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A APRENDIZAGEM COLABORATIVA NO PROCESSO DA FORMAÇÃO

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A APRENDIZAGEM COLABORATIVA NO PROCESSO DA FORMAÇÃO 
DOCENTE
Santos, Fernanda da Silva ­ PUCPR
Resumo
Este  texto foi elaborado a partir da análise  teórica do processo da formação docente e 
sobre: Quais as bases formativas necessárias para recompor o novo perfil docente que o 
mundo globalizado demanda? Fazendo alusão ao novo perfil de sociedade globalizada e 
interconectada  através  das  tecnologias  da  informação  e  comunicação,  as  TICs 
disponibilizam  todo  e  qualquer  tipo  de  conhecimento  e/ou  assunto  a  quem  possa 
interessar. Contudo,  faz­se necessário a  reconfiguração do sistema educacional e mais 
especificamente  da  práxis  do  professor  em  sala  de  aula,  pois,  com  a  disposição  do 
conhecimento e  a  rapidez  com o qual o mesmo é disseminada para  a  aldeia global,  é 
quase que momentâneo. Assim sendo o modo tradicional de ensino presente na escola 
nos dias de hoje vão em direção oposta ao das relações intersociais presentes no mundo 
interconectado.  Este  artigo  vem  propor  uma  práxis  metodológica  inovadora  a 
Aprendizagem Colaborativa que aliada ao processo de formação docente irá promovera 
cooperação,  a  responsabilidade,  a  reflexão  crítica  e  transformadora,  a  produção  do 
conhecimento  e  a  ação­reflexão­ação do  indivíduo  sobre  sua  realidade que o  levará  à 
sua emancipação. 
Palavras­chave: Formação docente. Metodologia Inovadora. Aprendizagem 
Colaborativa.
Introdução
A  presente  pesquisa  qualitativa  tem  como  pressuposto  teórico  um  estudo 
bibliográfico  acerca da  formação  inicial  e  continuada do professor  com o objetivo de 
reconhecer  na  atual  sociedade  contemporânea  o  novo  perfil  de  docente  que  esteja 
"preparado"  para  atuar  de  maneira  que  possa  contribuir  efetivamente  para  uma 
formação  mais  complexa  e  colaborativa  no  sentido  de  promover  a  emancipação  do 
homem no tempo em que a INTERNET e as tecnologias da informação e comunicação 
estão  presentes  em  todos  os  setores  do  mundo  globalizado  e  conectado  a  partir  das 
mesmas. 
Com  a  sociedade  da  informação,  o  conhecimento  ficou  disponível  na  rede 
informatizada,  nas  redes  de  comunicação  televisadas. Portanto,  o  acesso  ao 
conhecimento não está mais  localizado numa única  instituição, mas sim em 
toda  a  aldeia  global.  Os  meios  de  comunicação  e,  especialmente,  da 
aprendizagem em geral. O desafio que se impõe nessa sociedade é o de como 
acessar  a  informação  recebida,  como  interpretá­la,  e,  acima  de  tudo,  como 
produzir  novas  informações  com  criatividade,  ética  e  visão  global 
(BEHRENS,2011, p.81).
A formação docente tem sido bastante discutida no século XXI em meio a tantas 
mudanças perante toda essa explosão das tecnologias da informação e comunicação. Os 
novos perfis de aluno, de sociedade, e consequentemente dia após dia novas demandas 
Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola
EdUECE- Livro 1
00022 
vão  surgindo  no  mundo  do  trabalho  juntamente  com  o  avanço  dessas  tecnologias. 
Contudo,  o  sistema  de  ensino  escolar  vem  tentando  superar  sua  estrutura  curricular 
galgada  numa  concepção  tradicionalista  de  paradigmas  da  educação  tanto  nas  escolas 
como  nas  universidades,  e,  envolto  neste  sistema,  estão  os  professores  que  são 
partícipes  do  processo  ensino  aprendizagem  nestas  instituições  conduzindo  a 
escolarização dos alunos, que são os atores sociais que demandam as especificidades de 
todo o processo pedagógico educativo. Aquela velha imagem do professor "tecnólogo" 
que  está  na  escola  para  ensinar  e  os  alunos  estão  para  aprender,  não  se  encaixa  nas 
exigências que emergem da sociedade contemporânea.
Sabemos  que  o  problema  da  formação  docente  passa  necessariamente  por 
uma  discussão  profunda  e  abrangente  que  perpassa  vários  aspectos  de 
extrema importância e que estão relacionados à necessidade de uma revisão 
significativa nas bases constitutivas dos sistemas educativos, como condição 
efetiva  para  um  melhor  equacionamento  da  problemática  que  afeta  a 
formação docente (MORAES, 2007,p.15).
 
Tendo  a  sociedade  contemporânea  assumido  um  comportamento  de 
interconexão  e  globalização  perante  o  acesso  a  informação,  há  uma  preocupação 
bastante  significativa  por  parte  de  pesquisadores  da  educação  em  saber  como  o 
professor irá atender as necessidades deste novo cenário sócio­político­educacional que 
está posto, sendo que o docente formado nas condições tradicionalistas de educação se 
mantiver  sua  práxis  baseada  no  “escute,  leia,  decore  e  repita”  (Behrens,2011),  estará 
dando  continuidade  ao  ato mecanicista  da  reprodução  do  conhecimento,  não  estando 
capacitado para atuar nesta nova realidade de mundo. Ao refletir sobre o perfil docente 
do qual a  sociedade globalizada necessita,  surge a questão. Quais as bases  formativas 
necessárias para recompor o novo perfil docente que o mundo globalizado demanda?
O  perfil  desejado  é,  portanto,  de  um  docente  capaz  de  discernimento,  de 
atitude  crítica  diante  dos  problemas;  é  um  sujeito  pesquisador, 
interdisciplinar  e/ou  transdisciplinar  em  suas  atitudes,  pensamentos  e 
práticas.  [...] Além de  ser  um professor  humanamente  sábio,  é  também um 
sujeito  tecnologicamente  fluente  e  capacitado  na  utilização  crítica  e 
competente  das  tecnologias  digitais;  um  sujeito  capaz  de  ensinar  e  de 
aprender  a  compartilhar  com  seus  alunos,  para  que  possa  desenvolver  um 
novo  fazer  e  um  novo  saber  mais  competente,  atualizado,  construtivo, 
reflexivo, criativo e ético. A ética deverá estar sempre presente em todas as 
suas ações, atitudes e decisões tomadas (MORAES, 2007,p.19).
 Sendo assim este texto vem propor uma metodologia inovadora que com certeza 
irá  contribuir  para  o  processo  de  formação  inicial  e  continuada  dos  professores,  a 
"Aprendizagem  Colaborativa",  a  qual  viabiliza  o  trabalho  em  grupo,  as  trocas  de 
conhecimento,  e  a  constituição  de  um  conhecimento  novo  baseado  numa  construção 
Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola
EdUECE- Livro 1
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positiva  que  possibilite  ao  indivíduo  reconstruir  sua  condição  humana  e  adquirir  sua 
emancipação. 
 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E APRENDIZAGEM COLABORATIVA
 
Ficou claro nas entrelinhas  introdutórias deste  texto a necessidade da obtenção 
de  metodologias  inovadoras  que  venham  contribuir  com  o  processo  de  ensino­
aprendizagem na  formação  inicial e continuada do professor para que o mesmo possa 
promover  uma  práxis  pedagógica  adequada  à  demanda  da  realidade  do  mundo 
contemporâneo. Para Zeichner (1993, apud Mizukami et al,2002, p. 22):
Aprender a ensinar é um processo que continua ao longo da carreira docente 
e  que,  não  obstante  a  qualidade  do  que  fizemos  nos  nossos  programas  de 
formação de professores, na melhor das hipóteses só poderemos preparar os 
professores para começar a ensinar.
Contudo, que características primordiais o docente deve desenvolver desde o  ingresso 
nos cursos de graduação licenciados? Mizukami et al (2002, p. 23) explica que “a metodologia 
dessa formação deve fomentar os processos reflexivos sobre a educação e a realidade social por 
meio de diferentes experiências” [...].
Num  contexto  social  onde  “tudo  e  todos”  estão  conectados  direta  ou 
indiretamente,  faz­se  necessário  uma  mudança  também  no  modelo 
tradicionalista com que os professores ensinam, com uma prática pedagógica 
que  por  vezes  não  supre  as  condições  da  realidade  social,  tanto  para  a 
formação  profissional  quanto  ao  desenvolvimento  de  habilidades  e 
competências as quais os indivíduos possam escrever e reescrever o percurso 
de suas vidas sempre que se fizer necessário (SANTOS, 2013, p.6).
Para Morin (2011, p. 49) “tododesenvolvimento verdadeiro humano significa o 
desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e 
do sentimento de pertencer à espécie humana”. Assim sendo podemos dizer que sim, a 
AC pode ser considerada como uma metodologia inovadora que pode levar o professor 
desde seu processo de formação inicial à  aprender a aprender.
Segundo  Alonso  e  Vasconcelos  (2008,  p.3)  “colaboração  tem  um  sentido  de  “fazer 
junto”,  de  trabalhar  em  conjunto  em  interação,  não  havendo  composição  hierarquizada  do 
grupo”.
Para Barros (1994 apud ALONSO e VASCONCELOS, 2008, p.3):
Colaborar  (co­labore)  significa  trabalhar  junto,  que  implica  no  conceito  de 
objetivos  compartilhados  e  uma  intenção  explícita  de  somar  algo  ­  criar 
alguma coisa nova ou diferente através da colaboração, se contrapondo a uma 
simples troca de informação ou de instruções. 
Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola
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Para Vasconcelos e Alonso (2008, p. 4): 
A expressão “aprendizagem colaborativa” descreve uma situação na qual se 
espera que ocorram formas particulares de interação entre sujeitos capazes de 
desencadear  processos  de  aprendizagem.  [...]  A  aprendizagem  colaborativa 
pressupõe um ambiente de aprendizagem aberto em que o sujeito se envolve 
a  fazer  coisas  e  a  refletir  sobre  o  que  faz,  sendo­lhe  dada  oportunidade  de 
pensar por si mesmo e de comparar o seu processo de pensamento com o dos 
outros, promovendo o pensamento crítico.
É justamente por ter esta dimensão de complexidade sistêmica e dialógica, que a 
AC pode ser uma forte aliada para o início do processo de “desconstrução” dos métodos 
de ensino­aprendizagem tradicionalistas, com um currículo fragmentado que promove o 
equacionamento  dos  saberes  nos  cursos  de  formação  de  professores  tendo  como 
consequência uma reprodução mecanizada do conhecimento. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O professor da sociedade contemporânea precisa direcionar sua práxis a fim de 
promover  uma  formação  que  proporcione  a  emancipação  do  indivíduo,  para  isto  o 
mesmo  deve  começar  a  construir  sua  identidade  profissional  já  no  início  de  sua 
formação, com a intencionalidade de refletir sobre sua atuação perante às exigências do 
meio  social  do  qual  atua.  Nisto  a  Aprendizagem  Colaborativa  vem  somar  para  a 
formação  docente  promovendo  o  trabalho  em  grupo,  a  socialização  dos  conteúdos,  a 
cooperação, a cooparticipação, o respeito às individualidades, unidade na diversidade e 
por  fim  a  construção  do  conhecimento  novo  adquirido  pelo  grupo  e  as  conclusões 
individuais de cada um. Permitindo docente e/ou ao futuro docente uma ação­reflexão­
ação  sobre  o  conhecimento  adquirido  e  sobre  a  sua  aplicação  na  realidade  social  de 
todos e cada um.
REFERÊNCIAS
BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. 5ª 
ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2011. 117 p.
INSTITUTO CUIABANO DE EDUCAÇÃO. As TICs e a aprendizagem 
colaborativa. Disponível 
em:<http://www.ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2008/12/19/outros/bac02b455877ce
680bd130aeabf82f1b.pdf>. Acesso em: 18/10/2013.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti, et al. Escola da aprendizagem da docência: 
processos de investigação e formação. São Carlos: UFSCar, 2002. Cap. 2, p. 47­114.
Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola
EdUECE- Livro 1
00025 
MORAES, Maria Cândida. A formação do educador a partir da complexidade e da 
transdisciplinaridade. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v.7, n. 22, p. 13­38, 
Set./Dez. 2007.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro.2ª ed. rev. São 
Paulo: Cortez, 2011. Cap. 3, p. 43­53.
SANTOS, Fernanda da Silva. Paradigmas Educacionais e a complexidade da formação 
docente no século XXI. XI Congresso Nacional de Educação Educere, Curitiba, p. 
11303, Set. 2013.
Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola
EdUECE- Livro 1
00026

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