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Garrotilho em Equinos

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Garrotilho 
 
- É uma doença infectocontagiosa que causa uma linfadenite e infecção no trato 
respiratório dos equinos, sendo considerada uma zoonose. É causada por uma 
bactéria Gram positiva, catalase +, imóvel e capsulada, da família Streptococcaceae. 
Os fatores de patogenia associados aos fatores de virulência da bactéria causam a 
produção das lesões características da doença, produzindo pus. 
Essa doença está distribuída pelo mundo inteiro e acarreta em perdas econômicas, 
tanto quando a diminuição da produtividade do animal quanto ao tratamento, além 
de causar lesões que diminuem o valor do animal. 
- Acomete principalmente animais jovens (1 e 5 anos) e a taxa de morbidade varia de 
10 a 30%, entretanto na ocorrência de um surto essa porcentagem pode chegar a 
100%. A taxa de letalidade é de 10% em animais não tratados e de 1 a 2% em animais 
tratados. Os surtos estão relacionados a animais aglomerados, animais 
assintomáticos (casos crônicos) e fômites. A transmissão pode ser de forma direta, 
quando os animais eliminam o agente em secreções, ou de forma indireta, através de 
fômites, pasto ou coxos. 
- Na ocorrência de um surto, os animais jovens, de 1 ano abaixo, são os mais 
acometidos. O agente pode permanecer viável no ambiente por até 3 meses e mesmo 
que o animal já tenha entrado em contato com o agente, mesmo diminuindo as 
chances de contagio, esse animal ainda pode contrair a doença. O microrganismo se 
fixa na mucosa oro nasal e 3-4 horas após isso migra para os linfonodos, onde se 
multiplica e causa quadros de edema e abcesso. Após o contagio os animais se curam 
ou, em alguns casos, evoluem para óbito. 
ETIOLOGIA: O agente envolvido é o Streptococcus equi subsp. equi (mais patogénica) 
e Streptococcus equi subesp. Zooepidemicus associação com S. equi subesp equi. 
Cerca de 80 a 90% dos casos de animais acometidos com a subsp equi evoluem para 
cura, quando tratada, entretanto, o restante evolui para uma fase complicada da 
doença, onde o microrganismo é disseminado e pode acometer alguns órgãos. 
SINTOMAS: Os sintomas se concentram no trato respiratório superior: 
 
O primeiro sintoma presente é a febre, seguida por linfadenite e descarga nasal. 
Alguns animais podem apresentar descargas oculares e conjuntivite. Outros sintomas 
são: 
 
Os sintomas duram em média 8 semanas, e podem ocorrer complicações clinicas. 
COMPLICAÇÕES: Manifestações disseminadas ou sistêmicas: ocorrem em animais 
mais jovens ou imunocomprometidos. O quadro é o mesmo, com a presença de 
linfonodos na região abdominal, torácica e encefálica e a manifestação será de acordo 
com a região afetada, como por exemplo pneumonia (pulmão), articulações (artrite) 
e etc. Entretanto de 30 a 50% dos casos ocorre no pulmão, por aspiração do conteúdo 
purulento ou disseminação hemolinfática. Alguns desses animais podem vir a óbito. 
Empiema da bolsa gutural: ocorre em 5 a 30% dos animais é o acumulo de pûs na 
bolsa gutural, causando uma grande eliminação de secreção nasal e emagrecimento 
do animal. O tratamento consiste na lavagem da bolsa gutural e caso isso não seja 
feito a secreção retida forma condroides e o indivíduo fica como disseminador da 
doença. 
Purpura hemorrágica: ocorre quando o organismo tem uma reação exacerbada 
contra o antígeno, causando vasculite e edema em várias regiões onde houve a 
mudança de permeabilidade. Em casos graves o animal apresenta cólica por edema 
no trato digestivo e desprendimento da pele acima do braço. 
Encefalite SNC: animal fica andando em círculos e apresenta hiperestesia (reação 
exacerbada), tremores, ataxia, e sintomas neurológicos. Pode ocorrer a compressão 
do nervo laríngeo, dificultando a respiração. 
Rabdomiólise: chamada de síndrome muscular, que gera miosite e atrofia muscular. 
Causa miocardite, mielo nefrite e coágulos mamários. 
DIAGNÓSTICO: é feito através da anamnese do proprietário e achados 
epidemiológicos, quando o animal apresenta sinais clínicos. Também são feitos 
exames. Pode ser feito o cultivo também. 
 
Também pode ser feita a biopsia, sorologia (ELISA), PCR e Diagnóstico por imagem. 
Deve-se levar em consideração a vacinação e se o animal se curou recentemente no 
teste da ELISA. A PCR é recomendada associada com cultura, para ver se existem 
microrganismos viáveis (nascem em cultivo). 
Existem achados anato patológicos. 
 
Os diagnósticos diferenciais são influenza, mormo, rodococcose, artrite viral equina e 
herpes vírus equino tipo 1 e 4. 
TRATAMENTO: não se usa antibiótico em todos os casos. Esse medicamento é usado 
quando há uma infecção inicial, em casos de linfadenopatia (linfonodo aumenta de 
tamanho) ou quando o criador possui muitos animais todos são tratados com 
antibiótico. 
O uso é controverso no caso de uma infecção inicial pois causa a morte precoce da 
bactéria, fazendo com que aumentem as chances de uma reinfecção no animal. Já no 
caso da linfadenopatia pode retardar a supuração dos linfonodos, prolongando a 
doença. 
 
O tratamento básico é isolar os animais e fornecer conforto e alimento de qualidade. 
O tratamento deve ser feito até o final dos sintomas. No caso de empiema da bolsa 
gutural de faz uma lavagem e na formação de condroides se faz a cirurgia. 
 
A profilaxia e controle focam na entrada, permanência e disseminação do agente, 
através do controle de transito, evitar a entrada de novos animais, comprar animais 
confiáveis e sempre realizar a quarentena do novo animal, isolar e tratar animais 
doentes, se atentar aos lotes (microrganismo fica no ambiente), fazer higiene 
periódica, vacinar animais que possuem transito intenso (exposição) e se atentar aos 
cuidados com filhotes, como curativo do cordão, mamar o colostro e realizar a 
vermifugação. 
Também é necessário o vazio sanitário de pelo menos 4 semanas quando há a 
presença de positivos. A vacinação é recomendada em regiões endêmicas, animais 
crônicos e apenas reduz a manifestação dos sintomas, não impedindo o contágio. 
Vacinação: 
 
Ambos os agentes podem causar zoonoses e os mais acometidos serão pessoas que 
tenham contato com os animais, como veterinários. Essa transmissão pode ser por 
aerossóis ou contato com secreções.

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