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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 Turma XV O que é imunidade? A Imunidade é composta de mecanismos utilizados pelo organismo como uma resposta contra substâncias estranhas presentes no corpo. Ela é desencadeada pelo sistema imune, que atua pela ação de células de defesa e pela produção de anticorpos (proteínas produzidas em resposta à presença de antígenos), que agirão contra determinados antígenos. Além de atuar na defesa do organismo contra diversas doenças, a imunidade pode impedir que uma delas progrida. Atua, também, na identificação ou na destruição de células estranhas, danificadas ou mutantes. Ainda e dessa forma, a imunidade auxilia na prevenção do câncer, para manter a homeostase. Resposta imune: Consiste em reações a componentes de microrganismos, bem como a macromoléculas, como proteínas e polissacarídeos, e a pequenas substâncias químicas que são reconhecidas como elementos estranhos independente das consequências fisiológicas ou patológicas dessas reação. A defesa contra microrganismos é mediada pelas reações iniciais da imunidade inata e pelas respostas tardias da imunidade adaptativa. IMUNIDADE INATA OU NATURAL A imunidade inata (também denominada imunidade natural ou nativa) fornece ao indivíduo a primeira linha de defesa contra microrganismos, com a qual ele já nasce. Ela consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos presentes mesmo antes da infecção e são preparados para responder rapidamente a infecções. Os mecanismos da imunidade inata são específicos para estruturas que são comuns a grupos de microrganismos relacionados e podem não distinguir pequenas diferenças entre os microrganismos. Os principais componentes da imunidade inata são: 1. barreiras físicas e químicas – epitélio (pele e mucosas) e agentes antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais; Ex: enzimas da saliva, lágrimas (a lisozima é bactericida) e secreções nasais. Os ácidos graxos presentes no suor e suco gástrico, impedem que os microrganismos consigam desencadear doenças por possuírem pH ácido. células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas, células assassinas naturais (NK, do inglês natural killer) que reconhecem danos celulares e induzem a apoptose (morte celular programada), e outras células linfoides (Eosinófilos, monócitos, basófilos, neutrófilos); obs. A função física da barreira epitelial é desempenhada pelas células epiteliais justapostas e pela camada externa de queratina, que bloqueia a passagem de microrganismos para camadas mais profundas da epiderme; 2. proteínas sanguíneas, incluindo membros do sistema complemento (sistema relacionado com vários processos infecciosos e inflamatórios) e outros mediadores da inflamação, que são a primeira fase da imunidade inata, já que começam a agir logo que os microrganismos ultrapassam a barreira anatômica. 3. Citocinas – regulam e coordenam muitas atividades das células da imunidade inata (pequenas moléculas produzidas por uma célula que auxilia na produção de outra célula.) Ex. interleucina-2 – Auxilia na multiplicação celular. – São produzidos nos linfócitos T. Resumo: Defesa inicial – Rápida – Não gera memória imunológica – nasce com o indivíduo – pouco específica Os mecanismos da imunidade inata fornecem a defesa inicial contra infecções. As respostas imunes adaptativas se desenvolvem mais tarde e necessitam de ativação de linfócitos. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 Turma XV IMUNIDADE ADAPTATIVA OU ADQUIRIDA Em oposição à resposta inata, a resposta imune adaptativa depende da ativação de glóbulos brancos especializados e das substâncias que eles produzem. Esta forma de imunidade se desenvolve como uma resposta à infecção e se adapta a ela. É chamada de imunidade adaptativa (também denominada imunidade adquirida ou específica). O sistema imune adaptativo reconhece e reage a muitas substâncias microbianas e não microbianas. As características que definem esse tipo de imunidade são: • Especificidade – habilidade de distinguir entre diferentes substâncias (A resposta imune é específica para diferentes Antígenos) • Memória – habilidade de responder mais vigorosamente a exposições repetidas ao mesmo microrganismo. (Cada exposição ao antígeno gera linfócitos de memória) Os componentes exclusivos da imunidade adaptativa são células denominadas linfócitos e seus produtos secretados, tais como anticorpos. Substâncias estranhas que induzem as respostas imunes específicas ou são reconhecidas pelos linfócitos ou anticorpos chamam-se antígenos. ➢ Antígenos: microestruturas (proteínas, carboidratos, lipídeos, vírus, bactérias, protozoários etc.) estranhas não reconhecidas pelo organismo. ➢ Anticorpos: moléculas proteicas produzidas pelo organismo para combater o antígeno. Resumo: Proteção Específica – Gera memória imunológica – demorada – Estimulada apenas após a exposição do corpo estranho Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade humoral e imunidade mediada por célula, que são mediadas por diferentes componentes do sistema imune e atuam para eliminar diferentes tipos de microrganismos Na imunidade humoral, os linfócitos B secretam anticorpos que previnem as infecções e eliminam os microrganismos extracelulares. Na imunidade mediada por célula, os linfócitos T auxiliares ativam macrófagos para matar microrganismos fagocitados ou linfócitos T citotóxicos destroem diretamente células infectadas. IMUNIDADE HUMORAL A imunidade humoral é mediada por moléculas no sangue e secreções mucosas, denominadas anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B (também chamados de células B). Os anticorpos reconhecem os antígenos microbianos, neutralizam a infectividade dos microrganismos e focam nos microrganismos para sua eliminação por vários mecanismos efetores. É o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas, porque os anticorpos secretados podem se ligar a esses microrganismos e toxinas e auxiliar na sua eliminação. Os próprios anticorpos são especializados e podem ativar diferentes mecanismos para combater os microrganismos (mecanismos efetores). Resumo: Mediada por anticorpos - Linfócitos B - Defesa contra patógenos extracelulares e toxinas Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 Turma XV IMUNIDADE CELULAR A imunidade mediada por célula, também denominada imunidade celular, é mediada pelos linfócitos T (também chamados de células T). Os microrganismos intracelulares, tais como vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro dos fagócitos e outras células do hospedeiro. A defesa contra essas infecções é uma função da imunidade mediada por células, que promove a destruição de microrganismos que residem nos fagócitos ou a morte das células infectadas para eliminar reservatórios de infecção. Alguns linfócitos T também contribuem para a erradicação de microrganismos extracelulares por meio do recrutamento de leucócitos que destroem esses patógenos e auxiliando as células B na produção efetiva de anticorpos. Mediada pelos Linfócitos TCD4 auxiliares, que, com a presença de Vírus ou bactérias no interior das células, ativa os macrófagos para matar os microrganismos e estimula o TCD8 (citotóxico) a destruir as células infectadas; Resumo: Mediada pelos Linfócitos T – Linfócito T auxiliar (CD4+) e T citotóxico (CD8+) - Defesa contra microrganismos intracelulares RESPOSTA IMUNE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA A resposta imune primária se desenvolve quando o indivíduo entra em contato com o antígeno pela primeira vez, havendo a produção de anticorpos e desenvolvendo células B de memória.Quando o indivíduo entra em contato pela segundo vez, a produção de anticorpos será muito mais rápida e eficiente, pois as células B de memória vão reconhecer o antígeno e produzir anticorpos (resposta imune secundária, como nas vacinas). Respostas a uma segunda exposição ou exposições subsequentes ao mesmo antígeno, denominadas respostas imunes secundárias, normalmente são mais rápidas, maiores e, com frequência, quantitativamente diferentes da primeira resposta imune, ou primária, àquele antígeno. A memória imunológica ocorre porque cada exposição a um antígeno gera células de memória de vida longa e específicas para aquele antígeno, e são mais numerosas do que os linfócitos imaturos específicos para o antígeno que existia antes da exposição ao antígeno. Além disso, as células de memória têm características especiais que as tornam mais eficientes em responder e eliminar um antígeno do que os linfócitos imaturos que não foram previamente expostos ao antígeno. Ex. linfócitos B de memória produzem anticorpos que se ligam aos antígenos com maiores afinidades do que os anticorpos produzidos nas respostas imunes primárias, e as células T de memória reagem muito mais rápido e melhor ao desafio do antígeno do que as células T imaturas. Resumo: Resposta Primária: Quando você tem o primeiro contato com o patógeno (naive cells – células virgens) há todo o processo de ativação das células, isso demora e não é de forma intensa. Posteriormente a destruição do patógeno, há a produção de células de memória. Resposta Secundária: Em um outro contato com o microrganismo a resposta vai ser mais rápida e mais intensa que a primária. Eliminando o antígeno antes do processo de doença. Obs. Cada exposição ao antígeno gera células de memória e, por isso, a resposta de memória se torna mais eficiente. Ela possui mais especificidade e quantidade do que a primária.
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