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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM PLATAFORMA SEGURANÇA PESSOAL E RESPONSABILIDADES SOCIAIS Disciplina operacional Padrões e procedimentos As operações da unidade marítima devem ser realizadas segundo os padrões e procedimentos estabelecidos, utilizando instalações e equipamentos adequados, inspecionados e em condições de assegurar o atendimento às exigências de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde. Os procedimentos de inspeção e manutenção devem ser realizados de acordo com os recursos e planos estabelecidos, de modo a manter o controle sobre os riscos. Os processos/tarefas que tragam riscos significativos para segurança, meio ambiente e saúde das pessoas, devem ser controlados através de procedimentos e práticas específicas, que definam claramente: atribuições e responsabilidades, a rotina a ser observada e quando necessário à preparação para resposta às emergências. Permissão para trabalho Este documento é uma autorização dada por escrito para a execução de trabalhos que envolvam riscos para o executante, instalações, equipamentos e meio ambiente. Delimita como devem ser autorizados os serviços em áreas de risco de modo que o pessoal que irá trabalhar dentro ou em volta de equipamentos perigosos desenvolvam suas atividades com segurança. É importante que todo trabalho realizado em um ambiente de risco potencial seja planejado e autorizado da maneira adequada envolvendo todos os responsáveis. O objetivo principal do sistema de Permissão para Trabalho é assegurar que: ● todos os passos necessários serão tomados para garantir a segurança do pessoal e instalações; ● o trabalho seja controlado e coordenado; ● os perigos sejam identificados e as medidas de controle administradas; ● as atividades sejam autorizadas; Uma permissão para trabalho –PT- pode ser requerida pelas seguintes razões: – Para uso de equipamento que pode representar perigo ou fontes de ignição (faísca, chama exposta, calor etc); – A localização da tarefa que envolve a exposição dos trabalhadores a ambiente de risco potencial, tipo: entrada em local confinado, trabalho em altura, trabalhos sobre o mar e operações de mergulho; – Trabalho com risco potencial de energias liberadas (pressão, eletricidade, química) ou materiais perigosos que também são riscos para os trabalhadores e outros; É essencial que todos aqueles que usam ou trabalham sob o sistema de permissão para trabalho, sejam treinados e estejam familiarizados com os documentos e processo de preenchimento para melhor participar durante o preenchimento. Liberação de Trabalho A liberação dos equipamentos para a manutenção, ajuste ou reparo e a realização desses trabalhos não podem causar danos às pessoas, ao meio ambiente e às instalações, os riscos da tarefa que será executada devem ser do conhecimento de todos os envolvidos. A liberação dos equipamentos deve atender as normas de segurança e a área deve ser inspecionada para que e todas as situações de potenciais riscos de acidentes às pessoas, ao meio ambiente ou às instalações sejam identificadas. É importante advertir que o executante comporte-se preventivamente em relação a riscos identificados. As pessoas que executarão o trabalho devem estar capacitadas para o serviço e os executantes devem estar cientes de todos os riscos do serviço a ser realizado e do ambiente no entorno. A permissão para trabalho deve ser emitida no local de realização do mesmo, após todas as tratativas terem sido aplicadas. A execução do trabalho deve ser acompanhada para que a realização esteja de acordo com o planejado e autorizado. Gestão de mudanças Mudanças temporárias ou permanentes devem ser avaliadas com foco na eliminação de riscos na unidade. A formalização dos processos de mudança deve ser documentada e amplamente divulgada. As evidências/registros referentes à mudança devem ser arquivados e controlados, garantindo a preservação e disponibilização. O comandante da embarcação deve estar ciente das condições operacionais de sua unidade. As modificações devem ser realizadas garantindo o atendimento às exigências legais e aos procedimentos estabelecidos, bem como à integridade da força de trabalho e a continuidade das operações. É terminantemente proibido realizar mudanças que afete o disposto no plano de segurança da unidade marítima. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO E FISCALIZAÇÃO Nas últimas décadas a comunidade internacional tem se preocupado com os impactos decorrentes da poluição gerada pelas atividades humana. Diversas são as fontes poluidoras que lançam resíduos na terra, no ar e nas fontes de água (doce e salgada). Muito da poluição marítima é gerada por embarcações, sobretudo as que operam com exploração de petróleo. Um acidente envolvendo derramamento de óleo no mar tem consequências catastróficas. A fim de impor barreiras para proteger os mares, a ONU, por meio da Organização Marítima Internacional (IMO) criou uma serie de regulamentos internacionais com o objetivo de prevenir a contaminação pelos navios: a MARPOL 73/78, (abreviação de Poluição Marinha, em inglês), também conhecida como Convenção de Londres. Atualmente 119 países ratificaram-na. Seu alvo é preservar o ambiente marinho por meio da completa eliminação da poluição por hidrocarbonetos e outras substâncias que venham a causas danos ao meio aquático, bem como a minimização das possíveis descargas acidentais. Efeitos da poluição no ambiente marinho A presença de um poluente no ecossistema marinho influencia o balanço desse sistema, podendo até mesmo eliminá-lo por completo, se o tempo e a diluição não forem suficientes para autodepuração. Na tentativa de controlar os danos decorrentes da ação humana no ambiente marinho, foi sancionada, em 28/04/2000 a Lei 9.966, conhecida como “Lei do Óleo” que dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional”... Esta lei aplica-se: ● quando ausentes os pressupostos para aplicação da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios (Marpol 73/78); ● às embarcações nacionais, portos organizados, instalações portuárias, dutos, plataformas e suas instalações de apoio, em caráter complementar à Marpol 73/78; ● às embarcações, plataformas e instalações de apoio estrangeiras, cuja bandeira arvorada seja ou não de país contratante da Marpol 73/78, quando em águas sob jurisdição nacional; ●às instalações portuárias especializadas em outras cargas que não óleo e substâncias nocivas ou perigosas, e aos estaleiros, marinas, clubes náuticos e outros locais e instalações similares. O Decreto nº 4.136 de 20/02/2002 dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei do Óleo. A MARPOL classifica as substâncias nocivas ou perigosas em categorias, de acordo com o risco produzido quando descarregadas na água: O órgão federal de meio ambiente divulga e mantém atualizada a lista das substâncias classificadas, devendo a classificação ser, no mínimo, tão completa e rigorosa quanto a estabelecida pela MARPOL 73/78. Fiscalização e sanções por danos nas águas brasileiras A atividade do homem pode comprometer a circulação de alimentos do meio ambiente, tanto no nas questões qualitativas quanto quantitativas. Essas ações podem ser a ocorrência de derramamento de agentes poluidores ou a destruição indiscriminada de seres vivos produtores ou transmissores de alguns desses nutrientes. O desequilíbrio ambiental gerado por ações humanas pode comprometer colônias e até mesmo gerar o fim de varias espécies de seres vivos, uma vez que a cadeia alimentar seja comprometida o seu ciclo natural, o que promove a manutenção da vida. O art. 1 o daLei Federal nº 9.985, de 2000, que trata da política de meio ambiente, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. No Art. 2 o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: “I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;” Por meio do Decreto nº 4.136, de 2002, o mesmo dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei n o 9.966, de 28 de abril de 2000. A Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000, aborda em seu corpo que: “Art. 1 o Esta Lei estabelece os princípios básicos a serem obedecidos na movimentação de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em portos organizados, instalações portuárias, plataformas e navios em águas sob jurisdição nacional.” Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á: I – quando ausentes os pressupostos para aplicação da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios (Marpol 73/78); II – às embarcações nacionais, portos organizados, instalações portuárias, dutos, plataformas e suas instalações de apoio, em caráter complementar à Marpol 73/78; III – às embarcações, plataformas e instalações de apoio estrangeiras, cuja bandeira arvorada seja ou não de país contratante da Marpol 73/78, quando em águas sob jurisdição nacional; IV – às instalações portuárias especializadas em outras cargas que não óleo e substâncias nocivas ou perigosas, e aos estaleiros, marinas, clubes náuticos e outros locais e instalações similares. Capítulo I das definições e classificações Art. 2 o Para os efeitos desta Lei são estabelecidas as seguintes definições: I – Marpol 73/78: Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios, concluída em Londres, em 2 de novembro de 1973, alterada pelo Protocolo de 1978, concluído em Londres, em 17 de fevereiro de 1978, e emendas posteriores, ratificadas pelo Brasil; II – CLC/69: Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo, de 1969, ratificada pelo Brasil; III – OPRC/90: Convenção Internacional sobre Preparo, Resposta e Cooperação em Caso de Poluição por Óleo, de 1990, ratificada pelo Brasil; IV – áreas ecologicamente sensíveis: regiões das águas marítimas ou interiores, definidas por ato do Poder Público, onde a prevenção, o controle da poluição e a manutenção do equilíbrio ecológico exigem medidas especiais para a proteção e a preservação do meio ambiente, com relação à passagem de navios; V – navio: embarcação de qualquer tipo que opere no ambiente aquático, inclusive hidrofólios, veículos a colchão de ar, submersíveis e outros engenhos flutuantes; VI – plataformas: instalação ou estrutura, fixa ou móvel, localizada em águas sob jurisdição nacional, destinada a atividade direta ou indiretamente relacionada com a pesquisa e a lavra de recursos minerais oriundos do leito das águas interiores ou de seu subsolo, ou do mar, da plataforma continental ou de seu subsolo; VII – instalações de apoio: quaisquer instalações ou equipamentos de apoio à execução das atividades das plataformas ou instalações portuárias de movimentação de cargas a granel, tais como dutos, monobóias, quadro de bóias para amarração de navios e outras; VIII – óleo: qualquer forma de hidrocarboneto (petróleo e seus derivados), incluindo óleo cru, óleo combustível, borra, resíduos de petróleo e produtos refinados; IX – mistura oleosa: mistura de água e óleo, em qualquer proporção; X – substância nociva ou perigosa: qualquer substância que, se descarregada nas águas, é capaz de gerar riscos ou causar danos à saúde humana, ao ecossistema aquático ou prejudicar o uso da água e de seu entorno; XI – descarga: qualquer despejo, escape, derrame, vazamento, esvaziamento, lançamento para fora ou bombeamento de substâncias nocivas ou perigosas, em qualquer quantidade, a partir de um navio, porto organizado, instalação portuária, duto, plataforma ou suas instalações de apoio; XII – porto organizado: porto construído e aparelhado para atender às necessidades da navegação e da movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária; XIII – instalação portuária ou terminal: instalação explorada por pessoa jurídica de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto organizado, utilizada na movimentação e armazenagem de mercadorias destinadas ou provenientes de transporte aquaviário; XIV – incidente: qualquer descarga de substância nociva ou perigosa, decorrente de fato ou ação intencional ou acidental que ocasione risco potencial, dano ao meio ambiente ou à saúde humana; XV – lixo: todo tipo de sobra de víveres e resíduos resultantes de faxinas e trabalhos rotineiros nos navios, portos organizados, instalações portuárias, plataformas e suas instalações de apoio; XVI – alijamento: todo despejo deliberado de resíduos e outras substâncias efetuado por embarcações, plataformas, aeronaves e outras instalações, inclusive seu afundamento intencional em águas sob jurisdição nacional; XVII – lastro limpo: água de lastro contida em um tanque que, desde que transportou óleo pela última vez, foi submetido a limpeza em nível tal que, se esse lastro fosse descarregado pelo navio parado em águas limpas e tranqüilas, em dia claro, não produziria traços visíveis de óleo na superfície da água ou no litoral adjacente, nem produziria borra ou emulsão sob a superfície da água ou sobre o litoral adjacente; XVIII – tanque de resíduos: qualquer tanque destinado especificamente a depósito provisório dos líquidos de drenagem e lavagem de tanques e outras misturas e resíduos; XIX – plano de emergência: conjunto de medidas que determinam e estabelecem as responsabilidades setoriais e as ações a serem desencadeadas imediatamente após um incidente, bem como definem os recursos humanos, materiais e equipamentos adequados à prevenção, controle e combate à poluição das águas; XX – plano de contingência: conjunto de procedimentos e ações que visam à integração dos diversos planos de emergência setoriais, bem como a definição dos recursos humanos, materiais e equipamentos complementares para a prevenção, controle e combate da poluição das águas; XXI – órgão ambiental ou órgão de meio ambiente: órgão do poder executivo federal, estadual ou municipal, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), responsável pela fiscalização, controle e proteção ao meio ambiente no âmbito de suas competências; XXII – autoridade marítima: autoridade exercida diretamente pelo Comandante da Marinha, responsável pela salvaguarda da vida humana e segurança da navegação no mar aberto e hidrovias interiores, bem como pela prevenção da poluição ambiental causada por navios, plataformas e suas instalações de apoio, além de outros cometimentos a ela conferidos por esta Lei; XXIII – autoridade portuária: autoridade responsável pela administração do porto organizado, competindo-lhe fiscalizar as operações portuárias e zelar para que os serviços se realizem com regularidade, eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente; XXIV – órgão regulador da indústria do petróleo: órgão do poder executivo federal, responsável pela regulação, contratação e fiscalização das atividades econômicas da indústria do petróleo, sendo tais atribuições exercidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Fontes poluidorasNas atividades de exploração e produção de petróleo, algumas das principais fontes poluidoras e seus agentes são: Poluente Formas de Controle lixo doméstico e industrial desembarcar para tratamento em terra esgoto sanitário tratamento prévio e proibição de lançamento em águas costeiras derramamento acidental de óleo/petróleo acionar o Plano de Emergência Individual A poluição de óleo deve ser encarada e controlada sob dois aspectos distintos: a poluição rotineira e a poluição acidental. A poluição rotineira é decorrência direta, principalmente, da manipulação de petróleo e seus derivados, nos terminais petroleiros, nas refinarias de petróleo, nas indústrias que utilizam óleos combustíveis e diesel, principalmente em caldeiras, nos estaleiros de reparo e construção, nos postos de serviço e em operações de delastreamento de navios e lavagens de tanques e casa de máquinas. A poluição acidental pode ocorrer em qualquer lugar, ou seja, em terminais, refinarias etc, entretanto, sua ocorrência é mais comum como consequência de operações de transporte envolvendo navios petroleiros. Os aspectos que diferenciam os dois tipos de poluição estão ligados às quantidades de vazamento e periodicidade de ocorrência. Na poluição rotineira as quantidades vazadas são pequenas, mas ocorrem diariamente, em locais diferentes e as quantidades finais se totalizadas, chegam a algumas toneladas por dia. A poluição acidental pode ocorrer esporadicamente, entretanto, via de regra, esses vazamentos significam várias toneladas de óleo derramado em uma única área. A abordagem de controle desses dois tipos de poluição por óleo são totalmente diferenciados, entretanto, os efeitos desses vazamentos, tanto rotineiro com acidental, são extremamente prejudiciais ao meio ambiente. Medidas de controle de poluição rotineira são, antes de tudo, medidas preventivas evitando que a poluição se produza. Já as medidas de controle de poluição acidental, são medidas corretivas, para restaurar as áreas comprometidas pela poluição por óleo. A poluição por óleo, embora deva receber merecido destaque em função de ser a mais significativa em uma atividade de exploração e produção de petróleo, não é a única a ser objeto de controle. A seguir descrevemos alguns efeitos decorrentes do lançamento de agentes poluidores no mar: Água de lastro Temos como água de Lastro, a água recolhida no mar e armazenada em tanques nos porões dos navios, com a finalidade de dar estabilidade às embarcações, quando estão em curso (navegando) sem carga. Em alto-mar, um navio sem lastro pode ficar descontrolado, correndo o risco de emborcar. A água de lastro compensa a ausência de peso de carga e a perda pelo consumo do combustível, regulando a estabilidade e mantendo a segurança. Todavia, a água de lastro, em seu descarte, pode poluir o mar, tendo em vista que os tanques de lastro nem sempre estão limpos, possuindo agentes poluidores como resíduos de óleo. Lixo Todo material considerado sem utilização que é jogado fora é classificado como lixo. É qualquer material sólido originado em trabalhos domésticos e industriais, e que é eliminado. Observamos que na atualidade, resíduos que vão para o lixo poderiam ser reutilizados por meio da reciclagem. No processo de reciclagem, o lixo orgânico e inorgânico é reaproveitado, colaborando para a redução da poluição do meio ambiente. Lixo orgânico é todo resíduo de origem animal ou vegetal, como os restos de alimentos, folhas, sementes, papéis, etc. Muitas vezes é utilizado em compostagem para fabricação de adubos. Lixo inorgânico é todo material cuja origem não é biológica, como: plásticos, metais, vidro, etc. Esgoto Há dois tipos de esgoto que devemos considerar: o residencial e o industrial. O rápido crescimento desordenado das cidades brasileiras e a falta de planejamento de sistema de esgoto e tratamento de águas servidas, faz com que na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, seja despejado na Baía de Guanabara, diariamente, o equivalente a três Maracanãs cheios de esgoto. Desde a ECO 92, que foi sediada na cidade maravilhosa, muito se tem discutido sobre como tratar esse material antes de seu descarte em rios, lagos e a Baía de Guanabara. Como recurso para conter essa degradação, unidades/estações de tratamento foram construídas para receber esse tipo de agente antes de seu destino final. Outras grandes cidades brasileiras passam pelo mesmo desafio como: São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Belo Horizonte, etc. O esgoto industrial também é extremamente degradante ao meio ambiente, todavia as leis ambientais proporcionam ferramentas/recursos eficazes na resposta a esse tipo de poluição e as empresas estão a empenhar-se para cumprir as exigências impostas pelos órgãos reguladores/fiscalizadores que tem a responsabilidade de orientar/assessorar os empreendimentos industriais no país. Procedimentos básicos para prevenção da poluição no meio ambiente marinho Para prevenir e controlar a poluição no ambiente marinho é necessário observar os procedimentos específicos estabelecidos durante o licenciamento da atividade e na legislação pertinente. A bordo existe um kit em conformidade com a convenção internacional para a prevenção da poluição causada por navios e plataformas - MARPOL 73/78-, promulgada no Brasil pelo decreto 2.508, de 04 de março de 1998. Este recurso é composto de equipamentos para rápida contenção e absorção de óleo, evitando a contaminação do mar. O lixo deve ser armazenado e transportado adequadamente para receber tratamento em terra. O esgoto deve ser tratado a bordo conforme possibilidades da unidade para depois ser descartado, respeitando-se a legislação no tocante aos procedimentos para eliminação de esgoto. A água de lastro deve ser trocada/substituída segundo o estabelecido pela norma internacional IMO e demais legislações (NORMAM-20/DPC). Águas jurisdicionais brasileiras e a competência da Autoridade Marítima Segundo a portaria nº 30/DPC, de 30 de março de 2005, são águas jurisdicionais brasileiras: a) as águas marítimas abrangidas por uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil (Mar Territorial); b) as águas marítimas abrangidas por uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir o Mar Territorial, que constituem a Zona Econômica Exclusiva (ZEE); c) as águas sobrejacentes à Plataforma Continental quando esta ultrapassar os limites da Zona Econômica Exclusiva; d) as águas interiores, compostas das hidrovias interiores, assim considerados rios, lagos, canais, lagoas, baias, angras e áreas marítimas consideradas abrigadas. e) as águas interiores, compostas das hidrovias interiores, assim considerados rios, lagos, canais, lagoas, baías, angras e áreas marítimas consideradas abrigadas. Em águas brasileiras a Marinha do Brasil é responsável por fazer cumprir a política marítima do país. Para alcançar os objetivos de ordem política, econômica e militar depende-se de estratégia marítima que prepare e empregue convenientemente o poder marítimo, que também é de responsabilidade da Marinha do Brasil. Organização distrital da Marinha do Brasil Para realizar sua missão a Marinha conta com uma organização distrital, das quais destacamos as seguintes atribuições: – controlar o tráfego e permanência das embarcações nas águas sobre jurisdição nacional, bem como a entrada e saída de portos atracadouros, fundeadouros e marinas; – inspeções navais e vistorias; – registro e certificação de helipontos das embarcações e plataformas, com vistas à homologação por parte do órgão competente. A Marinha do Brasil possui órgãos exclusivos para atendimento ao público, no que se refere à regularizaçãode embarcações, habilitação de amadores, segurança da navegação e fiscalização do tráfego aquaviário. Estes órgãos são as Capitanias, Delegacias e Agências da Marinha do Brasil A capitania do porto é um orgão de autoridade marítima junto de um determinado porto, normalmente também exercendo jurisdição na área marítima envolvente ao mesmo. Nas suas áreas de jurisdição, as capitanias dos portos são, normalmente, responsáveis por fazer cumprir as leis e os regulamentos marítimos portuários, sobretudo no que diz respeito à segurança da navegação. Consoante o país, as capitanias dos portos ou orgãos equivalentes (Delegacias e Agências) poderão ter outras funções, como a da busca e salvamento marítimo, investigação de atos criminais, controlo de imigração, combate à poluição, a fiscalização das pescas ou o serviço de pilotagem. Organização distrital Capitânias Tarefas de fiscalização Todos os navios de bandeira estrangeira que demandem portos nacionais estão sujeitos a inspeções e vistorias- Port State Control (PSC). As embarcações de bandeira nacional e as embarcações estrangeiras fretadas para atividades nas águas jurisdicionais brasileiras estão sujeitas as inspeções de Flag State Control (FSC), visando a garantir a conformidade legal, segurança e salvaguarda da vida humana no mar. “Port State” - em embarcações de bandeira estrangeira. “Flag State” - em embarcações de bandeira nacional. Passageiro clandestino a bordo e terrorismo Iremos abordar um pouco melhor algumas definições para esclarecer nossa compreensão sobre proteção marítima. Segurança: relacionada à salvaguarda da vida - extintores de incêndio; - coletes salva-vidas; humana no mar - EPI. Proteção: ligada às medidas para evitar ações contra - controle de acesso de pessoal; - controle do material que embarca; as pessoas e ao patrimônio - detectores de drogas e explosivos; - câmeras de vídeo. Passageiro Clandestino O passageiro clandestino é toda e qualquer pessoa a bordo da unidade marítima, sendo que o mesmo não é membro da tripulação. Esse passageiro não é do conhecimento do comandante e não possui nenhum vinculo com a empresa prestadora dos serviços de navegação. Tomemos como exemplo um naufrago. Embora tenha sido resgatado pela melhor das intenções pela unidade marítima que o ajudou, não se sabe nada a respeito de sua procedência e o que realmente o colocou naquela situação de ficar a deriva. Providências devem ser tomadas para garantir a segurança de todos a bordo, uma vez que haja a necessidade de atendimento a essa pessoa a bordo. Abaixo apresentamos algumas definições segundo a língua portuguesa sobre o passageiro clandestino: 1. Que se faz ou realiza ocultamente, em segredo, ger. com caráter ilícito; 2. Que existe ou atua ocultamente, de modo não oficial, por ser objeto de proibição; 3. Que embarca secretamente em meio de transporte, para viajar sem passagem ou sem os documentos necessários (passageiro clandestino). Terrorismo Quando falamos de terrorismo no mundo devemos observar que essa prática de tempos em tempos tomava a mídia internacional, porém o atentado às torres gêmeas do WTC (World Trade Center), “marcou” o planeta e mudou o mundo. O 11 de setembro foi um acontecimento historico que chamou a atenção de todos sobre o “novo” problema que se instalava na sociedade, comprometendo a segurança das nações. As unidades maritimas de navegação dentro desse contexto representam um alvo fragil diante de grupos maliciosos que usam de criatividade e recursos disponiveis para agir ilicitamente. A interrupção das atividades logisticas de navegação já representaria o caos caso portos de grandes/consideráveis movimentações fossem atacados. Navios mercantes são alvos fáceis e navios petroleiros e químicos (principalmente os navios de gás), são potenciais armas para terroristas. DIFERENÇAS ENTRE PIRATARIA NO MAR E ATOS ILÍCITOS - ASSALTO OU ROUBO A pirataria é uma prática marcada desde o início das grandes navegações e em alguns livros de História, a mesma tem seu marco após a Guerra do Vietnã, onde o capitalismo não conseguiu de estabelecer e tropas foram retiradas após perda da Guerra. Segundo a História oral famílias simulavam naufrágio para ser resgatada e seguir para outras nações uma vez que o sistema capitalista significava o recomeço dentro do sistema de globalização. Para que haja a pirataria, o navio deve estar em curso e ser abordada por supostos grupos que ilegalmente se empenharão para subir a bordo, utilizando os mais tenazes artifícios papr conquistar seus objetivos. Lamentavelmente temos rotas que são marcadas por essas praticas como a região do norte da África e pontos sensíveis como canais dentro do Oriente Médio que são acessados diariamente para agilizar o translado de mercadorias de um continente para o outro. O assalto é caracterizado por ser um ataque súbito para tomar algo com fator surpresa (acontecimento inesperado). O roubo acontece quando matérias são subtraídos ilicitamente por pessoas mal intencionadas. Quando esse tipo de crime ocorre, muitas das vezes é marcado com violência a pessoa portadora/responsável por cuidar de determinado objeto/bem.
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