, denominada como síntese, está associada ao processo criativo e decisório. Para Kalay
(2004), a síntese é constituída de passos indiscutíveis na busca de soluções dos conflitos a partir de
compatibilização de formas, materiais, hierarquias de visuais, orientações predominantes, iluminação e
de outros tantos condicionantes que, quando articulados nesta etapa, vão constituir a edificação.
• Avaliação
A fase de avaliação visa medir e avaliar critérios qualitativos, garantindo que a solução proposta seja a
mais eficiente. Para esta etapa, existem técnicas, métodos e simulações que podem auxiliar o projetista a
atingir resultados satisfatórios e soluções potenciais. Segundo Andrade, Ruschel e Moreira (2011, p. 90),
“o objetivo é distinguir o que é compatível ou conflitante e estabelecer o grau em que a solução proposta
atende aos requisitos de desempenho definidos na fase de análise”.
• RepresentaçãoA última fase – representação - é a comunicação, por meio de desenhos, das fases anteriores. As decisões
que foram estabelecidas refletem em desenhos, modelos, perspectivas, anotações etc, que servirão de
registro de ideias para a perfeita execução de uma arquitetura – independentemente de sua escala.
Dando sequência aos seus estudos, no próximo subtópico, você aprenderá quais são as características
fundamentais do desenho arquitetônico. Vamos lá?!
1.1.2 Características fundamentais do desenho arquitetônico
Conforme já mencionamos, o desenho de arquitetura possui técnicas de representação que envolvem um
processo de projetar. Ao que definimos como processo de projeto, nada mais é do que etapas de desenho e
conceituação para chegar a representação gráfica de uma edificação ou ambiente.
•
•
•
VOCÊ QUER LER?
A realização de um projeto de arquitetura tem premissas próprias. No artigo “Arquitetura,
projeto e conceito”, de Carlos Alberto Maciel, você pode ler um estudo amplo, mas com foco no
desenho como mediador do processo projetual. Leia o artigo completo em: <http://www.
>.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/633
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/633
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/633
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Figura 2 - Representatividade de projeto por meio de protótipos.
Fonte: Jacob Lund, Shutterstock, 2018.
Desta forma, entendemos como características fundamentais do desenho de arquitetura as plantas baixas,
cortes, elevações e perspectivas que serão representativos após as quatro etapas citadas anteriormente. Para
que estas representações sejam legíveis à todas as áreas (engenharia elétrica, hidráulica, marceneiros,
carpinteiros, projetistas etc) precisam respeitar as normatizações técnicas, as quais definem a padronização de
linguagem e informação a ser reproduzida.
No próximo tópico, vamos entender os diferentes tipos de desenho e o papel de cada um no processo e
entendimento de projeto de arquitetura.
VOCÊ SABIA?
A NBR é a sigla utilizada para Norma Brasileira aprovada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Desse modo, as NBRs são uma espécie de norma técnica – estabelecida em
um consenso de pesquisadores e profissionais de diversas áreas e aprovada por um organismo
nacional ou internacional. A ABNT é uma entidade privada e sem fins lucrativos, que visa a
padronização dos processos de projeto.
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1.2 O desenho de arquitetura
Neste tópico, vamos entender os diferentes tipos de desenho e o papel de cada um no processo e entendimento
de projeto de arquitetura. Você sabe porque os desenhos tem uma importância fundamental no projeto?
Eles são importantes para que o leitor e executor de um projeto possam acompanhar a forma de entendimento e
raciocínio do autor, e ao executar, não tenham divergências entre projeto e execução.
Ainda, os desenhos são uma união de diversas linhas e traços para representar os projetos. Estes traços
começam com esboços simples e croquis, como um registro visual daquilo que o projetista quer representar.
Estes desenhos jamais devem ser apagados, pois ilustram e registram o processo criativo de um projeto.
Acompanhe a seguir!
1.2.1 O desenho no processo de projeto
Desenhar é um processo cognitivo muito curioso. Em um primeiro momento, quando desenhamos uma imagem
a qual observamos, precisamos olhar para imagem e visualizar. Em um segundo momento, ficar a atento a todas
as suas particularidades, detalhes, tonalidades, sombras para, no terceiro momento, poder expressar e
representar através da geometria nossa percepção sobre o objeto ou paisagem vista. Toda informação que
percebemos por meio do ato de olhar é processada e manipulada pela mente, para compreender ou buscar o
significado daquilo que vemos. Esse processo transforma as imagens vistas em imagens gráficas. Em alguns
casos, formamos desenhos imaginativos, nos quais as referências estão em nossa imaginação e não de forma
totalmente clara.
Desta forma, quando falamos em tipos de desenhos para representar os projetos, temos uma infinidade de
opções, variado a habilidade do projetista. Os croquis à mão livre diferem de plantas e cortes, por exemplo, por
não possuírem regras tão severas ou padronizadas ou necessidade de seguir a rigor a normatização da ABNT.
Desta forma, apresentaremos brevemente os diferentes tipos de desenho para representação.
1) Esboços e linhas de construção: os esboços são uma forma de representação de objetos de uma composição.
São esboçados em uma configuração geométrica. Uma dica interessante, é ao esboçar algum objeto, desenhar um
triângulo, círculo ou quadrado para auxiliar a manter proporções mais corretas, no caso de desenhos 2D. Em
desenhos 3D, o auxílio de um cubo ou esfera pode ser útil para esta representação.
VOCÊ SABIA?
Desenhos 2D são aqueles que possuem duas dimensões: largura e altura, ou seja,
bidimensionais. Os desenhos 3D, são aqueles que possuem três dimensões: largura, altura e
profundidade, ou seja, tridimensionais. Ambos são importantes na composição de projetos,
auxiliando nos desenhos técnicos e informativos (bidimensionais) e na compreensão
volumétrica e formal (tridimensionais).
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Figura 3 - Esboços para representação de ideias ou figuras.
Fonte: Fonte: Chaosamran_Studio, Shutterstock, 2018.
2) Croquis: os croquis são muito utilizados na composição arquitetônica. É uma ferramenta entre mão-olho-
cérebro (YEE, 2016). A representação por croquis emprega elementos como linhas, tonalidades, texturas, formas
e volumes. Se o projetista usar lápis, lapiseiras ou nanquins, irá compor croquis monocromáticos. Existem ainda
lápis e canetas indicadas para o desenho de croquis, geralmente com ponta chanfrada para que, o desenho possa
representar movimentação e maior dinâmica.
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Figura 4 - Croqui de paisagem.
Fonte: Fonte: Calesh, Shutterstock, 2018.
3) Diagramas: os diagramas são parte de um pensamento projetual. É uma linguagem abstrata, por meio de
diagramações gráficas. Elementos como setas, linhas (pontilhadas, tracejadas), símbolos, textos são importantes
para explorar ideias. Os diagramas esquemáticos contêm uma perspectiva dos projetos finais e um pouco de
essência para o projeto construtivo. Podem ser bidimensionais ou tridimensionais. Em casos bidimensionais, sua
forma mais comum de representação é através de esquemas ou gráficos à mão livre. Segundo Yee (2016, p.38),
“qualquer tipo de desenho pode ser usado como um diagrama conceitual”. O uso de diagramas permite um
desenho de arquitetura melhor pensado, pois explora diversas ideias e possibilidades antes da execução ou
representação final.
4) Perspectivas paralelas e cônicas: de acordo com Montenegro (2008), a palavra perspectiva deriva do latim
e significa “ver através de...”. Toda perspectiva é vista por um “observador” e, onde um “objeto” é observado. As
perspectivas cônicas são as que mais se aproximam da visão humana (GIESECKE, 2002) e as linhas da visão
convergem para pontos de fuga – que podem ser de um, dois ou três pontos. É uma forma de representação de
desenho de fácil entendimento e leitura.
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Figura 5 - Perspectiva com pontos de fuga.
Fonte: Fonte: Small smiles, Shutterstock, 2018.
As perspectivas paralelas são diferentes pois, conforme o nome sugere, são caracterizadas pelas linhas do
desenho que permanecem paralelas ao desenho original. Em ambos os casos, é uma forma gráfica de
representação de desenhos tridimensionais. As perspectivas ou projeções paralelas representam formas
volumétricas combinando elementos como comprimento, largura e profundidade, unificando as vistas (lateral,
superior e frontal) em uma única vista. Estas projeções podem ainda, ser axonométricas – com linhas projetantes
perpendiculares ao plano projetado e paralelas entre si- e; obliquas – linhas projetantes obliquas em relação ao
plano e paralelas entre si.
5) Projeções ortogonais: enquanto as perspectivas paralelas e cônicas possuem uma configuração
tridimensional dos desenhos, as projeções ortogonais não mostramessa projeção de forma direta. Estas
projeções são plantas, cortes e elevações.
- -11
Figura 6 - Diferença entre os sistemas de projeções.
Fonte: Fonte: YEE, 2016, p.174.
6) Plantas, cortes, elevações: plantas, cortes e elevações são representações gráficas ortogonais, em duas
dimensões (bidimensionais). A planta baixa é parte do desenho técnico, que representa a base de uma casa ou
edifício, cotado a um metro e meio (1,5m) de altura da planta baixa. Toda planta baixa possui uma escala
específica, com medidas reais de móveis e do imóvel. Você pode imaginar que uma residência abriu-se ao meio,
cortando as paredes, portas, janelas exatamente a 1,50m do piso. Você está olhando de cima, então, irá ver o
desenho dos móveis, pisos e alguns detalhes da residência. A planta baixa pode ser técnica ou humanizada. A
planta técnica contém informações técnicas para execução como: medidas, escalas, metragem quadrada dos
ambientes, nomes dos ambientes, informações de nível etc. A planta humanizada representa os móveis,
revestimentos de piso, jardins e afins. Esta representação usa cores e sombras.
As elevações ou fachadas também são representações gráficas de um projeto de arquitetura, em que são
projetadas as arestas do volume (planta baixa). São as vistas principais de uma edificação: frontal, posterior,
lateral direita e lateral esquerda. É uma forma de visualizar a edificação do lado externo. Nas elevações devem
aparecer os vãos de esquadrias (portas e janelas), elementos da fachada (materiais e acabamentos), telhados,
sombras, vegetação etc.
A representação das fachadas expressa a forma e a massa da estrutura. A quantidade de elevações a ser
desenhada é variável, ficando a critério do desenhista. Porém, quanto maiores e mais completas forem as
elevações, mais fácil é sua execução e perfeição no resultado final.
Os cortes são uma representação gráfica ortogonal da construção. Estes, buscam mostrar a dimensão vertical da
edificação, em uma espécie de “fatia”. Imagine um bolo, cortado em diversos pedaços e transfira essa imaginação
para a edificação. O corte irá mostrar como as paredes são feitas, onde passam pilares e vigas, a altura da
edificação, como são detalhados os forros e a cobertura.
A direção dos cortes varia bastante. É importante que a edificação seja cortada em locais onde tenham
informações importantes que precisam ser mostradas, como escadas, caixas d’água, coberturas, piscinas etc. Os
cortes são em geral nomeados de longitudinais e transversais. O corte longitudinal passa no maior sentido da
edificação, enquanto o corte transversal no menor sentido da edificação. Independentemente disto, o sentido do
corte deverá ser mostrado em planta baixa. Essa forma de representação, é parametrizada pela ABNT.
- -12
1.2.2 Meios de expressão e representação
No item anterior apresentamos os diferentes tipos de desenho no processo de projeto de arquitetura. Neste item,
iremos apresentar o papel de cada desenho neste processo, na compreensão e leitura gráfica.
Cada projetista tem sua forma de ler e representar os espaços. Ainda, existem habilidades que são próprias a
cada pessoa e as quais, podem ser exercitadas ao longo do tempo. Algumas pessoas possuem a habilidade da
leitura visual e do desenho à mão livre, fazendo composições de luz e cor. Outros, por sua vez, possuem
facilidade com , programas gráficos de representação de desenhos, conseguindo imagens realistas emsoftwares
alta qualidade.
Independentemente de qual sua preferência, essas ferramentas possuem o mesmo objetivo em comum, que é a
leitura e apresentação de projetos. Ainda, caso você não tenha nenhuma destas habilidades, não significa que não
possa trabalhar com projeto. Existem técnicas que auxiliam a dar os primeiros passos e com treinamento outras
habilidades se desenvolvem. Quanto mais tempo os projetistas exercitam estas técnicas, mais aperfeiçoados
serão seus desenhos e representações gráficas.
Desta forma, conforme os itens apresentados anteriormente, o papel destes tipos de desenho é diversificado,
conforme detalhado abaixo (CHING, 2011; YEE, 2016; MONTENEGRO, 2017). Clique nas abas e confira!
Esboço
Ajuda a compor um desenho e fornecer uma ideia de como ficará o produto final. Os
esboços são simples, não seguem normas. Para desenvolver esboços com qualidade é
necessário treinamento constante, para aprimorar a habilidade manual, a perfeição do
traço.
Croquis
Seu objetivo é registrar um objeto ou paisagem que se vê. Sua origem remota ao início do
século XIX e significa esboçar. O croqui não precisa ter grande refinamento, embora
existam projetistas que conseguem resultados encantadores, verdadeiras obras de arte.
Você também pode, basta exercitar a observação e reprodução de paisagens ou objetos. De
modo geral, o croqui não representa uma ideia acabada. Também não é uma forma de
representação coletiva, é muito individual na qual o indivíduo pode representar sua
experimentação, percepção ou sensação.
Diagramas
Os diagramas são parte de um pensamento projetual. É uma forma de representação ao
qual o projetista gera e organiza ideias para posteriormente formaliza-las. É uma forma de
ancoragem filosófica para o projeto, onde o objetivo é explicar o projeto. Por meio de
diagramas ou gráficos, o desenhista pode explorar soluções alternativas e a ancoragem
para a visualização de um projeto, o pensamento visual e a interpretação correta do leitor.
É por meio de linhas, pontos, formas geométricas e textos que uma construção pode ser
representada em termos de movimentação de pessoas (circulação), uso dos espaços
(zoneamento), análise da implantação (terreno), cortes de implantação ou do local e
análise da volumetria. Com diagramas, esboços e croquis é possível um entendimento
quase total de um projeto ou proposta projetual. São os primeiros passos para que as
ideias sejam reproduzidas e possa, então, iniciar os projetos técnicos e com padrões de
normatização.
Perspectivas
e projeções
As perspectivas e projeções auxiliam no entendimento tridimensional de imagens ou
ambientes. O observador pode ver um ambiente ou objeto a partir de diversas distâncias e
direções diferentes e as perspectivas e projeções auxiliam a representatividade de acordo
com o ponto do observador. Ainda, as perspectivas auxiliam quem está vendo um desenho
- -13
com o ponto do observador. Ainda, as perspectivas auxiliam quem está vendo um desenho
na compreensão de como aquele objeto, planta ou paisagem, ficará no mundo real, ou seja,
nas três dimensões pois permite visualizar altura, profundidade e largura.
Plantas etc.
Os desenhos que envolvem são formas de representação maisplantas, cortes e elevações
técnica, que os citados anteriormente. Estes são representações com o objetivo de
transformar o desenho gráfico em um projeto real e funcional. Para isto, as normatizações
ABNT são muito importantes, objetivando que todos os profissionais que participam da
prática possam fazer a correta leitura.
As plantas baixas auxiliam a leitura da disposição de móveis, portas e janelas, detalhes específicos. É na leitura
de plantas que conseguimos identificar o tamanho de esquadrias (portas e janelas), paginações (pisos e
revestimentos), mobiliário em geral, lareiras, churrasqueiras, banheiras etc. Para que seja compreensível devem
haver cotas (medidas) em toda a planta, nomenclatura dos ambientes, a metragem quadrada de cada ambiente.
Podem ainda, ter informações alternativas, mas lembrando que informações nunca são demais!
Os cortes têm a função de mostrar ao leitor e executor detalhes em altura. Uma vez que “fatia” a edificação,
permite compreender o pé direito (altura de piso à teto), os detalhes de forros, vigas, pilares. Auxilia ainda a
compreender detalhes mais específicos que precisam ser vistos em corte como alturas e desníveis de piscinas,
detalhes de ângulos em lareiras e churrasqueiras entre outros.
As vistas, elevações ou fachadas auxiliam a compreender a volumetria externa. Em uma edificação, se não
houverem fachadas bem representadas graficamente,entendemos essa edificação como uma caixa branca. Deste
modo, bem representadas, entendemos as cores, os tipos de revestimento, a forma geométrica de telhados etc.
A boa representação nos permite imaginar e visualizar a forma final de um projeto, seja ele arquitetônico ou de
interiores. Falamos muito aqui em arquitetura, mas o desenho é a forma universal de representação de qualquer
coisa, qualquer espaço, paisagem ou um simples objeto.
Finalizamos neste subcapítulo itens referentes ao desenho de arquitetura. No próximo item, iniciamos
apresentando os instrumentos e materiais que são utilizados para a representação do desenho de arquitetura e
que auxiliam para a boa representação gráfica. Continue acompanhando!
1.3 Instrumentos, materiais e técnicas de desenho
Neste subcapítulo falaremos sobre as ferramentas e materiais básicos que são utilizados em desenhos, sejam
eles técnicos ou desenhos representativos como os croquis. Os instrumentos e materiais são importantes
ferramentas de trabalho e devem ser tratados com zelo, pois auxiliam na qualidade e facilidade da representação
de projetos, croquis e esboços. Se não forem utilizados de forma correta e com o devido cuidado para
manutenção e uso, podem comprometer a qualidade e resultado final de uma imagem gráfica e diminuir o tempo
VOCÊ O CONHECE?
Uma das maiores referências em desenho de arquitetura é Frank D. K. Ching (1945), ou
conhecido apenas por Ching. Os livros deste autor abordam gráficos e representações gráficas
em arquitetura e design e é muito influente na moldagem e linguagem visual da arquitetura em
todos seus campos. O autor possui livros relacionados à graficação, técnicas de construção,
vocabulário técnicos de projetos entre outros.
- -14
manutenção e uso, podem comprometer a qualidade e resultado final de uma imagem gráfica e diminuir o tempo
de vida útil como produtos.
A intenção deste item é apresentar a diversidade de instrumentos e ferramentas disponíveis no mercado e
básicos que auxiliem no desenho e ensinar a usá-los de forma adequada. Acompanhe a seguir.
1.3.1 Os instrumentos e materiais de desenho
Neste capítulo você vai conhecer os lápis, as lapiseiras e as canetas que são necessários para traçar linhas e
desenvolver esboços, e também os instrumentos que guiam os olhos para desenharmos. Ainda iremos estudar as
superfícies indicadas para receber as linhas do desenho. Tudo isso é importante, pois para a qualidade final, um
conjunto de instrumentos devem ser usados e observados.
Embora a tecnologia continue sendo aprimorada e o mercado de esteja cada vez mais potente e softwares
diversificado, o desenho à mão e o ato cinestésico de desenhar com lápis e caneta ainda é o método mais versátil
e rápido de desenvolver uma linguagem ou de representação da arquitetura.
Vamos iniciar falando dos lápis e lapiseiras disponíveis. Os lápis são instrumentos relativamente baratos do
ponto de vista de investimento financeiro e respondem de maneira única à pressão feita sobre o papel durante a
criação do desenho (CHING, 2011). Lápis de madeira são usualmente utilizados para desenhos à mão livre,
porém devem ser adequadamente aparadas as pontas para resultado satisfatório. O indicado é 1cm da mina
aparente.
Quando estávamos na escola primária, os lápis 6B sempre estavam na listinha de itens básicos que os
professores solicitavam para os bimestres ou semestres. Mas você sabe qual a diferença entre as minas,
numeração, entre o H e o B?
- -15
Quadro 1 - Diferença entre os tipos de mina em lápis e lapiseiras.
Fonte: CHING, 2011, p 11.
As lapiseiras podem ser divididas entre lapiseiras de mina grossa e lapiseiras de mina fina. Aprenda mais sobre
elas, clicando nas setas abaixo.
As lapiseiras de mina grossa utilizam minas (grafite) comuns de 2mm. Em uma de suas pontas, elas possuem um
mecanismo propulsor que, quando acionado permite expor ou retrair a ponta da mina. Estas lapiseiras são muito
utilizadas no desenho de esboços ou croquis, permitindo uma coordenação motora menos rígida.
As lapiseiras de mina fina utilizam grafites de 0,3, 0,5, 0,7 e 0,9mm. Elas também possuem mecanismos
propulsores que avançam ou retraem a ponta da mina. Estas lapiseiras são muito utilizadas no desenho técnico,
permitindo que as minas sejam utilizadas conforme a espessura que se deseja representar. Paredes, por
- -16
permitindo que as minas sejam utilizadas conforme a espessura que se deseja representar. Paredes, por
exemplo, utilizam minas mais grossas e pesadas – como a 0,9mm-; e pisos ou móveis, utilizam minas mais finas,
pois elas necessitam de menos pressão e espessura – 0,3 ou 0,5mm.
Figura 7 - Lapiseira de mina grossa e lapiseira de mina fina.
Fonte: CHING, 2011, p.10.
Outro instrumento muito utilizado no desenho são as canetas. A caneta nanquim produz linhas de tintas precisas
e uniformes. As espessuras iniciam pelas extremamente finas (0,13mm) até algumas bem grossas (2mm). Para
as canetas nanquins, existe uma padronização especificada pela Organização Internacional de Padronização
(ISSO), que define oficialmente quatro espessuras: 0,25, 0,35, 0,5 e 0,7mm.
Como a caneta nanquim possui tinta em seu tubo, a ponta tubular (Figura 11) deve ser longa o bastante para
ficar afastada da régua ou de algum instrumento auxiliar. As pontas devem estar sempre limpas, evitando
vazamentos ou ressecamentos e após o uso manter as canetas tampadas.
Figura 8 - Forma correta de utilização de nanquins.
Fonte: CHING, 2011, p.12.
- -17
Fonte: CHING, 2011, p.12.
As réguas mais utilizadas para o desenho são as réguas T e as réguas paralelas. As réguas em T possuem uma
barra transversal em uma de suas extremidades. Esta cabeça desliza ao longo da borda de uma prancheta como
um guia, para estabelecer e desenhar linhas retas paralelas (CHING, 2011). Estas são relativamente baratas e são
portáteis, variando de 80, 100 a 120cm. Não devem ser utilizadas para corte, salvo que sejam réguas de metal.
Figura 9 - Modelo de uma régua T de metal.
Fonte: casejustin, Shutterstock, 2018.
Outro modelo de régua disponível e muito útil no desenho de linhas paralelas é a régua paralela. As réguas
paralelas possuem um sistema de cabos (linhas) e roldanas que permitem que a régua deslize sobre uma
superfície (prancheta). Estas possuem um preço mais elevado e nem sempre podem ser portáteis. Estão
disponíveis nas dimensões de 80, 100 a 120cm.
É importante observar o tamanho da folha que irá se usar antes de comprar uma régua paralela. Segundo a
ABNT, as folhas fariam do tamanho A6 até A0. A folha de ofício convencional é a A4.
Os esquadros também são um importante instrumento de desenho, pois guiam o traçado das linhas verticais e
linhas com ângulos mais específicos. Juntamente com as réguas paralelas ou em T, que o desenho técnico pode
ser representado graficamente. O esquadro tem um ângulo reto e dois de 45º ou um ângulo de 30º e outro de
60º.
Existem em esquadros de diversos tamanhos. Os menores são úteis para desenhos de áreas pequenas,
hachuramentos ou como guia para escritas – desenho de letras. Os maiores são muito utilizados no desenho de
arquitetura. Podem ainda ser de diversos materiais, mas os mais eficientes são os feitos de acrílico transparente
por sua durabilidade, resistência e facilidade de limpeza. Basta um pano umedecido com álcool para utiliza-lo
novamente. Não é indicado que sejam usados como régua, tampouco para corte de materiais.
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Figura 10 - Os esquadros são um importante instrumento de trabalho.
Fonte: Vector Stall, Shutterstock, 2018.
Existem ainda os esquadros reguláveis, os quais tem um braço móvel que é mantido no lugar por um parafuso e
uma escala que permite medir os ângulos. Eles são menos utilizados, porém muito funcionais par desenhar
inclinações de telhados e coberturas ou escadas.
Os compassos também são instrumentos utilizados, principalmente para o desenho de círculos e raios
indeterminados. O valor dos compassos varia bastante, desde valores baixos para compassos de plástico ou mais
simples até valores consideráveis paramodelos mais resistentes, metálicos e com maiores opções de adaptação
e ajustes. É indicado usar minas mais leves para que deslizem com mais facilidade e conforto no papel. Para
círculos maiores, alguns compassos permitem afixar um extensor ou ainda, existem compassos que já possuem
um prolongador. As minas podem ser ajustáveis, deste modo permite que se utilizem minas mais finas ou mais
grossas.
Os transferidores são muito úteis como instrumentos para medir e marcar ângulos. Estes também são
produzidos em diversos materiais, os quais indicamos sempre os transferidores em acrílico, pelos mesmos
motivos dos esquadros.
Uma ferramenta muito interessante de trabalho são os gabaritos. Eles possuem aberturas que guiam o traçado
de formas predeterminadas, como círculos, equipamentos sanitários (de banheiros) entre outros. Ainda, existem
gabaritos em diversas escalas ou séries graduadas baseado em frações de múltiplos de uma polegada.
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Figura 11 - Modelos de gabarito.
Fonte: Ching, 2011, p.17.
Existem ainda outros equipamentos auxiliares, como borrachas, mata-gatos e bigodes. As borrachas devem ser
macias, para facilitar apagar as marcas do desenho e não borrar o grafite. As mais indicadas são as borrachas de
vinil ou de plástico PVC. Os mata-gatos possuem cortes de várias formas e tamanhos para limitar a área a ser
apagada. É uma máscara fina de aço inoxidável muito eficiente para proteger a superfície do desenho. Os bigodes
são pequenas escovas que ajudam a limpar e manter a superfície do desenho libre de restos de borrachas e
outras partículas de sujeira.
Outro instrumento muito importante no desenho de arquitetura é o escalímetro. Como o nome remete, é uma
espécie de “régua”, utilizada para trabalhar com as escalas do desenho. A escala refere-se a uma proporção que
determina a relação entre uma representação e o tamanho real daquilo que é representado (CHING, 2011). Ou
seja, quando um projeto está em escala 1:25, significa que o desenho está 25 vezes menor que o tamanho real, se
tiver em escala 1:100, 100 vezes menor que o real e assim sucessivamente.
O escalímetro de arquitetura tem graduações em suas bordas para que desenhos em escala possam ser medidos
diretamente em centímetros e metros (CHING, 2011). Os escalímetros possuem seis lados nas seguintes escalas
de arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Existem alguns modelos chanfrados com dois lados e quatro
escalas e outros com quatro lados e oito escalas. Ainda, modelos de 15 e 30cm de comprimento.
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Figura 12 - Escalímetro de arquitetura.
Fonte: 135pixels, Shutterstock, 2018.
Falamos até aqui nos tipos de equipamentos que podem ser utilizados para o desenho, porém, além dos
equipamentos existem diferentes superfícies, e estas influenciam muito no resultado final. Cada tipo de papel ou
filme possui uma facilidade, principalmente no que diz respeito ao uso de sobreposições que permitem fazer
desenhos ou traços seletivos em uma folha e identificar o que está abaixo dela.
Veja no quadro um resumo dos tipos mais utilizados de papéis.
Figura 13 - Diferentes tipos de papeis para desenho.
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Figura 13 - Diferentes tipos de papeis para desenho.
Fonte: Elaborado pelo autora, adaptado de CHING, 2011.
Recapitulando, vimos neste subitem os instrumentos e materiais de desenho, suas aplicabilidades, forma de uso,
e algumas dicas e indicações. Que tal começar a criar esboços com os materiais que acabamos de ensinar? A
qualidade de seu desenho depende de habilidade, mas também de muito treinamento.
No próximo item, iniciamos as convenções gráficas para desenho. Você sabia que linhas ou linhas tracejadas são
diferentes e possuem significados específicos? Continue acompanhando.
1.3.2 Convenções gráficas para desenho
Para que desenhos sejam representados e compreendidos pelo leitor, seja ele leigo ou profissional, existem
algumas convenções básicas e muito importantes. Sabemos que o elemento primordial dos desenhos de
arquitetura são as marcas que a caneta ou lápis deixa quando se desloca por uma superfície, ou seja, são as
linhas. Contudo, o controle do movimento ou a força que se aplica a uma linha é importante e pode ter
significados diferentes na leitura de um projeto de arquitetura.
Mostraremos agora que todas as linhas têm uma função no desenho e é essencial que ao desenhar, o projetista
compreenda o que cada linha representa. Os seguintes exemplos de linhas podem ser feitos à mão livre ou em
softwares sem modificar seu significado.
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Figura 14 - Funções das linhas no desenho de arquitetura.
Fonte: Elaborado pelo autora, adaptado de CHING, 2011.
Com essas ferramentas, materiais e instrumentos, é possível iniciar o processo projetual de representação
gráfica. Vamos, então, no próximo tópico, estudar alguns aspectos fundamentais para desenvolver croquis.
1.4 Representação por croquis
Os croquis são uma forma de representação e principalmente de pensamento, no processo de projeto, onde não
se necessitam instrumentos caros, habilidades levadas ou uma diversidade tão grande de materiais técnicos. É
um meio ao qual o projetista organiza e formaliza as ideias e alternativas para um projeto, com o objetivo de ir
registrando informações. Estes desenhos auxiliam a esclarecer e registrar ideias e ancorar filosófica e
conceitualmente um projeto.
Os croquis geralmente são feitos à mão livre, com o uso de lapiseiras, lápis ou nanquins.
A seguir, apresentaremos todas as informações para lhe auxiliar a iniciar o processo de elaboração de croquis.
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A seguir, apresentaremos todas as informações para lhe auxiliar a iniciar o processo de elaboração de croquis.
Acompanhe.
1.4.1 Aspectos fundamentais dos croquis
Este tópico introduz uma ampla variedade de croquis conceituais e proporcionará ao aluno uma compreensão de
porque os croquis são importantes na comunicação do projeto. Segundo Yee:
Croquis conceituais são sínteses desenhadas rapidamente que representam uma série de ideias
alternativas do projeto para uma concepção imaginada. Tais visualizações podem ser imagens
iniciais brutas ou com certo refinamento, desenvolvidas por meio de desenhos. Embora possuam
uma natureza experimental, os croquis conceituais pretendem representar a realidade do projeto em
seu estado idealizado e essencial (YEE, 2016, p. 36).
Desta forma, primeiro as imagens são construídas e formalizadas na mente e depois esboçadas. Ou seja, primeiro
é um processo mental e depois um ato físico. É muito importante desenvolver a habilidade de esboçar, pois ajuda
a evoluir a representação de ideias e o refinamento de desenhos.
Popularmente, os arquitetos costumam dizer que o melhor local para desenvolver um croqui é no relaxamento
de um bar e na simplicidade de um guardanapo. Ou ainda, que as melhores ideias vêm no descanso da noite,
então tenha sempre um caderno de croquis na sua cabeceira de cama.
Compreendemos que o aspecto fundamental de um croqui conceitual é ser o ponto de partida para uma
construção de linhas, geometrias e formas, e mais tarde traduzir-se em um projeto arquitetônico com linhas mais
regradas e normatizadas. Eles possuem uma importância fundamental pois é o meio mais eficaz de ir registrado
e desenvolvendo ideias à medida que elas acontecem.
CASO
Em uma primeira reunião com um cliente, o arquiteto recebeu e captou várias informações de
necessidades e desejos de um jovem casal. Eles queriam uma residência ampla, com espaços de
pé direito alto, janelas voluptuosas e um pátio grande para animais. Porém, o escritório estaria
entrando em férias coletivas, e todos os profissionais ficariam ausentes pelo período de 15
dias. Após a reunião, o arquiteto se reuniu com seus colaboradores, que participariam do
processo projetual deste cliente e destacou:
Diante do uso de croquis, no retorno das férias, a equipe pode retomar o projeto e de forma
visual e relembrar todas as solicitações feitas pelo jovem casal. Essa abordagem, com o uso de
desenhos aleatórios, foi útil para que a representação não ficasse apenas em textos, que
poderiamser compreendidos ou distorcidos. O croqui se tornou um registro de imagem,
facilitando o desenho e processo criativo iniciado posteriormente.
• As informações gerais que o cliente queria;
• Representou croquis de todas as necessidades recebidas em reunião.
•
•
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Figura 15 - Croqui conceitual X projeto executado.
Fonte: YEE, 2016, p. 73.
Como os croquis não carecem de escala, é interessante durante a evolução da habilidade, trabalhar com folhas
milimetradas para ter noção da proporção, que auxilia, e muito, na representação gráfica. Desta forma, os
rabiscos tornam-se vitais para o trabalho acontecer.
Segundo Yee (2016, p. 74), “muitas vezes, esses rabiscos altamente imaginativos são desenvolvidos sem
observar as restrições pragmáticas encontradas no mundo físico (ex., gravidade, clima etc.). O que significa é que
estes conceitos, o que os croquis querem representar significa muito sobre pensamento e imaginação”.
1.4.2 Ferramentas para desenvolver croquis
Os croquis são extremamente úteis para representações ou trabalhos rápidos de projeto. Auxiliam ainda na
experimentação de projetos, podendo ser uma forma rápida de demonstrar materiais e texturas que podem ser
utilizadas no desenho. Clique nas setas a seguir, para conhecer mais sobre o tema.
Desta forma, os croquis podem ser feitos e representados por meio de softwares, mas o mais rápido e eficiente
continua sendo o desenho à mão livre. É importante, porém, ter as ferramentas adequadas para o
desenvolvimento de croquis.
A boa notícia é que você deve possuir em casa todas as ferramentas básicas para desenvolver bons croquis. De
início o indicado são papéis (sulfite, manteiga), lápis com minas B – por serem mais macios –, lápis de cor – de
preferência os aquareláveis -, borracha, apontador e uma régua.
Abaixo uma imagem ilustrativa de um croqui, desenvolvido apenas com diferentes minas valorizando o desenho
de uma arquitetura com luz, sombra e efeitos de tonalidades. Que tal começar?
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Figura 16 - Croqui representativo de uma fachada - arquitetura
Fonte: Elaborada pelo autora, baseado em CHING, 2011.
Croquis ainda podem ser feitos através da modelagem digital, com o auxílio de softwares gráficos. Estes modelos
são tão úteis quanto os desenhos à mão livre, porém demandam mais tempo, investimento e conhecimento dos
programas. Nem sempre temos tempo hábil para desenvolver um croqui em realidade virtual.
Desta forma, finalizamos esse capítulo te desafiando a trabalhar com o croqui à mão livre, treinando em ocasiões
e paisagens diferentes. Experimente reproduzir um objeto e depois vá aumentando a escala e complexidade de
sua reprodução. É o treinamento que leva a excelência! Bom trabalho!
Síntese
Chegamos ao final do capítulo. Aprofundamos nosso conhecimento sobre o desenho arquitetônico, mas
principalmente sobre os instrumentos que são o pontapé inicial no processo de projeto, compreendendo que os
meios de expressão são muito importantes para uma representação gráfica compreensível a todos. O desenho de
arquitetura faz parte de um processo projetual que auxilia a execução de bons projetos com eficiência e
VOCÊ QUER LER?
O livro “Croquis e Perspectivas” de Fernando Dominguez (2011), oferece uma rápida
capacitação para projetistas e com exercícios passo a passo para realizar algumas tarefas, que
envolvem muita criatividade. A publicação traz a composição básica do desenho, noções de
perspectiva, de interpretação e expressão do croqui. Vale a leitura, se você quiser aprimorar as
técnicas e possibilidades que o desenho oferece.
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arquitetura faz parte de um processo projetual que auxilia a execução de bons projetos com eficiência e
organização quando bem compreendidos e lidos por fornecedores, projetistas e executores.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender a importância do desenho arquitetônico no processo de projeto e sua relação com as 
técnicas de representação gráfica para obter resultados legíveis a todos os profissionais envolvidos;
• reconhecer as características fundamentais do desenho arquitetônico, os elementos e padrões de 
desenho;
• compreender os diversos tipos de desenho e o papel representativo de cada um no processo de análise, 
entendimento, representação e apresentação de um projeto de arquitetura;
• conhecer a diversidade de instrumentos, materiais e superfícies que podem ser utilizadas no desenho 
técnico e o papel de cada um, quando são mais eficientes e a forma de usar e cuidar de instrumentos 
evitando seu desperdício ou custos desnecessários;
• compreender a representação por croquis, a qual é muito importante e fundamental no processo 
criativo e representativo e os aspectos fundamentais de croquis descritivos, incluindo técnicas e 
ferramentas, proporções e parâmetros.
Bibliografia
ANDRADE, M. L. V. X. de; RUCHEL, R. C.; MOREIRA, D. de C. O processo e os Métodos. In. KOWALTOWSKI, D. C. C.
K; MOREIRA, D. de C.; PETRECHE, J.R.D.; FABRICIO, M.M. . São Paulo:O processo de projeto em arquitetura
Oficina de Textos, 2011.
CHING, F. D. K. . Porto Alegre: Bookman, 2011.Representação Gráfica em Arquitetura
DOMINGUEZ, Fernando. Porto Alegre: Masquatro, 2011.Croquis e perspectivas.
GIESECKE, F. E. . Comunicação Gráfica Moderna Porto Alegre: Bookman, 2002.
KALAY, Y. : Principles, Theories and Methods of Computer-Aided Design. Architecture’s New Media Cambrige
(Mass): MIT Press, 2004.
MACIEL. F. A vida é um sopro. Direção: Fabiano Maciel. Produção: Sacha por Santa Clara Comunicação. São Paulo,
2007.
MACIEL, C. A. Arquitetura, projeto e conceito. Arquitextos, São Paulo, ano 04, n. 043.10, , dez. 2003.Vitruvius
Disponível em: < >. Acesso em: 10/12http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/633
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MONTEGEGRO, G. A. . 5. ed. São Paulo: Blucher, 2017.Desenho Arquitetônico
MONTENEGRO, G. A. A . São Paulo: Blucher, 2008.perspectiva dos profissionais
YEE, R. um compêndio visual de tipos e métodos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.Desenho Arquitetônico: 
ZATTAR, I. C. . Curitiba: InterSaberes, 2016.Introdução ao desenho técnico
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http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/633
	Introdução
	1.1 O desenho arquitetônico
	1.1.1 Técnicas de representação e etapas de processo de projeto
	Análise
	Síntese
	Avaliação
	Representação
	1.1.2 Características fundamentais do desenho arquitetônico
	1.2 O desenho de arquitetura
	1.2.1 O desenho no processo de projeto
	1.2.2 Meios de expressão e representação
	1.3 Instrumentos, materiais e técnicas de desenho
	1.3.1 Os instrumentos e materiais de desenho
	1.3.2 Convenções gráficas para desenho
	1.4 Representação por croquis
	1.4.1 Aspectos fundamentais dos croquis
	1.4.2 Ferramentas para desenvolver croquis
	Síntese
	Bibliografia

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