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Expressão Plastica Unidade 1

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EXPRESSÃO 
PLÁSTICA
Mariana Comerlato 
Jardim
Introdução à expressão 
plástica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir as diferentes perspectivas de expressão plástica e os seus
conceitos.
 � Identificar as diferentes técnicas de expressão plástica e artística em
projetos de design de interiores e/ou design de mobiliário.
 � Descrever as potencialidades plásticas e estruturais dos diferentes materiais 
utilizados em projetos de design de interiores e/ou design de mobiliário.
Introdução
A expressão plástica é uma forma de representação da arte e está ligada 
às questões estéticas do objeto. Na área do design de interiores ou de 
mobiliário, a expressão plástica se preocupa em resolver a linguagem 
formal a partir de critérios estabelecidos, como cor, aspecto/textura, 
proporção, ritmo, movimento, harmonia, entre tantos outros.
Como forma de expressão plástica voltada para a área do design, há o 
desenho. Em sua fase mais experimental, a representação busca apresentar 
estudos relacionados à forma. O desenho técnico, chamado de desenho de 
arquitetura, exige maior rigor em relação às dimensões e técnicas utilizadas. 
O desenho de observação é uma forma de registrar o que está visível aos 
olhos, sem necessidade de utilizar instrumentos técnicos.
Neste capítulo, você vai estudar a expressão plástica da arte. Também 
vai ver como ela é ensinada e conhecer suas distintas aplicações nos 
projetos de design de interiores e/ou mobiliário. Além disso, vai verificar 
como tudo isso acontece na prática, já que a arquitetura e o design são 
melhor representados por meios visuais.
A expressão da arte
A arte é uma linguagem que acompanha a humanidade ao longo dos tempos 
e se relaciona a diferentes sociedades, interesses e saberes. Por isso, refletir 
sobre o conhecimento da expressão plástica é buscar, num terreno repleto 
de potencialidades educativas, um caminho para encontrar a compreensão 
do ser humano e da sociedade em que ele está inserido (OLIVEIRA, 2007).
A expressão por meio da arte não começou a ser feita agora: há milhões de 
anos os desenhos, as pinturas e as esculturas já são conhecidas e produzidas. 
O surgimento das artes plásticas está diretamente relacionado com a evolução 
da espécie humana. O artista plástico, ao longo do tempo, tem lidado com 
papel, tinta, gesso, argila, madeira e metais, programas de computador e 
outras ferramentas tecnológicas para produzir suas peças. A arte surgiu na 
Pré-História e há diversos exemplos da pintura rupestre em cavernas. Desde 
então, surgiram diversos meios de expressão artística para a criação, a invenção 
e a apreciação estética.
As artes plásticas ou belas-artes também são escolas, formações expres-
sivas realizadas por meio de técnicas de produção. Tais técnicas manipulam 
materiais para construir formas e imagens que revelam uma concepção estética 
e poética em dado momento histórico. A necessidade de refletir sobre esse 
tipo de ensino está relacionada com a contemporaneidade: a arte e as imagens 
invadem o cotidiano e estão cada vez mais próximas. Neste momento histórico, 
a cultura visual “enche” a vista de símbolos, signos e sinais que, para serem 
entendidos, precisam ser desvendados. A tecnologia permitiu, por exemplo, 
o uso de códigos com caráter mais visual/criativo do que de leitura. É o caso 
dos emojis, aqueles desenhos disponíveis nos smartphones, que têm diversos 
significados.
Seguindo essa linha de pensamento, não se pode falar de expressão plástica 
sem considerar, primeiramente, a educação artística. Esse conceito é, muitas 
vezes, encarado exclusivamente como uma forma de ensinar técnicas artísticas. 
Porém, essa perspectiva não só está errada como se trata de uma concepção 
limitada. Sousa (2003a, p. 81) explica o seguinte:
[…] na educação tradicional há uma certa tendência para se pretender ensinar 
a criança a falar antes de perceber o que ouve, ensiná-la a ler antes de saber 
falar, ensiná-la a escrever antes de lhe permitir experimentar os materiais 
de desenho, de pintar e de escrever. Há uma educação pseudocognitiva que 
se abstrai da assimilação e da acomodação; há “matérias” de ensino que 
requerem um desenvolvimento intelectual superior ao das crianças a quem 
os programas se destinam. […]
Introdução à expressão plástica2
A arte é em geral considerada como uma perda inútil de tempo. Nas escolas 
não há espaços adequados destinados a estúdios de arte, as artes têm pouca 
ponderação nos currículos da escolaridade geral e ainda se atribui, nos círculos 
acadêmicos, um certo sentido depreciativo às disciplinas e aos professores de 
arte, como se fossem de natureza secundária — quando é exatamente o contrário.
A criança dos dias atuais é impulsionada por estímulos e informações vindos 
de várias fontes, o que a auxilia a ampliar os seus conhecimentos e fortalecer 
as suas emoções. Quando o convívio com as obras de arte e manifestações 
artísticas é diário, ela vai naturalmente aprendendo a demonstrar prazer e 
admiração por algumas, desagrado e repulsa por outras. Essa aprendizagem 
ocorre de forma gradual e diz respeito, essencialmente, à diversidade de 
manifestações culturais às quais o sujeito está exposto e à disponibilidade de 
cada um para apreciar, admirar, refletir e contemplar. 
Dessa forma, a educação artística acontece naturalmente, no convívio entre 
as pessoas. Como é notório que esse processo natural de aprendizagem não 
é suficiente, o ensino da arte desempenha um papel importantíssimo. Cabe, 
então, à expressão plástica, enquanto área de aprendizagem, refletir sobre o 
conjunto de imagens, desenvolvendo nas crianças as capacidades necessárias 
para interatuar com o meio cultural à sua volta. Na expressão plástica, existe 
um vasto campo de atuação pedagógica e diversos conteúdos a serem estudados 
(OLIVEIRA, 2007).
As formas da arte
A palavra “arte” provém do latim e se relaciona às palavras “saber” e “habili-
dade”. A definição etimológica do termo revela que a arte é mais do que uma 
simples atividade. Ela tem uma função essencial: a de criar, que deve estar 
no mesmo patamar de outras funções fundamentais, como falar ou pensar.
Portanto, a arte deve ser entendida como ferramenta para o pensamento 
do indivíduo. Esse é um ponto-chave. A importância da educação artística 
não se resume a si própria. Ela pode (e deve) ser analisada como contributo 
às aprendizagens das outras áreas curriculares. Deve-se encarar a educação 
artística como ação indispensável para o desenvolvimento da sensibilidade, 
do pensamento crítico e criativo. Porém, você deve concordar que, nos dias 
de hoje, ainda que se afirme que a educação artística é uma área importante 
para o desenvolvimento do ser humano desde a fase infantil, é notório que ela 
não recebe atenção suficiente.
Para Sousa (2003a), “expressão plástica” designa o modo de criação re-
alizado por meio do manuseio e da modificação de materiais plásticos. Ao 
3Introdução à expressão plástica
mesmo tempo, para Piaget, a expressão plástica, juntamente a outras formas 
de expressão, constitui modos espontâneos de exteriorização da personalidade 
e das experiências interpessoais.
Dessa forma, a expressão plástica deve ser considerada um meio de co-
municação e de representação, que parte das vivências individuais do ser 
humano, a partir da infância. A respeito disso, Sousa (2003b) insiste que a 
expressão plástica é essencialmente uma atividade natural, livre e espontânea 
do ser humano e que deve ser estimulada na criança desde muito pequena:
O seu principal objetivo é a expressão das emoções e sentimentos através 
da criação com materiais plásticos. Não se pretende a produção de obras de 
arte nem a formação de artistas, mas apenas a satisfação das necessidades de 
expressão e de criação da criança. Desenha-se, pinta-se e molda-se apenas 
pelo prazer que esses atos proporcionam e não com a intenção de produzir 
algo que seja “arte”. É a ação que interessa, é o atode criar que é expressivo 
e não a obra criada (SOUZA, 2003b, p. 160).
Expressão plástica no design
A expressão plástica está ligada às questões estéticas do objeto. Ela busca 
desenvolver a capacidade de expressão e criatividade por meio do desenho e 
das linguagens, sejam elas físicas, digitais e/ou multimídia. Na área do design, 
seja ele de espaços internos ou de mobiliário, a expressão plástica busca 
desenvolver a capacidade de percepção e representação do espaço e dos seus 
elementos, com a adoção de uma linguagem para a forma. Além disso, nessa 
perspectiva está o estudo da forma, da cor, do aspecto/textura, da proporção, 
do ritmo, do movimento, da harmonia, entre tantos outros.
Na área do design, existem diversas formas de expressão plástica, como 
esculturas (maquetes e protótipos), mídias digitais (vídeos) e desenhos. Aqui, 
o foco é a terceira situação, que é mais usual. As situações serão analisadas 
seguindo critérios plásticos, ou seja, formais.
A plasticidade, segundo o dicionário Aurélio, se refere a materiais que são moldáveis, 
mudam de forma de modo irreversível. Porém, a expressão plástica se refere às 
características estéticas da arte, como cor, sombra, proporção, alinhamentos. Aqui, o 
foco é a segunda definição.
Introdução à expressão plástica4
Desenhar é o processo ou a técnica de representação de alguma coisa — 
um objeto, uma cena ou uma ideia — por meio de linhas, em uma superfície. 
Desse conceito (CHING; JUROSZEK, 2012), infere-se que definir contornos 
é diferente de pintar ou de colorir superfícies. Já que o desenho apresenta 
geralmente uma natureza linear, ele pode incluir outros elementos pictóricos, 
como pontos e pinceladas, que também podem ser interpretados como linhas. 
Qualquer que seja a forma do desenho, ele representa o princípio com base 
no qual se organizam e se expressam pensamentos e percepções visuais. 
Portanto, você deve olhar o desenho não só como expressão artística, mas 
também como ferramenta prática para reformular e trabalhar questões de 
representação gráfica. Antes de chegar diretamente ao ponto, você precisa 
compreender algumas definições ligadas ao tema. Veja a seguir.
 � Desenho: é a representação e a organização de elementos formais de 
uma obra de arte. Ou seja, é a composição de entes geométricos (reta, 
ponto, arco) e figuras (círculo, retângulo, triângulo) a fim de compor 
uma representação visual. Essa representação pode ser bidimensional 
ou tridimensional (CHING, 2010).
 � Forma: é o aspecto externo e a estrutura de algo, que se distinguem 
de sua materialidade (CHING, 2010).
 � Figura: é a forma que configura a parte superficial de um objeto, no 
sentido bidimensional. A figura é quantificada por área, é uma massa 
delimitada. Já a forma trata de volume, configuração espacial (CHING, 
2010).
 � Perspectiva: é a composição de formas bidimensionais que transmite 
a ideia de peso, volume e densidade (CHING, 2010).
 � Textura: se refere à qualidade visual (relação entre cor e sombreamento) 
e tátil (estrutura física e dimensional). Está além de sua cor ou forma 
(CHING, 2010).
 � Escala: é o cálculo das dimensões físicas do objeto em relação à 
dimensão da representação dele. Essa alteração ocorre em todas as 
dimensões do desenho, de forma proporcional. Assim, ela é utilizada 
para se adequar à superfície de desenho. A ferramenta utilizada para 
auxiliar na medição e na conversão de medidas de escalas diferentes é 
o escalímetro (CHING; JUROSZEK, 2012).
 � Proporção: é a relação comparativa e harmônica entre duas partes 
ou uma parte e um todo, considerando quantidade, medida ou grau 
(CHING, 2010).
5Introdução à expressão plástica
 � Unidade: é a qualidade de um desenho de estar combinado entre as 
partes, com ordenação dos elementos. Pode ser homogêneo (idêntico 
em toda a obra), regular (arranjado sem variação), monótono (extensa-
mente invariável) ou sem unidade (arranjo heterogêneo), por exemplo 
(CHING, 2010).
 � Harmonia: é o arranjo ordenado e congruente dos elementos em parte 
ou no todo do elemento artístico. É considerado com harmonia coerente 
o objeto que possui fácil interpretação ou reconhecimento.
 � Concordância: é a correspondência entre as formas, tamanhos, cores 
ou texturas das partes da obra de arte. Pode se dar por semelhança ou 
proximidade, por exemplo (CHING, 2010).
 � Simetria: é a exata correspondência de tamanho, formas e arranjo das 
partes opostas à linha ou ao plano divisório (eixo). Pode ocorrer em 
parte do desenho, de forma bilateral ou radial (CHING, 2010).
 � Movimento: é o caráter de uma composição que sugere movimentação 
intencional ou por meio de elementos.
 � Ritmo: é o movimento caracterizado pela repetição do padrão de formas 
e elementos iguais ou de formas distintas, porém com espaçamento 
repetitivo (CHING, 2010).
Com relação à representação de espaços construídos e de produtos/objetos, 
há diversos tipos de desenhos a serem feitos. Dependendo da intenção e do 
que se busca representar, existe um tipo de desenho e representação mais 
conveniente a ser escolhido. Os desenhos podem:
 � ter caráter técnico — desenho de arquitetura;
 � representar algo existente, do modo mais fiel possível, mas sem maior 
preocupação com as medidas — desenho de observação;
 � não ter maior preocupação com regras e formas, em caráter mais abs-
trato — desenho de imaginação.
Em relação à representação, a expressão plástica apresenta formas e figuras 
com contornos irregulares que se assemelham aos elementos da natureza 
(plantas e seres vivos). As não figurativas, entretanto, apresentam formas e 
figuras que não representam objetos reais ou da natureza. A figura abstrata 
representa figuras dotadas de valor intelectual, cujo teor está fundamentado 
apenas nas linhas e cores intrínsecas a ela, assim como na relação entre elas. 
A representação geométrica utiliza formas que se assemelham a elementos 
geométricos retilíneos ou curvilíneos (CHING; JUROSZEK, 2012).
Introdução à expressão plástica6
Desenho de arquitetura
Na área técnica, o desenho de arquitetura, como é chamado, busca representar 
com exatidão, bidimensionalmente, o espaço. Esse desenho é resultado da 
projeção de todos os pontos do objeto tridimensional nas retas, chamadas 
linhas de projeção, em um plano de desenho. Existem três principais sistemas 
de projeção: ortogonal, oblíquo e em perspectiva (Figura 1). O modo como 
essas retas interceptam o objeto e o ângulo em que elas incidem sobre o plano 
é o que determina que tipo de projeção foi usado, sendo possível entender o 
desenho feito por qualquer outra pessoa (CHING; JUROSZEK, 2012). As 
projeções também facilitam o entendimento do objeto, já que as três dimensões 
recebem a mesma atenção. “Desenhos em projeção englobam, portanto, os 
sistemas de coordenadas cartesianas e os princípios da geometria descritiva” 
(CHING; JUROSZEK, 2012, p. 119).
Figura 1. Sistemas de projeção para a representação planificada de um objeto tridimensional.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 120).
As projeções ortogonais são mais utilizadas nessa área de atuação, uma vez 
que reproduzem as medidas reais do espaço e/ou objeto, a chamada verdadeira 
grandeza. Porém, são consideradas abstratas, uma vez que não correspondem 
à realidade óptica. Não há referência do observador, mas imagina-se que os 
olhos estejam infinitamente longe, a fim de corrigir a perspectiva cônica da 
visão humana.
7Introdução à expressão plástica
As plantas baixas são exemplos da representação ortogonal, em que o 
espaço é visto de cima: as paredes são representadas interseccionadas e o 
teto é subtraído. É a planificação do espaço tridimensional, apresentando 
duas dimensões: largura e comprimento. Essa ênfase ao plano horizontal 
corresponde aos “mapas mentais” (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 146) do 
mundo e permite relações de forma e função, além de identificar ritmos, por 
exemplo. Em resumo, a planta baixa é um corte horizontal do objeto, a fim 
de mostrar a porção interior. Para compreender essedesenho, é necessário 
entender o que é sólido e o que é espaço, numa relação de cheios versus vazios. 
Além disso, a espessura das linhas e a tonalidade identificam o que está mais 
perto e mais distante da linha de corte.
Já as vistas desse espaço, chamadas de cortes e elevações, apresentam 
outras duas dimensões: largura e altura ou comprimento e altura. São projeções 
ortogonais em plano de desenho vertical, paralelas à face do objeto. Assim 
como na planta baixa, esse tipo de projeção, em que as retas projetantes são 
perpendiculares ao plano, gera desenhos com medidas reais. Porém, elementos 
inclinados ou curvos acabam reduzidos, pois aparecem acumulados nessa 
projeção. As elevações externas são chamadas de fachadas, e nelas é possível 
apresentar relações da forma, com o uso de texturas e sombreamento.
Durante esse processo de desenho bidimensional, você pode atentar a 
características como relações formais, escala da composição e ordem do 
projeto. O fato de conseguir aliar tamanho, posição e configuração torna 
o desenho legível por todos, com informações precisas desde o projeto até 
a execução. Na Figura 2, por exemplo, a casa está representada nas seis 
vistas ortográficas usuais. O tamanho (fator de escala) em que ela está 
representada é compatível com o seu nível de detalhamento, já que todas as 
informações estão legíveis. A posição das vistas, de acordo com a norma, 
permite que não seja necessário identificar de qual vista se trata. Na área de 
trabalho disponível, a configuração do desenho está correta, além de usar 
um traçado coerente (linha contínua para os contornos e linhas tracejadas 
para contornos ocultos) (WONG, 1998).
Observe a Figura 2. O objeto em questão está em perspectiva isométrica, 
e as linhas de contorno estão em verdadeira grandeza. Assim, foi possível 
construir as vistas ortográficas a partir das medidas reais do objeto. Ao lado, 
as seis vistas foram representadas conforme posicionamento indicado pela 
norma, em escala 1:1,5. Essa redução foi uma escolha importante em relação 
ao tamanho do papel e ao nível de detalhamento de que o objeto necessita.
Introdução à expressão plástica8
Figura 2. Objeto em perspectiva isométrica e vistas ortográficas a partir das medidas do 
objeto.
Desenho de observação
Uma das maiores referências do desenho é Ching e Juroszek (2012, p. 81), 
que expressa que “um dos maiores desafios ao desenhar é a representação 
de objetos tridimensionais no espaço por meio de linhas, formatos e valores 
tonais, em uma superfície plana e bidimensional”. Apesar de a percepção 
ser algo subjetivo, que varia de pessoa para pessoa, a visão é o sentido mais 
importante para a coleta de informações. Nesse processo de observação, é 
possível traçar o contorno dos objetos, descobrir texturas e superfícies, sem 
precisar tocá-las. Os olhos são responsáveis pela natureza sensorial do dese-
nho, além de permitirem que a imaginação crie e projete novas situações no 
futuro. Dessa forma, para retratar o contorno do que se está vendo, se podem 
delimitar pontos importantes e traçar linhas que os unam. Assim, é possível 
estabelecer o formato do que está sendo retratado e organizar a composição 
do desenho. A linha é um ente geométrico bidimensional, mas que pode criar 
desenhos com intenção 3D, as perspectivas.
Na arquitetura e no design, os desenhos de observação são utilizados para 
este fim: gerar perspectivas próximas do real. Entretanto, existem outras 
formas de desenho de observação, como o contorno às cegas: sem tirar o 
olhar do objeto e o lápis do papel. Ao fim, provavelmente o desenho estará 
fora de proporção, mas ele não busca ser fiel ao existente, e sim documentar 
a percepção de alguém.
Quando se trabalha com desenhos de percepção, passa-se a compreender o 
espaço com as zonas preenchidas, maciças, e as áreas vazias. Essa propriedade, 
conhecida como “figura e fundo”, auxilia na organização do campo visual. 
9Introdução à expressão plástica
Um artifício para representar essa dualidade é o uso de tonalidades e sombrea-
mentos, já que a visão humana é resultado do estímulo do sistema nervoso, que 
capta diferentes intensidades de luz e cor. A partir disso, é possível entender o 
objeto: contorno, qualidade da superfície, tamanho. O ponto em que o objeto 
recebe mais luz é entendido como mais claro, enquanto áreas mais escuras 
correspondem à região mais sombreada da peça. A troca de face, a aresta do 
objeto, é o limite do sombreamento/iluminação de cada face.
Um artifício utilizado é o uso de hachuras para diferenciar as tonalidades 
e sombras do objeto com um instrumento monocromático, seja ele caneta 
ou lapiseira. Com traços paralelos, cruzados, em movimentos circulares ou 
pontos, as hachuras são traços de mesma intensidade, que criam áreas mais 
claras ou escuras, com a variação de densidade e espaçamento entre eles. Com 
essa intenção, também é possível gerar resultados referentes à textura — se 
intencional, isso pode ser determinante para a escolha do tipo de traço a se 
utilizar. Usualmente, deve-se começar pelas zonas mais sombreadas, a fim de 
evitar escurecer muito o desenho e perder qualidade visual (WONG, 1998). 
Na Figura 3, a seguir, você pode ver uma mesma imagem representada de 
quatro formas distintas.
Figura 3. A mesma imagem observada está representada de quatro formas diferentes, 
variando a hachura.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 42).
Desenho de imaginação
Conforme Ching e Juroszek (2012, p. 285):
Imaginar é criar imagens mentais de algo que não está presente aos sentidos. 
A imaginação, portanto, se refere ao poder de reproduzir imagens guardadas 
na memória sob a sugestão de imagens associadas — imaginação reproduti-
va — ou de recombinar experiências passadas na criação de novas imagens 
Introdução à expressão plástica10
dirigidas a um objetivo específico ou que ajudem na solução de problemas 
— imaginação criativa. Usamos nossa imaginação criativa no projeto para 
visualizar possibilidades, fazer planos para o futuro e especular sobre as con-
sequências de nossas ações. Desenhamos de modo a captar e tornar visíveis 
estas concepções de algo que ainda não existe, exceto na mente.
O ato de projetar nada mais é do que a especulação sobre algo que não existe, 
um futuro incerto. Ao reproduzir essa ideia no meio físico, seja por desenho 
esquemático, croqui ou maquete, você passa a materializar uma concepção, a 
ponto de ela ser vista, trabalhada. Nesse ato, você jamais saberá o resultado. 
Afinal, está em jogo algo que, até então, só existia no mundo imaginário. Aos 
poucos, a concepção vai ganhando vida no caminho que percorre: do cérebro 
até a ponta do lápis.
Esses desenhos têm caráter experimental, por isso se iniciam geralmente 
sem a precisão de desenhos arquitetônicos, por exemplo. O artista imprime 
seu traço sem preocupações formais, mas com dados valiosos sobre o processo 
criativo. O pensamento visual é o complemento essencial ao pensamento verbal 
nessa fase de descobertas — o ato de desenhar faz com que a mente trabalhe 
a parte gráfica inconscientemente. Quanto menor o desenho, maior será sua 
capacidade de gerar especulações.
Um croqui volumétrico de uma cadeira, por exemplo, se inicia com um 
esquema de linhas que indicam a função do móvel (ter um assento, um encosto 
e estar acima do nível do piso, por exemplo), uma forma próxima do que se 
espera e só. O material usado, as dimensões, o detalhamento: nada disso faz 
parte dessa primeira etapa conceitual. Na medida em que o responsável pelo 
projeto vai adequando a sua ideia à possível materialização, o desenho da 
cadeira vai ganhando formas mais parecidas com as reais. Nesse sentido, é 
importante você notar que esse é um momento criativo, sujeito a interpreta-
ções. A ideia é evitar a natureza inibidora do desenho mais detalhado, que 
normalmente condiz com o fechamento do processo de projeto.
Exprimir uma intenção em palavras pode parecer mais fácil. Afinal, isso 
acontece na fala a todo o momento. Com o desenho,conforme você “liberta” 
mais a mão de qualquer conceito mais fechado, esses esquemas se tornam 
mais simples e objetivos. Somente por meio do desenho é que alguém pode 
entender o que você deseja, já que não é possível “ler” a imaginação de nin-
guém. Com o desenho, você consegue fragmentar, ordenar e agrupar as partes 
de inúmeras maneiras. Uma vez colocadas no papel, essas alternativas podem 
ser disseminadas e gerar novos desenhos, com meios como comparações, 
rearranjos e manipulações. Você pode excluir partes e agregar novas ideias, 
atitudes corriqueiras no mundo do design.
11Introdução à expressão plástica
Uma característica desse tipo de desenho é o poder de mudança. A partir 
do momento em que você explora e busca possibilidades, pode reagrupar esses 
desenhos de novas maneiras e, assim, transformá-los em novas ideias. Tal 
princípio de edição permite que um conceito passe por diversas alterações e 
manipulações, como alternativas de uma ideia central e conceitos já estabe-
lecidos (CHING; JUROSZEK, 2012). Na Figura 4, a seguir, você pode ver o 
processo criativo desenvolvido a partir de um projeto inicial.
Figura 4. A relação de um projeto inicial representado pelo sólido geométrico puro (triân-
gulo) e suas alterações ao longo do processo criativo.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 302).
Outra noção importante no momento criativo é a flexibilidade (CHING, 
2010). Como não se sabe aonde se quer chegar ao se iniciar um desenho, tam-
pouco se conhece a melhor forma de representá-lo. Assim, com a variedade 
de abordagens existentes, você pode exprimir a sua ideia mais facilmente. Se 
você conhece apenas um método — por exemplo, as vistas ortográficas —, o 
poder criativo fica bem limitado — já que não haverá o esquema volumétrico 
da peça, apenas a planificação de suas faces.
Na linha da flexibilidade, se encontram os pontos de vista: as maneiras 
como é possível enxergar o objeto. Esse nível de imaginação deve ser traba-
lhado. Assim, você deve ser capaz de transformar um desenho bidimensional 
em perspectivas tridimensionais, por exemplo. Em cada tipo de desenho, 
haverá informações distintas e imprescindíveis para o entendimento do projeto 
(CHING, 2010).
Conforme o desenho avança, você deve trabalhar a questão da escala. Ao 
iniciar com croquis diagramáticos, não é preciso se preocupar com detalhes. 
Assim, a escala pode ser reduzida (1:50, 1:100, por exemplo). Porém, conforme 
o projeto vai ganhando forma e características próprias, saindo do nível da 
abstração, você precisa se aproximar mais do desenho, ampliando a escala 
(1:10, 1:1, dependendo do caso).
Introdução à expressão plástica12
Chamado de “partido”, o diagrama inicial da etapa de projeto, principal-
mente quando se trata da disposição de espaços internos, serve para gerar, 
explorar e esclarecer conceitos. Esses diagramas também são indicados para 
apresentar as ideias e os conceitos da proposta. Note que nesse momento 
ainda não se falou em forma e materiais. Até aqui, esteve em jogo uma etapa 
de entendimento do que é necessário no projeto. Agora observe a Figura 5, a 
seguir. Ela mostra um diagrama com a organização de ideias para um projeto 
e também o desenho de arquitetura desse projeto.
Figura 5. À esquerda, um diagrama com a organização de ideias para um projeto de centro 
comunitário fictício. À direita, seguindo os conceitos, o desenho de arquitetura do projeto, 
com definições já estabelecidas.
Expressões plásticas aplicadas na prática
A área de design e arquitetura tem um grande potencial de expressão artística 
em relação às formas e suas qualidades. O conteúdo de um desenho ou uma 
escultura — uma representação plástica — é o significado ou sentido, em 
contrapartida à sua forma. O desenho precisa de um conceito fundamental e 
abrangente de percepção visual para estruturar uma composição. Esse conceito 
é chamado de princípio organizador. É ele que permite, por meio do arranjo 
de figuras diversas, a identificação da representação plástica.
Que tal começar abordando a ordem? Ela relaciona a disposição de cada 
elemento do grupo, de modo consistente e lógico. A definição de unidade é a 
13Introdução à expressão plástica
condição de ordenamento dos elementos, que resulta em um trabalho harmônico 
e com efeito único. Essa harmonia é resultado de um arranjo ordenado das 
partes com o todo. Já a concordância se refere ao tamanho, à cor e à forma 
dos elementos que compõem a obra de arte.
Com relação ao desenho, ou seja, à representação planificada de elementos 
tridimensionais, há grande variedade de expressões, cada uma mais adequada 
a determinada situação. Na arquitetura, por exemplo, os desenhos de imagi-
nação geram os croquis esquemáticos, que expressam as ideias até então não 
exploradas. Nesse ponto está a primeira intenção formal do artista. Além 
disso, a época em que o projeto é pensado interfere nessa escolha. Como 
afirma Niemeyer (1978, p. 16):
A forma plástica evoluiu na arquitetura em função das novas técnicas e dos 
novos materiais que lhe dão aspectos diferentes e inovadores. Primeiro, foram 
as formas robustas que as construções em pedra e argila obrigavam; depois, 
surgiram as abóbadas, os arcos e as ogivas, os vãos imensos, as formas livres 
e inesperadas que o concreto permite e os temas modernos solicitam.
Os desenhos permitem testar questões como ritmo, simetria, concordância 
e harmonia dos espaços, entre outros. A partir desses estudos, quando as 
decisões de projeto estão tomadas, um desenho mais técnico é necessário 
para comprovar as propostas.
Para testar as questões formais, as maquetes são fundamentais. Elas servem 
para representar tanto os espaços quanto o mobiliário e os demais objetos. 
Nesse sentido, é possível moldar materiais conforme as intenções de projeto, 
desconstruir, reordenar, subtrair e adicionar peças. Isso é parte do processo 
criativo, de experimentações, e a escolha do material a ser utilizado varia com a 
peculiaridade do projeto. No caso de peças curvas ou com detalhes irregulares, 
materiais com maior maleabilidade são aconselhados, como argila. Papéis 
mais espessos e firmes funcionam bem no caso de formas mais geométricas 
retangulares, com cortes e encaixes. A área do design de mobiliário funciona 
bem com estudos e protótipos em materiais esculpidos, como isopor e madeira.
Uso de softwares
A utilização do computador na área do design permite experimentações for-
mais que até então eram difíceis ou impossíveis. Essa utilização é importante 
especialmente para o desenho de objetos que nascem de croquis esquemáticos 
e que possuem um grau de dificuldade de representação considerável. Os 
Introdução à expressão plástica14
programas de geração de maquetes eletrônicas agregam elementos de dia-
gramação e relações espaciais. É importante você notar que, nesses casos, a 
leitura dos diagramas deve ser abstrata, em vez de se basear em formas físicas 
e reais. O uso de cores e frames ajuda nessa relatividade, gerando hierarquia 
de formas e usos. 
O software da Trimble, SketchUp, permite, a partir da composição de 
entes e figuras geométricas, a geração de faces moldáveis. Já o software 
Rhinoceros trabalha a partir de sólidos puros que podem ser parametrizados. 
As operações booleanas são fundamentais, nesses casos, para a edição das 
formas (Figura 6). Elas agem como um verdadeiro e falso, uma combinação 
entre os sólidos. Podem ocorrer por união, que é a soma das áreas/volumes 
dos volumes; por subtração, em que a área comum às figuras A e B é retirada; 
por intersecção, em que somente a área comum às duas figuras é mantida; 
e por diferença, quando a parte em comum entre as duas figuras é retirada, 
mantendo só uma das figuras restantes.
Figura 6. Ilustração das operações booleanas, que tratam da composição de formas 
volumétricas.
Quando se trata de desenho bidimensional, softwares da plataforma CAD 
são os mais utilizados. Além de trabalharem com linhas, arcos e figuras geo-
métricas, eles utilizam ferramentas que auxiliamna construção e na alteração 
da forma, como repetição sequencial de itens, cópia por simetria, entre outros. 
A característica mais importante desses programas gráficos é a capacidade de 
desfazer as ações, num processo de tentativa e erro, o que facilita a exploração 
de alternativas. Porém, uma desvantagem do uso dessas ferramentas é que 
podem limitar a criatividade, especialmente caso o artista não domine bem 
os recursos (CHING; JUROSZEK, 2012).
15Introdução à expressão plástica
Que tal ver um exemplo? Na Figura 7, você pode observar um projeto 
fictício de um centro comunitário na cidade de Porto Alegre. Analisando a 
planta baixa, é possível verificar o ritmo dos pilares e brises, a malha regular 
que constitui o piso e a simetria bilateral da edificação (presente também na 
fachada e no corte). Na implantação, é possível notar um alinhamento a partir 
de um eixo central, que distribui as edificações/espaços. No corte de pele, 
que apresenta o detalhamento da estrutura do edifício, os textos apresentam 
alinhamento. Além disso, a diferença entre os cheios e vazios está indicada 
pela hachura.
No geral, a diagramação do espaço foi dividida em três colunas, com 
espaçamentos entre os desenhos. As imagens correspondentes estão alinhadas 
(como a planta baixa e o corte). O uso das cores é intencional: tons de cinza e 
preto determinam a edificação; o verde aparece nas plantas para determinar 
áreas permeáveis e com vegetação; os calungas em rosa criam contraste com 
o desenho e conferem uma identidade ao trabalho. As imagens foram retiradas 
de uma maquete eletrônica feita no software SketchUp, com pós-tratamento 
no Kerkythea e no Photoshop.
Figura 7. De cima para baixo, da esquerda para a direita: planta baixa nível 2; corte longi-
tudinal; imagem de representação do edifício (1, 3 e 4); fachada oeste (2); implantação em 
colagem com mapa ao fundo; corte de pele.
Introdução à expressão plástica16
No caso mostrado na Figura 7, o software de maquetes digitais foi utilizado 
desde a fase de estudo até o modelo final apresentado. Porém, inicialmente, 
foram trabalhados sólidos puros, esquemáticos, até se atingir a forma desejada. 
Os detalhes de dimensionamento de brises e o posicionamento de mobiliário, 
entretanto, ocorreram somente no volume final.
Esse projeto foi desenvolvido em um estudo a partir de uma edificação 
existente: a Companhia de Metais Reynolds, do arquiteto Gordon Bunshaft. 
O uso de um edifício como precedente na atitude projetual reconhece que 
“nada vem do nada”, como sugere Mahfuz (2006). Trata-se de um método de 
ensino de arquitetura baseado em tipos, inspirado na ideia de “um elemento 
que deva servir como regra para o modelo”, desvinculando a função da forma 
da edificação projetada. O uso de edificações tipo como parte importante do 
processo de projeto se justifica pela existência de alguma afinidade estrutu-
ral ou relação entre o programa e a nova problemática. “As relações com os 
precedentes não acontecem pela utilização de modos completos de resolver 
um problema, mas de uma série de estruturas formais, elementos e soluções 
parciais subordinadas, postos a serviço de uma nova intenção” (MAHFUZ, 
2006, p. 1). Na Figura 8, a seguir, você pode ver o edifício referência para o 
projeto da Figura 7.
Figura 8. Edifício referência para o projeto da Figura 7.
Fonte: Som (2017, documento on-line).
17Introdução à expressão plástica
Como isso, você pode notar a complexidade da expressão plástica, da 
construção da forma e de todas as interferências existentes. O estudo da forma 
exige, mais do que técnica, um intelecto, uma base de referências para aflorar 
a criatividade. Afinal, nesse mundo, nada se cria, tudo se copia.
1. A palavra “arte” vem do latim e 
significa saber, ter habilidade. 
A arte pode ser expressa de 
várias maneiras. Uma delas é a 
expressão plástica, que contém 
vários significados, como:
a) a arte de moldar apenas 
componentes de material 
composto de polímeros 
derivados do petróleo.
b) os modos espontâneos de 
expressão, também como 
forma de liberar experiências 
pessoais e lembranças.
c) a área restrita a esculturas 
em argila e isopor.
d) a pintura de telas com alto 
nível de abstração.
e) a forma como o artista cria obras 
com materiais reutilizáveis.
2. Quando se trata de expressão 
plástica, busca-se desenvolver 
a capacidade de expressão 
e criatividade por meio das 
linguagens artísticas, sejam elas 
físicas, digitais ou multimídias. 
Plasticidade, neste caso, trata das 
questões estéticas da arte. Na 
área do design, a forma é o eixo 
principal de análise, que deve seguir 
alguns critérios plásticos, como:
a) textura, que está ligada somente 
ao tato, ou seja, às esculturas.
b) proporção, que é a 
relação harmônica entre 
as partes do objeto.
c) simetria, que é quando o 
objeto de arte é idêntico, 
ou seja, há repetição do 
elemento lado a lado.
d) movimento, que está ligado 
apenas a animações multimídia.
e) ritmo, que é a repetição de 
um mesmo elemento com o 
mesmo espaçamento, sempre.
3. Desenho é a criação e a organização 
de elementos formais em 
determinado suporte, ou seja, é a 
composição de elementos, a fim 
de gerar uma representação visual 
bidimensional. Eles podem ter várias 
formas de representação, como: 
a) orgânica, em que só são 
representados elementos da 
natureza, como plantas e animais.
b) figurativa, que inclui a 
representação dos móveis.
c) abstrata, cuja representação é 
composta por linhas e formas 
que não se assemelham a nada.
d) geométrica, combinando 
formas puras, que não 
podem ser editadas.
e) não figurativa, em que se encaixam 
as colagens, composições de 
figuras em um mesmo desenho.
Introdução à expressão plástica18
4. Os desenhos podem surgir 
de diversas formas: por meio 
de ideias imaginárias, como 
representação formal e técnica 
de algo ou a partir de uma 
preexistência, como uma cópia. 
Considerando essas informações, 
assinale a alternativa correta.
a) O desenho de arquitetura 
ocorre somente por meio das 
projeções cilíndricas ortogonais.
b) Os desenhos de imaginação são 
especulativos, sem preocupação 
com medidas e escalas.
c) Na área de arquitetura e 
design de interiores, os croquis 
são considerados desenho 
técnico de arquitetura.
d) Os desenhos de observação 
representam, abstratamente, 
elementos existentes.
e) Todos os desenhos devem ser 
feitos utilizando instrumentos, 
com medidas exatas.
5. Durante o processo de projeto de 
espaços e mobiliário, as expressões 
plásticas são essenciais para 
expressar as intenções. Sobre 
isso, podemos afirmar que:
a) desde o início do processo 
criativo, precisamos nos 
preocupar com a exatidão.
b) os croquis devem ser feitos 
usando instrumentos, 
para serem reproduzidos 
tecnicamente.
c) na fase de detalhamento 
do projeto, devemos usar 
desenhos de observação, 
sem instrumentos.
d) as plantas baixas são projeções 
cilíndricas ortogonais, em que 
o tamanho é definido pelo 
fator de escala aplicado.
e) os desenhos de observação 
são, normalmente, perspectivas, 
com o uso obrigatório de 
instrumentos de precisão.
CHING, F. D. K. Dicionário visual de arquitetura. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
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