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Estudo Dirigido - Antiarrítmicos 1.Compreender as diferenças entre o potencial de ação sinusal e ventricular, principalmente com relação aos canais iônicos envolvidos; 2.Compreender o que determina a frequência cardíaca (importância da taxa de despolarização espontânea da fase 4, do potencial limiar e do potencial de membrana em repouso); -O que determina a frequência de disparo? -3 fatores: 1. Envolve a fase 4 do potencial de ação marca-passo – Taxa (velocidade) de despolarização espontânea da fase 4 (inclinação) → se aumenta ou diminui a inclinação 2. Potencial limiar mais negativo – aumenta a frequência de disparo (mais rapidamente se atinge o potencial limiar) → a frequência de disparo aumenta; se torna esse limiar mais positivo, leva mais tempo p/ chegar até o potencial limiar, dificulta a chegada até o potencial limiar • Quanto mais negativo for o potencial limiar mais fácil vai ocorrer o disparo 3. Potencial de repouso mais positivo – a repolarização termina mais rapidamente porque o potencial de repouso está mais positivo, é mais fácil pra repolarizar → Mais rapidamente se inicia outro potencial de ação →A estimulação parassimpática afeta os 3 pontos 3.Compreender o papel dos canais rápidos de sódio no potencial de ação e o resultado do seu bloqueio pelos fármacos bloqueadores de canais de sódio; →A chegada do estímulo elétrico desencadeia o potencial de ação. Os canais de Na+ são ativados, o que resulta em influxo de Na+. A pequena despolarização abre mais canais e assim, a despolarização é desencadeada por retroalimentação positiva, elevando o potencial de membrana para um pico de cerca de +40 mV (células musculares) →A repolarização da membrana ativa um canal iônico chamado de canal marcapasso (If). Por esse canal, flui uma corrente despolarizante, principalmente, de Na+. Ao atingir o limiar de excitabilidade, essa lenta despolarização dispara o potencial de ação nas células do Nó (células marcapasso) →Bloqueio dos canais de sódio → redução da velocidade de condução -Reduzem a velocidade ascendente da fase 0 → reduzindo a velocidade de condução (células musculares) – Fase 0 – entrada de sódio (canais de sódio dependentes de voltagem) – o potencial de membrana rapidamente se desloca ao potencial de equilíbrio do sódio – são canais rápidos ***a abertura desses canais de sódio nessa fase 0 é o que determina a velocidade de condução ventricular; ponto alvo importante de muitos fármacos – se bloqueia esse canal de sódio automaticamente tá afetando a velocidade de condução ventricular → diminui a velocidade de condução ventricular Em certas regiões do tecido nodal tem canais de sódio voltagem dependentes com função de regulação em coexistência com os canais HCN, bloqueando esses canais rápidos de sódio, reduz-se a automaticidade porque eles estão em certas regiões do nodo -Afeta inclinação da fase 4 → reduz (reduz frequência cardíaca) – célula marcapasso Quais são os principais mecanismos de ação dos fármacos antiarrítmicos? Em que pontos das curvas de potenciais de ação eles atuam? Considerem os potenciais de ação nodais e ventriculares. Classe1 bloqueadores de canais de sódio redução da velocidade de condução e automaticidade (atuam na fase 4 do potencial marcapasso e na fase 0 do potencial das células musculares) Classe 2 → bloqueadores dos receptores adrenérgicos – atuam na fase 4 e na fase 3 (repolarização) do potencial marcapasso - reduz automaticidade, prolongam a repolarização AV Dani: fase 04 do potencial de ação nodal e repolarização nodal (prolongamento da repolarização do nó AV) Classe 3 →bloqueadores de canais de Potássio – atuam na fase de platô (fase 2 do pot. de ação ventricular) repolarização prolongada, prolongam o potencial de ação e o período refratário Dani: fase 2 e 3 do potencial de ação ventricular (bloqueio da corrente de potássio retificadora tardia) Classe 4 bloqueadores de canais de cálcio - atuam principalmente nas cél. nodais (fase 0 do potencial marcapasso) reduz a despolarização nó SA e a velocidade de condução do nó AV Dani: fase 0 do potencial de ação nodal (particularmente, nó AV) Por exemplo, os bloqueadores de canais rápidos de sódio atuam, principalmente nos tecidos não-nodais, entretanto, sabe-se que canais rápidos de sódio podem modular os canais HCN (responsáveis pela corrente funny) no nó SA também, assim esses bloqueadores podem desempenhar algum papel na automaticidade. 4.Compreender como os fármacos bloqueadores de canais de sódio afetam a automaticidade do nó SA e a velocidade de condução do impulso ; A corrente de sódio é a principal determinante da velocidade de condução ventricular. O bloqueio dos canais de sódio leva à redução da velocidade de condução. Estes fármacos atuam reduzindo a inclinação, ou seja, reduzem a taxa de despolarização espontânea da fase 4 das células nodais, dificultando a despolarização e diminuindo consequentemente a frequência cardíaca, e, bloqueando os canais de sódio voltagem dependentes, responsáveis pela fase 0 do potencial de ação dos cardiomiócitos. Dificultando a fase 0, dificulta consequentemente a despolarização reduzindo a velocidade ascendente da fase 0 → reduzindo a velocidade de condução. 5.Compreender as diferenças entre as subclasses de bloqueadores de canais de sódio (porque alguns afetam a repolarização e outros não e porque alguns possuem efeito mais intenso na redução da velocidade ascendente da fase 0 do potencial de ação ventricular); -Classe 1a exerce um bloqueio moderado – Além de bloquear canais de sódio, bloqueiam também os canais de potássio (efeito duplo). Reduz velocidade de condução e prolonga o período refratário. -Dificulta a despolarização → menor ascensão da fase 0 do PA → menor velocidade de condução -Prolongam o potencial de ação por meio do prolongamento da repolarização – bloqueando esses canais de potássio, na fase 3, diminui essa corrente de potássio (para fora)→ dificultando a repolarização (prolongada) prolongando o potencial de ação *único da classe 1 que faz isso -Classe 1b exerce um bloqueio leve – Não prolongam a repolarização (como a classe 1A), pelo contrário, encurtam a repolarização – alguns canais de sódio podem ser bloqueados, facilitando a repolarização (bloqueio de canais de sódio de inativação tardia) -Esses fármacos bloqueiam os canais rápidos de sódio, entretanto, eles têm preferência por canais de sódio no estado aberto e estado inativado → bloqueio dependente do uso. Células que se despolarizam mais frequentemente (células com lesão, isquemia) – o potencial de membrana delas favorecem o estado aberto ou inativado → disparam mais frequentemente, mais despolarizadas os canais de sódio dessas células estarão mais tempo ou no estado aberto ou no estado inativado → esses fármacos da classe 1B vão ter maior afinidade para região com lesão no miocárdio → preferência pelo miocárdio isquêmico → Bloqueio dependente do uso -Classe 1c exerce um bloqueio acentuado – maior intensidade de bloqueio → bloqueio acentuado, não interferem na repolarização. *Efeito depressor cardíaco – limita o uso →Quais são as diferenças entre os antiarrítmicos de classes IA, IB e IC? Explique com base nos efeitos destes fármacos nos potenciais de ação cardíaco. 6.Compreender como os betabloqueadores afetam o ritmo cardíaco; Antagonistas Beta-adrenérgicos – receptores da noradrenalina: No coração → principal receptor é o Beta 1 adrenérgico Noradrenalina liga ao receptor → aumenta frequência cardíaca Efeitos da NA nos tecidos nodais: -Aumento da corrente If (funny) -Aumento da velocidade de condução AV -Estimulação simpática – chega muito mais rápido ao limiar; aumenta inclinação da fase 4 – aumenta FC -Fármaco antagonista adrenérgico – se liga no receptor no lugar da noradrenalina -O receptor Beta 1 ao ser estimulado aumenta a inclinação da fase 4 (despolarização diastólica lenta), aumenta taxa de despolarizaçãoda fase 4 – facilita a despolarização; aumenta a frequência cardíaca; maior taxa de disparo, aumenta velocidade de condução AV (cálcio) – Agentes Simpatolíticos → efeito oposto ao simpático *Antagonismo Beta-adrenérgico -Efeitos: *Efeitos opostos – reduz FC, reduz força de contração... -Redução da taxa de despolarização da fase 4 – reduz a inclinação da fase 4 → reduz automaticidade -Fármacos que afetam a fase 04 de despolarização diastólica lenta do potencial de ação dos nodos, acarretam redução da automaticidade -Prolongam a repolarização AV *úteis em problemas causados por estimulação simpática; excessiva estimulação simpática (o potencial de repouso fica mais negativo – demora mais tempo p/ repolarizar e iniciar outra despolarização) -Receptor Beta – o fármaco se liga ao receptor e não ativa → impede a ligação da Noradrenalina (bloqueio) →Qual é o mecanismo de ação dos antagonistas beta-adrenérgicos nas arritmias? Qual é a importância da seletividade destes fármacos? -Subtipos Beta 1, Beta 2 e Beta 3 -Beta 1 – localizados principalmente no coração -Beta 2 – relaxa músculo liso (brônquico) → broncodilatação -Beta 3 – lipólise Por ex., o Propranolol é um fármaco não-seletivo – pode tanto ligar em Beta1 quanto em Beta2 gerando riscos para determinados pacientes (o bloqueio de Beta 2 gera uma broncoconstrição – risco para pacientes com asma*) Seletivos para Beta 1 – Atenolol Efeitos vasodilatadores dos betabloqueadores de 3ª geração: atuação aumentando a produção de óxido nítrico (que é um vasodilatador) → agonistas Beta 2 – o Beta 2 está presente no músculo liso e causa relaxamento do músculo liso (vasos) → promove vasodilatação – podem atuar como AGONISTAS beta 2 → bloqueio da sinalização do Cálcio – impede a contração → promovem vasodilatação 7. Compreender os efeitos dos bloqueadores de canais de potássio no potencial de ação cardíaco. Quais são os benefícios de prolongar o potencial de ação e qual é o principal risco deste prolongamento? -Fármacos que bloqueiam a corrente de potássio – o retorno da célula para o potencial de repouso acontece de forma mais lenta → menos potássio disponível Bloqueio dos canais de potássio – prolongamento do potencial de ação → repolarização prolongada • Maior corrente de potássio → retorno mais rápido ao potencial de repouso • Menor corrente de Potássio → retorno mais lento ao potencial de repouso Benefícios clinicamente: 2 formas de tratar reentrada → prolongando o potencial de ação, o período refratário também será prolongado – outra forma de tratar a reentrada – trata arritmias que envolvem a reentrada Risco: Pode propiciar o desenvolvimento de pós despolarização precoce que pode gerar outro tipo de arritmia – Torsades de Points 8. Compreender o mecanismo antiarrítmico da amiodarona; -Classicamente pertencente à classe 3 -Também é um fármaco de classe 2, um fármaco de classe 1 e um fármaco de classe 4 *tem os 4 mecanismos de ação das 4 classes de antiarrítmicos -Bloqueador de canal de sódio (classe 1) reduzindo a frequência cardíaca principalmente nas células marcapasso -Classe 2 – Betabloqueador -Classe 3 – bloqueadora de canal de potássio -Classe 4 – bloqueadora de canal de cálcio -Utilidade principal: prevenção de arritmias ventriculares graves (insuficiência cardíaca ou infarto recente) *vários efeitos colaterais 9. Compreender o principal efeito dos bloqueadores de canais de cálcio e qual é seu principal local de ação no coração. -Esses fármacos atuam principalmente nos tecidos nodais *Destacar a importância do papel do cálcio tanto na despolarização diastólica lenta que ocorre na fase 4, como na fase de despolarização da membrana (fase 0) O bloqueio desses canais de cálcio nessas células vai dificultar o potencial de ação → ocorre uma redução da função dos tecidos nodais (nodo SA e nodo AV) – lenta ascensão do potencial de ação no nó AV – bloqueia a fase inicial da despolarização (por bloqueio do canal de cálcio), menos canais estão disponíveis, menor será a corrente de cálcio, dificultando a ascensão do potencial de ação -Esses fármacos são úteis em arritmias que envolvem o nó AV -Canais de cálcio lento (tipo L) – é o tipo de canal que é bloqueado pelos fármacos bloqueadores de canais de cálcio -Reduzindo a corrente de cálcio: -Reduz a contratilidade cardíaca (p/ que o coração contraia precisa de cálcio) -Reduz a despolarização nó SA e reduz a velocidade de condução do nó AV -Lentifica o coração ***Risco de associação com Betabloqueadores (propranolol) – que lentificam o coração também
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