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EXPRESSÃO PLÁSTICA Mariana Comerlato Jardim Introdução à expressão plástica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir as diferentes perspectivas de expressão plástica e os seus conceitos. � Identificar as diferentes técnicas de expressão plástica e artística em projetos de design de interiores e/ou design de mobiliário. � Descrever as potencialidades plásticas e estruturais dos diferentes materiais utilizados em projetos de design de interiores e/ou design de mobiliário. Introdução A expressão plástica é uma forma de representação da arte e está ligada às questões estéticas do objeto. Na área do design de interiores ou de mobiliário, a expressão plástica se preocupa em resolver a linguagem formal a partir de critérios estabelecidos, como cor, aspecto/textura, proporção, ritmo, movimento, harmonia, entre tantos outros. Como forma de expressão plástica voltada para a área do design, há o desenho. Em sua fase mais experimental, a representação busca apresentar estudos relacionados à forma. O desenho técnico, chamado de desenho de arquitetura, exige maior rigor em relação às dimensões e técnicas utilizadas. O desenho de observação é uma forma de registrar o que está visível aos olhos, sem necessidade de utilizar instrumentos técnicos. Neste capítulo, você vai estudar a expressão plástica da arte. Também vai ver como ela é ensinada e conhecer suas distintas aplicações nos projetos de design de interiores e/ou mobiliário. Além disso, vai verificar como tudo isso acontece na prática, já que a arquitetura e o design são melhor representados por meios visuais. A expressão da arte A arte é uma linguagem que acompanha a humanidade ao longo dos tempos e se relaciona a diferentes sociedades, interesses e saberes. Por isso, refletir sobre o conhecimento da expressão plástica é buscar, num terreno repleto de potencialidades educativas, um caminho para encontrar a compreensão do ser humano e da sociedade em que ele está inserido (OLIVEIRA, 2007). A expressão por meio da arte não começou a ser feita agora: há milhões de anos os desenhos, as pinturas e as esculturas já são conhecidas e produzidas. O surgimento das artes plásticas está diretamente relacionado com a evolução da espécie humana. O artista plástico, ao longo do tempo, tem lidado com papel, tinta, gesso, argila, madeira e metais, programas de computador e outras ferramentas tecnológicas para produzir suas peças. A arte surgiu na Pré-História e há diversos exemplos da pintura rupestre em cavernas. Desde então, surgiram diversos meios de expressão artística para a criação, a invenção e a apreciação estética. As artes plásticas ou belas-artes também são escolas, formações expres- sivas realizadas por meio de técnicas de produção. Tais técnicas manipulam materiais para construir formas e imagens que revelam uma concepção estética e poética em dado momento histórico. A necessidade de refletir sobre esse tipo de ensino está relacionada com a contemporaneidade: a arte e as imagens invadem o cotidiano e estão cada vez mais próximas. Neste momento histórico, a cultura visual “enche” a vista de símbolos, signos e sinais que, para serem entendidos, precisam ser desvendados. A tecnologia permitiu, por exemplo, o uso de códigos com caráter mais visual/criativo do que de leitura. É o caso dos emojis, aqueles desenhos disponíveis nos smartphones, que têm diversos significados. Seguindo essa linha de pensamento, não se pode falar de expressão plástica sem considerar, primeiramente, a educação artística. Esse conceito é, muitas vezes, encarado exclusivamente como uma forma de ensinar técnicas artísticas. Porém, essa perspectiva não só está errada como se trata de uma concepção limitada. Sousa (2003a, p. 81) explica o seguinte: […] na educação tradicional há uma certa tendência para se pretender ensinar a criança a falar antes de perceber o que ouve, ensiná-la a ler antes de saber falar, ensiná-la a escrever antes de lhe permitir experimentar os materiais de desenho, de pintar e de escrever. Há uma educação pseudocognitiva que se abstrai da assimilação e da acomodação; há “matérias” de ensino que requerem um desenvolvimento intelectual superior ao das crianças a quem os programas se destinam. […] Introdução à expressão plástica2 A arte é em geral considerada como uma perda inútil de tempo. Nas escolas não há espaços adequados destinados a estúdios de arte, as artes têm pouca ponderação nos currículos da escolaridade geral e ainda se atribui, nos círculos acadêmicos, um certo sentido depreciativo às disciplinas e aos professores de arte, como se fossem de natureza secundária — quando é exatamente o contrário. A criança dos dias atuais é impulsionada por estímulos e informações vindos de várias fontes, o que a auxilia a ampliar os seus conhecimentos e fortalecer as suas emoções. Quando o convívio com as obras de arte e manifestações artísticas é diário, ela vai naturalmente aprendendo a demonstrar prazer e admiração por algumas, desagrado e repulsa por outras. Essa aprendizagem ocorre de forma gradual e diz respeito, essencialmente, à diversidade de manifestações culturais às quais o sujeito está exposto e à disponibilidade de cada um para apreciar, admirar, refletir e contemplar. Dessa forma, a educação artística acontece naturalmente, no convívio entre as pessoas. Como é notório que esse processo natural de aprendizagem não é suficiente, o ensino da arte desempenha um papel importantíssimo. Cabe, então, à expressão plástica, enquanto área de aprendizagem, refletir sobre o conjunto de imagens, desenvolvendo nas crianças as capacidades necessárias para interatuar com o meio cultural à sua volta. Na expressão plástica, existe um vasto campo de atuação pedagógica e diversos conteúdos a serem estudados (OLIVEIRA, 2007). As formas da arte A palavra “arte” provém do latim e se relaciona às palavras “saber” e “habili- dade”. A definição etimológica do termo revela que a arte é mais do que uma simples atividade. Ela tem uma função essencial: a de criar, que deve estar no mesmo patamar de outras funções fundamentais, como falar ou pensar. Portanto, a arte deve ser entendida como ferramenta para o pensamento do indivíduo. Esse é um ponto-chave. A importância da educação artística não se resume a si própria. Ela pode (e deve) ser analisada como contributo às aprendizagens das outras áreas curriculares. Deve-se encarar a educação artística como ação indispensável para o desenvolvimento da sensibilidade, do pensamento crítico e criativo. Porém, você deve concordar que, nos dias de hoje, ainda que se afirme que a educação artística é uma área importante para o desenvolvimento do ser humano desde a fase infantil, é notório que ela não recebe atenção suficiente. Para Sousa (2003a), “expressão plástica” designa o modo de criação re- alizado por meio do manuseio e da modificação de materiais plásticos. Ao 3Introdução à expressão plástica mesmo tempo, para Piaget, a expressão plástica, juntamente a outras formas de expressão, constitui modos espontâneos de exteriorização da personalidade e das experiências interpessoais. Dessa forma, a expressão plástica deve ser considerada um meio de co- municação e de representação, que parte das vivências individuais do ser humano, a partir da infância. A respeito disso, Sousa (2003b) insiste que a expressão plástica é essencialmente uma atividade natural, livre e espontânea do ser humano e que deve ser estimulada na criança desde muito pequena: O seu principal objetivo é a expressão das emoções e sentimentos através da criação com materiais plásticos. Não se pretende a produção de obras de arte nem a formação de artistas, mas apenas a satisfação das necessidades de expressão e de criação da criança. Desenha-se, pinta-se e molda-se apenas pelo prazer que esses atos proporcionam e não com a intenção de produzir algo que seja “arte”. É a ação que interessa, é o atode criar que é expressivo e não a obra criada (SOUZA, 2003b, p. 160). Expressão plástica no design A expressão plástica está ligada às questões estéticas do objeto. Ela busca desenvolver a capacidade de expressão e criatividade por meio do desenho e das linguagens, sejam elas físicas, digitais e/ou multimídia. Na área do design, seja ele de espaços internos ou de mobiliário, a expressão plástica busca desenvolver a capacidade de percepção e representação do espaço e dos seus elementos, com a adoção de uma linguagem para a forma. Além disso, nessa perspectiva está o estudo da forma, da cor, do aspecto/textura, da proporção, do ritmo, do movimento, da harmonia, entre tantos outros. Na área do design, existem diversas formas de expressão plástica, como esculturas (maquetes e protótipos), mídias digitais (vídeos) e desenhos. Aqui, o foco é a terceira situação, que é mais usual. As situações serão analisadas seguindo critérios plásticos, ou seja, formais. A plasticidade, segundo o dicionário Aurélio, se refere a materiais que são moldáveis, mudam de forma de modo irreversível. Porém, a expressão plástica se refere às características estéticas da arte, como cor, sombra, proporção, alinhamentos. Aqui, o foco é a segunda definição. Introdução à expressão plástica4 Desenhar é o processo ou a técnica de representação de alguma coisa — um objeto, uma cena ou uma ideia — por meio de linhas, em uma superfície. Desse conceito (CHING; JUROSZEK, 2012), infere-se que definir contornos é diferente de pintar ou de colorir superfícies. Já que o desenho apresenta geralmente uma natureza linear, ele pode incluir outros elementos pictóricos, como pontos e pinceladas, que também podem ser interpretados como linhas. Qualquer que seja a forma do desenho, ele representa o princípio com base no qual se organizam e se expressam pensamentos e percepções visuais. Portanto, você deve olhar o desenho não só como expressão artística, mas também como ferramenta prática para reformular e trabalhar questões de representação gráfica. Antes de chegar diretamente ao ponto, você precisa compreender algumas definições ligadas ao tema. Veja a seguir. � Desenho: é a representação e a organização de elementos formais de uma obra de arte. Ou seja, é a composição de entes geométricos (reta, ponto, arco) e figuras (círculo, retângulo, triângulo) a fim de compor uma representação visual. Essa representação pode ser bidimensional ou tridimensional (CHING, 2010). � Forma: é o aspecto externo e a estrutura de algo, que se distinguem de sua materialidade (CHING, 2010). � Figura: é a forma que configura a parte superficial de um objeto, no sentido bidimensional. A figura é quantificada por área, é uma massa delimitada. Já a forma trata de volume, configuração espacial (CHING, 2010). � Perspectiva: é a composição de formas bidimensionais que transmite a ideia de peso, volume e densidade (CHING, 2010). � Textura: se refere à qualidade visual (relação entre cor e sombreamento) e tátil (estrutura física e dimensional). Está além de sua cor ou forma (CHING, 2010). � Escala: é o cálculo das dimensões físicas do objeto em relação à dimensão da representação dele. Essa alteração ocorre em todas as dimensões do desenho, de forma proporcional. Assim, ela é utilizada para se adequar à superfície de desenho. A ferramenta utilizada para auxiliar na medição e na conversão de medidas de escalas diferentes é o escalímetro (CHING; JUROSZEK, 2012). � Proporção: é a relação comparativa e harmônica entre duas partes ou uma parte e um todo, considerando quantidade, medida ou grau (CHING, 2010). 5Introdução à expressão plástica � Unidade: é a qualidade de um desenho de estar combinado entre as partes, com ordenação dos elementos. Pode ser homogêneo (idêntico em toda a obra), regular (arranjado sem variação), monótono (extensa- mente invariável) ou sem unidade (arranjo heterogêneo), por exemplo (CHING, 2010). � Harmonia: é o arranjo ordenado e congruente dos elementos em parte ou no todo do elemento artístico. É considerado com harmonia coerente o objeto que possui fácil interpretação ou reconhecimento. � Concordância: é a correspondência entre as formas, tamanhos, cores ou texturas das partes da obra de arte. Pode se dar por semelhança ou proximidade, por exemplo (CHING, 2010). � Simetria: é a exata correspondência de tamanho, formas e arranjo das partes opostas à linha ou ao plano divisório (eixo). Pode ocorrer em parte do desenho, de forma bilateral ou radial (CHING, 2010). � Movimento: é o caráter de uma composição que sugere movimentação intencional ou por meio de elementos. � Ritmo: é o movimento caracterizado pela repetição do padrão de formas e elementos iguais ou de formas distintas, porém com espaçamento repetitivo (CHING, 2010). Com relação à representação de espaços construídos e de produtos/objetos, há diversos tipos de desenhos a serem feitos. Dependendo da intenção e do que se busca representar, existe um tipo de desenho e representação mais conveniente a ser escolhido. Os desenhos podem: � ter caráter técnico — desenho de arquitetura; � representar algo existente, do modo mais fiel possível, mas sem maior preocupação com as medidas — desenho de observação; � não ter maior preocupação com regras e formas, em caráter mais abs- trato — desenho de imaginação. Em relação à representação, a expressão plástica apresenta formas e figuras com contornos irregulares que se assemelham aos elementos da natureza (plantas e seres vivos). As não figurativas, entretanto, apresentam formas e figuras que não representam objetos reais ou da natureza. A figura abstrata representa figuras dotadas de valor intelectual, cujo teor está fundamentado apenas nas linhas e cores intrínsecas a ela, assim como na relação entre elas. A representação geométrica utiliza formas que se assemelham a elementos geométricos retilíneos ou curvilíneos (CHING; JUROSZEK, 2012). Introdução à expressão plástica6 Desenho de arquitetura Na área técnica, o desenho de arquitetura, como é chamado, busca representar com exatidão, bidimensionalmente, o espaço. Esse desenho é resultado da projeção de todos os pontos do objeto tridimensional nas retas, chamadas linhas de projeção, em um plano de desenho. Existem três principais sistemas de projeção: ortogonal, oblíquo e em perspectiva (Figura 1). O modo como essas retas interceptam o objeto e o ângulo em que elas incidem sobre o plano é o que determina que tipo de projeção foi usado, sendo possível entender o desenho feito por qualquer outra pessoa (CHING; JUROSZEK, 2012). As projeções também facilitam o entendimento do objeto, já que as três dimensões recebem a mesma atenção. “Desenhos em projeção englobam, portanto, os sistemas de coordenadas cartesianas e os princípios da geometria descritiva” (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 119). Figura 1. Sistemas de projeção para a representação planificada de um objeto tridimensional. Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 120). As projeções ortogonais são mais utilizadas nessa área de atuação, uma vez que reproduzem as medidas reais do espaço e/ou objeto, a chamada verdadeira grandeza. Porém, são consideradas abstratas, uma vez que não correspondem à realidade óptica. Não há referência do observador, mas imagina-se que os olhos estejam infinitamente longe, a fim de corrigir a perspectiva cônica da visão humana. 7Introdução à expressão plástica As plantas baixas são exemplos da representação ortogonal, em que o espaço é visto de cima: as paredes são representadas interseccionadas e o teto é subtraído. É a planificação do espaço tridimensional, apresentando duas dimensões: largura e comprimento. Essa ênfase ao plano horizontal corresponde aos “mapas mentais” (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 146) do mundo e permite relações de forma e função, além de identificar ritmos, por exemplo. Em resumo, a planta baixa é um corte horizontal do objeto, a fim de mostrar a porção interior. Para compreender essedesenho, é necessário entender o que é sólido e o que é espaço, numa relação de cheios versus vazios. Além disso, a espessura das linhas e a tonalidade identificam o que está mais perto e mais distante da linha de corte. Já as vistas desse espaço, chamadas de cortes e elevações, apresentam outras duas dimensões: largura e altura ou comprimento e altura. São projeções ortogonais em plano de desenho vertical, paralelas à face do objeto. Assim como na planta baixa, esse tipo de projeção, em que as retas projetantes são perpendiculares ao plano, gera desenhos com medidas reais. Porém, elementos inclinados ou curvos acabam reduzidos, pois aparecem acumulados nessa projeção. As elevações externas são chamadas de fachadas, e nelas é possível apresentar relações da forma, com o uso de texturas e sombreamento. Durante esse processo de desenho bidimensional, você pode atentar a características como relações formais, escala da composição e ordem do projeto. O fato de conseguir aliar tamanho, posição e configuração torna o desenho legível por todos, com informações precisas desde o projeto até a execução. Na Figura 2, por exemplo, a casa está representada nas seis vistas ortográficas usuais. O tamanho (fator de escala) em que ela está representada é compatível com o seu nível de detalhamento, já que todas as informações estão legíveis. A posição das vistas, de acordo com a norma, permite que não seja necessário identificar de qual vista se trata. Na área de trabalho disponível, a configuração do desenho está correta, além de usar um traçado coerente (linha contínua para os contornos e linhas tracejadas para contornos ocultos) (WONG, 1998). Observe a Figura 2. O objeto em questão está em perspectiva isométrica, e as linhas de contorno estão em verdadeira grandeza. Assim, foi possível construir as vistas ortográficas a partir das medidas reais do objeto. Ao lado, as seis vistas foram representadas conforme posicionamento indicado pela norma, em escala 1:1,5. Essa redução foi uma escolha importante em relação ao tamanho do papel e ao nível de detalhamento de que o objeto necessita. Introdução à expressão plástica8 Figura 2. Objeto em perspectiva isométrica e vistas ortográficas a partir das medidas do objeto. Desenho de observação Uma das maiores referências do desenho é Ching e Juroszek (2012, p. 81), que expressa que “um dos maiores desafios ao desenhar é a representação de objetos tridimensionais no espaço por meio de linhas, formatos e valores tonais, em uma superfície plana e bidimensional”. Apesar de a percepção ser algo subjetivo, que varia de pessoa para pessoa, a visão é o sentido mais importante para a coleta de informações. Nesse processo de observação, é possível traçar o contorno dos objetos, descobrir texturas e superfícies, sem precisar tocá-las. Os olhos são responsáveis pela natureza sensorial do dese- nho, além de permitirem que a imaginação crie e projete novas situações no futuro. Dessa forma, para retratar o contorno do que se está vendo, se podem delimitar pontos importantes e traçar linhas que os unam. Assim, é possível estabelecer o formato do que está sendo retratado e organizar a composição do desenho. A linha é um ente geométrico bidimensional, mas que pode criar desenhos com intenção 3D, as perspectivas. Na arquitetura e no design, os desenhos de observação são utilizados para este fim: gerar perspectivas próximas do real. Entretanto, existem outras formas de desenho de observação, como o contorno às cegas: sem tirar o olhar do objeto e o lápis do papel. Ao fim, provavelmente o desenho estará fora de proporção, mas ele não busca ser fiel ao existente, e sim documentar a percepção de alguém. Quando se trabalha com desenhos de percepção, passa-se a compreender o espaço com as zonas preenchidas, maciças, e as áreas vazias. Essa propriedade, conhecida como “figura e fundo”, auxilia na organização do campo visual. 9Introdução à expressão plástica Um artifício para representar essa dualidade é o uso de tonalidades e sombrea- mentos, já que a visão humana é resultado do estímulo do sistema nervoso, que capta diferentes intensidades de luz e cor. A partir disso, é possível entender o objeto: contorno, qualidade da superfície, tamanho. O ponto em que o objeto recebe mais luz é entendido como mais claro, enquanto áreas mais escuras correspondem à região mais sombreada da peça. A troca de face, a aresta do objeto, é o limite do sombreamento/iluminação de cada face. Um artifício utilizado é o uso de hachuras para diferenciar as tonalidades e sombras do objeto com um instrumento monocromático, seja ele caneta ou lapiseira. Com traços paralelos, cruzados, em movimentos circulares ou pontos, as hachuras são traços de mesma intensidade, que criam áreas mais claras ou escuras, com a variação de densidade e espaçamento entre eles. Com essa intenção, também é possível gerar resultados referentes à textura — se intencional, isso pode ser determinante para a escolha do tipo de traço a se utilizar. Usualmente, deve-se começar pelas zonas mais sombreadas, a fim de evitar escurecer muito o desenho e perder qualidade visual (WONG, 1998). Na Figura 3, a seguir, você pode ver uma mesma imagem representada de quatro formas distintas. Figura 3. A mesma imagem observada está representada de quatro formas diferentes, variando a hachura. Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 42). Desenho de imaginação Conforme Ching e Juroszek (2012, p. 285): Imaginar é criar imagens mentais de algo que não está presente aos sentidos. A imaginação, portanto, se refere ao poder de reproduzir imagens guardadas na memória sob a sugestão de imagens associadas — imaginação reproduti- va — ou de recombinar experiências passadas na criação de novas imagens Introdução à expressão plástica10 dirigidas a um objetivo específico ou que ajudem na solução de problemas — imaginação criativa. Usamos nossa imaginação criativa no projeto para visualizar possibilidades, fazer planos para o futuro e especular sobre as con- sequências de nossas ações. Desenhamos de modo a captar e tornar visíveis estas concepções de algo que ainda não existe, exceto na mente. O ato de projetar nada mais é do que a especulação sobre algo que não existe, um futuro incerto. Ao reproduzir essa ideia no meio físico, seja por desenho esquemático, croqui ou maquete, você passa a materializar uma concepção, a ponto de ela ser vista, trabalhada. Nesse ato, você jamais saberá o resultado. Afinal, está em jogo algo que, até então, só existia no mundo imaginário. Aos poucos, a concepção vai ganhando vida no caminho que percorre: do cérebro até a ponta do lápis. Esses desenhos têm caráter experimental, por isso se iniciam geralmente sem a precisão de desenhos arquitetônicos, por exemplo. O artista imprime seu traço sem preocupações formais, mas com dados valiosos sobre o processo criativo. O pensamento visual é o complemento essencial ao pensamento verbal nessa fase de descobertas — o ato de desenhar faz com que a mente trabalhe a parte gráfica inconscientemente. Quanto menor o desenho, maior será sua capacidade de gerar especulações. Um croqui volumétrico de uma cadeira, por exemplo, se inicia com um esquema de linhas que indicam a função do móvel (ter um assento, um encosto e estar acima do nível do piso, por exemplo), uma forma próxima do que se espera e só. O material usado, as dimensões, o detalhamento: nada disso faz parte dessa primeira etapa conceitual. Na medida em que o responsável pelo projeto vai adequando a sua ideia à possível materialização, o desenho da cadeira vai ganhando formas mais parecidas com as reais. Nesse sentido, é importante você notar que esse é um momento criativo, sujeito a interpreta- ções. A ideia é evitar a natureza inibidora do desenho mais detalhado, que normalmente condiz com o fechamento do processo de projeto. Exprimir uma intenção em palavras pode parecer mais fácil. Afinal, isso acontece na fala a todo o momento. Com o desenho,conforme você “liberta” mais a mão de qualquer conceito mais fechado, esses esquemas se tornam mais simples e objetivos. Somente por meio do desenho é que alguém pode entender o que você deseja, já que não é possível “ler” a imaginação de nin- guém. Com o desenho, você consegue fragmentar, ordenar e agrupar as partes de inúmeras maneiras. Uma vez colocadas no papel, essas alternativas podem ser disseminadas e gerar novos desenhos, com meios como comparações, rearranjos e manipulações. Você pode excluir partes e agregar novas ideias, atitudes corriqueiras no mundo do design. 11Introdução à expressão plástica Uma característica desse tipo de desenho é o poder de mudança. A partir do momento em que você explora e busca possibilidades, pode reagrupar esses desenhos de novas maneiras e, assim, transformá-los em novas ideias. Tal princípio de edição permite que um conceito passe por diversas alterações e manipulações, como alternativas de uma ideia central e conceitos já estabe- lecidos (CHING; JUROSZEK, 2012). Na Figura 4, a seguir, você pode ver o processo criativo desenvolvido a partir de um projeto inicial. Figura 4. A relação de um projeto inicial representado pelo sólido geométrico puro (triân- gulo) e suas alterações ao longo do processo criativo. Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 302). Outra noção importante no momento criativo é a flexibilidade (CHING, 2010). Como não se sabe aonde se quer chegar ao se iniciar um desenho, tam- pouco se conhece a melhor forma de representá-lo. Assim, com a variedade de abordagens existentes, você pode exprimir a sua ideia mais facilmente. Se você conhece apenas um método — por exemplo, as vistas ortográficas —, o poder criativo fica bem limitado — já que não haverá o esquema volumétrico da peça, apenas a planificação de suas faces. Na linha da flexibilidade, se encontram os pontos de vista: as maneiras como é possível enxergar o objeto. Esse nível de imaginação deve ser traba- lhado. Assim, você deve ser capaz de transformar um desenho bidimensional em perspectivas tridimensionais, por exemplo. Em cada tipo de desenho, haverá informações distintas e imprescindíveis para o entendimento do projeto (CHING, 2010). Conforme o desenho avança, você deve trabalhar a questão da escala. Ao iniciar com croquis diagramáticos, não é preciso se preocupar com detalhes. Assim, a escala pode ser reduzida (1:50, 1:100, por exemplo). Porém, conforme o projeto vai ganhando forma e características próprias, saindo do nível da abstração, você precisa se aproximar mais do desenho, ampliando a escala (1:10, 1:1, dependendo do caso). Introdução à expressão plástica12 Chamado de “partido”, o diagrama inicial da etapa de projeto, principal- mente quando se trata da disposição de espaços internos, serve para gerar, explorar e esclarecer conceitos. Esses diagramas também são indicados para apresentar as ideias e os conceitos da proposta. Note que nesse momento ainda não se falou em forma e materiais. Até aqui, esteve em jogo uma etapa de entendimento do que é necessário no projeto. Agora observe a Figura 5, a seguir. Ela mostra um diagrama com a organização de ideias para um projeto e também o desenho de arquitetura desse projeto. Figura 5. À esquerda, um diagrama com a organização de ideias para um projeto de centro comunitário fictício. À direita, seguindo os conceitos, o desenho de arquitetura do projeto, com definições já estabelecidas. Expressões plásticas aplicadas na prática A área de design e arquitetura tem um grande potencial de expressão artística em relação às formas e suas qualidades. O conteúdo de um desenho ou uma escultura — uma representação plástica — é o significado ou sentido, em contrapartida à sua forma. O desenho precisa de um conceito fundamental e abrangente de percepção visual para estruturar uma composição. Esse conceito é chamado de princípio organizador. É ele que permite, por meio do arranjo de figuras diversas, a identificação da representação plástica. Que tal começar abordando a ordem? Ela relaciona a disposição de cada elemento do grupo, de modo consistente e lógico. A definição de unidade é a 13Introdução à expressão plástica condição de ordenamento dos elementos, que resulta em um trabalho harmônico e com efeito único. Essa harmonia é resultado de um arranjo ordenado das partes com o todo. Já a concordância se refere ao tamanho, à cor e à forma dos elementos que compõem a obra de arte. Com relação ao desenho, ou seja, à representação planificada de elementos tridimensionais, há grande variedade de expressões, cada uma mais adequada a determinada situação. Na arquitetura, por exemplo, os desenhos de imagi- nação geram os croquis esquemáticos, que expressam as ideias até então não exploradas. Nesse ponto está a primeira intenção formal do artista. Além disso, a época em que o projeto é pensado interfere nessa escolha. Como afirma Niemeyer (1978, p. 16): A forma plástica evoluiu na arquitetura em função das novas técnicas e dos novos materiais que lhe dão aspectos diferentes e inovadores. Primeiro, foram as formas robustas que as construções em pedra e argila obrigavam; depois, surgiram as abóbadas, os arcos e as ogivas, os vãos imensos, as formas livres e inesperadas que o concreto permite e os temas modernos solicitam. Os desenhos permitem testar questões como ritmo, simetria, concordância e harmonia dos espaços, entre outros. A partir desses estudos, quando as decisões de projeto estão tomadas, um desenho mais técnico é necessário para comprovar as propostas. Para testar as questões formais, as maquetes são fundamentais. Elas servem para representar tanto os espaços quanto o mobiliário e os demais objetos. Nesse sentido, é possível moldar materiais conforme as intenções de projeto, desconstruir, reordenar, subtrair e adicionar peças. Isso é parte do processo criativo, de experimentações, e a escolha do material a ser utilizado varia com a peculiaridade do projeto. No caso de peças curvas ou com detalhes irregulares, materiais com maior maleabilidade são aconselhados, como argila. Papéis mais espessos e firmes funcionam bem no caso de formas mais geométricas retangulares, com cortes e encaixes. A área do design de mobiliário funciona bem com estudos e protótipos em materiais esculpidos, como isopor e madeira. Uso de softwares A utilização do computador na área do design permite experimentações for- mais que até então eram difíceis ou impossíveis. Essa utilização é importante especialmente para o desenho de objetos que nascem de croquis esquemáticos e que possuem um grau de dificuldade de representação considerável. Os Introdução à expressão plástica14 programas de geração de maquetes eletrônicas agregam elementos de dia- gramação e relações espaciais. É importante você notar que, nesses casos, a leitura dos diagramas deve ser abstrata, em vez de se basear em formas físicas e reais. O uso de cores e frames ajuda nessa relatividade, gerando hierarquia de formas e usos. O software da Trimble, SketchUp, permite, a partir da composição de entes e figuras geométricas, a geração de faces moldáveis. Já o software Rhinoceros trabalha a partir de sólidos puros que podem ser parametrizados. As operações booleanas são fundamentais, nesses casos, para a edição das formas (Figura 6). Elas agem como um verdadeiro e falso, uma combinação entre os sólidos. Podem ocorrer por união, que é a soma das áreas/volumes dos volumes; por subtração, em que a área comum às figuras A e B é retirada; por intersecção, em que somente a área comum às duas figuras é mantida; e por diferença, quando a parte em comum entre as duas figuras é retirada, mantendo só uma das figuras restantes. Figura 6. Ilustração das operações booleanas, que tratam da composição de formas volumétricas. Quando se trata de desenho bidimensional, softwares da plataforma CAD são os mais utilizados. Além de trabalharem com linhas, arcos e figuras geo- métricas, eles utilizam ferramentas que auxiliamna construção e na alteração da forma, como repetição sequencial de itens, cópia por simetria, entre outros. A característica mais importante desses programas gráficos é a capacidade de desfazer as ações, num processo de tentativa e erro, o que facilita a exploração de alternativas. Porém, uma desvantagem do uso dessas ferramentas é que podem limitar a criatividade, especialmente caso o artista não domine bem os recursos (CHING; JUROSZEK, 2012). 15Introdução à expressão plástica Que tal ver um exemplo? Na Figura 7, você pode observar um projeto fictício de um centro comunitário na cidade de Porto Alegre. Analisando a planta baixa, é possível verificar o ritmo dos pilares e brises, a malha regular que constitui o piso e a simetria bilateral da edificação (presente também na fachada e no corte). Na implantação, é possível notar um alinhamento a partir de um eixo central, que distribui as edificações/espaços. No corte de pele, que apresenta o detalhamento da estrutura do edifício, os textos apresentam alinhamento. Além disso, a diferença entre os cheios e vazios está indicada pela hachura. No geral, a diagramação do espaço foi dividida em três colunas, com espaçamentos entre os desenhos. As imagens correspondentes estão alinhadas (como a planta baixa e o corte). O uso das cores é intencional: tons de cinza e preto determinam a edificação; o verde aparece nas plantas para determinar áreas permeáveis e com vegetação; os calungas em rosa criam contraste com o desenho e conferem uma identidade ao trabalho. As imagens foram retiradas de uma maquete eletrônica feita no software SketchUp, com pós-tratamento no Kerkythea e no Photoshop. Figura 7. De cima para baixo, da esquerda para a direita: planta baixa nível 2; corte longi- tudinal; imagem de representação do edifício (1, 3 e 4); fachada oeste (2); implantação em colagem com mapa ao fundo; corte de pele. Introdução à expressão plástica16 No caso mostrado na Figura 7, o software de maquetes digitais foi utilizado desde a fase de estudo até o modelo final apresentado. Porém, inicialmente, foram trabalhados sólidos puros, esquemáticos, até se atingir a forma desejada. Os detalhes de dimensionamento de brises e o posicionamento de mobiliário, entretanto, ocorreram somente no volume final. Esse projeto foi desenvolvido em um estudo a partir de uma edificação existente: a Companhia de Metais Reynolds, do arquiteto Gordon Bunshaft. O uso de um edifício como precedente na atitude projetual reconhece que “nada vem do nada”, como sugere Mahfuz (2006). Trata-se de um método de ensino de arquitetura baseado em tipos, inspirado na ideia de “um elemento que deva servir como regra para o modelo”, desvinculando a função da forma da edificação projetada. O uso de edificações tipo como parte importante do processo de projeto se justifica pela existência de alguma afinidade estrutu- ral ou relação entre o programa e a nova problemática. “As relações com os precedentes não acontecem pela utilização de modos completos de resolver um problema, mas de uma série de estruturas formais, elementos e soluções parciais subordinadas, postos a serviço de uma nova intenção” (MAHFUZ, 2006, p. 1). Na Figura 8, a seguir, você pode ver o edifício referência para o projeto da Figura 7. Figura 8. Edifício referência para o projeto da Figura 7. Fonte: Som (2017, documento on-line). 17Introdução à expressão plástica Como isso, você pode notar a complexidade da expressão plástica, da construção da forma e de todas as interferências existentes. O estudo da forma exige, mais do que técnica, um intelecto, uma base de referências para aflorar a criatividade. Afinal, nesse mundo, nada se cria, tudo se copia. 1. A palavra “arte” vem do latim e significa saber, ter habilidade. A arte pode ser expressa de várias maneiras. Uma delas é a expressão plástica, que contém vários significados, como: a) a arte de moldar apenas componentes de material composto de polímeros derivados do petróleo. b) os modos espontâneos de expressão, também como forma de liberar experiências pessoais e lembranças. c) a área restrita a esculturas em argila e isopor. d) a pintura de telas com alto nível de abstração. e) a forma como o artista cria obras com materiais reutilizáveis. 2. Quando se trata de expressão plástica, busca-se desenvolver a capacidade de expressão e criatividade por meio das linguagens artísticas, sejam elas físicas, digitais ou multimídias. Plasticidade, neste caso, trata das questões estéticas da arte. Na área do design, a forma é o eixo principal de análise, que deve seguir alguns critérios plásticos, como: a) textura, que está ligada somente ao tato, ou seja, às esculturas. b) proporção, que é a relação harmônica entre as partes do objeto. c) simetria, que é quando o objeto de arte é idêntico, ou seja, há repetição do elemento lado a lado. d) movimento, que está ligado apenas a animações multimídia. e) ritmo, que é a repetição de um mesmo elemento com o mesmo espaçamento, sempre. 3. Desenho é a criação e a organização de elementos formais em determinado suporte, ou seja, é a composição de elementos, a fim de gerar uma representação visual bidimensional. Eles podem ter várias formas de representação, como: a) orgânica, em que só são representados elementos da natureza, como plantas e animais. b) figurativa, que inclui a representação dos móveis. c) abstrata, cuja representação é composta por linhas e formas que não se assemelham a nada. d) geométrica, combinando formas puras, que não podem ser editadas. e) não figurativa, em que se encaixam as colagens, composições de figuras em um mesmo desenho. Introdução à expressão plástica18 4. Os desenhos podem surgir de diversas formas: por meio de ideias imaginárias, como representação formal e técnica de algo ou a partir de uma preexistência, como uma cópia. Considerando essas informações, assinale a alternativa correta. a) O desenho de arquitetura ocorre somente por meio das projeções cilíndricas ortogonais. b) Os desenhos de imaginação são especulativos, sem preocupação com medidas e escalas. c) Na área de arquitetura e design de interiores, os croquis são considerados desenho técnico de arquitetura. d) Os desenhos de observação representam, abstratamente, elementos existentes. e) Todos os desenhos devem ser feitos utilizando instrumentos, com medidas exatas. 5. Durante o processo de projeto de espaços e mobiliário, as expressões plásticas são essenciais para expressar as intenções. Sobre isso, podemos afirmar que: a) desde o início do processo criativo, precisamos nos preocupar com a exatidão. b) os croquis devem ser feitos usando instrumentos, para serem reproduzidos tecnicamente. c) na fase de detalhamento do projeto, devemos usar desenhos de observação, sem instrumentos. d) as plantas baixas são projeções cilíndricas ortogonais, em que o tamanho é definido pelo fator de escala aplicado. e) os desenhos de observação são, normalmente, perspectivas, com o uso obrigatório de instrumentos de precisão. CHING, F. D. K. Dicionário visual de arquitetura. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. MAHFUZ, E. C. Transparência e sombra: o plano horizontal na arquitetura paulista. Arquitextos, São Paulo, 07.079, Vitruvius, dez. 2006. NIEMEYER, O. A forma da arquitetura. Rio de Janeiro: Avenir, 1978. (Coleção Depoi- mentos, v. 1). OLIVEIRA, M. A expressão plástica para a compreensão da cultura visual. Revista Saber & Educar, n. 12, p. 61-78, 2007. 19Introdução à expressão plástica SOM. Throwback thursday: an aluminum vision. Som on Tumblr, 8 jun. 2017. Disponível em: <http://tumblr.som.com/post/161585403402/throwback-thursday-an-aluminum- -vision-located>. Acesso em: 23 nov. 2018. SOUSA, A. B. Educação pela arte e artes na educação: bases psicopedagógicas. Lisboa: Instituto de Piaget, 2003a. (Horizontespedagógicos, v. 1). SOUSA, A. B. Educação pela arte e artes na educação: música e artes plásticas. Lisboa: Instituto de Piaget, 2003b. (Horizontes pedagógicos, v. 3). WONG, W. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fontes,1998. Introdução à expressão plástica20 Conteúdo:
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