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CONCEITO DE PENA A incriminação de alguns comportamentos tem a finalidade de proteger bens e interesses considerados de grande valor para a vida social. A pena é necessária para a defesa social que se faz entendida pelos que têm o poder de fazer as leis. TEORIA ABSOLUTA Quem pratica um mal deve sofrer um mal. Justa retribuição, é um fim em si mesma e não serve a qualquer outro propósito que não seja o de recompensar o mal com o mal. Kant e Hegel foram os maiores teóricos desta corrente, tendo o primeiro formulado esta teoria do modo ilustrativo: mesmo que a sociedade civil com todos os seus membros decidisse dissolver-se teria, antes, de ser executado o último assassino que estivesse no cárcere, para que cada um sofresse o que os seus atos merecessem, e para que as culpas do sangue não recaísse sobre o povo que não haja insistido no seu castigo. TEORIA RELATIVA Partem do princípio da prevenção, ou seja, a finalidade da pena não seria punir todos os crimes, mas prevenir todos os crimes. A sociedade ideal seria aquela na qual não ocorrem crimes, têm-se então as diferenciações de prevenção. PREVENÇÃO GERAL Alcançada por meio da ameaça da pena e de sua efetiva imposição, atemorizando os possíveis infratores. Transmitir os seus efeitos dissuasórios (de convencimento) à coletividade. PREVENÇÃO ESPECIAL Diretamente ao autor do crime, para que não volte a cometê-lo. A prevenção especial opera por meio da emenda do condenado ou de sua intimidação, ou, ainda, da inocuização (prisão), no caso dos incorrigíveis. A prevenção especial também não pode, por si só, constituir fundamento para a pena. TEORIA MISTA OU UNITÁRIA Une as teorias absolutas e as relativas, que não seriam excludentes entre si. A pena é retribuição, mas deve, por igual, perseguir os fins de prevenção geral e especial. FUNÇÃO, LIMITES E FINALIDADE DO DIREITO PENAL Três posturas político-criminais básicas que para compreender o Direito Penal contemporâneo: A ABOLICIONISTA Eliminação do Direito Penal, por ser sistema gerador da criminalidade. Se o crime é uma manifestação de violência, o monopólio estatal do uso da força seria também violência. Busca despertar para a necessidade da humanização do sistema penal. A RESSOCIALIZADORA Se manifesta como uma luta por um melhor Direito Penal. Busca reinserção dos apenados da sociedade, a partir de mecanismos que eliminem, ou ao menos reduzam taxas de reincidência. A GARANTISTA Busca conciliar a prevenção geral dos delitos com exigências formais dos princípios de proporcionalidade e humanidade, limitando a intervenção penal ao estritamente necessário, não violando valores fundamentais consagrados em quase todas as sociedades modernas. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS E PENAS ADMITIDAS PRINCÍPIOS NORTEADORES A humanidade das penas, que garante os direitos e deveres do indivíduo, que ele seja tratado com respeito e tenha garantido sua integridade; A legalidade, que a pena seja resultado de um crime comprovado; O princípio da intranscendência da pena, onde nenhuma pena passará da pessoa do condenado, ou seja, suas falhas não deverão ter punição a outrem senão o próprio indivíduo condenado; Proporcionalidade, o princípio que define o tipo de pena adotada mediante o delito cometido; e, por fim, Individualização da pena, que é desenvolvida em três etapas e tem como finalidade estabelecer o tipo penal, mínimo e máximo da pena cominada, o julgamento do caso e finalmente a fase executória. PENAS ADMITIDAS NO BRASIL Estão contidas no art. 5º, XLVI, da CF/88 e no art. 32, do CP, são elas: Penas privativas de liberdade, penas restritivas de direitos e multa. Em contrapartida as penas proibidas são: De morte, perpétua, trabalhos forçados, banimento e penas cruéis (que ferem o princípio da dignidade da pessoa humana).