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1 UNIPÓS – UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO EMANUEL ADEILTON DE OLIVEIRA ANDRADE SUPERANDO DIFICULDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL NOS ANOS FINAIS NA ÁREA DE MATEMÁTICA PELO USO DE MÍDIAS DIGITAIS NAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DA CIDADE DE ALTO DO RODRIGUES/RN ALTO DO RODRIGUES, RN 2021 2 EMANUEL ADEILTON DE OLIVEIRA ANDRADE SUPERANDO DIFICULDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL NOS ANOS FINAIS NA ÁREA DE MATEMÁTICA PELO USO DE MÍDIAS DIGITAIS NAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DA CIDADE DE ALTO DO RODRIGUES/RN Dissertação apresentada e defendida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação da Emil Brunner World University, como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE em Educação. Área de concentração: Educação. Linha de pesquisa: Educação e Mídias. Orientador: Dr. Regis Flávio Varela de Oliveira. ALTO DO RODRIGUES, RN 2021 3 PESQUISADOR: Emanuel Adeilton De Oliveira Andrade. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Educação. LINHA DE PESQUISA: Educação e Mídias. POS-GRADUAÇÃO EM: Ciências da Educação. NÍVEL: Mestrado. TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Superando Dificuldades de Ensino-Aprendizagem no Ensino Fundamental nos Anos Finais na Área de Matemática pelo Uso de Mídias Digitais nas Escolas da Rede Pública de Ensino da Cidade de Alto do Rodrigues/RN”. ORIENTADOR: A Dissertação de autoria do pesquisador Emanuel Adeilton De Oliveira Andrade APROVADA em reunião pública realizada na Representação Emil Brunner World University dos USA, pela seguinte Banca Examinadora: NOME ASSINATURA Prof. Dr. Jorge Luiz Pereira Correia Presidente Prof. Dr. Iure Coutre Gurgel Examinador Prof. Dr. Dr. Regis Flávio Varela de Oliveira Orientador ALTO DO RODRIGUES, RN 2021 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a meus pais, Maria Neves de Oliveira Andrade e Francisco Adelino de Andrade e a minha esposa e filhos, Dryelli de Brito Xavier meus filhos: Emmanuel Antony Xavier Andrade e Sammuel Adelyno Xavier Andrade. 5 AGRADECIMENTOS A Deus, por me dar força e sabedoria. A meu orientador, pelas contribuições na realização desse trabalho Aos meus pais, pelo carinho e dedicação. A todos os meus irmãos e irmãs pelo incentivo ao estudo em Especial a Maria da Conceição de Oliveira Andrade. Aos professores e colegas do curso pela colaboração e troca de experiência. Aos alunos, diretores, colegas de trabalho pelos incentivos e colaboração. Aos professores colaboradores na pesquisa. 6 “O processo educativo precisa estar vinculado ao contexto social, em que o sujeito - aluno - está inserido. Isso irá implicar em conhecer e usar instrumentação eletrônica, bem como outros recursos pedagógicos”. Santos. 7 RESUMO Nesta atividade dissertativa, realizou-se um estudo visando entender como é possível de se superar dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental na área da matemática pelo uso de smartphones. O principal objetivo desta pesquisa dissertativa é analisar de que forma as tecnologias de ensino poderão contribuir para que se superem dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental na área da matemática pelo uso de smartphones. Para isso trabalhamos autores que fundamenta o trabalho (ALMEIDA, 2017; MORAN, 2010; KENSKI, 2018; LÉVY, 2019; MARTINS, 2019). A priori, a realização desta pesquisa se justificou porque o ensino é uma atividade socialmente interativa. Este estudo também se fundamentou em um experimento que visava compreender as particularidades intrínsecas que permeiam a avaliação das principais implicações e premissas associadas ao uso de novas tecnologias no ambiente escolar tradicional no âmbito do ensino da matemática. Para tanto, consumou-se uma atividade de campo, explorando um método misto. No momento, os professores da unidade de ensino pesquisada estão procurando vencer os desafios destacados acima, propendendo o usufruto qualitativo de novas tecnologias como uma provável metodologia didático- pedagógica. Palavras-chave: Dificuldades. Aprendizagem. Tecnologia. Matemática. 8 ABSTRACT In this dissertation activity, a study was carried out in order to understand how it is possible to overcome learning difficulties in elementary school in the area of mathematics through the use of smartphones. The main objective of this dissertation research is to analyze how teaching technologies can contribute to overcoming learning difficulties in elementary education in the area of mathematics through the use of smartphones. For this, we work authors who support the work (ALMEIDA, 2017; MORAN, 2010; KENSKI, 2018; LÉVY, 2019; MARTINS, 2019) A priori, this research was justified because teaching is a socially interactive activity. This study was also based on an experiment that aimed to understand the intrinsic particularities that permeate the assessment of the main implications and assumptions associated with the use of new technologies in the traditional school environment in the context of teaching mathematics. For that, a field activity was carried out, exploring a mixed method. For that, a field activity was carried out, exploring a mixed method. At the moment, the professors of the researched teaching unit are trying to overcome the challenges highlighted above, proposing the qualitative use of new technologies as a probable didactic-pedagogical methodology Keyboards: Difficulties. Apprenticeship. Technology. Mathematics. 9 LISTA DE FOTOS, IMAGENS E QUADROS Foto 1 – celulares ....................................................................................... 061 Imagem 1 – Smartphone ............................................................................ 062 Quadro 1 – Professores colaboradores para pesquisa ................................ 069 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – O que os professores utilizam ..................................................... 074 Gráfico 2 – O uso da tecnologia como um instrumento didático .................... 075 Gráfico 3 – Como são as aulas com o uso das tecnologias .......................... 078 Gráfico 4 – O uso da tecnologia como um instrumento didático .................... 079 Gráfico 5 – Como são as aulas com o uso de tecnologias? .......................... 081 Gráfico 6 – Recursos midiáticos e tecnológicos ............................................ 082 Gráfico 7 – A formação discente no laboratório de informática? ................... 084 Gráfico 8 – O que os professores utilizam para a formação discente ........... 085 Gráfico 9 – Permissão para autonomia .......................................................... 086 Gráfico 10 – Resultados alcançados ............................................................. 088 Gráfico 11 – A formação da prática pedagógica pelo uso de tecnologias...... 090 Gráfico 12 – Resultados alcançados ............................................................. 091 Gráfico 13 – Amplia e modifica as formas de ensinar e de aprender ............ 093 Gráfico 14 – Resultados alcançados ............................................................. 096 Gráfico 15 – Métodos tecnológicos utilizados em sala de aula ..................... 098 Gráfico 16 – A prática pedagógica com o uso de tecnologias possibilita? .... 100 Gráfico 17 – O que promovem as aulas com o uso de tecnologias? ............. 103 Gráfico 18 – Métodos apropriados e satisfatórios para promover o ensino? ... 105 Gráfico 19 – O que prioriza a prática pedagógica? ........................................ 107 Gráfico 20 – Métodos apropriadospara a aprendizagem dos alunos? ......... 109 Gráfico 21 – Enquanto recurso metodológico, o que visa a tecnologia? ....... 111 Gráfico 22 – Os resultados são satisfatórios? ............................................... 113 Gráfico 23 – A tecnologia atende os interesses e necessidades? ................. 114 Gráfico 24 – Sugestões .................................................................................. 117 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - O uso da tecnologia .................................................................... 077 Tabela 2 - Aulas com o uso de tecnologias .................................................. 080 Tabela 3 - A formação discente .................................................................... 083 Tabela 4 - Apropriação de novas tecnologias .............................................. 087 Tabela 5 - A busca pela ampliação e mudança ........................................... 094 Tabela 6 - A prática pedagógica com o uso de tecnologias ......................... 101 Tabela 7 - As promoções com o uso de tecnologias .................................... 104 Tabela 8 - Métodos apropriados e satisfatórios ........................................... 106 Tabela 9 - As priorizações na prática pedagógica ....................................... 108 Tabela 10 - Métodos apropriados ................................................................. 110 Tabela 11 - O que visa a tecnologia ............................................................. 112 Tabela 12 - A satisfação com os resultados ................................................. 113 Tabela 13 - A satisfação com a tecnologia ................................................... 115 Tabela 14 - Validade de novas tecnologias em sala de aula ....................... 116 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 014 1 MATEMÁTITCA ADVERSIDADES, TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS ...... 021 1.1-ADVERSIDADES NO ENSINO E APRENDIZAGEM MATEMÁTICA ......... 025 1.2-ADVERSIDADES ENCONTRADAS NO ENSINO ...................................... 026 1.3-ADVERSIDADES ENCONTRADAS NA APRENDIZAGEM ........................ 030 1.4-TENDÊNCIAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA ......................................... 033 2-A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) .................. 036 2.1-A IMPORTÂNCIA DAS TIC NA SOCIEDADE ............................................ 037 2.2-O USO DAS TICs NA EDUCAÇÃO ............................................................ 038 2.3-OS PRINCIPAIS RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO ........... 039 2.4-O USO DO TABLETE, CELULAR E SMARTPHONE ................................. 043 2.5-OS PROFESSORES E AS TICs ................................................................. 045 2.5.1-O MEC e a introdução do computador na escola ............................... 054 2.5.2-Criação e fortalecimento de redes de aprendizagem ......................... 055 2.6-FORMAÇÕES CONTINUADA DOS EDUCADORES ................................. 056 2.7-SMARTPHONES E CELULARES ............................................................... 061 2.7.1-A introdução do tablete, celular ou smartphone ................................ 062 2.8-O USO DAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA .................................... 063 2.8.1-Motivos para tornar o celular ferramenta pedagógica ....................... 064 3-MARCO METODOLÓGICO ........................................................................... 067 3.1-CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................................... 067 3.2-UNIVERSO E AMOSTRA ........................................................................... 068 3.3-INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................. 069 3.4 MÉTODO DE LEITURA, ANÁLISE E DE COMPREENSÃO DE DADOS ... 070 3.5-TRATAMENTO DOS DADOS ..................................................................... 71 3.6-POSICIONAMENTO ÉTICO ....................................................................... 72 4-APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ..................................... 74 4.1-DESCREVENDO E MENSURANDO AS PRÁTICAS DE ENSINO ............ 74 4.2-EXIBINDO AS PRINCIPAIS SUGESTÕES ................................................ 116 5-CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 119 13 5.1 RECOMENDAÇÕES ................................................................................... 124 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 126 APÊNDICE – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA .............................................. 130 14 -INTRODUÇÃO Nesta atividade dissertativa, busca-se superar dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental na área da matemática pelo uso de Mídias Digitais em especial o smartphone. Para tanto, consuma-se uma atividade de campo, explorando um método misto nas páginas subsequentes. Por consequência, este estudo também se fundamenta em um experimento que visa compreender as particularidades intrínsecas que permeiam a avaliação das principais implicações e premissas associadas ao uso de novas tecnologias no ambiente escolar tradicional. Nos últimos anos, vivencia-se uma intensa e extensiva revolução tecnológica. Com a criação de novos métodos e abordagens, a execução de inúmeras atividades começa paulatinamente a se realizar de maneiras distintas. Isto, no momento, se sucede de tal modo que os resultados registrados nos mais variados empreendimentos também experimentam algumas alterações. Isto expresso, a qualidade final das suas inevitáveis implicações subsequentes começa a se distinguir do que antes se computava. Com o tempo, estas mudanças tecnológicas começam a reverberar na prática educativa, oferecendo resultados distintos do que antes se alcançava atuando de maneira tradicional. A priori, este reverberar exige a prévia construção de uma prática didático-pedagógica diferenciada. Se isto não realizar deste modo, coloca-se em risco a qualidade geral do ensino, visto que não há uma base adequada para que novas tecnologias sejam de algum jeito utilizadas no ambiente escolar habitual. PROBLEMÁTICA: Quais são as dificuldades a serem superandas no ensino-aprendizagem no Ensino Fundamental nos Anos Finais na área de Matemática pelo uso de Mídias Digitais nas escolas da rede pública de ensino da cidade de Alto do Rodrigues/RN? Mesmo reconhecendo a importância da adoção de novas tecnologias no ambiente escolar, é imprescindível compreender que isto não pode se realizar de qualquer maneira, ou seja, literalmente no improviso. Esta é uma atividade que deve, portanto, se consumar explorando uma estratégia apta a possibilitar pelo menos a manutenção da qualidade geral do ensino atualmente experimentada. Se os ganhos com uma mudança significativa dos procedimentos didático-pedagógicos não implicam no qualificar dos resultados porvindouros, é muito melhor apenas preservar o que antes já se utilizava. De outro modo dito: se os registros alcançados 15 nas avaliações não provocam ganhos reais, são inúteis as mudanças realizadas nas estratégias de ensino adotadas no ambiente escolar. Inúteis são porque no final de tudo importa tão somente o qualificar do aprendizado (ALMEIDA; ALONSO, 2017). Se ele não se alcança adotando qualquer novo procedimento de natureza tecnológica, vale muito mais operar de forma tradicional, fazendo o “simples”, “o café com leite”, porque ele prontamente insinua um ganho razoável de aprendizado com maior facilidade e frequência (ALMEIDA; VALENTE, 2018). Ponderando tudo isso, é possível sumariar o problema de pesquisa nas seguintes indagações: O usufruto de novas tecnologias como metodologia didático- pedagógica no ambienteescolar possibilita a manutenção da qualidade geral do ensino na área da matemática? Tomando consciência desta possibilidade, os professores da unidade de ensino pesquisada estão usando esta ferramenta na consumação de suas atividades didático-pedagógicas? Descobrir quais são os obstáculos e se os professores entrevistados estão buscando vencê-los, possibilitará compreender até que ponto o uso de novas tecnologias na unidade escolar pesquisada vem se realizando de maneira adequada (BALDINI, 2018). Por isto, isto aqui busca-se descobrir; No momento, quais são os principais desafios que inviabilizam o uso correto de novas tecnologias como metodologia didático-pedagógica no ambiente escolar no campo da matemática? Considerando isto, os professores da unidade de ensino pesquisada estão procurando vencê-los, visando o usufruto qualitativo de novas tecnologias como uma provável metodologia didático-pedagógica, incluindo- se na área da matemática pelo uso de smartphones? A descoberta de quais são os desafios que dificultam o uso de novas tecnologias em sala de aula facilitará a construção de uma prática pedagógica que resolva isto do melhor modo (BORBA; PENTEADO, 2019). Isto tudo também poderá valorizar o ensino qualitativo em todas as ocasiões e contextos; Pela perspectiva dos professores entrevistados na atividade de campo, os cursos universitários de licenciatura estão preparando de maneira adequada os futuros profissionais do ensino para que utilizem com maior eficácia novas tecnologias como um provável procedimento didático-pedagógica no processo de ensino aprendizagem na área da matemática? Quais desafios seriam necessários 16 para que isto se realize do melhor modo em subsequência, inclusive aproveitando- se dos smartphones? É importante frisar que não basta o educador ter interesse em adotar uma estratégia de natureza tecnológica em sala de aula (BORBA; SILVA; GADANIDIS, 2018). Aliás, também não basta a escola oferecer meios para que isto se consume do melhor modo. Claro que estes são pontos positivos que precisam ser explorados ao máximo quando presentes, se o foco didático-pedagógico de uma unidade de ensino é explorar novas tecnologias em sala de aula (VALENTE, 2013A). Isto tudo, todavia, só pode se efetivar de maneira adequada, se o educador recebeu preparo prévio. Ausentando-se isto, há riscos que poderão desvalorizar o uso de abordagens didáticas deste jeito fundamentadas. A princípio, o preparo pode ser conquistado no decorrer dos cursos de licenciatura, ou pelo menos espera-se que isto aconteça. A priori, todas as atividades descritas neste Marco Introdutório se consumam de maneira mais ou menos variável nas páginas subsequentes desta atividade dissertativa, propendendo a resolução prática destas questões. Além disto, essa atividade dissertativa consta como metodologia sobre uma revisão bibliográfica. Objetivo geral: Analisar as dificuldades a serem superandas no ensino- aprendizagem no Ensino Fundamental nos anos finais na área de Matemática pelo uso de Mídias Digitais nas escolas da rede pública de ensino da cidade de Alto do Rodrigues/RN. Para tanto, explora-se um método descritivo-qualiquantitativo, visando a avaliação das principais implicações e premissas associadas ao uso de novas tecnologias no ambiente escolar tradicional. Com esta tarefa adequadamente realizada, será possível vislumbrar os principais aspectos do tema estudado, de tal modo se viabiliza em consecutivo a consumação gradativa de todas as questões de pesquisa. Além disto, é importante destacar que também deverão ser consumados os seguintes objetivos específicos: 17 Objetivos Específicos Descrever as práticas de ensino utilizadas na escola investigada, ponderando a importância dos cursos de graduação e das formações continuadas para a manutenção da qualidade geral do ensino, mediante o usufruto de novas tecnologias como abordagem didático-pedagógica. Compreender quais são as técnicas que já se aplicam no ambiente de ensino pesquisado possibilitará avaliar, com maior acuidade, as particularidades que permeiam a lida didática. Isto, no entanto, para se realizar de forma adequada implica em descobrir com antecedência de que modo a população investigada encara os cursos de graduação e as formações continuadas. Isto feito, será possível correlacionar com segurança os resultados que são manifestos com o uso de novas tecnologias em sala de aula, principalmente aquelas que se direcionam à manutenção da qualidade geral do ensino; Mensurar a qualidade geral do ensino realizado na escola investigada, tomando como premissa usufruto de novas tecnologias como procedimento didático- pedagógico. Avaliar matematicamente até que ponto o usufruto de novas tecnologias em sala de aula implica em melhoria da qualidade geral do ensino é explorar um método de natureza quantitativa na pesquisa proposta. Isto deve ser feito porque este estudo fundamenta-se em uma abordagem mista, como já dito antes. Este agir, por consequência, não é apenas um complemento. É uma atividade imprescindível neste experimento. Por isto, se consumará nas páginas subsequentes; Exibir as principais sugestões destacadas pelos educadores entrevistados na atividade de campo realizada na unidade escolar pesquisada que possibilitem o uso adequado de novas tecnologias no ambiente de ensino. Como nesta pesquisa há pessoas que participam do preenchimento do instrumento de coleta de dados, é fundamental valorizar as suas experiências na construção paulatina deste experimento. Deste modo também se deve proceder porquanto eles formam o universo investigado e, por consequência, é importantíssimo valorizar as 18 opiniões, ou pelo menos ouvi-las de forma inteligente, visando o acréscimo de informações adicionais ao estudo realizado. -JUSTIFICATIVA A priori, a realização desta pesquisa se justifica porque o ensino é uma atividade socialmente interativa. Como tal, o seu objetivo primeiro é transmitir um conjunto mais ou menos variável de conteúdos, habilidades e saberes, possibilitando a subsequente manutenção dos paradigmas socialmente aceitos em uma determinada época. Atuando desta maneira, pode ser considerada como uma atividade de qualidade, visto que salvaguardou a preservação dos valores e dos princípios que fundamentam uma determinada civilização (BASSO, 2014). Dito isto, ausentando-se as inevitáveis interações em um contexto social próprio, é impossível que se realize o ensino, propendendo a qualidade desejada. Por sua vez, a qualidade no ensino fundamenta-se no aproveitamento dinâmico de interações sociais que se manifestam no ambiente de ensino pelo explorar de técnicas didático- pedagógicas aplicadas no decorrer do processo de ensino-aprendizagem (BOCK, 2019). Estas técnicas, por sua vez, necessitam de constante readaptação às novas demandas sociais, o que se cogita no uso de novas tecnologias. Com muita frequência, conteúdos, habilidades e saberes que eram razoavelmente bem ensinados mediante técnicas didático-pedagógicas tradicionais estão a exigir hoje correções de rumo (BONILLA, 2015; BONINI, 2013). Por consequência, alterações mais ou menos variáveis, sobretudo aquelas que visam a qualificação dos resultados finais em sala de aula, começam a alterar a rotina tradicional do processo de ensino-aprendizagem. Em algumas ocasiões, estas mudanças ainda apresentam resultados abaixo do esperado. De qualquer modo, o que já se registra como positivo incentiva a ampliação da presença de novas tecnologias no ambiente escolar. Além de tudo isso, esta atividade dissertativa também se justifica em âmbito acadêmico por conta das implicações que os seus resultados representam para o custeio teórico dos cursos de licenciatura. Mais do que isto: simboliza um valioso refletir sobre a consistência geral dos conteúdos queno momento são estudados nos cursos de graduação destinados ao desenvolvimento de futuros professores, os 19 quais deverão atuar, sobretudo, na educação básica. Tudo isto também implica em uma autocrítica da legitimidade prática das formações continuadas que são realizadas em todas as regiões do Brasil, visando o qualificar das técnicas didático- pedagógicas em uso no ambiente escolar (BORSSOI, 2018). Hoje, o que se vislumbra é que o ambiente universitário ainda é incapaz de auxiliar o implemento de uma revolução paradigmática capaz de fundamentar o uso correto de novas tecnologias como metodologias de ensino no clássico ambiente de ensino. Ao lado disto, também se constata a incoerência experimental das formações continuadas que se realizam à revelia do que realmente é importante a manutenção da qualidade geral da educação brasileira. APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTULOS: Quanto à apresentação do conteúdo, adota-se o seguinte roteiro: logo, após a apresentação desta Introdução, são disponibilizados a Fundamentação Teórica a explicação detalhada dos principais paradigmas que se correlacionam ao estudo do tema que aqui se investiga. Na parte subsequente da pesquisa, explicam-se os conceitos e as definições que embasam os Materiais e Métodos do experimento. Na parte seguinte da dissertação, apresenta-se a Apresentação e a Análise de Resultados do estudo. Para tanto, atua- se seguindo à risca os objetivos específicos anteriormente exibidos e explicados, os quais são trabalhados de forma gradativa e separada em cada um dos tópicos deste capítulo. Como tal, esta etapa também servirá para a descoberta paulatina das principais argumentações que serão utilizadas nas Considerações Finais para a resolução apropriada das questões de pesquisa; Disponibiliza-se na etapa extrema do texto desta dissertação o capítulo dedicado às Considerações Finais. Nesta fase, além de um breve resumo de todas as ações posteriores, consumam-se a apresentação e a explicação detalhada de prováveis soluções aos questionamentos que embasam o problema de pesquisa desta atividade. Além de tudo isto, aqui também são oferecidas algumas sugestões à unidade escolar investigada, visando qualificar o uso de novas tecnologias na execução das atividades didático-pedagógicas que são diariamente executadas no processo de ensino-aprendizagem. Procedendo-se desta maneira executa-se a pesquisa com rigor e segurança. Como visto, a proposta de apresentação do conteúdo tem como meta corresponder à realização de um experimento coerente e coeso, valorizando o uso 20 das ferramentas que estão disponíveis no método científico. Isto dito, aqui será possível apresentar didática e de forma concisa as principais premissas que fundamentam o estudo do tema avaliado nesta dissertação, adequando-se ao modelo conferido pelo programa de pós-graduação. Para tanto, basta apenas seguir o roteiro descrito, explorando ao máximo todas premissas e paradigmas que fundamentam o tentame realizado, apresentando cada um dos capítulos descritos, valorizando os pontos de convergência vivenciados na proposta metodológica adotada nesta pesquisa. Agindo assim, foi viável destacar respostas apropriadas para os questionamentos anteriormente apresentados no problema de pesquisa. Por tudo isto, espera-se que os resultados que são registrados nesta pesquisa possam pelo menos servir como uma base preliminar para futuras investigações que se interessem por assunto mais ou menos semelhante ao que se avalia no decorrer desta atividade. Com certeza, seria possível o manifestar de resultados mais ou menos diferentes, se a metodologia e o percurso escolhidos se fundamentassem em premissas distintas daquilo que aqui se realiza (BOVO, 2016. ALMEIDA; FRANCO, 2014; KENSKI, 2018A; ALMEIDA, 2017A). De qualquer jeito, o que interessa é que a dissertação procurou cumprir todas as metas descritas do melhor modo, exibindo uma argumentação consistente ao término deste ensaio acadêmico. Enfim, estas são as principais ideias trabalhadas nesta atividade dissertativa. Considerando a problemática investigada, além dos objetivos destacados no experimento, são satisfatórios os resultados que aqui serão registrados. 21 CAPÍTULO I – MARCO TEÓRICO 1-MATEMÁTITCA ADVERSIDADES, TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS As discussões acerca do ensino de Matemática têm mobilizado pesquisadores na produção de teses, artigos, teorias, metodologias, o que notadamente tem caracterizado diversas tendências e desafios nesse campo de estudo (BRAGA, 2016; BOVO, 2016). Buscamos trazer ao debate e reflexão, algumas das principais adversidades encontradas na escola sobre o ensino da Matemática. As tendências de ensino e suas perspectivas como a possibilidade de se pensar o ensino de Matemática através do uso das TCI, perpassa do professor como mediador desse aprendizado, no que se refere as várias possibilidades que os recursos de multimídia proporcionam ao conhecimento (CARVALHO, 2014). Nesse caso, o celular/smartphone serve como ferramenta de apoio ao desenvolvimento das atividades em sala de aula ou em um ambiente onde seja possível ter acesso a esse recurso, sendo usado aplicativos apropriados para a disciplina em questão ou em conjunto com outras áreas do conhecimento (CHIAPINNI, 2015; CHINELLATO, 2014). Acreditamos que a Educação, em especial a Educação Matemática (EM), vem passando por mudanças significativas na sua didática, na sua forma de avaliar, na sua metodologia, ou seja, o ensino-aprendizagem desgastado vem sendo substituído por uma nova postura; cujo processo é complexo, mas não impossível de ser encarado. Tendo em vista as várias dificuldades que impedem o educador de desenvolver uma prática que faça diferença na realidade dos educandos, permanece a preocupação de que o resultado de sua prática educativa não se reduza à formação de executores desta ou daquela tarefa específica, contudo, não se deve exagerar a importância do educador e subestimar a do educando (COSTA, 2018; FARIA; ROMANELLO; DOMINGUES, 2018). Este é um ponto de vista tradicionalista, pois se preocupa apenas com o ensino e não com a aprendizagem. “O desempenho do professor é grandemente dependente de modelos de ensino 22 internalizados ao longo de sua vida como estudante em contato estreito com professores” (SANTOS, 2015, p. 200) Sob o ponto de vista do ensino não tradicional (em que o professor é o detentor e transmissor de conhecimento e o aluno um receptor), o educador é encarado como um ser facilitador do processo na aprendizagem do educando. Assegurar aos alunos o domínio mais seguro e duradouro possível dos conhecimentos científicos; criar as condições e os meios para que os alunos desenvolvam capacidades e habilidades intelectuais por meio das TICs de modo que dominem métodos de estudo e de trabalho intelectual, visando a sua autonomia no processo de ensino aprendizagem e independência de pensamento (FERNANDES, 2014; FIORENTINI; LORENZATO, 2017). É essencial, portanto, que o professor assuma uma ação pedagógica que promova a construção de conhecimentos pelo aluno e incorpore a sua prática uma abordagem construcionista. O professor é responsável para criar um ambiente que “estimule o pensar, que desafie o aluno a aprender e construir conhecimento individualmente ou em parceria com os colegas, o que propicia o desenvolvimento da autoestima, do senso-crítico e da liberdade responsável” (ALMEIDA, 2017, p. 21). A discussão sobre o uso de computadores nas escolas tem-se estendido aos diversos temas, associados a questões pedagógicas. Assim, torna-se necessário discutir como se processa a influência do uso de recursos informatizados, na forma pela qual as pessoas aprendem e como aprendem, observando se a capacidade humana de criar e modificar a tecnologia, inventando novos instrumentos e, qual o efeito inverso, ou seja,como a tecnologia age sobre a cognição (JESUZ et al, 2018). Pensando assim, vários teóricos busca22ram demonstrar como o conhecimento ocorria através do uso do computador (negro ponte, Piaget, Vygotsky, Papert entre outros), Papert montou um esquema para tentar explicar a ordem com que esse conhecimento acontece. A construção do conhecimento através do computador tem sido denominada por Papert de construcionismo (PAPERT, 2016). Ele usou esse termo para mostrar outro nível de construção do conhecimento: a construção do conhecimento que acontece quando o aluno constrói com um objeto. Na noção de construcionismo de 23 Papert existem duas ideias. Primeiro, o aprendiz constrói alguma coisa, ou seja, o aprendizado através do fazer, do "colocar a mão na massa". Segundo o fato de o aprendiz estar construindo algo do seu interesse e para o qual ele está bastante motivado. O envolvimento afetivo torna a aprendizagem mais significativa. O uso do computador requer certas ações que são bastante efetivas no processo de construção do conhecimento (KENSKI, 2018; 2018A). Quando o aprendiz está interagindo com o computador ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu desenvolvimento mental. Exemplo: Quando propomos uma situação problema ao aluno ele passa por algumas ações segundo Papert (2016), o aluno realiza a descrição da solução do problema, executa, reflete sobre, abstrai e por fim depura sobre seus resultados. Para as ações que o levara a obtenção do resultado pode ser observado na seguinte sequência: • Descrição da solução problema; • Execução dos procedimentos através do computador; • Reflexão sobre essas informações; • Abstração simples e produzida pela reflexão que permite ao aluno extrair informações do objeto ou das ações sobre o objeto; • Abstração reflexiva permite a projeção daquilo que é extraído de um nível mais baixo para um nível cognitivo mais elevado ou a reorganização desse conhecimento em termos de conhecimento prévio e; • Depuração. O processo de refletir sobre o resultado de um programa de computador pode acarretar uma das seguintes ações alternativas: ou o aluno não modifica o seu procedimento porque as suas ideias iniciais sobre a resolução daquele problema correspondem aos resultados apresentados pelo computador, e, então, o problema está resolvido; ou depura o procedimento quando o resultado é diferente da sua intenção original (LÉVY, 2019). A Depuração pode ser em termos de alguma convenção da linguagem. Logo, sobre um conceito envolvido no problema em questão (o aluno não sabe sobre ângulo), ou ainda sobre estratégias (o aluno não sabe como usar técnicas de resolução de problemas). 24 Os atuais recursos da tecnologia e os novos meios digitais (multimídia, Internet, telemática etc.) trazem novas formas de ler, de escrever, de pensar e agir (LIBÂNEO, 2011). Além disto, aponta-se que: “Uma consequência imediata na prática pedagógica segundo a citada concepção da questão cognitiva, e mesmo resultante da própria característica de imprevisibilidade da máquina, está na necessária mudança de postura do professor em seu trabalho cotidiano: se as relações cognitivas são necessariamente abertas e imprevisíveis, se o trato com as máquinas repousa em uma relação diferente com o objeto técnico, apoiada na experimentação e na errância, impõe-se uma revisão da forma como consideramos o ato de errar – não apenas no que se refere ao erro de cada um de nós, mas principalmente quanto ao considerarmos o erro de nosso aluno, em determinadas situações, como parte do processo de busca e experimentação, necessário à construção do conhecimento. Trata-se então de uma nova relação professor/aluno, na qual ambos caminham juntos, a cada momento, buscando, errando, aprendendo” (BONINI, 2013, p.17). O professor assume um papel de interlocutor privilegiado que questiona e provoca reflexões, não possuindo o lugar de dono da verdade absoluta. A possível utilização de recursos informatizados na educação não deve apoiar-se no modelo cognitivista e a própria natureza da interação usuário/máquina sugere o deslocamento da ênfase no objeto (o computador) para o projeto, visando o ambiente cognitivo, à rede de relações humanas que se deseja instituir, o que pode ser facilitado pela consideração da cognição como uma prática inventiva que estende a ênfase do processo à coletividade, onde a construção de conhecimento passa a ser atribuída aos grupos que interagem nesse espaço com uma inteligência valorizada, em tempo real, e que vai resultar em uma mobilização efetiva das competências individuais (MARTINS, 2019). É objetivo da docência, orientar as tarefas de ensino para objetivos educativos de formação da personalidade, isto é, ajudar os alunos a escolherem um caminho na vida, a terem atitudes e convicções que norteiam suas opções diante dos problemas e situações da vida real (MARQUES, 2013). Nos PCN de Matemática são apontadas as competências e habilidades a serem desenvolvidas em seu ensino (MATOS; SERRAZINA, 2016; MERCADO, 2012). Estas estão distribuídas em três domínios da ação humana; a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva. 25 1.1-ADVERSIDADES NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA As dificuldades encontradas por alunos e professores no processo ensino- aprendizagem da Matemática são muitas e conhecidas (NUNES, 2010). Por um lado, o aluno não consegue entender a Matemática que a escola lhe ensina, muitas vezes é reprovado nesta disciplina, ou então, mesmo que aprovado, sente dificuldades em utilizar o conhecimento "adquirido", em síntese, não consegue efetivamente ter acesso a esse saber de fundamental importância. O professor, por outro lado, consciente de que não consegue alcançar resultados satisfatórios junto a seus alunos e tendo dificuldades de, por si só, repensar satisfatoriamente seu fazer pedagógico, procura novos elementos - muitas vezes, meras maneiras/ receitas de como ensinar determinados conteúdos - que, acredita, possam melhorar este quadro (MORAN, MASETTO, BEHRENS, 2010). Uma evidência disso é, positivamente, a participação cada vez mais crescente de professores nos encontros, conferências ou cursos. Desta forma, a Matemática é um instrumento fundamental para a manutenção e o desenvolvimento de muitas áreas do conhecimento humano e sabemos que este conhecimento é fruto de um longo processo de construção mútua entre educando, educador e as diversas realidades que os cercam (OLIVEIRA, 2014; PAPERT, 2014; 2015). Isto por que: “O ensino-aprendizagem da Matemática não deve restringir-se à mera automatização de procedimentos. Os alunos precisam ser incentivados a resolver um significativo número de problemas, sempre raciocinando sobre situações do cotidiano. Atividades pedagógicas que promovam a reflexão dos estudantes irão render bons frutos. Pode-se, por exemplo, organizá-los em grupos para fazer um censo da escola. Com esse exercício, eles poderão contar os alunos, os professores, os funcionários, saber quantos são os homens, quanto são as mulheres, trabalhar a noção de proporção e porcentagem, construírem gráficos e tabelas, se possível utilizando recursos de informática” (VALENTE, 2013, p. 72). Nesse sentido, fica claro que, no processo de construção de saberes matemáticos, o professor não ensina o conceito ao aluno, mas ajuda-o a construí-lo. Respeitando o desenvolvimento do aluno/a, proporcionando experiências em diferentes graus de complexidade, individuais e coletivas (PERALTA, 2015; 26 PEREIRA; ANDRADE, 2016). Portanto, a base do trabalho pedagógico precisa promover a compreensão de conceitos matemáticos e menos memorização de informações, regras e modelos. Nessa perspectiva, o ensino de Matemática objetiva possibilitar o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. O que se sabe, porém, é quesem estas relações no processo de aprendizagem nem sempre é bem-sucedido podendo produzir nos educandos efeitos indesejáveis, que vão desde a simples aversão à matemática até a dificuldade de executar ações como projetar, prever, abstrair e utilizar o raciocínio lógico (PEREIRA et al, 2017). Consequentemente, isto pode trazer sérios prejuízos para o educando, inclusive no seu desenvolvimento psicológico e na sua vida profissional posteriormente. 1.2-ADVERSIDADES ENCONTRADAS NO ENSINO Alguns estudiosos realizaram pesquisas sobre desempenho dos alunos na disciplina de Matemática. Segundo Carvalho (2014) existe dois aspectos essenciais para a análise da situação do ensino: a concepção de Matemática que em geral norteia o ensino dessa disciplina e o desgosto por esta área de conhecimento manifestado pela maioria dos alunos do Ensino Fundamental, comprovado por causar alto índice de repetência e evasão. O primeiro aspecto, considerado pela autora, refere-se à visão da Matemática que em geral orienta o ensino: considera-se a Matemática como uma “ciência perfeita”, um conhecimento pronto e acabado (PONTE et al, 2018). A consequência desse pensamento em sala de aula é a imposição autoritária do conhecimento matemático pelo professor que domina e o transmite a um aluno passivo, que deve se moldar à autoridade do conhecimento da “perfeição científica”. Sendo assim, considera-se que: “A essa visão da Matemática se contrapõem aquela que considera o conhecimento em constante construção e os indivíduos, no processo de interação social com o mundo, reelaboram, complementam complexificam e sistematizam os seus conhecimentos. Essa aquisição de conhecimentos lhes permite transformar suas ações e, portanto, alterar suas interações com esse mesmo mundo em nível de qualidade. Assim, a sala de aula não é o ponto de encontro de alunos totalmente ignorantes com o professor totalmente sábio, e sim um local onde interagem alunos com conhecimentos 27 do senso comum, que almejam a aquisição de conhecimentos sistematizados, e um professor cuja competência está em mediar o acesso do aluno a tais conhecimentos” (CARVALHO, 2014, p.15). Além dessa visão do conhecimento, o segundo aspecto apontado pela autora, também crucial, a ser considerado é o fato dos alunos não se interessarem pela disciplina Matemática, manifestado pela maioria quase absoluta dos alunos. Seria difícil supor o contrário. Num ensino em que é necessário submeter-se à autoridade da Matemática, é impossível entender, pois “compreender Matemática” torna-se privilégio das cabeças mais bem-dotadas (ROMANOWISK, 2017; SANCHO; HERNÁNDEZ, 2016). A consequência mais desastrosa é a total passividade com que os alunos se colocam perante qualquer aula, esperando que o professor lhe “explique” o que devem “compreender” e lhes diga “como” fazer. Dessa forma, defendendo que no processo ensino-aprendizagem o aluno não é um repositório de informações e sim agente da construção de seu próprio conhecimento e que o papel do professor deve ser não o de reprodutor do conhecimento, mas o de facilitador da aprendizagem. A solução para este impasse, segundo Carvalho (2014) seria oferecer pistas que favoreçam transformações. O trabalho em sala de aula deve proporcionar ao aluno oportunidade de operar sobre o material didático para que, assim, possa reconstruir seus conceitos de modo mais sistematizado e completo. As sínteses que foram realizadas, visando introduzir a linguagem convencional, devem permitir a discussão das experiências anteriores, escolares ou não, relativas ao tema (SANTOS, 2015). Para facilitar a abstração Matemática aos alunos é necessário também desenvolver uma prática pedagógica pautada em diferentes recursos didáticos como o computador e outros componentes de mídias digitais. Tal ferramenta pode ajudar ao professor e o aluno, que é comumente acessível graças aos vários ambientes destinados ao computador onde o aluno tem total acesso. Importante estabelecer uma relação entre o ensino da matemática e as TICs para melhor assimilação do alunado e como meio de promover o enriquecimento da aula (SANTOS, 2016; SANTOS; MAIA, 2017). É de igual importância explicar ao corpo discente como a Matemática é significativa no nosso 28 dia a dia e de que forma podemos utilizar o conteúdo trabalhado em sala de aula no nosso cotidiano. Outra dificuldade está na trajetória de aprendizagem que, em sua maior parte, é baseada na memorização do conteúdo, sem nenhuma apropriação dos conceitos matemáticos, pois a repetição sucessiva de exercícios não leva à elaboração conceitual. A falta de leitura e visão de mundo do professor propícia à decadência da sala de aula (SAINT-ORANGE, 2019). Essa dificuldade é agravada pela falta de professores formados na área e/ou desestimulados pelos baixos salários, falta de recursos materiais para o desenvolvimento da prática pedagógica. “Sem formação adequada, os professores não têm como colaborar efetivamente para o desenvolvimento de uma escolarização para superar o fracasso manifesto nos resultados das avaliações que mantém a aprendizagem dos alunos com médias insuficientes, nos altos índices de reprovação e evasão” (ROMANOWSKI, 2017, p.27). Os professores que se propõem a trabalhar com Matemática no Ensino Fundamental e Médio devem refletir sobre a situação do ensino dessa disciplina: Por que uma porcentagem tão pequena dos alunos aprende Matemática? Por que a maior parte dos alunos afirma não aprender Matemática? O que impede o corpo docente de estabelecer inovações na melhoria da atuação seus alunos em relação à disciplina? O que deve ser feito para melhorar a ação do professor na sala de aula? São questões fundamentais na reflexão sobre o ensino de Matemática (SILVA, 2013; SOUSA, 2016). Na verdade, as políticas de centralização e avaliação do desempenho na escola atribuem aos professores a responsabilidade pelo êxito ou insucesso escolar. No cotidiano, os professores passam muitas vezes a ter que desempenhar outras atividades além da docência para aumentar a renda familiar (TAJRA, 2011; 2012). Essas tarefas contribuem para um sentimento de dês profissionalização, conduzindo para a desqualificação e desvalorização sofrida pelos docentes. Com isto, observa- se que: “O professor [...] ao relacionar a falta de interesse do aluno à precariedade das condições de ensino, sem as quais não conseguem dinamizar as aulas, proporcionar atividades estimulantes, motivadoras, demonstra perceber que é da sua responsabilidade, ou seja, faz parte do significado do seu trabalho propiciar circunstâncias adequadas, motivadoras para a apropriação. Dos instrumentos básicos da cultura” (BASSO, 2014, p. 92). 29 Com todo esse desenvolvimento tecnológico e a busca incessante por uma educação de qualidade, é imposto aos profissionais envolvidos em educação de se tornarem indivíduos capazes de atender as mais variadas situações (ALMEIDA; FRANCO, 2014). A utilização adequada e planejada de novos recursos e metodologias contribuem qualitativamente e quantitativamente para o processo de ensino-aprendizagem. A formação de professores de Matemática, em relação à expansão da educação básica, apresenta defasagens, pois, além do déficit histórico de professores devidamente formados, exige-se uma maior expansão dos cursos de licenciatura (ALMEIDA, 2017; ALMEIDA; ALONSO, 2017). O número de matrículas nos cursos de licenciaturas apresenta índices ligeiramente superiores nas instituições públicas. A oferta de cursos na área de formação de professores pelas instituições particulares é menor, principalmente, na área de Ciências Exatas. Sendo assim, constata-se que: “A necessidade de infraestrutura, como, por exemplo, laboratórios, aliada à elevada desistência de alunos, pode contribuir fatores que não estimulem as instituições privadas à abertura de cursosnessas áreas” (ROMANOWSKI, 2017, p.91). Frente à pluralidade e heterogeneidade de uma sociedade como a nossa, em que a escolarização adquire cada vez mais importância, exige-se do professor a promoção, o desenvolvimento e a aprendizagem de seu aluno, nas dimensões cognitivas, social, cultural, emocional, motora, como propósito de formação global (ALMEIDA; VALENTE, 2018). Também se observa que: “A sala de aula é um ambiente de diversidade, uma vez que abriga um universo heterogêneo, plural e em movimento constante, em que cada aluno é singular, com uma identidade originada de seu grupo social”. Estabelecida por valores crenças, hábitos, padrões de condutas, trajetórias peculiares e possibilidades cognitivas diversas em relação à aprendizagem. Isso tudo expressa maior interesse e entusiasmo dos alunos por determinada área do conhecimento, ou, apatia e indiferença, resultante da complexidade humana. “A relação professor e alunos provocam desinquietações permanentes na prática pedagógica por incluir todos esses aspectos” (ROMANOWSKI, 2017, p.91). Essas tarefas do professor de Matemática se complexificam no interior da escola cotidianamente, demandando conhecimentos múltiplos e convergentes de antropologia, sociologia, filosofia, biologia e psicologia (BALDINI, 2018). O 30 desconhecimento e despreparo frente às Realidades, pela falta de compreensão da complexidade, das contradições e singularidades tornam a prática aquém das expectativas. Cabe então aos educadores matemáticos a busca pela superação da prática pedagógica assentada em informações, em respostas rotineiras e reprodutivas. Sabemos que as múltiplas dificuldades que incidem nas atividades docentes – por exemplo, os baixos salários, as más condições de trabalho e as deficiências da formação profissional, advêm fundamentalmente de condicionantes estruturais da sociedade e do sistema de ensino. É inquestionável que as transformações no ensino são inseparáveis das transformações sociais mais amplas. A integração da tecnologia na escola e na disciplina de Matemática é um dos maiores desafios da educação atual. (...) a capacidade da escola e da Matemática responder aos desafios da atualidade e do futuro é medida pela eficácia com que a tecnologia é integrada nos currículos escolares (SILVA, 2013) A formação teórica e prática do professor, aliada a uma consciência política das tarefas sociais que deve cumprir, pode contribuir para a elevação da qualidade do ensino e da formação cultural dos alunos (BORBA; PENTEADO, 2019; BORBA; SILVA; GADANIDIS, 2018). Frente a essa temática surgem aí as TICs que será apontada mais adiante. O computador é uma realidade que não veio substituir ou eliminar os professores, seu papel é o de ser um instrumento a mais auxiliando o processo de aquisição do conhecimento. A escola, numa nova perspectiva, passa a ter um papel muito forte e significativo na formação das novas maneiras de ensinar e aprender, que as TICs proporcionam (BASSO, 2014). Para isso é preciso conscientizar a todos os envolvidos no processo educativo. 1.3-ADVERSIDADES ENCONTRADAS NA APRENDIZAGEM As dificuldades referentes ao conteúdo residem nas quatro operações fundamentais (BOCK, 2019; FARIA; ROMANELLO; DOMINGUES, 2018). Outras dificuldades se referem à falta de concentração, falta de disciplina e compromisso 31 com os estudos, quando não se tem um bom conhecimento da língua portuguesa, torna - se difícil o aprendizado. Já que o aluno não compreende as palavras ou não tem o hábito da leitura, não consegue interpretar direito os problemas propostos e assim, diminuindo a qualidade do ensino e por consequente o aprendizado (BORSSOI, 2018; BORBA; SILVA; GADANIDIS, 2018). Uma alternativa que poderia ajudar, é que todo aluno, nas series iniciais tenham uma maior exploração neste sentido, outro problema encontra-se em recursos que venham a possibilitar uma melhor compreensão do que se aprende, recurso esse que venham permitir manipular, visualizar, inferir testar e modificar a forma de aprender sem que seja danoso a aquisição de conhecimentos. A dificuldade na leitura e interpretação dos textos, também pode provocar dificuldade na interpretação dos conteúdos e conceitos matemáticos (FERNANDES, 2014; FIORENTINI; LORENZATO, 2017). Quando não se tem um bom conhecimento da língua portuguesa, torna-se difícil o aprendizado, já que o aluno não compreende as palavras ou não tem o hábito da leitura, não consegue interpretar direito os problemas propostos, e assim, diminuindo a qualidade do ensino e por consequente a aprendizagem. Outro fator é a motivação. Em geral os alunos prestam pouca atenção e trabalham pouco. Isto tudo se observa que... “(...) o escasso esforço que fazem costuma ser inadequado, já que estudam de forma mecânica, sem compreender o significado e o alcance do que escutam e pensando exclusivamente em aprovar. Desse modo, essa ausência de interesse, traduz-se às vezes em comportamentos que perturbam o trabalho escolar de seus colegas” (MATOS; SERRAZINA, 2016, p 103). Às causas destas dificuldades, no âmbito externo à escola ficam por conta do esfacelamento da família - Famílias desestruturadas falta de perspectiva de um futuro melhor para os alunos, defasagem de conteúdo (MERCADO, 2012). Por isso, muitas crianças sentem dificuldades em acompanhar os conteúdos escolares, pois estão afetadas emocionalmente. Mas, uma nova perspectiva de ensino vem sendo apontada como uma possível solução para vários desses problemas (MORAN, MASETTO, BEHRENS, 32 2010). E, com a esperança que tal proposta possa reverter essa situação, muitos estudiosos estão de plantão com um único propósito expandir e explorar as TIC; no intuito de que essa nova ferramenta pedagógica possa adentrar as escolas e torna- las uma instituição própria do seu tempo. Por isto, se diz que: “O computador, a televisão, o aparelho de som, o gravador, a filmadora, a câmera fotográfica, a calculadora, o rádio, o Datashow, o retroprojetor, os celulares, os pendrives, CDs, DVDs, entre outros, [...] estão presentes diariamente na vida das pessoas. “Invadindo” o dia a dia do cidadão, seja no ambiente de trabalho, nas ruas ou em suas residências” (OLIVEIRA, 2014, p. 33). A utilização de multimídias para a aprendizagem da matemática pode ser de grande ajuda para os educadores, especificamente, o uso de computador tabletes, celulares e smartphone como um auxiliador nessa aprendizagem. Além desses fatores, Borba & Penteado (2019) destacam o enfoque experimental que o computador possibilita: "o enfoque experimental explora ao máximo as possibilidades de rápido feedback das mídias informáticas e a facilidade de geração de inúmeros gráficos, tabelas e expressões algébricas". A partir da investigação e da experimentação os alunos formulam, reformulam e rejeitam hipóteses; lançam novas questões e apresentam dúvidas em contextos não previstos pelo professor e que não surgiriam em outro ambiente. Diante disso, acreditamos que o estudo da cultura escolar ilumine aspectos que aproximem o objeto da realidade. Argumentamos, em decorrência disso, que a sociedade atual vive um contexto político, social, cultural e econômico, que exige da escola o cumprimento de seu papel social no sentido de aquisição, de construção e de reconstrução dos conhecimentos científicos e tecnológicos necessários à inserção de todos, como cidadãos, nas práticas sociais e nas relações sociais do trabalho (SANCHO; HERNÁNDEZ, 2016). Relações essas que têm, atualmente, na ciência e na tecnologia, os seus principais fundamentos. 1.4-TENDÊNCIAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA 33 Nos anos de 1960 e 1970 houve um grande movimento mundial em termos de reformulações curriculares buscando melhorias na qualidade do ensino de Matemática, o que no Brasil se denominou movimento da Matemática moderna(SAINT-ORANGE, 2019). Nesse movimento foi dada uma ênfase na linguagem dos conjuntos do que nos outros ramos. Na década de 80 professores de Matemática vindos da Europa após terem concluído sua pós-graduação apontavam novas ideias na tentativa de reverter à situação na qual se encontrava essa matéria. Foi criada assim a Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM). Fundada em 27 de janeiro de 1988, a SBEM é uma sociedade civil, de caráter científico e cultural, sem fins lucrativos e sem qualquer vínculo político, partidário e religioso. Tem como finalidade congregar profissionais da área de Educação Matemática ou de áreas afins (BORSSOI, 2018). A SBEM tem em seus quadros pesquisadores, professores e alunos que atuam, nos diferentes níveis do sistema educacional brasileiro, da educação básica à educação superior. Tem também, sócios institucionais e sócios de outros países. Nesse período, a resolução de problemas era apontada como foco central do ensino de matemática. Desse modo, começam a surgir principalmente nas universidades, novas discussões que apontavam novas tendências em educação matemática (BOCK, 2019; BONILLA, 2015). Além disto, observa-se que: “Há tendências mundiais de investigação para a pesquisa em educação matemática consideradas em “alta”, a saber: Processo de ensino- aprendizagem de matemática; mudanças curriculares: tecnologias da comunicação e informação no ensino aprendizagem de Matemática; Pratica docente: crenças e concepções; conhecimento/formação/desenvolvimento de novas experiências de formação inicial; currículos de formação; recursos e políticas de formação; Práticas de avaliação; Contexto sociocultural e político” (PEREIRA; ANDRADE, 2016, p. 41). Como podemos observar essas recomendações influenciaram nas reformas curriculares posteriores para o ensino de matemática, nos anos 90 aumenta o debate sobre a necessidade de reformar os currículos da educação básica. A partir de novas diretrizes curriculares intensifica-se a produção de documentos para subsidiar as propostas e projetos pedagógicos (BONINI, 2013; BORSSOI, 2018). No Brasil teve início à reforma curricular que culminou com a elaboração do documento Parâmetros Curricular Nacionais. Tal documento direciona o ensino fundamental 34 para a aquisição de competências básicas necessárias ao cidadão, ressaltando o papel ativo do aluno na construção de saberes e o ensino com ênfase na resolução de problemas para que o aluno possa acompanhar a evolução tecnológica (BOVO, 2016; BRAGA, 2016). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) apontam alguns recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, computadores e outros materiais que tem um papel importante no processo de ensino e aprendizagem (BRASIL, 2017A; CARVALHO, 2014; CHIAPINNI, 2015). Contudo, recomenda que eles precisão e esteja integrada a situações que levam os exercícios da análise e da reflexão, em última instância, a base da atividade matemática. Os recursos materiais deveriam estar vinculados a uma série de elementos que serviriam para auxiliar o processo de ensino. Atualmente, as tecnologias da Informação e comunicação como Smartphones, tablets, notebooks entre outros fazem cada vez mais parte do cotidiano escolar, fornecendo informações em tempo real sobre os assuntos tratados a todo instante dentro da instituição escolar (CHINELLATO, 2014; COSTA, 2018). O volume de informações produzido por essas tecnologias impulsiona o currículo estar em uma constante metamorfose... “(...) em virtude das novas exigências educacionais decorrentes da aceleração da produção de conhecimentos, da ampliação do acesso às informações, da criação de novos meios de comunicação, das alterações do mundo do trabalho, e das mudanças de interesse dos adolescentes e jovens, sujeitos dessa etapa educacional” (BRASIL, 2017, p. 145). Por meio da utilização das tecnologias, a associação das práticas pedagógicas, juntamente com o aprendizado, representa uma possibilidade a mais para os professores, pois estimula o aprendizado, de modo que os participantes desse processo passam a investigar as soluções para os problemas e para as situações em estudo. Essa nova maneira está relacionada a uma nova visão de construção do conhecimento, em um processo que envolve todos os participantes, professores e alunos, superando as formas tradicionais na relação de ensino-aprendizagem (BALDINI, 2018; BASSO, 2014). 35 Os educadores Matemáticos têm buscado novos métodos para melhorar o ensino em sala de aula através das ideias-chave de construção e de compreensão, dos conceitos matemáticos dentre os quais vem se destacando as TIC, natural do novo tempo (BORBA; PENTEADO, 2019). Assim se observa que: “Colocam professores e alunos trabalhando e aprendendo à distância, dialogando, discutindo, pesquisando, perguntando, respondendo, comunicando informações por meio de recursos que permitem a esses interlocutores, vivendo nos mais longínquos lugares, encontrarem-se e enriquecerem-se com contatos mútuos” (MORAN; MASETTO; BEHRENS 2010, p. 137). Portanto, se a cultura tecnológica influencia a construção da cultura escolar por estabelecer mudanças no ambiente escolar, que vão desde mudanças administrativas até mudanças nas relações, acaba envolvendo não só seus grupos internos, mas também a sociedade em geral. Em uma sociedade onde o conhecimento é um bem que tem se tornado cada vez mais precioso e envolvido diretamente com a tecnologia da informação. Borba, Silva & Gadanidis (2018, p. 63) afirmam que: “Os sujeitos ligados ao ensino-aprendizagem estabelecem entre si um processo de interação, que também envolve suas práticas comunicativas realizadas com o apoio dos diversos recursos tecnológicos. Nesse processo, constroem seus modelos mentais que permitem a mediação entre o mundo interior e o mundo exterior, possibilitando assim a construção de seus conhecimentos. A fim de se adaptar à atual realidade, paradigmas são quebrados, a construção do conhecimento torna-se mais dinâmica. Não podendo ser diferente no ambiente escolar”. Em suma, o uso das TIC vem incrementar o ensino, tornando-o mais dinâmico e agradável, promovendo um aprendizado mais significativo e desenvolvendo motivação para os alunos. 36 CAPÍTULO II 2-A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) Estamos de fato na era da informação, em que novos instrumentos tecnológicos são requeridos para que possamos analisar e interpretar as realidades contemporâneas, um momento de intensas transformações em que equipamentos tecnológicos surgem para fazer movimentar o quanto mais rápido o ritmo do espaço- tempo atual (CARVALHO, 2014; CHIAPINNI, 2015). O uso de novas mídias e multimídias estão entrelaçados ao nosso cotidiano, esses recursos tecnológicos estão presente em vários seguimentos da sociedade. TIC e o meio social. Sendo assim observa-se que: “Por novas tecnologias entendemos hoje o surgimento de outra articulação de linguagens, encarnada em novos suportes, que são as máquinas dotadas de capacidade de armazenar, processar e intercambiar informações a grande velocidade e com alta confiabilidade, gerando hipertextos nos fluxos alargados da informação, constituídos em ciberespaço e Cibercultura”. (MARQUES 2013, p. 18). A palavra TIC (tecnologias da informação e comunicação) é originaria das seguintes palavras (FERNANDES, 2014; KENSKI, 2018): ♦ Informática – tratamento automático de informação em computadores; ♦ Tecnologias de informação – processo de tratamento central e comunicação da informação, através do hardware e software; ♦ Tecnologias de informação e comunicação – transmissão de informação através de redes de computadores e meios de comunicação. O objetivo das TIC é promover a cultura e a formação essencial do indevido e o meio social em que vive para o desenvolvimento da sociedade. Pautando:conhecimento, informação, cultura, facilidade de acesso entre outros (TAJRA, 2012; VALENTE, 2013). A seguir as áreas ao qual encontramos as tecnologias da comunicação e informação: • Computadores – máquina que serve para receber e processar informação. Dentro deste assunto temos a informática (aplicação de computadores para o processamento de informação) e a Burótica (informação 37 de um escritório). Estes dois processos são utilizados na educação, comércio, medicina e num escritório, sendo muito úteis; • Comunicação – efeito de comunicar, partilhar e participar. Existem dois meios de comunicação através das tecnologias; as telecomunicações (comunicação à distância, via televisão, rádio, internet, satélite, etc.) e telemática (comunicação mais informática (videoconferências); ♦ Controle e automação – transformação de um processo manual em automático. Este processo é utilizado na robótica (ciência que estuda a projeção e construção de robôs), por exemplo, nas linhas de montagem de carros; e na CAD- CAM (desenho e fabrico de peças controladas por computadores). Todos estes processos são importantes na nossa sociedade, como poderemos constatar. 2.1-A IMPORTÂNCIA DAS TIC NA SOCIEDADE As TICs são importantes em muitos setores, são utilizadas pelos organismos da administração pública. Contribuindo para simplificar processos administrativos e proporcionar a redução dos custos oportunando investimentos em outros setores que lhe estão associados (TAJRA, 2011; VALENTE, 2013A). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) entende-se por Tecnologias de Informação e Comunicação a seguinte concepção: Tecnologias da comunicação e informação: diz respeito aos recursos tecnológicos que permitem o trânsito de informações, que podem ser os diferentes meios de comunicação (jornalismo impresso, rádio e televisão), os livros, os computadores etc. Apenas uma parte diz respeito a meios eletrônicos, que surgiram no final do século XIX e que se tornaram publicamente reconhecidos no início do século XX, com as primeiras transmissões radiofônicas e de televisão, na década de 20. Os meios eletrônicos incluem as tecnologias mais tradicionais, como rádio, televisão, gravação de áudio e vídeo, além de sistemas multimídias, redes telemáticas, robótica e outros (BRASIL, 2017, p.135). A tecnologia na sociedade exerce uma influência decisiva no seu desenvolvimento. São várias as empresas que usufruem das TICs seja: para 38 controlar a sua produção, as ações em relação aos seus fornecedores e clientes, entre muitas atividades. Os computadores facilitam e organiza o trabalho, O que para nós, humanos, levaria muito tempo. Sendo estes usados para controlar eletricidade, redes telefónicas etc. (SILVA, 2013; SOUSA, 2016). As TICs também podem ser encontradas nos transportes: o Sistema de Posicionamento Global (GPS), controle aéreo, controle de tráfego e outros. 2.2-O USO DAS TICs NA EDUCAÇÃO A utilização das tecnologias da informação e comunicação (TICs), no sistema educativo deve visar um horizonte de atuação dos professores que não se limita à simples melhoria da eficácia do ensino tradicional ou à mera utilização tecnológica escolar, através dos meios informáticos (SAINT-ORANGE, 2019). As TICs têm um papel profundo na educação. Que proporcionam novos: objetivos para a educação, Novas concepções acerca da natureza dos saberes, Novas vivências e práticas escolares (SANTOS; MAIA, 2017). Novas, investigações científicas em desenvolvimento no ensino superior, entre outros. Sendo assim, aponta-se que: “As práticas pedagógicas mediadas pelas TIC contribuem para socializar o conhecimento produzido em diversas áreas curriculares, sob vários gêneros textuais, num processo de autoria e coautoria que, aos poucos, fortalece a autonomia de cada sujeito”. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental – 4.4.4- O currículo escolar e as TICs (BRASIL, 2013, p. 74, 75). No processo de evolução tecnológico, as constantes mudanças vêm cada dia sendo mais efetivas, afetando nossos lares, nossas vidas e com isso se tornando comum o uso desses recursos nas escolas. E nesse passo a Educação também vem sendo afetada por essa mudança. Vários são os dispositivos que podem ser utilizados como recursos pedagógicos nas situações de aprendizagem tornando o ensino mais reflexivo dinâmico e uma aprendizagem repleta de estímulo. Também se constata que: “O termo multimídia refere-se à apresentação ou recuperação de informações que se faz, com o auxílio do computador, de maneira 39 multissensorial, intuitiva e integrada, caracterizando-se “como produto resultante de um conjunto de saberes e habilidades técnicas que, por meio de computadores, processa vários modos de integração entre as formas e conteúdos de diversas outras mídias com vistas à comunicação humana interativa com tal conjunto articulado” (BORSSOI, 2018, p.7). As práticas pedagógicas mediadas pelas TIC contribuem para socializar o conhecimento produzido em diversas áreas curriculares, sob vários gêneros textuais, num processo de autoria e coautoria que, aos poucos, fortalece a autonomia de cada sujeito. 2.3-OS PRINCIPAIS RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO Abordaremos aqui alguns dos principais recursos tecnológicos usados nas escolas: rádio, Televisão, Videocassete, Calculadora, Computador, Internet, tablete, celular e smartphone (BOVO, 2016; BRAGA, 2016). Esses últimos entram como novas tecnologias da informação e comunicação. Durante muito tempo, os principais recursos tecnológicos usados em sala de aula estão sintetizados nos seguintes equipamentos: o rádio, a televisão, o videocassete e o computador. No início, o rádio causou grande esperança para a educação as expectativas criadas eram enormes, da introdução das mídias na escola, era comum a disseminação das rádios escolares. Esse tipo de recurso pedagógico foi introduzido na educação por iniciativa da British Broadcasting Company (BBC). No Brasil começou com Edgard Roguette-Pinto em 1923. Para ele: O Rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola (CARVALHO, 2014; CHIAPINNI, 2015). A televisão, no ambiente escolar, protagoniza como uma fonte de informações; estudos de programas, noticiários, desenhos, filmes etc. problematizando e descobrindo conceitos e princípios. Transmitindo princípios educativos ou canais convencionais. Em 1967, o governo começou a usar a TV em prol da educação, surgindo às primeiras TVs universitárias. O impresso é uma extensão da visão; o rádio, dos ouvidos; e a televisão, como extensão de vários 40 sentidos, teria, em síntese, o poder de nos anestesiar (CHINELLATO, 2014; COSTA, 2018). O filósofo e educador canadense Marschall Mcluhan apresentou, essencialmente nos anos 1960, teorias que pareciam antecipar tanto a relação entre educação e comunicação quanto o avanço das tecnologias da informação e comunicação (TICs). A TV digital é outro recurso bastante promissor que está chegando (FERNANDES, 2014; KENSKI, 2018). Através de seu uso, os alunos poderão ter mais oportunidades de serem produtores de conteúdos multimídia, como acontece hoje na Internet com o site Youtube, onde qualquer pessoa pode divulgar um vídeo, seja amador, seja profissional (FARIA; ROMANELLO; DOMINGUES, 2018). Os usuários avaliam o conteúdo do vídeo pela quantidade de acessos e pelo número de estrelas atribuído. Quanto melhor avaliado um vídeo, mais aparece para o público ou na pesquisa do site (FIORENTINI; LORENZATO, 2017). A TV digital pode oferecer, com mais qualidade a exibição dessas produções feitas pelos usuários e acrescentar recursos de pesquisa e navegação fáceis e hiper-realistas e que a maioria dos estudantes, sejam crianças, adolescentes ou adultos gostam e se interessam. Não mais tão usado o videocassetetem como função, o auxílio pedagógico para o estudo de temas ou fatos históricos convenientes às disciplinas: gravação de filmes, programas, documentários e reprodução de produções realizada pela própria escola (FERNANDES, 2014; KENSKI, 2018). Nos tempos modernos em que vivemos, o computador se tornou um objeto imprescindível para as pessoas (FIORENTINI; LORENZATO, 2017). O seu uso tem facilitado muito as nossas vidas como não podia ser diferente tal instrumento também vem adentrando cada dia mais nas escolas em busca de tornar o ensino mais atraente e reflexivo esperando solucionar problemas como a má compreensão dos conteúdos, à falta de entusiasmo dos alunos e acima de tudo acompanhar a mudança da prática educativa e os avanços tecnológicos correntes numa sociedade globalizada. Essa ferramenta é utilizada para a mediação pedagógica do processo de aprendizagem como construção de sentidos e de autoria. Através de softwares, e 41 outros recursos que estão disponíveis de forma interativa. As novidades tecnológicas e a grande variedade de softwares educativos disponíveis na rede mundial de computadores podem contribuir de forma expressiva para facilitar o processo ensino-aprendizagem e oferecer para o professor, diferentes e enriquecedoras alternativas didáticas auxiliares (JESUZ et al, 2018; KENSKI, 2013). Por isto, afirma-se que: “O crescimento da disponibilidade dos meios informáticos no ensino permite o desenvolvimento de processos de ensino muito poderosos. Programas como o Cabri-Geométrico, o Derive, Mathematica poly, Geogebra, fazem parte integrante do material a utilizar nas salas de aulas de Matemática de muitos países” (MATOS; SERRAZINA, 2016, p. 208). Um software será relevante para o ensino da Matemática se o seu desenvolvimento estiver fundamentado em uma teoria de aprendizagem cientificamente comprovada para que ele possa permitir ao aluno desenvolver a capacidade de construir, de forma autônoma, o conhecimento sobre um determinado assunto (MARTINS, 2019; MARQUES, 2013). Outro aspecto relevante que deve ser considerado é a construção dos conceitos matemáticos na organização das tarefas de aprendizagem propostas às crianças (KENSKI, 2018A; LÉVY, 2019). Segue alguns Softwares educativos usados no ensino da matemática, dos vários que estão disponíveis na internet: ♦ Cabri-Geometry. Windows - versão demo. Software de construção em geometria desenvolvido pelo Institut d'Informatiqe et de Mathematiques Appliquees em Grenoble IMAG (FIORENTINI; LORENZATO, 2017). É um software de construção que nos oferece “régua e compasso eletrônicos”, sendo a interface de menus de construção em linguagem clássica da Geometria; ♦ Cinderella. Windows - versão demo. Software de construção em geometria desenvolvido por Jurgen Richter-Gebert & Ulrich Kortenkamp comercializado por Sun Microsystems, Inc. É um software de construção que nos oferece “régua e compasso eletrônicos”, semelhante ao Cabri e Sketchpad (FERNANDES, 2014; KENSKI, 2018). Um diferencial deste software é que permite que se trabalhe também em 42 geometria hiperbólica e esférica. E mais: tem a opção de salvar como página da web automaticamente; ♦ Curve expert. Windows – freeware. É um software que ajusta curvas em conjunto de pontos no plano, por exemplo, coleta de dados numéricos, via modelos de regressão -linear e não-linear- e diferentes interpolações; ♦ Euklid. Windows – shareware. Software de construções geométricas com régua e compasso e geometria dinâmica. Semelhante ao Cabri e ao Sketchpad; ♦ Geoplan. Windows - versão demo. Software de construção em geometria que trabalha os conceitos analíticos da geometria em um sistema de coordenadas cartesianas (FARIA; ROMANELLO; DOMINGUES, 2018). Desenvolvido pelo Centre de Recherche et d'Expérimentation pour l'Ensignement des Mathematiques CREEM; ♦ Poly. Windows – freeware. É uma criação Pedagoguery Software, que permite a investigação de sólidos tridimensionalmente com possibilidade de movimento, dimensionalmente planificação e de vista topológica (CHINELLATO, 2014; COSTA, 2018). Possui uma grande coleção de sólidos, platônicos e arquimedianos entre outros. Como uma nova proposta surge o celular, que através dos avanços. Os programas citados podem ser encontrados na internet, existem mais de 75 softwares matemáticos que podem ser baixados gratuitamente (CARVALHO, 2014; CHIAPINNI, 2015). Muitos deles podem ser encontrados no portal do professor1, um site do MEC destinado a orientar e fornecer material que subsidiam o professor na sua prática. Outros recursos: Gravador, câmera fotográfica, filmadora, aparelha de som, Datashow e retroprojetor. São várias as possibilidades técnicas que podem atribuir ao uso dessas ferramentas. Apesar da praticidade desses recursos, não se vê 1 www.portaldoprofessor.mec.br 43 professores fazendo uso com frequência dessas ferramentas. Que podem dar um novo sentido à aula, quando usado em suas múltiplas possibilidades (CHINELLATO, 2014; COSTA, 2018). Mais dos poucos recursos tecnológicos utilizados o computador e o data show, são os mais usados, devido às suas potencialidades, como dinamizador e na apresentação de imagens, seja para apresentação de trabalhos ou mesmo na aplicação dos conteúdos. Em um pensar mais inovador, teóricos apontam o celular/smartphone como uma possível ferramenta de ensino aprendizagem que agiria como material de apoio na execução de atividades lúdicas onde o aprendiz manipula, testa, refaz o saber através de aplicativos dando-lhes possibilidades de vistas em dimensões diferentes das mais conhecidas com isso propiciando uma aprendizagem interativas (FERNANDES, 2014; KENSKI, 2018). 2.4-O USO DO TABLETE, CELULAR E SMARTPHONE O uso do tablete, celular e smartphone na escola gera para a educação forte discursões sobre a sua proibição ou liberação a primeira vem vencendo esse jogo, tendo em vista que as reclamações de professores e de gestores sobre o mau uso desse aparelho. O que tem ganhado reforços pela falta de um direcionamento para as várias possibilidades que esses minis computados têm (FIORENTINI; LORENZATO, 2017). As tecnologias móveis, como os celulares, smartphones e tablets, são responsáveis por romper os limites de tempo e espaço, consolidando um novo paradigma de produção de conteúdo de forma colaborativa. As mudanças nas tecnológicas a serviço da educação traz consigo mudanças comportamentais significativas, principalmente nos jovens. Exemplo disso é o fenômeno das redes sociais e o impacto que estão causando nos hábitos sociais. Assim sendo o ensino através de tecnologias moveis vem buscando espaço no lugar onde há a maior concentração de jovens, a escola (FERNANDES, 2014; KENSKI, 2018). Os celulares, tabletes e smartphone possuem muitos recursos, dentre eles, aplicativos que podem ser usados na educação, como software educacional 44 encontrados no mercado e na internet chamados de software livre. Mas o seu uso deve ser adaptado às características da turma ou do aluno. Além disso, é preciso atender as necessidades básicas do cotidiano escolar, da disciplina e dos conteúdos a serem estudados. Além de demonstrar como aplicar exercícios, trocar informações, comunicar-se entre os alunos etc. De forma preocupante os professores têm percebido cada vez mais e mais cedo alunos portando celulares mais modernos e ricos em recursos que poderiam estar à disposição dos educandos em todos os lugares inclusive na escola. Em contrapartida, muitos professores buscam novas maneiras de ensinar conteúdos, sem trazer danos ao currículo da escolar. Então, inserir-se ao cotidiano da escola e do aluno e não ignorar isso durante a prática pedagógica é algo amplamente discutido por vários pesquisadores da área (FARIA; ROMANELLO; DOMINGUES, 2018). A partir da observação desse cotidiano e desses