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[RESUMO] Transtorno de personalidade Borderline

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@_isaenf 
[RESUMO] 
O que é Transtorno de personalidade Borderline? 
O transtorno de personalidade Boderline é um transtorno de personalidade relacionado 
a prejuízo funcional, alta prevalência de suicídio e alta associação com transtornos 
mentais comórbidos e incapacitantes. Recentemente, foi classificado como transtorno 
de personalidade emocionalmente instável, um termo que parece representar melhor o 
quadro. 
É uma das condições mais comuns no grupo de transtornos de personalidade que cursam 
com padrões duradouros e inflexíveis de pensamento, comportamento e sentimentos 
que prejudicam o funcionamento psicossocial, relacional, interpessoal e profissional 
do indivíduo. 
Dentro dessa classificação, o transtorno de personalidade Boderline é caracterizado 
por afetividade instável, comportamento impulsivo, automutilação e 
relacionamentos complicados e instáveis, com destaque importante para o medo do 
abandono. 
Quase 10% dos pacientes psiquiátricos ambulatoriais possuem tal diagnóstico e a 
prevalência geral parece ser de mais de 1% da população. 
Sinais e sintomas do transtorno de personalidade Borderline 
Os sintomas mais característicos relacionados ao transtorno de personalidade Boderline 
são: 
• Sensibilidade exagerada ao abandono ou a decepções relacionais e medo de 
rejeição; 
• Autopercepção instável; 
• Comportamentos impulsivos, com possível agressividade; e 
• Emoções voláteis e intensas. 
Os sinais mais frequentes vem sendo agrupados em quatro fenótipos principais de 
manifestação da doença, são eles: 
Instabilidade interpessoal 
@_isaenf 
Cujo principal sintoma é a instabilidade dos relacionamentos que tendem a ser 
conflitantes. É importante notar que indivíduos com esse transtorno podem variar entre 
exclusão social e envolvimento exagerado com outras pessoas. O envolvimento não 
saudável com outros indivíduos pode se manifestar desde forma dependente até 
manipuladora e exigente para com suas vontades. A percepção do relacionamento, por 
parte do paciente, sofre profundas alterações, que vão desde uma idealização, quando 
suas necessidades são atendidas pelos outros, até uma desvalorização, quando se 
decepcionam. Dificilmente, o paciente é capaz de perceber emoções e necessidades dos 
outros e torna-se muito sensível à rejeição ou abandono. Dessa forma, o 
comportamento mostrado evidencia um esforço do paciente para evitar o abandono, como 
com postura provocativa, ameaçadora ou exigente. 
Autodestrutivo ou cognitivo 
A autoimagem é muito diminuída e, normalmente instável, o que relaciona-se com 
o sentimento de ‘vazio’ relatado pelo paciente. Por conta da baixa autoestima, os 
indivíduos são vulneráveis à autocrítica e sentimentos de vergonha de si mesmo, 
gerando autodesprezo intenso e ódio. A cognição pode estar comprometida, causando 
sinais como paranóias transitórias e sintomas dissociativos. 
Desregulação afetiva e emocional 
As emoções disfóricas são intensas e manifestam-se como depressão, irritabilidade e 
ansiedade. Explosões de raiva e agressividade desproporcionais são comuns. 
Desregulação comportamental 
São algumas atitudes excessivas que podem colocar o paciente em risco, já que ele não 
controla eficientemente alguns impulsos. Dessa forma, relações sexuais exageradas, 
consumismo, uso de drogas e álcool, compulsão alimentar, dirigir de forma 
imprudente, atitudes autolesivas e suicidas, são sinais típicos do transtorno de 
personalidade Boderline. A impulsividade tende a acontecer em situações emocionais 
angustiantes ou negativas. 
Importante notar que o transtorno de personalidade Boderline apresenta elevados índices 
de remissão. 
Diagnóstico do transtorno de personalidade Borderline 
O diagnóstico do transtorno de personalidade Boderline é clínico e possui critérios 
estabelecidos pelo Diagnostic and Statical Manual of Mental Disorders, Fifth 
Edition, o DSM-5. 
https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/aluno-de-medicina/dicas-de-estudo/cerebro/
@_isaenf 
Para o diagnóstico, o paciente precisa apresentar um quadro de instabilidade 
contínua nos relacionamentos e também nas emoções e na auto imagem, assim como 
a constatação da impulsividade. Além disso, a presença de 5 ou mais dos seguintes 
critérios são necessários para fechar o diagnóstico: 
• Esforço exagerado para evitar possível abandono imaginário ou real; 
• Padrão de relações interpessoais intensas e instáveis, que se caracterizam pela 
alternância entre os extremos de desvalorização e idealização; 
• Autoimagem instável de forma acentuada e persistente, ou mesmo distúrbio de 
identidade; 
• Impulsividade em, pelo menos, duas áreas potencialmente autodestrutivas como 
gastos excessivos, abuso de substâncias, compulsão alimentar, direção 
imprudente ou sexo. Esse critério não inclui comportamento suicida e 
automutilação; 
• Comportamento ou ameaças suicidas frequentes, ou atitudes 
de automutilação; 
• Instabilidade afetiva por conta da reatividade do humor, como disforia 
episódica, irritabilidade ou ansiedade; 
• Sensação persistente de vazio; 
• Raiva intensa, ou dificuldade em controlá-la, o que se manifesta 
por temperamento exaltado e inadequado ou mesmo pelo constante 
envolvimento em brigas; e 
• Ideação paranoica transitória relacionada ao estresse ou sintomas 
dissociativos. 
Tratamento do transtorno de personalidade Boderline 
O tratamento do transtorno de personalidade Boderline ainda é pouco padronizado, 
entretanto é baseado no uso de medicamentos junto com psicoterapia. 
Tratamento medicamentoso 
A classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina, ISRSs, pode ser eficaz 
no controle de alguns sintomas da doença. Além deles, outros fármacos ajudam na 
atenuação sintomática e podem ser receitados pelo psiquiatra, como: 
• Antipsicóticos atípicos: que atuam no controle da ansiedade, raiva, disrupções 
cognitivas por conta do estresse e outros sintomas cognitivos; 
• Antidepressivos; 
• Estabilizadores de humor: que ajuda no controle da depressão associada, 
impulsividade, labilidade de humor e ansiedade. A lamotrigina é um grande 
exemplo; e 
• Benzodiazepínicos também podem controlar os sintomas, mas 
são contraindicados por conta do risco de desinibição, overdose e dependência. 
https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/aluno-de-medicina/dicas-de-estudo/sindrome-de-burnout/
https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/aluno-de-medicina/dicas-de-estudo/sindrome-de-burnout/
https://med.estrategiaeducacional.com.br/blog/profissoes-da-medicina/tuso-sobre-psiquiatria/
@_isaenf 
Apesar da constante prescrição dessas drogas, nenhuma delas foi aprovada para a 
utilização no transtorno de personalidade Boderline, principalmente pelo baixo índice de 
controle da condição e de comprovação empírica insuficiente. Da mesma forma, a 
posologia dos fármacos, sua mudança de dose e a associação com diferentes drogas, são 
abordagens que não mostraram eficiência comprovadamente satisfatória. 
Psicoterapia 
É a principal abordagem terapêutica para o transtorno de personalidade Boderline, podem 
ser eficazes no controle e redução de comportamentos suicidas e depressão, por 
exemplo. Diante disso, as principais intervenções utilizadas são: 
• Terapia comportamental dialética que é focada em gerar a habilidade no 
paciente de regular seu humor e controlar comportamentos autolesivos. 
Normalmente, é a primeira abordagem utilizada por controlar sintomas mais 
urgentes, como ameaças de suicídio e outras posturas de automutilação; 
• Terapia baseada na mentalização com utilização de um modelo de 
desenvolvimento, é focada no entendimento e percepções dos efeitos que o 
paciente gera sobre outras pessoas e vice-versa, além de compreender melhor 
possíveis sentimentos e emoções de outros indivíduos; 
• Psicoterapia focada em transferência que tem como objetivo ajudar o paciente 
a entender suas imagens distorcidas, não realistas e exageradas que possuemde si mesmos e dos outros. Pode ser feita na própria terapia, de maneira 
individual, para a integração da agressão rejeitada; e 
• Bom manejo psiquiátrico – ou geral –, que tenta ajudar o paciente a gerenciar 
fatores estressores e situações desfavoráveis que ele pode ter sofrido no 
cotidiano, ela é importante para a adaptação social e deve ser feita de maneira 
individualizada. 
Diferença entre o Borderline e o transtorno bipolar 
O transtorno bipolar, principalmente o transtorno afetivo bipolar tipo ll, é um diagnóstico 
diferencial importante do transtorno de personalidade Boderline. Parte da confusão em 
diferenciar essas doenças está no fato de que muitos pacientes apresentam formas 
combinadas entre elas e também combinadas com outros transtornos psiquiátricos, 
frequentemente os transtornos depressivos maiores. 
Na tentativa de diferenciá-las, é importante prestar atenção na seguinte questão: os 
episódios de distúrbios de humor no transtorno bipolar são mais duradouros e estão 
menos associados a situações externas, por outro lado, no transtorno de 
personalidade Boderline, há maior associação dos episódios com a labilidade 
afetiva. Lembre-se que o TAB tipo II envolve a presença de episódio de hipomania, 
então estes episódios, quando bem caracterizados, levam mais ao diagnóstico de TAB. 
@_isaenf 
A concomitância de outras doenças como estresse pós-traumático, transtornos por uso 
de substâncias, somatoformes e outros transtornos de personalidade é mais comum 
em pacientes com transtorno de personalidade Boderline do que em pacientes com 
transtorno bipolar tipo ll. 
Além disso, as tentativas de suicídio também são mais frequentes em pacientes com 
transtorno de personalidade Boderline. 
Ambas patologias cursam com variações intensas de comportamento e do humor. A 
principal diferença entre elas é: 
• Transtorno de personalidade Boderline: a mudança e alteração de 
comportamento e humor é rápida e, normalmente, decorre de uma reação a 
estressores com destaque para os interpessoais; e 
• Transtorno bipolar: o humor e as emoções tendem a ser mais 
constantes, além de menos voláteis e responsivos a outras situações. 
A ausência de recorrência familiar e início sintomático na infância e 
adolescência também são importantes fatores que apontam para o transtorno de 
personalidade Boderline.

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