UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE RELATÓRIO Modalidade popular na raia olímpica da USP, o remo (de tipo olímpico) vem conquistando adeptos ao passar dos anos. Logo, se torna cada vez mais importante o conhecimento sobre uma modalidade aquática tão rica em história, técnicas, etc. Para isso, é necessário entendermos um componente fundamental em todo esse universo, o barco. Quem vê um barco feito de fibra de carbono e que consegue atingir velocidades ótimas sobre a água junto ao também tecnológico remo em forma de cutelo feito do mesmo material, talvez não imagine seus antecessores, barcos muito mais largos que os atuais, feitos de madeira e que, em suas versão mais antiga, o remo (também de madeira), era apoiado diretamente sobre a borda do barco. Estamos tratando, nesse caso, de uma modalidade que existe desde a antiguidade, mas que têm um caráter esportivo a partir do século XIX com o ingleses, devido a criação de clubes às margens do rio Tâmisa. Uma história interessante está por trás do planejamento da primeira olimpíada em que o remo estaria presente. O motivo pelo qual em 1896 o remo não fez sua estreia na maior competição esportiva do mundo, foram as condições climáticas de Atenas, impossibilitando que lá fosse o local de estreia da modalidade. A função ficaria então para Paris em 1900. No que se refere às especificações técnicas, bem como os equipamentos básicos a serem utilizados, o remo possui muitas e se faz necessária a explicação de tais categorias e objetos para que possamos compreender o esporte. A primeira delas, são os diferentes barcos que a modalidade possui, o que leva a diferentes categorias dentro do esporte. Existe o Skiff, que se refere ao barco com palamenta dupla (dois remos para o atleta) e ele pode ser individual, de dupla, ou de grupo com 4 remadores. Já os com palamenta simples, são divididos em ter timoneiro ou não. São elas a dois com, dois sem, quatro com, quatro sem e oito com, sendo este último o maior barco presente neste esporte olímpico, medindo 19,90 metros e pesando 96 quilos. Já com relação ao remo, em todas as categoria mantém o mesmo tamanho de 2,98 m. Com relação às categorias em que os competidores são divididos, são elas a júnior, que compreende indivíduos até os 18 anos, sub-23 e sênior. Nas duas últimas, há uma subdivisão que se refere basicamente ao peso do atleta, sendo leve e aberta. Importante também pontuar que não há restrições para a prática da modalidade, tanto que a partir de 2008 nos jogos paralímpicos de Pequim, o remo faz parte da competição, englobando tanto pessoas com deficiência física ou visual. Além disso, há grandes benefícios para o corpo do praticante pois, assim como a natação, ele trabalha todos os grupamentos musculares do corpo humano, com ênfase também na parte cardiorrespiratória do indivíduo. O ato de remar compreende, basicamente, 4 movimentos, a entrada na água, tração, retirada e retorno, realizando sempre todos os movimentos de costas ao seu objetivo, o que acaba deixando complexa a tarefa, pois já que o atleta está de costas. Logo, se o atleta quer ir para a direita rema com o remo esquerdo e vice-versa. Entretanto, além do que foi citado acima, para que a prática seja bem feita e potencializar seus benefícios, se faz necessário que tratemos dos princípios do remo, segundo Volker Nolte. O primeiro princípio diz respeito ao conjunto barco e homem, onde “todo movimento deve ter o sentido que permita ao remador transferir sua performance física (potência) para a melhor propulsão do conjunto”. O segundo diz que quanto maior for a força aplicada pelo remador, maior será o rendimento. O terceiro tem como o objetivo a diminuição do deslocamento vertical e potencialização do horizontal, deslocando o seu centro de massa o mais horizontalmente possível. Já o quarto e último diz respeito à velocidade horizontal no deslocamento do remador, que deve ser o menor possível, evitando possíveis paradas bruscas na entrada e saída do remo da água. Com isso claro, existe um caminho único para que se possa atingir a aperfeiçoamento da técnica, fundamentos e elo com o barco, a prática. Como diz no site da CBR (Confederação Brasileira de Remo), é preciso para quem deseja atingir um alto rendimento esportivo, de determinação e disciplina, pois o treinamento é pesado e sistemático, assim como é em todos os esportes. Entretanto, para quem não tem por objetivo atingir tais níveis, o remo se mostra um ótima esporte para se manter bem fisicamente e poder usufruir dos diversos benefícios entorno da modalidade.