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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO

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INFECÇÕES DO TRATO 
URINÁRIO 
 
DESCREVER A EPIDEMIOLOGIA DAS INFECC ̧ÕES URINÁRIAS, 
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO, PRINCIPAIS BACTÉRIAS 
ENVOLVIDAS, FORMAS DE AQUISIC ̧ÃO (VIA BAIXA OU 
HEMATOGE ̂NICA, NO CASO DE UMA PIELONEFRITE) 
DEFINIC ̧ÕES 
A ITU pode ser assintomática (infecção subclínica) ou sintomática (doença). 
Por conseguinte, o termo infecção do trato urinário abrange uma variedade 
de entidades clínicas, incluindo bacteriúria assintomática (BAS), cistite, 
prostatite e pielonefrite. A distinção entre ITU sintomática e BAS tem 
implicações clínicas importantes. Tanto a ITU quanto a BAS indicam a 
presença de bactérias no trato urinário, habitualmente acompanhadas de 
leucócitos e citocinas inflamatórias na urina. Entretanto, a BAS ocorre na 
ausência de sintomas atribuíveis à presença de bactérias no trato urinário e, 
em geral, não necessita de tratamento, enquanto a ITU geralmente implica 
doença sintomática, justificando o uso de terapia antimicrobiana. O termo 
ITU denota a presença de doença sintomática; a cistite refere-se a uma 
infecção sintomática da bexiga; e a pielonefrite indica uma infecção 
sintomática dos rins. A ITU não complicada refere-se a cistite ou pielonefrite 
aguda em mulheres não grávidas em condições ambulatoriais, sem 
anormalidades anatômicas, nem instrumentação do trato urinário. O termo 
ITU complicada é um termo que abrange todos os outros tipos de ITU. A ITU 
recorrente não é necessariamente complicada; episódios individuais 
podem não ser complicados e tratados desse modo. A infecção do trato 
urinário associada ao uso de cateter (ITUAC) pode ser sintomática ou 
assintomática. 
EPIDEMIOLOGIA 
Exceto em lactentes e idosos, a ITU ocorre muito mais frequentemente nas 
mulheres do que nos homens. Durante o período neonatal, a incidência de 
ITU é ligeiramente maior entre indivíduos do sexo masculino, em 
comparação com os do sexo feminino, visto que os lactentes do sexo 
masculino apresentam mais comumente anomalias congênitas do trato 
urinário. Depois dos 50 anos de idade, a obstrução por hipertrofia prostática 
torna-se comum nos homens, e a incidência de ITU torna- se quase tão alta 
nos homens quanto nas mulheres. Entre 1 e cerca de 50 anos de idade, a 
ITU e a ITU recorrente são predominantemente doenças de mulheres. A 
prevalência de BAS é de cerca de 5% entre mulheres de 20-40 anos de 
idade e pode alcançar 40-50% entre mulheres e homens idosos. Até 50-80% 
das mulheres na população geral apresentam pelo menos uma ITU durante 
a sua vida – na maioria dos casos, cistite não complicada. O uso recente 
de um diafragma com espermicida, as relações sexuais frequentes e uma 
história de ITU constituem fatores de risco independentes para a cistite 
aguda. A cistite está temporalmente relacionada com relações sexuais 
recentes de maneira dose-resposta, com aumento do risco relativo que 
varia de 1,4 com um episódio de relação sexual até 4,8 com cinco episódios 
na semana precedente. Em mulheres saudáveis na pós menopausa, a 
atividade sexual, o diabetes melito e a incontinência constituem fatores de 
risco para ITU. Muitos fatores que predispõem as mulheres à cistite também 
aumentam o risco de pielonefrite. Em mulheres sadias jovens, os fatores 
independentemente associados à pielonefrite incluem relaço ̃es sexuais 
frequentes, novo parceiro sexual, ITU nos 12 meses precedentes, história 
materna de ITU, diabetes e incontinência. 
FATORES DE RISCO 
Os fatores de risco comuns para a cistite e a pielonefrite não são 
surpreendentes, visto que a pielonefrite surge em consequência da 
ascensão de bactérias da bexiga até o trato urinário superior. Todavia, 
pode ocorrer pielonefrite sem cistite antecedente definida. Cerca de 20-
30% das mulheres que já tiveram um episódio de ITU terão episódios 
recorrentes. A recorrência precoce (dentro de 2 semanas) é habitualmente 
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considerada como recidiva, e não como reinfecção, e pode indicar a 
necessidade de avaliar a paciente quanto a um foco sequestrado. Focos 
intracelulares de microrganismos infectantes dentro do epitélio vesical 
foram demonstrados em modelos animais de ITU, porém a importância 
desse fenômeno nos humanos ainda não está bem esclarecida. A taxa de 
recorrência varia de 0,3-7,6 infecções por paciente por ano, com média de 
2,6 infecções por ano. Não é raro que a infecção inicial seja seguida de 
múltiplas recidivas, resultando em agrupamento de episódios. O 
agrupamento de episódios pode estar relacionado temporalmente à 
presença de um novo fator de risco ou à descamação da camada epitelial 
externa protetora da bexiga em resposta à fixação das bactérias durante a 
cistite aguda. 
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO 
• Cateterização; 
• Sexo feminino; 
• Imunodeficiência. 
• Anomalias do TU; 
• Diabetes Mellitus; 
• Bexiga neurogênica; 
• Obstrução intrínseca ou extrínseca. 
A probabilidade de recorrência diminui com o passar do tempo desde a 
última infecção. Um estudo de caso-controle com predominância de 
mulheres brancas na pré- menopausa com ITU recorrente identificou as 
relações sexuais frequentes, o uso de espermicida, um novo parceiro sexual, 
uma primeira ITU antes dos 15 anos de idade e uma história materna de ITU 
como fatores de risco independentes para ITU recorrente. Os únicos fatores 
de risco comportamentais consistentemente documentados para a ITU 
recorrente incluem relações sexuais frequentes e uso de espermicida. Em 
mulheres na pós-menopausa, os principais fatores de risco para ITU 
recorrente incluem história de ITU na pré-menopausa e fatores anatômicos 
que afetam o esvaziamento da bexiga, como cistocele, incontinência 
urinária e urina residual. Em mulheres grávidas, a BAS possui consequências 
clínicas, e tanto o rastreamento quanto o tratamento dessa condição estão 
indicados. Especificamente, a BAS durante a gravidez está associada ao 
nascimento prematuro e mortalidade perinatal para o feto e à pielonefrite 
para a mãe. Os homens com ITU apresentam, em sua maioria, uma 
anormalidade anatômica ou funcional do trato urinário, mais comumente 
obstrução urinária secundária à hipertrofia prostática. Entretanto, nem 
todos os homens com ITU possuem anormalidades urinárias detectáveis; 
esse aspecto é particularmente relevante em homens de ≤ 45 anos de 
idade. A falta de circuncisão também está associada a um risco 
aumentado de ITU, visto que a Escherichia coli tem mais tendência a 
colonizar a glande e o prepúcio e a migrar subsequentemente para o trato 
urinário. Foi constatado que as mulheres com diabetes apresentam uma 
taxa 2-3 vezes maior de BAS e de ITU do que as mulheres sem diabetes; não 
há evidências suficientes para fazer uma afirmação em relação aos 
homens. A duração prolongada do diabetes e o uso de insulina, em lugar 
de agentes orais, também esta ̃o associados a um maior risco de ITU em 
mulheres com diabetes. A função vesical deficiente, a obstrução do fluxo 
urinário e a micça ̃o incompleta constituem fatores adicionais comumente 
observados em pacientes com diabetes, que aumentam o risco de ITU. O 
comprometimento da secreça ̃o de citocinas pode contribuir para a BAS em 
mulheres diabéticas. 
ETIOLOGIA 
Os uropatógenos que causam ITU variam quanto à síndrome clínica, porém 
consistem habitualmente em bacilos Gram-negativos entéricos que 
migraram para o trato urinário. Na cistite aguda não complicada, nos EUA, 
os agentes etiológicos são altamente previsíveis: E. coli representa 75-90% 
dos microrganismos isolados. São encontrados agentes etiológicos 
semelhantes na Europa e no Brasil. O espectro de agentes que causam 
pielonefrite não complicadaé semelhante, com predomínio da E. coli. Na 
ITU complicada, a E. coli continua sendo o microrganismo predominante, 
porém outros bacilos Gram-negativos aeróbios, como Pseudomonas 
aeruginosa e espécies de Klebsiella, Proteus, Citrobacter, Acinetobacter e 
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Morganella, também são isolados com frequência. As bactérias Gram-
positivas e as leveduras também constituem patógenos importantes na ITU 
complicada. Em geral, os dados sobre a etiologia e a resistência são obtidos 
de pesquisas laboratoriais e devem ser compreendidos no contexto de que 
a identificação dos microrganismos só é realizada nos casos em que uma 
amostra de urina é enviada para cultura – isto é, normalmente quando há 
suspeita de ITU complicada ou de pielonefrite. Os dados disponíveis 
demonstram aumento mundial na resistência de E. coli aos antibióticos 
comumente utilizados no tratamento da ITU. Pesquisas na América do Norte 
e na Europa de mulheres com cistite aguda documentaram taxas de 
resistência de > 20% ao sulfametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP) e ao 
ciprofloxacino em algumas regiões. Nas infecções adquiridas na 
comunidade, a prevalência aumentada de uropatógenos que produzem 
β-lactamases de espectro ampliado deixou poucas opções orais para o 
tratamento. Como as taxas de resistência variam de acordo com a região 
geográfica, com as características de cada paciente e com o passar do 
tempo, é importante utilizar dados locais e atuais quando se escolhe um 
esquema de tratamento. 
 
PATOGE ̂NESE 
O trato urinário pode ser considerado como uma unidade anatômica 
ligada por uma coluna contínua de urina que se estende desde a uretra até 
os rins. Na maioria dos casos de ITU, as bactérias estabelecem uma infecção 
por meio de sua ascensão até a bexiga através da uretra. A ascensão 
contínua pelo ureter até o rim constitui o trajeto para a maioria das 
infecções do parênquima renal. Entretanto, a introduça ̃o de bactérias na 
bexiga não leva necessariamente a uma infecção duradoura e 
sintomática. A interação entre fatores do hospedeiro, do patógeno e 
ambientais determina se haverá invasão tecidual e infecça ̃o sintomática 
Por exemplo, as bactérias frequentemente entram na bexiga após uma 
relaça ̃o sexual, porém a micça ̃o normal e os mecanismos de defesa inatos 
do hospedeiro na bexiga eliminam esses microrganismos. Qualquer corpo 
estranho existente no trato urinário, como um cateter urinário ou cálculo, 
proporciona uma superfície inerte para a colonização de bactérias. A 
micção anormal e/ou um volume de urina residual significativo promovem 
uma infecção verdadeira. Para simplificar, qualquer coisa capaz de 
aumentar a probabilidade de entrada das bactérias na bexiga e a sua 
permanência aumenta o risco de ITU. 
 
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As bactérias também podem ter acesso ao trato urinário através da 
corrente sanguínea. Entretanto, a disseminação hematogênica responde 
por < 2% das ITUs documentadas e, em geral, resulta de bacteremia 
causada por microrganismos relativamente virulentos, como Salmonella e S. 
aureus. Com efeito, o isolamento de um desses patógenos de um paciente 
sem cateter ou outra instrumentação justifica a pesquisa de uma fonte 
hematogênica. As infecções hematogênicas podem produzir abscessos 
focais ou áreas de pielonefrite dentro de um rim e resultam em culturas de 
urina positivas. A patogênese da candidúria é distinta, visto que a via 
hematogênica é, neste caso, comum. A presença de Candida na urina de 
um paciente imunocompetente sem instrumentação implica uma 
contaminação genital ou disseminação visceral potencial. 
FATORES AMBIENTAIS 
ECOLOGIA VAGINAL 
Nas mulheres, a ecologia vaginal constitui um importante fator ambiental 
que afeta o risco de ITU. A colonização do introito vaginal e da área 
periuretral por microrganismos da flora intestinal (habitualmente E. coli) 
constitui a etapa inicial crítica na patogênese da ITU. A relação sexual está 
associada a um risco aumentado de colonização vaginal por E. coli e, 
portanto, aumenta o risco de ITU. O nonoxinol-9 no espermicida é tóxico 
para a microflora vaginal normal e, portanto, também está associado a um 
risco aumentado de colonização vaginal por E. coli e bacteriúria. Em 
mulheres após a menopausa, os lactobacilos vaginais previamente 
predominantes são substituídos pela colonização por bactérias Gram-
negativas. O uso de estrogênios tópicos para prevenir a ITU em mulheres na 
pós-menopausa é controverso; tendo em vista os efeitos colaterais da 
reposição hormonal sistêmica, os estrogênios orais não devem ser usados 
para prevenção de ITU. 
ANORMALIDADES ANATÔMICAS E FUNCIONAIS 
Qualquer condição capaz de permitir a estase ou a obstrução urinária 
predispõe o indivíduo à ITU. Os corpos estranhos, como cálculos ou 
cateteres urinários, proporcionam uma superfície inerte para a colonização 
das bactérias e a formação de um biofilme persistente. Por conseguinte, o 
refluxo vesicoureteral, a obstrução ureteral secundária à hipertrofia 
prostática, a bexiga neurogênica e a cirurgia de derivação urinária criam 
um ambiente favorável para a ITU. Em indivíduos com essas condições, as 
cepas de E. coli que carecem de fatores de virulência urinária típicos 
frequentemente constituem a causa da infecção. A inibição da peristalse 
ureteral e a diminuição do tônus ureteral, levando ao refluxo vesicoureteral, 
são importantes na patogênese da pielonefrite em mulheres grávidas. Os 
fatores anatômicos – especificamente a distância entre a uretra e o ânus – 
são considerados como o principal motivo pelo qual a ITU é 
predominantemente uma doença de mulheres jovens, e não de homens 
jovens. 
FATORES DO HOSPEDEIRO 
A base genética individual do hospedeiro influencia a suscetibilidade do 
indivíduo à ITU recorrente, pelo menos em mulheres. A predisposição familiar 
à ITU e à pielonefrite está bem documentada. Há uma tendência maior de 
que as mulheres com ITU recorrente tenham tido a primeira ITU antes dos 15 
anos de idade e uma história materna de ITU. Um componente da 
patogênese subjacente dessa predisposição familiar à ITU recorrente pode 
consistir na colonização vaginal persistente por E. coli, mesmo durante os 
períodos assintomáticos. As células da mucosa vaginal e periuretral de 
mulheres com ITU recorrente ligam-se três vezes mais a bactérias 
uropatogênicas do que as células da mucosa de mulheres sem infecção 
recorrente. As células epiteliais de mulheres que não secretam 
determinados antígenos de grupos sanguíneos podem apresentar tipos 
específicos de receptores aos quais se liga a E. coli, facilitando, assim, a 
colonização e a invasão. As mutações em genes de resposta do hospedeiro 
(p. ex., aqueles que codificam receptores semelhantes ao Toll e o receptor 
de interleucina 8) também foram associadas à ITU recorrente e à 
pielonefrite. Os polimorfismos no gene do receptor específico da 
interleucina 8 CXCR1 estão associados a um aumento da suscetibilidade à 
pielonefrite. A expressão do CXCR1 em níveis mais baixos na superfície dos 
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neutrófilos compromete a defesa do hospedeiro dependente de neutrófilos 
contra a invasão bacteriana do parênquima renal. 
FATORES MICROBIANOS 
Um trato urinário anatomicamente normal proporciona uma poderosa 
barreira contra a infecção ao contrário de um trato urinário comprometido. 
Assim, as cepas de E. coli que causam infecção sintomática invasiva do 
trato urinário em hospedeiros normais nos demais aspectos frequentemente 
possuem e expressam fatores genéticos de virulência, incluindo adesinas de 
superfície, que medeiam a ligação a receptores específicos sobrea 
superfície das células uroepiteliais. As adesinas mais bem estudadas são as 
fímbrias P, que consistem em estruturas proteicas semelhantes a pelos, que 
interagem com um receptor específico nas células epiteliais renais. (A letra 
P denota a capacidade de ligação dessas fímbrias ao antígeno de grupo 
sanguíneo P, que contém um resíduo de D-galactose-D-galactose.) As 
fímbrias P são importantes na patogênese da pielonefrite e na invasão 
subsequente da corrente sanguínea a partir do rim. 
Outra adesina é o pilus (fímbria) tipo 1, encontrada em todas as cepas de 
E. coli, embora não seja expressa em todas elas. Acredita-se que os pili tipo 
1 desempenham um papel chave na iniciação da infecção vesical por E. 
coli, uma vez que medeiam a ligação a uroplaquinas sobre a superfície 
luminal das células uroepiteliais da bexiga. A ligação das fímbrias tipo 1 de 
E. coli a receptores nas células uroepiteliais desencadeia uma complexa 
série de eventos de sinalização, que levam à apoptose e à esfoliação das 
células uroepiteliais, com eliminação das E. coli ligadas na urina. 
FORMAS DE AQUISIC ̧ÃO 
Interfere na gravidade da doença e também na terapêutica. 
VIA ASCENDENTE 
Via uretral, na qual a bactéria ascende para o trato urinário superior. O trato 
urinário pode ser considerado como uma unidade anatômica ligada por 
uma coluna contínua de urina que se estende desde a uretra até os rins. Na 
maioria dos casos de ITU, as bactérias estabelecem uma infecção por meio 
de sua ascensão até a bexiga através da uretra. A ascensão contínua pelo 
ureter até o rim constitui o trajeto para a maioria das infecções do 
parênquima renal. Qualquer corpo estranho existente no trato urinário, 
como um cateter urinário ou cálculo, proporciona uma superfície inerte 
para a colonização de bactérias. A micção anormal e/ou um volume de 
urina residual significativo promovem uma infecção verdadeira. Para 
simplificar, qualquer coisa capaz de aumentar a probabilidade de entrada 
das bactérias na bexiga e a sua permanência aumenta o risco de ITU. A 
interação entre fatores do hospedeiro, do patógeno e ambientais 
determina se haverá invasão tecidual e infecção sintomática. 
HEMATOGÊNICA 
Via de vascularização. O rim é um dos órgãos mais vascularizados. As 
bactérias também podem ter acesso ao trato urinário através da corrente 
sanguínea. Entretanto, a disseminação hematogênica responde por < 2% 
das ITUs documentadas e, em geral, resulta de bacteremia causada por 
microrganismos relativamente virulentos, como Salmonella e S. aureus. Com 
efeito, o isolamento de um desses patógenos de um paciente sem cateter 
ou outra instrumentação justifica a pesquisa de uma fonte hematogênica. 
As infecções hematogênicas podem produzir abscessos focais ou áreas de 
pielonefrite dentro de um rim e resultam em culturas de urina positivas. A 
patogênese da candidúria é distinta, visto que a via hematogênica é, neste 
caso, comum. A presença de Candida na urina de um paciente 
imunocompetente sem instrumentação implica uma contaminação genital 
ou disseminação visceral potencial. 
DESCREVER O QUADRO CLÍNICO TÍPICO DAS INFECC ̧ÕES 
URINÁRIAS (CISTITE E PIELONEFRITE) EM CADA FAIXA ETÁRIA. 
CISTITE 
Os sintomas típicos de cistite consistem em disúria, polaciúria e urgência. 
Com frequência, observa-se também a ocorrência de noctúria, hesitação, 
desconforto suprapúbico e hematúria macroscópica. A dor lombar ou no 
flanco unilateral é geralmente uma indicaça ̃o de comprometimento do 
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trato urinário superior. A febre também constitui uma indicação de infecção 
invasiva do rim ou da próstata. 
PIELONEFRITE 
A pielonefrite leve pode se manifestar na forma de febre baixa, com ou sem 
dor lombar inferior ou no ângulo costovertebral, enquanto a pielonefrite 
grave pode manifestar-se na forma de febre alta, tremores, náuseas, 
vômitos e dor no flanco e/ou lombar. Em geral, os sintomas são de início 
agudo, e pode não haver sintomas de cistite. A febre constitui a principal 
característica que distingue a cistite da pielonefrite. A febre da pielonefrite 
exibe um padrão em “estaca de cerca” de pico alto, porém sofre resolução 
dentro de 72 horas de terapia. Verifica-se o desenvolvimento de bacteremia 
em 20-30% dos casos de pielonefrite. Os pacientes com diabetes melito 
podem apresentar uropatia obstrutiva associada à necrose papilar aguda 
quando as papilas descamadas causam obstrução do ureter. A necrose 
papilar também pode ser evidente em alguns casos de pielonefrite 
complicada por obstrução, anemia falciforme, nefropatia por analgésicos 
ou combinações dessas condições. Nos raros casos de necrose papilar 
bilateral, uma rápida elevação dos níveis séricos de creatinina pode 
constituir a primeira indicação da condição. A pielonefrite enfisematosa é 
uma forma particularmente grave da doença, que está associada à 
produção de gás nos tecidos renais e perinefréticos e que ocorre quase 
exclusivamente em pacientes diabéticos. A pielonefrite 
xantogranulomatosa ocorre quando a obstrução urinária crônica 
(frequentemente por cálculos coraliformes), juntamente com infecção 
crônica, leva à destruição supurativa do tecido renal. Ao exame 
patológico, o tecido renal residual frequentemente tem uma coloração 
amarela, com infiltração por macrófagos repletos de lipídeos. A pielonefrite 
também pode ser complicada pela formação de abscesso 
intraparenquimatoso; deve-se suspeitar dessa situação quando o paciente 
apresenta febre contínua e/ou bacteremia, apesar da terapia 
antibacteriana. 
 
IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS ALTERAC ̧ÕES EM EXAMES 
COMPLEMENTARES (URINA I, UROCULTURA, ANTIBIOGRAMA, 
USG DE RINS E VIAS URINA ́RIAS, HEMOGRAMA). 
URINA 1 
Este exame irá fornecer, quando associado à anamnese e ao quadro 
clínico, os dados que praticamente confirmam o diagnóstico de ITU: 
presença de piúria (leucocitúria), de hematúria e de bacteriúria. Os valores 
encontrados são, habitualmente, proporcionais à intensidade da infecção. 
• Leucocitúria (acima do padrão de corte); 
• Nitrito positivo; apenas os membros da família Enterobacteriaceae 
convertem o nitrato em nitrito, e deve haver um acúmulo de nitrito na 
urina suficiente para alcançar o limiar de detecção. Se uma mulher com 
cistite aguda estiver ingerindo líquidos em excesso e urinando 
frequentemente, o teste da fita reagente para nitrito tem menos 
probabilidade de ser positivo, mesmo na presença de E.coli. 
• Hematúria. A presença de sangue na urina também pode sugerir um 
diagnóstico de ITU. 
UROCULTURA 
Fundamental realizar. 
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A cultura de urina quantitativa, avaliada em amostra de urina colhida 
assepticamente, jato médio, poderá fornecer, na maioria dos casos, o 
agente etiológico causador da infecção e trazer subsídio para a conduta 
terapêutica. Sua importância crescerá quando, diante de falha da terapia 
empírica, possibilitará a realização do teste de sensibilidade in vitro 
(antibiograma), que orientará uma nova conduta terapêutica. 
• Urina em jato médio com mais de 105 UFC. 
A detecção de bactérias em uma cultura de urina é o “padrão-ouro” 
diagnóstico para a ITU; todavia, lamentavelmente, os resultados de cultura 
não se tornam disponíveis antes de 24 horas após a apresentaça ̃o do 
paciente. A identificação do(s) microrganismo(s) específico(s) pode exigir 
um período adicional de 24 horas. Estudos realizados em mulheres com 
sintomas de cistite constataram que um limiar para contagem de colônias 
de > 102 bactérias/mL é mais sensível (95%) e específico (85%) do que um 
limiar de 105/mL para diagnóstico de cistite aguda em mulheres. Noshomens, o nível mínimo indicando infecção parece ser de 103/mL. Com 
frequência, as amostras de urina ficam contaminadas com a microbiota 
normal da uretra distal, da vagina ou da pele. Esses contaminantes podem 
crescer e alcançar números elevados quando se deixa a amostra de urina 
coletada permanecer em repouso em temperatura ambiente. Na maioria 
dos casos, uma cultura produzindo espécies mistas de bactérias está 
contaminada, exceto nos casos de cateterismo em longo prazo, retenção 
urinária crônica ou presença de fístula entre o trato urinário e o trato 
gastrintestinal ou genital. 
ANTIBIOGRAMA 
O antibiograma, como é habitualmente reconhecido este exame, atua 
complementarmente à cultura de urina. Na rotina das cistites não 
complicadas, sua utilidade é pequena, haja vista a predominância maciça 
e resolutiva da terapia empírica. No entanto, naqueles casos em que ocorre 
falha desse tipo de terapia, nas pielonefrites e nas infecções urinárias 
hospitalares, a presença do antibiograma é de grande utilidade. 
Igualmente sua importância cresce nas cistites complicadas, quando o risco 
de insucesso da terapia empírica aumenta. O antibiograma fornecerá os 
antimicrobianos potencialmente úteis a serem prescritos. 
USG DE RINS E VIAS URINÁRIAS 
A ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância 
magnética têm indicação restrita àqueles casos de cistite/pielonefrite não 
resolvidos com terapia empírica; assumem maior importância para o 
diagnóstico de complicações e, também, para evidenciar alterações 
estruturais e/ou funcionais do sistema urinário. 
HEMOGRAMA 
Este exame não tem nenhum valor em pacientes com cistite. No entanto, 
diante de um quadro de pielonefrite, torna-se valioso; sua positividade, 
nesta infecção, situa-se entre 25% a 60% e, além da informação do agente 
etiológico (nem sempre identificável na urocultura), indica para o risco de 
uma sepse, sugerindo um potencial de gravidade. 
ACHADOS LABORATORIAIS 
O achado central para o diagnóstico de ITU é a demonstração de 
bacteriúria em uma amostra de urina incubada na bexiga durante, pelo 
menos, 2 horas, para permitir o crescimento de bactérias. Uma amostra de 
urina para cultura antes da terapia deve ser obtida de todos os pacientes 
com pielonefrite, urossepse ou ITU complicada ou quando o diagnóstico é 
incerto. Não é geralmente recomendada na cistite aguda não 
complicada, porque o quadro clínico é característico e o uso de terapia 
empírica de curta duraça ̃o implica que os sintomas estão muitas vezes 
resolvidos quando o resultado da cultura se torna disponível. A amostra de 
urina deve ser colhida de forma a limitar o risco de contaminação. O 
método de coleta usual é uma amostra do jato médio de urina. Todas as 
amostras devem ser levadas imediatamente para o laboratório de modo a 
impedir o crescimento durante o transporte. As amostras de urina para 
cultura devem ser coletadas antes da instituição de terapia antibiótica, já 
que a urina é rapidamente esterilizada após o início de antimicrobianos 
sistêmicos. A interpretação da urocultura quantitativa varia de acordo com 
a apresentação clínica e o método de colheita (Tabela 284-4). Bacteriúria 
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significativa equivale geralmente a 10 5 UFC/mL ou mais, em que uma 
unidade de formação de colônias (UFC) corresponde a uma ou mais células 
bacterianas formando colônias durante o crescimento em uma placa de 
ágar. Em mulheres com sintomas de cistite não complicada, a presença de 
10 2 UFC/mL ou mais de E. coli ou S. saprophyticus na urina de jato médio é 
consistente com infecção. Outros organismos Gram-positivos em qualquer 
contagem quantitativa devem ser interpretados como contaminação. 
Piúria está presente na maioria dos pacientes com ITU sintomática ou 
bacteriúria assintomática. Muitas outras alterações estão, no entanto, 
associadas à piúria, e a presença de piúria não faz o diagnóstico de 
infecção, nem diferencia infecção sintomática de assintomática. A 
ausência de piúria tem elevado valor preditivo negativo para excluir ITU na 
maioria dos pacientes. No entanto, a ausência de piúria em espécimes de 
urina de uma mulher com sintomas compatíveis com cistite não é indicação 
para suspender a antibioterapia empírica. Para o rastreamento de 
bacteriúria, a identificação de nitritos na urina pode ser útil. As bactérias 
Gram-negativas, com exceção de P. aeruginosa, vão metabolizar o nitrato 
a nitrito, que pode ser demonstrado através de uma reação de cor numa 
tira de teste. As bactérias Gram-positivas e fungos não metabolizam o 
nitrato. A técnica é rápida (<1 minuto) e de baixo custo. Tem um elevado 
grau de especificidade, mas não é sensível, pois não detecta infecções 
causadas por organismos Gram‐positivos. 
Amostras para hemoculturas devem ser obtidas em todos os pacientes com 
suspeita de urossepse. Os pacientes com pielonefrite aguda, mas não 
aqueles com cistite aguda, têm níveis séricos de proteína C‐reativa 
aumentados. 
EXAMES POR IMAGEM: 
O uso precoce de métodos de imagem deve ser encorajado em qualquer 
paciente com urossepse para identificar anormalidades que requerem 
controle imediato do foco. A modalidade de imagem ideal é a tomografia 
computadorizada com contraste. A ressonância magnética pode não 
identificar gás nos tecidos ou pequenos cálculos. A ultrassonografia pode 
fornecer um exame rápido para excluir obstrução significativa. Investigação 
também seria indicada em pacientes com resposta lenta ou falta de 
resposta à terapia antibiótica adequada ou se houver recidiva precoce da 
pielonefrite após o término da terapia. A boa conduta da infecção urinária 
complicada requer a caracterização das anormalidades subjacentes e a 
sua correção sempre que possível. Em pacientes selecionados podem ser 
necessários estudos para o diagnóstico de refluxo vesicoureteral ou para 
caracterizar a função renal diferencial. 
 
SABER INTERPRETAR O ANTIBIOGRAMA (EX. O QUE É MIC?) E 
POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS, SALIENTANDO A IMPORTÂNCIA 
DO USO RACIONAL DOS ANTIMICROBIANOS. 
A realização do teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) é uma das 
principais tarefas executadas pelo laboratório de microbiologia. Além de 
orientar a escolha da terapia antimicrobiana mais adequada, o TSA 
representa uma importante ferramenta no monitoramento da evolução da 
resistência bacteriana e age também como um método auxiliar na 
implantação de medidas de controle que evitem a disseminação de 
bactérias multirresistentes. 
@resumosdamed_ 
 
 
9 
O TSA deve ser sempre realizado na avaliação das seguintes bactérias: 
• Enterobactérias; 
• Pseudomonas spp., 
• Acinetobacter spp.; 
• Staphylococcus spp.; 
• Enterococcus spp.; 
• Streptococcus pneumoniae; 
• Streptococcus do grupo viridans e beta-hemolítico; 
• Haemophilus influenzae; 
• Complexo Burkholderia cepacia; 
• Stenotrophomonas maltophilia; 
• Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis. 
É importante lembrar que a cultura e o TSA não são capazes de diferenciar 
infecção de colonização, bem como o TSA também não é capaz de 
apontar qual o antibiótico que deve ser utilizado para o tratamento. Todas 
essas respostas são da avaliação do médico que solicitou o exame. 
O TSA pode ser realizado por diferentes métodos laboratoriais, os quais 
dividimos em métodos qualitativos e quantitativos. Os testes qualitativos são 
mais fáceis de serem performados e historicamente são realizados por 
métodos com discos de difusão. Esses testes nada mais são do que discos 
contendo determinados antibióticos em concentrações padrão, que são 
adicionados a um meio de cultura, onde se semeia a bactéria em que se 
quer performar o teste. Como o antibiótico se difundede forma radial em 
torno do disco, caso haja susceptibilidade ao antibiótico, não observaremos 
crescimento da cepa em torno do disco em questão. Caso haja resistência, 
não haverá um halo de inibição de crescimento em torno do disco ao qual 
a cepa é resistente, mostrando que ela cresceu independentemente da 
ação do antibiótico. Em geral, existe um tamanho mínimo de halo para 
cada antibiótico para que se considere resistência. Entretanto, com os 
métodos qualitativos, temos como resultado apenas sensibilidade ou 
resistência in vitro. 
O problema é, os testes qualitativos têm concentrações padrões de 
antibióticos e, por isso, eles não são capazes de nos dizer qual a 
concentração mínima para impedir o crescimento de um determinado 
agente. Para que isso ocorra, precisam ser performados os testes 
quantitativos. Quando testes quantitativos são performados, conseguimos 
obter a chamada MIC (sigla do inglês que quer dizer concentração inibitória 
mínima). A MIC é de extrema importância para a avaliação do TSA, uma 
vez que ela indica qual a concentração mínima de um determinado 
antibiótico que é necessária para que se iniba o crescimento de um 
determinado agente bacteriano. 
COMO INTERPRETAR O TESTE DE SUSCEPTIBILIDADE AO 
ANTIBIÓTICO: 
1. Observe qual a bactéria que está sendo testada no TSA 
Identificar qual a bactéria que está sendo testada é fundamental na ajuda 
quanto a escolha dos agentes antibacterianos possíveis para o tratamento. 
Um teste de susceptibilidade pode apresentar diversos antibióticos sensíveis 
para uma determinada bactéria, mas você, conhecendo o patógeno e o 
sítio de infecção que este está associado, saberá escolher entre os 
antibióticos quais o patógeno é sensível, qual o melhor para o tratamento 
de acordo com as suas propriedades farmacocinéticas (levando em conta 
principalmente a distribuição do fármaco) e mecanismos de ação. Além 
disso, determinar qual é a espécie bacteriana é fundamental para 
identificarmos a possibilidade de estarmos diante de uma bactéria que 
pode apresentar um mecanismo de resistência que seja induzível, pois, no 
TSA, esta bactéria pode se apresentar sensível, mas ela, ao se iniciar o 
tratamento com tal droga, pode ter a expressão dos genes de resistência e 
assim não responderá adequadamente a terapêutica escolhida. 
Sabiamente, algumas bactérias específicas apresentam esse tipo de 
mecanismo, por isso, identificar a espécie já faz parte da etapa de escolha 
terapêutica 
2. Identificar drogas resistentes e sensíveis. 
Alguns mecanismos de resistência levam a falha terapêutica não só com 
um determinado antibiótico testado, mas sim com todo um grupo de 
drogas da mesma classe, mesmo que ela não tenha sido testada pelo 
ensaio. Por isso, é importante que se olhe para o TSA e não se identifique 
apenas as drogas as quais a bactéria se apresenta com sensibilidade, mas 
@resumosdamed_ 
 
 
10 
também aquelas que se apresentam com resistência. Excluindo opções que 
podem não ter sido testadas do seu leque terapêutico e que poderiam levar 
a falha terapêutica. Aqui também é importante ressaltar que, algumas 
bactérias apresentam mais comumente mecanismos que podem levar a 
resistência, não só de um antibiótico em questão, mas também de um 
segundo antibiótico de outra classe por mecanismo de resistência cruzada 
ou até mesmo por mecanismos diferentes que são frequentemente 
encontrados em uma determinada espécie. Assim, mesmo que in vitro a 
bactéria se apresente como sensível a um determinado antibiótico que 
apresentaria resistência por esses mecanismos, você, conhecendo-os, não 
escolheria como opção terapêutica. 
3. Análise da MIC 
O bom teste de susceptibilidade é aquele que traz consigo, não só as 
drogas testadas e o perfil de resistência a cada uma delas, mas também 
traz a concentração inibitória mínima para cada uma das drogas 
diferentes. A análise de MIC é complexa, porém é fundamental para 
escolher a melhor droga para o tratamento de uma infecção e, por isso, 
algumas considerações devem ser feitas: 
Geralmente, o antimicrobiano que apresentou a menor MIC é considerado 
a melhor alternativa de tratamento. Entretanto, interpretações corretas da 
MIC devem considerar as propriedades farmacocinéticas e a resposta 
clínica do respectivo antimicrobiano em erradicar a bactéria nos diversos 
sítios. A MIC, para uma determinada droga, não deve ser comparada com 
a de outra. Isso porque drogas apresentam diferentes propriedades 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas, assim uma MIC maior ou menor 
para uma droga não significa que ela seja obrigatoriamente superior ou 
inferior a outra. 
Quanto a interpretação dos BREAKPOINTS, consideramos ainda aqueles 
resultados que indicam sensibilidade intermediária como resistentes na 
prática clínica, uma vez que a possibilidade de falha terapêutica com essas 
drogas é alta. 
 
Diversos fatores são capazes de interferir na concentração de uma droga, 
uma vez que cada droga tem uma maior concentração em um 
determinado sítio. Como é o exemplo das penicilinas, que atingem menor 
concentração a nível de sistema nervoso central (SNC) do que em pulmão. 
Portanto, muitas vezes, ter uma droga sensível para um determinado agente 
infeccioso não significa que esta tratará de forma mais eficaz o paciente. O 
pneumococo é um bom exemplo. Pneumonia por pneumococo tem uma 
interpretação de MIC diferente de uma meningite pelo mesmo agente, 
quando a droga em questão é a penicilina G cristalina. Como a 
penetração desta droga no SNC é menor que no pulmão, 
consideramos breakpoints diferentes de acordo com o sítio de infecção, 
sendo a MIC para sensibilidade mais baixa no pulmão do que no sistema 
nervoso central. Entretanto, o TSA traz apenas a MIC in vitro, o médico que 
avalia o TSA deve observar a MIC da cepa infecciosa e avaliar se tal MIC 
permite o tratamento com tal droga para tal sítio, independentemente da 
susceptibilidade apontada pelo teste. 
CRITÉRIOS PARA INTERNAC ̧ÃO 
CRITÉRIOS DE ADMISSÃO HOSPITALAR 
o Incapacidade de ingerir líquidos. 
o Suspeita de infecção grave com toxemia ou íleo adinâmico 
o < 3 meses ou condição socioeconômica desfavorável. 
o Persistência de febre por mais de 24 horas em criança que não 
estiver clinicamente bem 
CRITÉRIOS DE ALTA HOSPITALAR 
o Ausência de febre alta. 
o Ausência de sinais clínicos de toxemia, desidratação ou distúrbios 
metabólicos. 
o Paciente mantém-se clinicamente estável, com boa aceitação 
alimentar. 
CRITÉRIOS DE ADMISSÃO DE UTI 
@resumosdamed_ 
 
 
11 
o Sinais de choque. 
o Distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido-básicos e metabólicos de difícil 
controle. 
o Quadro clínico de síndrome séptica: letargia, má́ perfusão periférica 
(> 3 segundos), hipo ou hiperventilação, ou cianose. 
CRITÉRIOS ALTA DE UTI 
o Estabilidade hemodinâmica. 
o Estabilidade hidroeletrolítica, ácido-básica e metabólica ∗ Ausência 
de toxemia. 
CONHECER AS INDICAÇÕES E EVIDÊNCIAS DE EFICIÊNCIA DA 
QUIMIOPROFILAXIA MEDICAMENTOSA DAS ITUS, BEM COMO 
DAS MEDIDAS PROFILÁTICAS NÃO MEDICAMENTOSAS: 
Mulheres em pré-menopausa com ITU aguda não complicada recorrente 
deve evitar o uso de espermicida. Para as mulheres com ITU aguda não 
complicada recorrente frequente (mais de dois episódios em 6 meses, ou 
três em 12 meses) apresentando-se tanto como cistite quanto como 
pielonefrite, a terapia antimicrobiana profilática é eficaz. Esta pode ser 
administrada como profilaxia em longo prazo em dose baixa, ou como 
profilaxia pós-coito. O uso de comprimidos ou suco de cranberry (oxicoco) 
não reduz de forma fidedigna a frequência de infecções recorrentes, e os 
probióticos não são eficazes. Para as mulheres na pós-menopausa, o uso 
tópico de estrogênios vaginais pode diminuir a frequência de infecções. O 
uso de estrogênios sistêmicos, no entanto, está associado a um aumento da 
frequência de ITU. A terapia antimicrobianaprofilática é mais eficaz do que 
os estrogênios vaginais tópicos nessas mulheres. 
As mulheres grávidas devem ser rastreadas para bacteriúria assintomática 
no início da gravidez, geralmente nas 12 ou 16 semanas. Se houver 
bacteriúria, essas mulheres devem ser tratadas, e devem ser obtidas 
uroculturas de controle mensais. Se ocorrer qualquer infecção recorrente, 
assintomática ou sintomática, deve-se manter terapia antibiótica profilática 
com cefalexina ou com nitrofurantoína, durante a gravidez, para diminuir o 
risco de desenvolvimento de pielonefrite tardiamente na gravidez. No 
entanto, não se demonstrou que a terapia antimicrobiana profilática seja 
eficaz em pacientes com ITU complicada, incluindo aqueles com lesão da 
medula espinal ou com cateteres permanentes. Nesses pacientes, 
anomalia levando a micção ineficiente significa que a bacteriúria é 
inevitável, e a terapia antimicrobiana simplesmente promove a bacteriúria 
com organismos cada vez mais resistentes. Os programas de controle de 
infecção das instalações de cuidados de saúde devem incluir práticas para 
prevenir a ITU associada a cateter. Diretrizes com base na evidência 
fornecem recomendações claras para os componentes do programa, 
incluindo vigilância contínua. A intervenção mais importante é evitar o uso 
de um cateter permanente sempre que possível e, quando existem 
indicações claras para uso de cateter, limitar a sua duração ao mais curto 
tempo possível. A solução definitiva para o problema da ITU associada a 
cateter, no entanto, vai exigir o desenvolvimento de materiais resistentes ao 
biofilme. 
A recorrência da cistite não complicada em mulheres em idade fértil é 
comum, e indica-se uma estratégia preventiva se as ITUs recorrentes 
estiverem interferindo no estilo de vida da paciente. O limiar de dois ou mais 
episódios sintomáticos por ano não é absoluto; as decisões quanto às 
intervenções devem considerar as preferências de cada paciente. 
Dispõe-se de três estratégias profiláticas: terapia contínua, pós-coito e 
iniciada pela paciente. A profilaxia contínua e a profilaxia pós-coito utilizam 
habitualmente baixas doses de SMX-TMP, uma fluoroquinolona ou a 
nitrofurantoína. Todos esses esquemas são altamente efetivos durante o 
período de administração ativa do antibiótico. Um esquema profilático é 
prescrito durante 6 meses e, em seguida, interrompido, quando a taxa de 
ITU recorrente frequentemente retorna a seu nível basal. Se houver recidiva 
de infecções inoportunas, o programa profilático pode ser reinstituído por 
um período mais prolongado. A seleção de cepas resistentes na microbiota 
fecal foi documentada em estudos de mulheres que tomaram antibióticos 
profiláticos durante 12 meses. A terapia iniciada pela paciente consiste em 
fornecer à mulher materiais para cultura de urina e automedicação com 
um ciclo de antibióticos aos primeiros sintomas de infecção. A cultura de 
@resumosdamed_ 
 
 
12 
urina é refrigerada e entregue ao consultório do médico para confirmação 
do diagnóstico. Quando existe uma relação médico-paciente estabelecida 
e confiável, a cultura de urina pode ser omitida, contanto que os episódios 
sintomáticos tenham uma resposta completa a um ciclo de tratamento de 
curta duração e não sejam seguidos de recidiva. 
EXPLICAR QUINOLONAS, SULFONAMIDAS E NITROFURANTOÍNA 
(MECANISMO DE AÇÃO, EFEITOS ADVERSOS PRINCIPAIS). 
CONHECER NORFLOXACINA, CIPROFLOXACINA, 
LEVOFLOXACINA, MOXIFLOXACINA, 
SULFAMETOXAZOL+TRIMETOPRIM: 
SULFONAMIDAS: 
Os únicos fármacos sulfonamidas ainda correntemente utilizados como 
antibacterianos sistêmicos são o sulfametoxazol (em geral, combinado com 
trimetoprima, como cotrimoxazol), sulfassalazina (mal absorvida no trato 
gastrointestinal, utilizada para tratar a colite ulcerosa e a doença de Crohn). 
MECANISMO DE AÇÃO: 
A sulfanilamida é um análogo do ácido p-aminobenzoico (PABA), que é um 
precursor essencial na síntese do ácido fólico, necessário para a síntese de 
DNA e RNA nas bactérias. As sulfonamidas são inibidores competitivos da 
enzima dihidropteroato sintetase, e os efeitos da sulfonamida podem ser 
sobrepostos acrescentando PABA suplementar. Por essa razão, alguns 
anestésicos locais, e que são ésteres PABA (tal como a procaína), podem 
antagonizar o efeito antibacteriano desses agentes. 
Portanto, as sulfonamidas têm efeito bacteriostático e inibem o metabolismo 
do ácido fólico, por mecanismo competitivo. As células humanas 
conseguem aproveitar o folato exógeno para o metabolismo, enquanto as 
bactérias dependem da produção endógena. 
O sulfametoxazol é comumente empregado em associação com o 
trimetoprim, uma diamino-pirimidina, associação mais conhecida como 
cotrimoxazol. O efeito das duas drogas é sinérgico, pois atuam em passos 
diferentes da síntese do ácido tetra-hidrofólico (folínico), necessária para a 
síntese dos ácidos nucléicos. O sulfametoxazol inibe um passo intermediário 
da reação e o trimetoprim a formação do metabólito ativo do ácido tetra-
hidrofólico no final do processo. 
EFEITOS ADVERSOS: 
Os efeitos adversos graves que implicam a descontinuação do tratamento 
incluem hepatite, reações de hipersensibilidade (eritemas, abrangendo 
síndrome de StevensJohnson e necrólise epidérmica tóxica, febre, reações 
anafiláticas), insuficiência da medula óssea e insuficiência renal aguda 
decorrente de nefrite tubulointersticial ou cristalúria. Essa última é 
provocada pela presença de metabólitos acetilados na urina. Também 
pode ocorrer cianose provocada por metemoglobinemia, mas essa é uma 
reação menos preocupante do que aparenta ser. Os efeitos adversos 
menos graves incluem náuseas e vômitos, dores de cabeça e depressão. 
QUINOLONAS: 
As quinolonas incluem agentes de largo espectro, como ciprofloxacina, 
levofloxacina, ofloxacina, norfloxacina e moxifloxacina, bem como ácido 
nalidíxico, um fármaco de pequeno espectro utilizado nas infecções do 
trato urinário. 
MECANISMO DE AÇÃO: 
Esses agentes inibem a topoisomerase II (uma DNA girasse bacteriana), a 
enzima que produz a super-helicoidização negativa do DNA e que permite, 
desse modo, a transcrição ou replicação. 
ESPECTRO ANTIBACTERIANO E USO CLÍNICO: 
Desse grupo, a ciprofloxacina é a mais utilizada. Tem largo espectro 
antibiótico efetivo, tanto contra microrganismos Gram-positivos quanto 
contra os Gram-negativos, incluindo Enterobacteriaceae (bacilos Gram-
negativos entéricos), muitos microrganismos resistentes à penicilina, 
cefalosporinas e aminoglicosídeos e também contra H. influenzae, N. 
@resumosdamed_ 
 
 
13 
gonorrhoeae produtoras de penicilinases, Campylobacter spp. e 
pseudomonas. No caso dos microrganismos Gram-positivos, os 
estreptococos e os pneumococos são apenas inibidos de forma fraca, 
havendo grande incidência de resistência aos estafilococos. A 
ciprofloxacina deve ser evitada nas infecções por MRSA. Clinicamente, as 
fluoroquinolonas são mais aconselhadas no caso de infecções por bacilos 
e cocos Gram-negativos aeróbios. Surgiram espécies resistentes de 
Staphylococcus aureus e P. aeruginosa. 
EFEITOS ADVERSOS: 
Nos hospitais, podem surgir infecções por C. difficile, mas, para além disso, 
os efeitos adversos são pouco frequentes, normalmente ligeiros e reversíveis. 
As manifestações mais frequentes são distúrbios gastrointestinais e erupções 
cutâneas. Além de artropatia em pacientes jovens, também foram 
observados sintomas do sistema nervoso central – dor de cabeça e tonturas 
– e, com menos frequência, convulsões associadas a patologias do sistema 
nervoso central ou ao uso prolongado de teofilina ou fármacos 
antiinflamatórios não esteroidais (AINEs). 
Existe uma interação clinicamente importante entre ciprofloxacina e 
teofilina (através da inibição das enzimas P450), que pode provocar 
toxicidade devido à teofilina em pacientes asmáticos tratados com 
fluoroquinolonas. A moxifloxacina prolonga o intervalo QT doeletrocardiograma e é amplamente utilizada de acordo com as indicações 
da FDA (Food and Drug Administration), como forma de controle positivo 
nos estudos realizados em voluntários saudáveis que avaliam os possíveis 
efeitos dos novos fármacos sobre a repolarização cardíaca. 
NITROFURANTOÍNA: 
A nitrofurantoína é um composto ativo numa variedade de microrganismos 
Gram-positivos e Gram-negativos. O desenvolvimento da resistência em 
organismos suscetíveis é rara e não existe resistência cruzada. 
MECANISMO DE AÇÃO: 
É provável que seu mecanismo de ação esteja relacionado à sua 
capacidade de danificar o DNA bacteriano. É administrada oralmente e 
rapidamente absorvida no trato gastrointestinal e também rapidamente 
excretada pelos rins. Está limitada ao tratamento das infecções do trato 
urinário. 
EFEITOS ADVERSOS: 
Os efeitos adversos, como, por exemplo, os distúrbios gastrointestinais, são 
relativamente comuns e podem ocorrer reações de hipersensibilidade da 
pele e da medula óssea (p. ex., leucopenia). Também foram relatadas 
hepatotoxicidade e neuropatia periférica. 
A metenamina tem aplicação clínica semelhante à da nitrofurantoína e 
apresenta alguns efeitos adversos similares. Converte-se em formaldeído na 
presença de urina ácida. 
EXPLICAR O DELIRIUM (DEFINIÇÃO, PRINCIPAIS CAUSAS E 
FATORES DE RISCO), SALIENTANDO PRINCIPALMENTE SUA 
IMPORTÂNCIA COMO MANIFESTAÇÃO INFECCIOSA NO IDOSO: 
Usam-se diversos termos para descrever o delirium, como encefalopatia, 
insuficiência cerebral aguda, estado confusional agudo e psicose pós-
operatória ou da unidade de terapia intensiva (UTI). O delirium tem várias 
manifestações clínicas, mas é definido como declínio relativamente agudo 
da cognição, que flutua ao longo de horas ou dias. 
Sua principal característica é o déficit de atenção, embora todos os 
domínios cognitivos – como a memória, a função executiva, as tarefas 
visuoespaciais e a linguagem – se mostrem comprometidos de alguma 
forma. 
Os sintomas associados que podem estar presentes em alguns casos 
incluem alterações do ciclo de sono e vigília, perturbações da percepção, 
como alucinações ou delírios, alterações afetivas e achados autônomos, 
que incluem instabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial. 
@resumosdamed_ 
 
 
14 
O delirium é um diagnóstico clínico que só pode ser definido à beira do leito. 
Foram descritos dois subtipos – hiperativo e hipoativo – com base em 
características psicomotoras diferentes. A síndrome cognitiva associada à 
abstinência alcoólica grave (“delirium tremens”) continua sendo o exemplo 
clássico do subtipo hiperativo, que se caracteriza por alucinações 
proeminentes, agitação e hipervigilância, com frequência acompanhado 
por instabilidade autonômica potencialmente fatal. Diferentemente, de 
forma notável, está o subtipo hipoativo, exemplificado pela intoxicação por 
benzodiazepínicos, em que os pacientes ficam retraídos e quietos, com 
apatia marcante e lentidão psicomotora. 
Essa dicotomia entre os subtipos de delirium é um conceito útil, mas os 
pacientes frequentemente se enquadram em algum ponto ao longo do 
espectro entre os extremos hiper e hipoativo, às vezes flutuando de um para 
outro. Por isso, os médicos devem reconhecer o amplo espectro de 
apresentações do delirium, para que possam identificar todos os pacientes 
com esse distúrbio cognitivo potencialmente reversível. Os pacientes 
hiperativos são facilmente reconhecíveis por sua agitação extrema, tremor, 
alucinações e instabilidade autonômica típicos. Com mais frequência, os 
pacientes calmamente hipoativos passam despercebidos na prática clínica 
e na UTI. 
FATORES DE RISCO: 
Uma estratégia de prevenção primária eficaz do delirium começa com a 
identificação dos pacientes de alto risco para o problema, como os que 
estão se preparando para cirurgias eletivas ou que serão hospitalizados. 
Embora não haja um único sistema de pontuação validado aceito como 
rastreamento de pacientes assintomáticos, existem diversos fatores de risco 
bem estabelecidos para o delirium. 
Os dois identificados com maior frequência são a idade avançada e 
disfunção cognitiva prévia. Indivíduos com mais de 65 anos de idade ou que 
exibam baixa pontuação nos testes padronizados de cognição apresentam 
delirium ao ser hospitalizados com incidência aproximada de 50%. Não se 
sabe ao certo se a idade e a disfunção cognitiva preliminar são fatores de 
risco realmente independentes. Outros fatores predisponentes são a 
privação sensorial, como deficiências auditiva e visual pré-existentes, além 
de índices de saúde geral debilitada, incluindo imobilidade, desnutrição e 
doença clínica ou neurológica subjacente prévia. 
Os riscos hospitalares de delirium incluem o uso de cateterismo vesical, 
contenção física, privação de sono e sensorial, assim como o acréscimo de 
três ou mais medicamentos novos. A exclusão desses riscos continua a ser 
fundamental à prevenção e tratamento do delirium. Os fatores de risco 
cirúrgicos e anestésicos para o desenvolvimento de delirium pós-operatório 
incluem procedimentos específicos, como os que envolvem a circulação 
extracorpórea e tratamento insuficiente ou excessivo da dor no período 
pós-operatório imediato e, talvez, agentes específicos, como os anestésicos 
inalatórios 
A relação entre delirium e demência é complicada pela superposição 
significativa entre esses dois distúrbios, e nem sempre é simples distingui-los. 
A demência e a disfunção cognitiva preexistente servem como fatores de 
risco importantes para o delirium, com pelo menos 66% dos casos de delirium 
ocorrendo em pacientes com demência subjacente coexistente. Uma 
forma de demência com parkinsonismo, denominada demência por corpos 
de Lewy, caracteriza-se por evolução flutuante com alucinações visuais 
proeminentes, parkinsonismo e déficit de atenção que lembra clinicamente 
o delirium hiperativo; os pacientes com essa condição são particularmente 
vulneráveis ao delirium. No idoso, o delirium frequentemente reflete uma 
agressão ao cérebro que está vulnerável devido a doença 
neurodegenerativa subjacente. Por isso, o delirium às vezes anuncia o início 
de distúrbio cerebral anteriormente não reconhecido. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
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- Elsevier – 2016. 
2. Medicina Interna de Harrison - [Dennis L.] Kasper... [et al.] 19ª edição - 
Porto Alegre - AMGH, 2017 - Volume 2. 
@resumosdamed_ 
 
 
15 
3. Goldman - Cecil Medicina, editado por Lee Goldman, Andrew I. Schafer 
[et al.] 25ª edição - Rio de Janeiro - Elsevier, 2018. 
4.http:/www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_cont
role/opas_web/modulo1/conceitos.htm 
5.https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_
praticas/modulo5/introducao2.htm 
6.https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/HIMJ_proto
colo_ITU_1254773676.pdf 
7.https://blog.jaleko.com.br/avaliacao-do-teste-de-susceptibilidade-ao-
antibiotico/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo5/introducao2.htm
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo5/introducao2.htm
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/HIMJ_protocolo_ITU_1254773676.pdf
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/HIMJ_protocolo_ITU_1254773676.pdf
https://blog.jaleko.com.br/avaliacao-do-teste-de-susceptibilidade-ao-antibiotico/
https://blog.jaleko.com.br/avaliacao-do-teste-de-susceptibilidade-ao-antibiotico/

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