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Comportamento da Frequência Cardíaca, Pressão Arterial e Peso Hidrostático de Gestantes

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Instituto de Educação Física e Desportos
Comportamento da Frequência Cardíaca, Pressão Arterial e Peso Hidrostático de Gestantes em Diferentes Profundidades de Imersão
	
INTRODUÇÃO
A dinâmica cardiovascular adota padrões de resposta normais: o exercício moderado não representa um maior estresse fisiológico para a mãe além do aumento adicional de peso e o possível estorvo do tecido fetal.
O evento gestacional pode alterar de diversas formas o organismo da mulher, sabe-se que estas alterações podem ser nos setores do metabolismo, endócrino e resposta cardiovascular (GORSKI,1985 apud COELHO et al., 2009).
Estas adaptações podem ser: o aumento no volume sanguíneo acarretando uma dilatação no ventrículo esquerdo, freqüência cardíaca aumentada durante o repouso e o exercício submáximo, resposta ventilatória aumentada induzida essencialmente pela progesterona, durante o repouso e no exercício submáximo (MCARDLE, 2003). Outra adaptação em gestantes saudáveis é a pressão arterial (PA), ela diminui até a metade da gestação e, então aumenta até o dia do parto (TARTARUGA et al., 2006). 
Existe uma crescente preocupação destas adaptações dos sistemas biológicos das grávidas no ambiente aquático, visto que estes estão sendo cada vez mais procurados para o exercício físico, pois são altamente viáveis para a melhora do condicionamento cardiorrespiratório, já que a água é 700 vezes mais densa que o ar (MOENING et al., 1993 apud BOCALINI, 2007) aumentando o gasto energético e reduzindo possíveis lesões de impacto (COSTILL, 1971 apud BOCALINI, 2007).
A prática de exercícios no meio líquido provoca alterações por conta da pressão hidrostática e o fato da diminuição do peso hidrostático em imersão provocando uma maior flutuação, possibilita as gestantes continuarem a se exercitar até os últimos dias de gestação ( KATZ et al, 1990: KATZ et al, 1988 apud BOCALINI, 2007).
Entretanto faltam estudos que relacionem tais adaptações, como alteração da freqüência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA) de gestantes imersas. Portanto o artigo se propõe a buscar se existe diferença na FC, PA e no peso hidrostático (PH) em diferentes profundidades.
O artigo consegue convencer o leitor da significância do problema, já que ele relaciona a alteração de PA nas gestantes, hipertensão e morbidade mortalidade materno-fetal. A introdução é bem clara, de leitura fácil e sem muitos jargões, atendendo qualquer público, mesmo aquele que não tem tanta experiência no assunto como os autores. Tal publicação foi feita em 2004, ele menciona bem as lacunas nos estudos até esta determinada data. Porém até a presente data, alguns desses espaços já foram preenchidos.
Os autores progridem de forma lógica durante a introdução do assunto, levando ao enunciado do problema, este que foi bem elaborado.
MÉTODO
A amostra foi composta por 11 gestantes, com idade entre 29 e 37 anos e idade gestacional entre 16 e 36 semanas, participantes de um grupo de hidroginástica, pois deveria estar ambientadas ao meio líquido.
Foram avaliadas a massa e a estatura, determinando o índice de massa corporal, além da circunferência abdominal em pé e altura uterina em decúbito dorsal.
A participação das gestantes era voluntária e assinaram o termo de consentimento. No início foi feito anamnese e apresentação do atestado médico. E como critério de exclusão a presença de problemas físicos e uso de medicação.
As variáveis independentes eram a posição corporal e a profundidade de imersão. As variáveis dependentes eram a freqüência cardíaca (FC), a pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM), peso hidrostático (PH), percentual de redução do peso hidrostático (%RPH). A variável de controle era a temperatura da água, que era mantida em 31,5°C.
O procedimento experimental iniciava com a marcação dos pontos anatômicos: Tornozelo; Joelho; Quadril; Cicatriz umbilical; Processo xifóide. A gestante permanecia em decúbito dorsal por 10 minutos para avaliação da FC, PAS e PAD de repouso, depois permanecia em pé por 2 minutos para as medidas iniciais de FC, PAS, PAD e massa, e em seguida era feita a imersão de 1 minuto em cada posição para medição de FC, PAS, PAD e PH.
Para a determinação da FC foi utilizado um monitor de freqüência cardíaca polar, para PA foi utilizado um esfigmomanômetro aneróide, para massa foi utilizado uma balança filizola, para PH foi utilizado um tanque de imersão medindo as forças verticais a partir da célula de carga.
Estatística utilizada foi a descritiva, onde as variáveis dependentes foram normalizadas e homogeneizadas. A comparação foi feita pelo ANOVA e o nível de significância adotado foi p<0,05.
RESULTADOS
Como já mencionado o objetivo geral deste estudo foi identificar as respostas de FC, PA (PAS, PAD e PAM) e PH (Peso Hidrostático) em grávidas imersas em diversos pontos anatômicos até o processo xifóide, nas os autores obtiveram as seguintes respostas:
- A FC não apresentou diferença significativa da posição de repouso para a posição inicial. A partir da posição do joelho, a FC mostrou uma tendência de redução conforme o aumento da profundidade de imersão. Foi encontrada diferença significativa da posição inicial para a posição do processo xifóide.
- A PAS não mostrou diferença significativa do repouso para a posição inicial. A partir da posição inicial, a PAS teve tendência de diminuição à medida que a profundidade de imersão aumentava. Foram encontradas diferenças significativas da posição inicial para as profundidades de cicatriz umbilical e processo xifóide. 
- A PAD nas posições de repouso, inicial e tornozelo não se mostrou diferente. A partir do tornozelo observamos tendência de diminuição da PAD com o aumento da profundidade de imersão. Foram encontradas diferenças significativas das situações de repouso, inicial e tornozelo para a profundidade do processo xifóide.
- A PAM também não apresentou diferença significativa entre o repouso e a posição inicial. A partir da posição inicial, a PAM teve tendência de diminuição à medida que a profundidade de imersão aumentava. Foram encontradas diferenças significativas das situações de repouso, inicial e tornozelo para a profundidade d processo xifóide.
- O PH diminuiu e o %RPH aumentou à medida que aumentava a profundidade de imersão. Foram encontradas diferenças significativas para o %RPH entre as diferentes profundidades de imersão, com valores de 3,2±1,1% para o tornozelo, 12,5±1,6% para o joelho, 44,6±2,0% para o quadril, 58,2±1,6% para a cicatriz umbilical e 75,9±2,3% para o processo xifóide.
DISCUSSÃO
Kent et al, em seu estudo em 1999, investigando respostas fisiológicas de gestantes entre a 20° e 33° semana gestacional, submetidas a imersão na profundidade da axila; encontrou diminuição da FC quando comparada com a medida fora d’água. Respostas semelhantes também foram encontradas por outros autores estudados, sendo que a máxima diminuição encontrada até então fora de 11 bpm, e nesse estudo encontrou-se diminuição significativa de 16,9 bpm, em profundidade de imersão na altura do processo xifóide e em temperatura de 31,5°C. 
Estudos feitos por Kruel (1994) e Kruel et al (2002), além de demonstrarem diminuição da FC, assim como previsto, mostrou diferenças significativas da FC a partir da imersão a nível do quadril, enquanto o estudo de Finkelstein et al, só demonstrou alterações significativas apenas no nível do processo xifóide.
A atuação da pressão hidrostática e termodinâmica sobre o corpo imerso pode causar alterações no padrão circulatório do sangue, atuando sobre os membros inferiores através de uma compressão que causa aumento do retorno venoso e do volume sanguíneo central, gerando redistribuição sanguínea. As respostas esperadas de diminuição da FC das gestantes logo na imersão no nível do quadril, talvez não tenham sido evidenciada devido ao fato das gestantes apresentarem melhor regulação do tônus vascular e da resistência periférica que as mulheres não-gestantes.
Estudos mostram alteraçãoda PAM [Pressão Diastólica + 1/3(Pressão Sistólica – Pressão Diastólica)] das gestantes imersas em temperaturas de 30°C, com profundidade a altura dos ombros, mostrando reduções semelhantes as encontradas por esse estudo. Kent et al, porém, não encontraram diferenças significativas na PAS e PAD, o que não alteraria a PAM. Logo que encontramos PAS alterada significativamente já na profundidade da cicatriz umbilical e PAD no processo xifóide. Outros estudos que investigavam o comportamento da PA em não-gestantes apresentaram resultados controversos, alguns tiveram respostas com aumento, outros com diminuição e até com resultados sem alterações significativas.
Picanço et al (1997), ao realizar estudo semelhante ao de Finkelstein et al (2004), mas utilizando de mulheres não-grávidas na pesquisa, foram observadas alterações apenas na PAD para profundidade a nível do processo xifóide, sendo mais evidenciada a diminuição no presente estudo.
Quanto aos resultados de percentual de redução do peso hidrostático (%RPH), notamos respostas semelhantes às encontradas em estudos realizados por Kruel(1994), e por Kruel e Tartaruga(2001); em que verificaram o %RPH de mulheres não-gestantes, encontrando aumento do %RPH conforme o aumento da profundidade; assim como fora encontrados nesse estudo.
Os resultados redução do PH encontrado por Kruel e Tartaruga (2001) foram muito semelhantes ao verificado pelo estudo de Finkelstein et al (2004), o que demonstrou que não há alterações significativas nos resultados comparados através desses estudos que apontem diferenças no %RPH de gestantes e não-gestantes, respondendo de maneira diferenciada da esperada, que acreditava em diferenças relevantes devido ao aumento do edema e volume uterino das gestantes.
Como conclusão, os resultados mostram que em ambiente aquático, além da diminuição da carga mecânica sobre as articulações (evidenciada pelo menor peso hidrostático, conforme a profundidade de imersão), há também alterações fisiológicas como, diminuição da FC e da PA das gestantes. Tais resultados podem salientar os possíveis benefícios à saúde e o melhor conforto das gestantes em atividades físicas em meio aquático. 
REFERÊNCIAS:
BOCALINI, D.,S. et al, Variabilidade da freqüência cardíaca e da pressão arterial de festantes em diferentes profundidades de imersão, Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v.2, n.3, p.85-91, set.2007.
COLHO, T.B., POLITO, M.D., Efeito agudo de uma sessão de hidroginástica sobre a resposta da pressão arterial em gestantes não hipertensas, Revista SOCERJ, Rio de Janeiro, v.22(2), p.75-79, Mar-2009
FINKELSTEIN, I. et al, Comportamento da freqüência cardíaca e pressoa arterial, ao longo da festação, com treinamento em meio líquido. Revista Brasileira de Medicina Esporte, 2006, v.12, p.376-80, set.2006.
KRUEL, L. F. M. Peso hidrostático e freqüência cardíaca em pessoas submetidas a diferentes profundidades de água [dissertação]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 1994.
KRUEL, L.F.M., Tartaruga, L.A.P., Dias, A.C., et al, Freqüência cardíaca durante imersão no meio aquático. Fit Perform 2002; 1:46-51.
MCARDLE. W.; KATCHF. L. KATCH. V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5ªEdição. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan,2003.
PINANCO, P.S.V., Silva, R.C., Tartaruga L.A.P., et al. Determinação da pressão arterial em pessoas submetidas a diferentes profundidades de água. Livro de Resumos do 9º Salão de Iniciação Científica; 1997; Porto Alegre, Brasil. Porto Alegre: UFRGS; 1997. p. 286.
THOMAS, J. R.; NELSON. J.K.; SILVERMAN. S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. São Paulo. 5ª Edição.Editora: Artmed, 2007.

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