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Resumo Esta dissertação inscreve-se no âmbito de pesquisas sobre cotidiano escolar relacionado com os processos escolares e as políticas públicas que os efetivam. O objetivo da pesquisa foi fazer uma Análise de Discurso acerca das concepções e das práticas das Orientadoras Educacionais frente à demanda escolar. Participaram da pesquisa 25 Orientadoras Educacionais e um Orientador Educacional que trabalham em Escolas Estaduais de um município do Rondônia. A coleta de dados foi feita através dos seguintes instrumentais: observação participante, entrevistas semi-dirigidas análise documental e diário de campo. Para fazer a análise do discurso das Orientadoras Educacionais, utilizamos a Análise do Discurso a partir dos pressupostos teóricos de Orlandi (2008; 2010), Guimarães (1989), Possenti (2009) e Fernandes (2004) quando defendem novas maneiras de ler, colocando o dito em relação ao não dito, problematizando o funcionamento do sujeito discursivo. A análise foi fundamentada nos postulados da Psicologia Histórico-Cultural tem como representantes maiores Vigotski, Luria e Leontiev. Em comum defendem a essência sociocultural do homem e a importância da socialização via mediadores culturais, em especial a escola, para o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas. Nesta pesquisa, a escola foi entendida, a partir de Duarte (1999), Saviani (1988; 2008), Facci (2004), dentre outros, como um espaço privilegiado e intencional onde as funções psicologias superiores são desenvolvidas via centralidade da ação do professor e da transmissão cultural do saber acumulado. Através de Antunes (2004) verificou-se que a Psicologia foi a ciência que amparou o fazer dos Orientadores Educacionais, justificando seu atuar ao longo de sua história nas escolas brasileiras. Os resultados da análise do discurso das Orientadoras Educacionais revelaram que elas são consideradas como as grandes responsáveis por manter o equilíbrio nas escolas ao serem chamadas para fazer tudo, acabam não fazendo o que seria próprio de suas funções, respondendo por ações que não são delas. Este processo que intensifica seu trabalho faz com que elas acabem “apagando incêndios” e revelando a face de uma escola que apenas pune os alunos pelo seu pretenso fracasso e não reflete sobre o que está implícito nos inúmeros encaminhamentos escolares cuja característica primeira a o crescente e profundo desejo de medicalizar a vida de crianças e adolescentes. Palavras-chave: Análise do Discurso; Orientação Educacional
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