Dermatofitose e Criptococose

Prévia do material em texto

Der����fito��
★ AGENTES
➔ Infecções micóticas super�ciais contagiosas causadas por um grupo de fungos denominados
DERMATÓFITOS; degradam a queratina da pele, unhas, cascos, pelo, chifres, etc
➔ Mais de 50 espécies de agentes classi�cados em 3 gêneros - Microsporum; Trichophyton e
Epidermophyton
➔ São fungos �lamentosos de reprodução assexuada
➔ São queratinolíticos - atua na camada queratinizada do extrato córneo da pele ou em anexos cutâneos
➔ Desenvolvimento - antropofílico (humanos); zoofílico (animais, ex: Microsporum canis) ou geofílico
(terra, ex: Microsporum gypseum)
○ Animais em contato com a terra são mais suscetíveis aos fungos geofílicos
➔ Resistência - dermató�tos consegue sobreviver muito tempo no ambiente (18 meses), principal quando:
◆ Há ausência de luz solar direta
◆ Temperatura amenas
◆ Presença de poucos organismos competidores
➔ Sensibilidade - são sensíveis a cloreto de benzalcônio 10%; hipoclorito de sódio; formaldeído; derivados de
iodo; inativação à 121ºC por 21 minutos (calor úmido) ou 180ºC por 2 horas (calor seco)
★ FATORES PREDISPONENTES
➔ Agente cosmopolita
➔ Sazonalidade - pequenos: qualquer estação; grandes: outono e inverno
➔ Stress
➔ Idade - acometimento de animais mais velhos e peludos; jovens também são mais suscetíveis
➔ Estado imunológico alterado - imunodeprimidos; portadores de retroviroses
➔ Sistemas de con�namento
★ PATOGENIA
➔ Transmissão - contato direto (hospedeiro-hospedeiro) ou indireto (hospedeiro-ambiente)
○ Forma infectante: artroconídeos (fragmentos de hifas)
➔ Ciclo - fatores intrínsecos, como a imunidade, e extrínsecos, como o ambiente causam a alteração da
microbiota cutânea e infecção por dermató�tos
-> Artroconídeos germina e produz hifas, que irão iniciar a destruição de queratinases no pelo
-> Migração para o folículo piloso; pode rompê-lo e contaminar ambiente
➔ Ectothrix - artroconídio na parte externa do pelo
➔ Endothrix - artroconídio dentro do pelo
➔ Necessidade de teste diagnóstico; diagnóstico diferencial de foliculite bacteriana, por exemplo
➔ Sinais clínicos:
○ Alopecia - consumo de queratina do poro
○ Lesões circulares - fungo migra do centro para periferia; pode ser eritematosa e possuir
crostas
○ Lesões focais ou multifocais
○ Raro ser generalizada
○ Prurido quase ausente
○ Rações de cães e gatos pesados podem carrear dermató�tos caso enferrujem
★ PSEUDOMICETOMA DERMATOFÍTICO
➔ Rara infecção subcutânea causada por algumas espécies
➔ Penetração do tecido cutâneo subjacente a partir do folículo piloso
➔ Organismo gera granuloma para envolver hifas
★ DIAGNÓSTICO
➔ Coletar amostra do bordo da lesão (migração do centro para periferia)
➔ Deve conter pelos (penetra folículo piloso)
➔ Aplicar álcool 70%; utilizar material estéril para coleta e armazenamento
➔ Técnicas - escari�cação ou raspado das lesões; escova de dentes (McKenzie)
➔ Padrão ouro - isolamento por meio de cultura a 25ºC; leitura macro e microscópica
➔ Envio da amostra para análise temperatura ambiente
➔ Diagnóstico presuntivo - lesões redondas
◆ Lâmpada de Wood: observação de metabólitos fúngicos do Microsporum canis �uorescentes
pela reação à radiação UV; pode resultar em falsos negativos
★ TRATAMENTO
➔ Pequenos animais - tosa e tricotomia (evitar contaminação ambiental no descarte)
- Lesões focais: aplicação de cremes, loções e shampoos
- Sistêmica: griseofulvina, cetoconazol, itraconazol por 8-9 semanas
➔ Grandes animais - tricotomia de 6 cm do bordo da lesão
- Aplicação de solução antisséptica/antifúngica com esponja ou escova, individualmente
- Banhos de aspersão em todas superfície corporal (Captan)
- Lesões focais: cremes, loções, shampoo, iodopovidona (antisséptico)
➔ Controle - isolamento de animais doentes; limpeza de utensílios e instalações
Cri���c��o��
➔ Infecção fúngica sistêmica que afeta cavidade nasal, tecidos paranasais, pulmão, pele, olhos e SNC
➔ Hospedeiros - homem, animais domésticos e silvestres
➔ Imunodeprimidos - manifestação dos sinais clínicos
★ ETIOLOGIA
➔ Cryptococcus spp. - fungo leveduriforme; espécie neoformans ou gatti
○ C. neoformans variedade neoformans - sorotipo D
○ C. neoformans variedade grubii - sorotipo A
○ C. gatti - sorotipo B e C
○ Consomem uréia, nitrogênio e creatinina
➔ Cryptococcus neoformans:
➢ Cosmopolita e oportunista - manifestação em imunodeprimidos
➢ Relacionado com fezes de aves (pombos); aproveitam creatinina presente
➢ Virulência - possui cápsula fúngica que impede fagocitose; melanina presente faz proteção de raios
UV; termotolerância até 39ºC
➔ Cryptococcus gattii:
➢ Associado a climas tropicais
➢ Encontrado na matéria vegetal em decomposição
★ TRANSMISSÃO
➔ Não é zoonose direta - contaminação não se dá entre animal doente e animal sadio
➔ Forma infecciosa - inalação de levedura desidratada ou basidiósporos
★ PATOGENIA
➔ Inalação e instalação do agente no sistema respiratório
➔ Pode migrar para alvéolos pulmonares
➔ Aumento da espessura capsular do fungo e disseminação via sanguínea/linfática
➔ Acometimento de pele, SNC, ossos e rins
➔ Sinais clínicos:
➢ Felinos - “nariz de palhaço” eritema
- 80% no trato respiratório superior (secreção, dispneia)
- Pápulas, nódulos ou úlceras na pele
- Ataxia, andar em círculo, depressão e cegueira
➢ Caninos - sinais neurológicos mais frequentes
- Úlceras e fístulas no focinho, língua e gengivas
➢ Humanos - pneumonia e meningoencefalite
★ DIAGNÓSTICO
➔ Presuntivo - difícil, lesões com muitos diferenciais
➔ Material - coleta de secreção; exsudato; aspirado; �uido cerebroespinhal; lavado traqueal
➔ Exame direto micológico - coloração com tinta nanquim da cápsula
- Cultura em ágar sabouraud + cloranfenicol
- Cultura em ágar níger - formação de colônias marrons pela produção de melanina
- Temperatura de 32ºC
➔ Leveduras globosas ou ovaladas - colônia de cor branca a creme, brilhante e mucóide, margem lisa e
inteira
★ TRATAMENTO
➔ Itraconazol - alcança bons níveis terapêuticas no SNC
➔ Fluconazol - distribuição por todo o organismo; mais caro
➔ Cetoconazol - possui muita resistência; não muito indicado
➔ Prognóstico - reservado em imunossuprimidos; com sinais SNC ou contaminados por C. gattii, mais
resistente
➔ Controle - evitar contato com fezes de pombo; controle populacional de aves urbanas; desinfecção de
ambientes com formalina 3% ou cal hidratada