Buscar

bannerUFJ- DPS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ACHADOS DE UROANALISE EM CÃO COM DESVIO PORTOSSISTÊMICO 
Bárbara Soares Costa1, Jakeline Martins Sanches 1, Larissa Silva de Oliveira1, Liliane Gomes 
Rocha1, Lucas Damião Costa Machado1, Thays Borges Silva1, Jandra Pacheco dos Santos1. 
1 UNIGOIÁS Centro Universitário de Goiás. 
 
 
 
 
 
 
 
O Shunt Portossistêmico ou Desvio Portossistêmico 
(DPS) é um canal vascular anormal que faz com que o 
fluxo sanguíneo portal ao redor do fígado tenha acesso 
direto da veia porta à circulação sistêmica (Watson & 
Bunch, 2015). Os sinais clínicos costumam ser variáveis e 
inespecíficos, podendo ter apresentação intermitente. São 
eles a polúiria, vômito, apatia, sinais neurológicos, 
polidpsia, disúria, hematúria, polaquiúria, obstrução 
uretral e estrangúria. 
Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico, 
conduzido através das bases semiológicas e laboratoriais, 
para o diagnóstico do DPS em um cão doméstico. 
 
 
Foi atendido no consultório clínico, um cão, sem raça 
definida, macho, com um ano de idade, de pequeno porte, 
que havia sido resgatado da rua há sete dias. O tutor 
relatou que o animal apresentava sinais neurológicos, após 
a refeição, como andar em círculos e parecer desorientado. 
Além disso, o animal apresentava vômito intermitente. 
Ao exame físico, o animal apresentava-se um pouco 
apático, postura e locomoção normais, escore corporal de 
2 a 3, linfonodos sem alterações, avaliação geral da pele 
com pelame sem brilho, levemente desidratado, tugor 
cutâneo baixo, tempo de preenchimento capilar <2 
segundos, consciência normal e leve enoftalmia, mucosas 
normocoradas, úmidas e brilhantes, frequencia 
respiratória 32 movimentos/minuto, frequencia cardiaca 
de 100 bpm/min e temperatura 38,5ºC. 
 
No exame de urinálise, o paciente apresentou alterações 
no exame físico, químico e no sedimento urinário. A 
corolaração amalera escura indica urina concentrada 
podendo ser atribuído à desidratação, vômitos e/ou 
doença hepática, o aspecto turvo foi devido ao aumento 
de células epiteliais e eritrócitos (Bunch, 2004). 
No exame químico o aumento de pH pode ter sido 
ocasionado pelos cristais de urato de amônia, a proteinúria 
foi interpretada como pós-renal devido a presença de 
sangue, a hemoglobinúria foi associada a hematúria e os 
pigmentos biliares associados a hepatopatia (Garcia-
Navarro, 2005). 
Na sedimentoscopia, a presença de células epiteliais foi 
relacionada com inflmação, a hematúria indicou processo 
de 
Na sedimentoscopia, a presença de células epiteliais foi 
hemorragia e trauma no trato urinário e foi relacionada 
com a cristalúria. Os cristais de urato amônio ocorrem 
devido ao acúmulo de amônia no sangue indicando 
Desvio Portossistêmico e insuficiência hepática (Bush, 
2004). 
Nesse relato de caso, após a interpretação dos exames 
solicitados, foi feita a ultrassonografia com Doppler, a 
qual foi capaz de detectar o volume hepático diminuído 
e o Desvio Portossistêmico. Os proprietários optaram 
por não realizar a cirurgia e foram orientados a fornecer 
ao animal dieta terapêutica e fazer uso contínuo da 
lactulose. 
 
 
Parâmetro avaliado Resultados Valores de Referência 
Volume 4,5 ml 
Cor Amarelo escuro Amarelo 
Aspecto Turvo Translúcido 
Odor Suis generis Suis generis 
pH 7,5 5,5 a 6,5 
Densidade 1.023 1.015 a 1.025 
Proteína Traços Ausente 
Hemoglobina +++ Ausente 
Urobilinogênio Normal Normal 
Pigmentos biliares ++ Ausente 
Acetona Ausente Ausente 
Glicose Ausente Ausente 
Sedimentoscopia 
Leucócitos 3/campo 0 – 3 
Células Epiteliais 3/campo Ausente 
Filamentos de muco Ausente Ausente 
Cilindros Ausente Ausente 
Flora Escassa Escassa 
Hemácias 40/campo 0 – 3 
Cristais de Urato de 
Amônia 
++++ Ausentes 
Fonte: LaborVetri (2017). 
 
Nesse relato de caso, ressaltamos a importância da 
uroanálise no processo de conclusão do diagnóstico final 
de Desvio Portossistêmico. Para esta patologia é 
necessário ter seu diagnóstico final embasado em 
anamnese e exame clínico detalhado, testes laboratoriais 
e exames por imagem. 
 
 
Bunch S. E. (2004). Distúrbios hepáticos agudos e sistêmicos que acometem o fígado. In: Ettinger, S.J.. 
Bush, B. M. (2004). Interpretação de resultados laboratoriais para o clínico de pequenos animais (p. 376). 
São Paulo: Roca. 
Garcia-Navarro, C. E. K. (2005). Manual de urinálise veterinária (p. 95). São Paulo: Varela. 
Watson, P. J. & Bunch, S. E. (2015). Doenças hepatobiliares no cão. In Nelson, R. W. & Couto, C. G., 
Medicina Interna de Pequenos Animais (V. 1, pp. 556-557). Rio de Janeiro: Elsevier. 
REFERÊNCIAS 
RELATO DE CASO 
DISCUSSÃO 
CONSIDERAÇÕES 
INTRODUÇÃO

Continue navegando