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Bornavirus em Arara Azul

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Arara Azul:
As araras azuis são provenientes do pantanal brasileiro e atualmente se encontram em mais de dez estados brasileiros sendo eles AP, BA, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PI, SP, TO e AM. Tem como principal característica ser o maior entre os psitacídeos e se encontra ameaçada de extinção devido a sua baixa taxa de natalidade, destruição do seu habitat natural e coleta de ovos e filhotes para tráfico de animais.
Essa espécie tem o costume de voar em pares ou em grupo e seus casais têm o hábito de possuir somente um parceiro, além disso eles dividem suas tarefas referentes aos filhotes. No final da tarde, se reúnem em árvores que são utilizadas como dormitório em bandos. 
 
Arara azul voando.
Sua alimentação é composta de castanhas retiradas de cocos de dois tipos de palmeiras: acuri, no qual é aproveitado os que já caíram no chão e foram ruminados pelo gado ou por animais silvestre e o coco da bocaiúva, que é colhido e comido diretamente do cacho.
Os ninhos de araras azuis encontradas no Pantanal, costumam serem feitos no manduvi, que é uma árvore com cerne macio ou ximbuva e angico branco. Os animais aumentam as pequenas cavidades no tronco das árvores para fazer seus ninhos, nos quais são forrados com lascas que as araras retiram da árvore. Geralmente ocorre disputas com outras espécies por ter dificuldade em encontrar cavidades naturais.
Sua reprodução se inicia aos sete anos aonde a arara azul inicia a sua própria família. A fêmea geralmente tem dois filhotes, mas em maior parte dos casos somente um sobrevive, ela passa maior parte do tempo incubando os ovos no ninho. O macho fica responsável pela alimentação da fêmea durante o período de incubação. Durante o período da incubação 40% dos ovos são predados por gralhas, tucanos e outras aves, além de ser predado por algumas espécies de mamíferos, como o gambá. Após 28 dias o ovo eclode.
Os filhotes de arara azul nascem frágeis, correndo risco de vida até completarem 45 dias de vida, por não saberem se defenderem de insetos e aves que invadem o ninho. Com três meses de vida se aventuram em seus primeiros vôos por estarem com o corpo todo coberto de penas. Com seis meses deixam de ser alimentados pelos pais e na maioria dos casos somente o filhote mais forte e mais saudável sobrevive.
A espécie ficou mundialmente conhecida após o filme “Rio”, no qual retrata a vida de Blu é uma arara azul que nasceu no Rio de Janeiro mas, capturada na floresta, foi parar em Minnesota, nos Estados Unidos. Lá é criada por Linda, com quem tem um forte laço afetivo. Um dia, Túlio entra na vida de ambos. Ornitólogo, ele diz que Blu é o último macho da espécie e deseja que ele acasale com a única fêmea viva, que está no Rio de Janeiro. Linda e Blu partem para a cidade maravilhosa, onde conhecem Jade. Só que ela é um espírito livre e detesta ficar engaiolada, confrontando Blu logo que o conhece. Quando o casal é capturado por uma quadrilha de venda de aves raras, eles ficam presos por uma corrente na pata. É quando precisam unir forças para escapar do cativeiro.
Introdução:
O Bornavírus causa dilatação gástrica neuropática em pássaros psitacídeos que foi inicialmente relatada como uma doença debilitante em araras importadas da Bolívia para a América do Norte e Europa. No início essa doença acometia apenas espécies de arara (Ara spp.), mas a doença foi identificada posteriormente em outras espécies de papagaios também. Além de ser denominada de doença debilitante da arara, a doença também foi referida como síndrome do desvanecimento da arara porque pode afetar o sistema neurológico. 
 
Aparência microscópica do bornavírus.
Bornavírus:
Bornavírus aviário (ABV) é o único agente etiológico conhecido como a Doença de dilatação do proventrículo (DDP). Esta doença infecciosa foi relatada em mais de 80 espécies de pássaros psitacídeos e não psitacídeos em todo o mundo, tanto em cativeiro quanto na natureza. A DDP é uma doença neurológica progressiva e é fatal uma vez que os sinais clínicos se desenvolvam. Do ponto de vista clínico há um grande número de casos em que ocorre a dilatação do proventrículo dos psitacídeos, causada por alimento acumulado secundário à disfunção da motilidade intestinal. Além disso a doença pode manifestar sintomas neurológicos e em alguns casos não há acometimento no proventrículo, então por causa da grande variedade de sinais clínicos e a patologia presente, esta doença pode ser mais apropriadamente denominada de "ganglioneurite aviária", pois define melhor o processo da doença e tira o foco do proventrículo, embora não haja consenso sobre a renomeação. 
 
Anatomia das aves.
Etiologia:
Os bornavirus (ABVs) foram reclassificados. Atualmente, existem 15 ABV geneticamente diversos genótipos compreendendo 6 espécies virais distintas identificadas. As 2 espécies conhecidas por causar DDP em papagaios são bornavírus psitaciformes (PaBV) 1 e 2 e incluem genótipos PaBV 1 a 8. PaBV-2 e PaBV-4 são os genótipos mais comumente relatados em papagaios.14 Outros ABVs conhecidos incluem bornavírus passeriforme (bornavírus canário).
 
Proventrículo dilatado em um papagaio cinza africano (Psittacus erithacus) com PDD. (Cortesia de Gerry Dorrestein, DVM, PhD, Vessem, Holanda.)
Patogenia:
A Patogênese do ABV é um tema complicado e controverso (Hoppes S.M., Shivaprasad H.L. Update on Avian Bornavirus and Proventricular Dilatation Disease: Diagnostics, Pathology, Prevalence, and Control. USA. Maio, 2020). 
Infecções por bornavírus de ocorrência natural causam meningoencefalite letal em cavalos e ovelhas na Europa Central. Aves infectadas com Bornavírus têm uma apresentação clínica muito diferente que envolve também o trato gastrointestinal (GI) a déficits neurológicos mais típicos. A infecção por psitacina bornavírus resulta em comprometimento da motilidade gastrointestinal, levando à doença de dilatação proventricular (DDP) em papagaios. Entretanto aves infectadas com bornavírus podem permanecer aparentemente saudáveis por anos e depois morrem de forma imprevisível de DDP (Hoppes et al.,2010). Também foi constatado que as infecções por bornavírus podem se manifestar de maneiras diferentes do DDP clássico. Estes incluem cegueira, morte súbita devido a insuficiência cardíaca como resultado de miocardite grave ou neurológica inespecífica sinais, incluindo ataxia e torcicolo.
Transmissão:
A epidemiologia do ABV não é bem compreendida atualmente. O vírus é espalhado na urina e fezes de aves infectadas.60,62,69 A via urofecal-oral é, portanto, assumida importante para a transmissão horizontal do vírus. Estas observações sugerem que a transmissão ABV pode ser muito mais eficiente em filhotes não desmamados com imunidade desenvolvida imaturamente sistemas comparados com indivíduos mais velhos 
Sinais clínicos:
Os sinais clínicos produzidos incluem fraqueza, perda de apetite, apatia, perda de peso, refluxo intermitente e alimento não digerido nas fezes. As aves terão sintomas clínicos do trato gastrointestinal e / ou nervosos podem ocorrer poliúria e polidipsia. Em um grupo, a incidência e a gravidade dos sintomas clínicos podem variar muito entre os indivíduos. Na doença crônica, as aves continuam se alimentando normalmente, mas perdem peso gradativamente, e sementes não digeridas aparecem nas fezes das aves que comem esse tipo de alimento. As aves sofrem de caquexia, falta de gordura corporal e atrofia dos músculos peitorais. Pode haver vômito frequente na tentativa de expulsar o alimento parado no trato digestório superior e normalmente o ventrículo mostra-se aumentado à palpação. Psitacídeos com proventrículo gravemente dilatado podem desenvolver pneumonia por aspiração secundária às repetidas regurgitações. Uma vez desenvolvidos os sinais clínicos, a doença é normalmente fatal.
Diagnóstico:
O diagnóstico se dá, basicamente, através da observação dos sinais clínicos, histórico, e resultados de exames, visualizando um aumento de proventrículo, aumento dos níveis de CK, e leucocitose.Também pode ser feito para auxiliar no diagnóstico ultrassonografia e raio x, pois se faz possível a visualização da distenção do proventrículo. Também pode-se utilizar contraste, pois fica evidente o tempo do trânsito gastrointensinal, que em aves com PDD é mais demorado. Outra forma de diagnóstico é através da necropsia, evidenciando achados tais como: emagrecimento, atrofia muscular peitoral,peritonite, alterações cardíacas, entre outros.
Tratamento:
Existem vários tratamentos experimentais sem sucesso garantido. Mesmo o tratamento funcionando não há garantias de cura total, e a ave pode se tornar portadora e atuar disseminando o vírus. Assim, utiliza-se uma terapia de suporte com alimentação assistida, incluindo remoção da ingesta estagnada, alimentação com alta digestibilidade, rica em energia, líquida ou pastosa, suplementação vitamínica e controle e tratamento de infecções oportunistas, aumentando assim a sobrevida da ave.
Prevenção:
O controle e manejo adequado, é primordial na prevenção. Medidas como o uso de desinfetantes (fenóis/hipocloritos) na limpeza do ambiente e objetos, isolar as aves que com suspeitas de serem positivas para o vírus, quarentena e cuidados com a incubadora são muito necessários. O diagnóstico realizado na ave viva, pode permitir medidas preventivas mais eficazes.
É muito importante medidas de biossegurança para não resultar na introdução do vírus no criatório. Alguns estudos até mostram essas consequências que se tornam desastrosas com a introdução de apenas uma ave ABV-positiva, sem os cuidados descritos acima (quarentena e medidas de ambiente).
O ABV é eliminado nas fezes, então, é necessário que durante a quarentena, o animal seja testado diversas vezes para que possa detectar a presença de RNA de ABV e/ou anticorpos para o vírus.
É recomendado a remoção e exclusão das aves infectadas de todo o plantel.
Referências:
https://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/jpf.pdf
https://larexoticolar.wixsite.com/larexoticolar/sexagem-e-anatomia-
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/pantanal/nossas_solucoes_no_pantanal/protecao_de_especies_no_pantanal/arara_azul/
https://www.proquest.com/openview/2cee9222e161fd57ca5aaaa51392426a/1?pq-origsite=gscholar&cbl=38986
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32327040/
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1094919417302098
FREITAS RASO, Tânia. Síndrome da Dilatação do Proventrículo: uma doença emergente com potencial impacto à conservação in situ e ex situ de psitacídeos. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA, São Paulo, 148-152, setembro 2014.
Hoppes S.M., Shivaprasad H.L. Update on Avian Bornavirus and Proventricular Dilatation Disease: Diagnostics, Pathology, Prevalence, and Control. USA. Maio, 2020
Ramos Silva, Jean Carlos, et al. Tratado de animais selvagens. Segunda edição ed., vol. 1 e 2, Grupo Gen, 2014. Accessed abril 2021
Rossi G. Veterinary Clinics of North America: Exotic Animal Practice. Volume 2. Issue 1. Jan, 2018
RitChie, B.W. 2004. Management of avian infectious diseases. p.417-438. In: European Association of Avian Veterinarians Conference. Tenerife, Spain
Silva, Aila. DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO DA DOENÇA DA DILATAÇÃO PROVENTRICULAR EM PSITACÍDEOS EM MINAS GERAIS. Escola Veterinária da UFMG, 2017. Belo Horizonte – MG.
Vice, 1992; Weissenbock et al., 2009; Rubbenstroth et al., 2014b

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